terça-feira, 16 de abril de 2013

FRANZ ANTON MESMER - Fime: Mesmer O Feiticeiro - 107 + POMADA VOVO PEDRO - Juselma Coelho 64'




 Mesmer - O Feiticeiro - 107'

  Franz Anton Mesmer

Nascimento 23 de maio de 1734 Iznang, Constança
Morte 5 de março de 1815 Meesburg, Suábia
Nacionalidade Alemã Flag of Germany.svg
Ocupação Médico de vasta formação: filosofia, teologia, música, além da medicina.
Magnum opus Memória de F. A. Mesmer, doutor em medicina, sobre suas descobertas
Franz Anton Mesmer (Iznang, 23 de maio de 1734 - Meesburg, 5 de março de 1815), foi um médico e magnetizador Suábio.

A sua aldeia é próxima ao lago de Constança, na Suábia, região que hoje pertence à Alemanha. Seus pais foram Franciscus Antonius Mesmer e Maria Ursula Michel, pertencente a uma importante família católica da região.

Biografia


Juventude e formação

Em 1743, o jovem Mesmer foi encaminhado pelos pais ao monastério Reichenau, em Constança, onde, durante seis anos, estudou línguas, literatura clássica e música com os monges.

Em 1750 ingressou na Universidade de Dillingen, na Baviera, da Companhia de Jesus, onde estudou Filosofia por quatro anos, chegando ao Doutorado. Ali passou a ler as obras de Galileu, Descartes, Leibniz, Kepler, Newton e outros.

Em 1754, iniciou o curso de Teologia na Universidade de Ingolstadt, também na Baviera. Cinco anos depois, em 1759, ingressou na Universidade de Viena, na Áustria, dedicando o seu primeiro ano nesta instituição ao estudo das Leis. Transferiu-se, logo após, para o curso de Medicina, que era considerado o melhor de seu gênero na Europa, então totalmente reformulado por Gerhard van Swieten, discípulo de Boerhaave, o mais respeitado professor da época, conhecido como o Hipócrates holandês.

Após seis anos de estudo, a 27 de maio, conquistou o Doutorado com a dissertação Dissertatio physico-medica de planetarum influxu, sob a égide de Newton e talvez de Paracelso. Neste texto, que trata da influência dos planetas sobre o corpo humano, usou pela primeira vez o conceito de fluido universal.

Casamento e relação com a música

Mesmer casou-se com Maria Anna von Bosch, numa concorrida cerimônia, em 10 de janeiro de 1768, celebrada na Catedral de Santo Estêvão pelo arcebispo de Viena. O casal mudou-se para uma mansão em Landstrasse, onde promovia saraus musicais dos quais participavam personalidades como Mozart, Gluck, Haydn e outros.

Ainda nesse ano, em outubro, estreou no teatro no jardim de sua residência, a primeira apresentação em Viena de uma ópera de Mozart. Apenas um menino de doze anos à época, o compositor apresentou seu primeiro singspiel em alemão: uma comédia popular, Bastien und Bastienne.
Mais tarde, em 1790, Mesmer foi homenageado por Mozart, em sua ópera Così fan tutte. No final do primeiro ato, a personagem Despina, fantasiada de médico, imita Mesmer e seu tratamento.

O magnetismo animal

O primeiro tratamento por meio do magnetismo animal teve início em 1773. A paciente foi uma parenta da esposa de Mesmer e amiga da família Mozart, Franziska Esterlina, uma senhorita de vinte e nove anos, bastante debilitada.

Em 1775, com a pouca acolhida dada à sua descoberta, Mesmer determinou-se a nada mais realizar publicamente em Viena. Viajou para diversos países da Europa anunciando a sua descoberta. Visitou a Suábia, a Baviera, a Suíça e a Hungria, entre outros países. Publicou uma Carta ao povo de Frankfurt, que representa uma importante fase do desenvolvimento de sua teoria. Pela primeira vez definiu o magnetismo animal como sendo a capacidade de um indivíduo em causar efeitos similares ao magnetismo mineral em outra pessoa. Em 5 de janeiro, publicou em jornais e panfletos uma Carta a um médico estrangeiro, esclarecendo a terapia do magnetismo animal. Foi primeiramente endereçada ao médico Johann Christoph Unzer, de Altona. Em Munique, a 28 de novembro, foi aceito como membro da Academia do Eleitorado da Baviera.

Em 1776, Mesmer deixou de fazer uso do ímã como simples condutor do magnetismo animal, para evitar mal-entendidos por parte dos médicos e físicos. Continuou a usar água, garrafas e barras de ferro. Publicou Cartas sobre a cura magnética, esclarecendo a sua tese de doutorado, e as enviou, como divulgação, a alguns médicos.

No ano seguinte, Mesmer aceitou como paciente a famosa pianista Maria Theresia Paradis, curando sua cegueira e gerando controvérsias.

Divulgação do magnetismo animal e rejeição pelas Sociedades Médicas

Na sua luta pela divulgação do magnetismo animal, Mesmer chegou a Paris, no mês de fevereiro de 1778 e começou a apresentar as suas descobertas para os sábios e os médicos daquela capital, retirando-se para a cidade de Creteil no mês de maio, juntamente com alguns doentes. Requisitou comissários da Sociedade Real de Medicina de Paris para que eles fiscalizassem as curas, o que foi recusado.

No ano de 1779, após tentar em todas as Universidades, sem sucesso, um exame de seu sistema, publicou, em Paris um relato analítico da nova ciência: Memória sobre a descoberta do magnetismo animal.

Em uma derradeira tentativa, propôs à Faculdade de Medicina de Paris, em 1780, um teste comparativo de seu método com a medicina tradicional. Em 18 de setembro, houve uma Assembléia Geral e, após uma leitura e um discurso, d'Eslon, seu discípulo, foi excluído do quadro dos médicos e as proposições de Mesmer foram rejeitadas com desdém e animosidade.

Após esse incidente, em 1781, Mesmer publicou o que viria a ser a mais importante descrição histórica da ciência do magnetismo animal, intitulada Resumo histórico dos fatos relativos ao magnetismo animal.
Em 20 de agosto de 1784, Mesmer enviou uma carta a Benjamin Franklin denunciando os equívocos da comissão nomeada para examinar d'Eslon, desautorizado para agir em seu nome, e a impropriedade do método adotado.

 O rei da França nomeou uma comissão de sábios da Academia de Ciências de Paris - Jean-Sylvain Bailly (1736-1793), Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814), Benjamin Franklin (1706-1790), Antoine-Laurent Lavoiser (1743-1794) -, que em quatro meses concluiu que as proposições de Mesmer não passavam de imaginação e auto-sugestão dos paciente, além de redigir um relatório secreto enviado à polícia que alertava para o ambiente potencialmente licencioso das clínicas mesmeristas. Uma outra comissão formada por médicos da Sociedade Real de Medicina também rejeitou a existência do magnetismo animal. Porém, um de seus membros, Jussieu, divergiu dos colegas e admitiu curas.

Ainda nesse ano, Mesmer trocou cartas com George Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos.
Em 1785, alguns dos discípulos de Mesmer publicaram as anotações de suas aulas na forma de um livro intitulado Aforismos de Mesmer, apesar da desautorização do próprio Mesmer. Nesse ano, Mesmer abandonou Paris.

Em viagem a Zurique, Mesmer encontrou-se com o pastor Johann Kaspar Lavater, um entusiasta do magnetismo animal na Suíça.

Em 15 de maio de 1790, a sua esposa faleceu de câncer no seio.
De retorno a Viena, em 1793, foi preso pela polícia, pois estava sendo investigado por questões políticas, suspeito de ser favorável aos jacobinos. Liberado, ficou sob custódia até 5 de dezembro. Continuaria, porém, sendo observado pelas autoridades.

Em 1796, Mesmer retornou a Paris, tendo residido no número 206 da rua Vendôme até 1801, quando mudou-se para Versalhes. Neste meio tempo, publicou, em 1799, Memória de F. A. Mesmer, doutor em medicina, sobre suas descobertas, considerada a sua principal obra, contendo o modelo teórico da terapia do magnetismo animal, sonambulismo provocado e lucidez sonambúlica. Foi o seu primeiro trabalho publicado em dezoito anos.

Derradeiros anos


Sepultura de Mesmer, no cemitério em Meersburg, Alemanha.
Em 1802, Mesmer decidiu deixar a França, passando a residir em Meersburg, no Sul da Alemanha. Mudou-se anos depois, em 1809, para a cidade suíça de Frauenfeld. Nesta época, muitos achavam que ele já havia morrido. Um grupo de médicos da Academia de Berlim redescobriu o seu paradeiro, mas, já com setenta e cinco anos, Mesmer não aceitou acompanhá-los.

No ano de 1812, Mesmer recebeu um emissário de Berlim, o doutor Karl Christian Wolfart, encarregado de solicitar "a comunicação de todos os fatos, retificações e esclarecimentos desse importante tema". Como resultado, foi publicado naquela cidade, no ano de 1814, Mesmerismo ou sistema das interações, teoria e aplicação do magnetismo animal como a medicina geral para a preservação da saúde do homem. Segundo o seu editor, o doutor Wolfart, tratava-se de uma compilação dos artigos, anotações e pensamentos de Mesmer sobre Ciência, Filosofia, Educação e outros, constituindo-se nas suas reminiscências.

Em 1815, Mesmer faleceu, lúcido até aos últimos dias de seus oitenta e um anos, na cidade de Meesburg, Suábia, nas proximidades do lago de Constança, atual Alemanha.

A reabilitação póstuma

No ano de 1821, realizaram-se nótaveis experiências de magnetismo (registradas em relatórios) por meio dos magnetizadores du Potet e Robouam, sob a direção dos doutores Bertrand, Husson e Récamier, e na presença de trinta outros médicos.

Em 1826 foi nomeada, depois de calorosos debates, uma nova comissão pela Academia de Medicina de Paris para novamente analisar o magnetismo animal, com doze membros, depois reduzida para nove: Bourdois de la Mothe, Foucquier, Guéneau de Mussy, Guersant, Itard, Husson, Leroux, Marc e Thillaye.

Em sessões de 21 e 28 de junho de 1831, foi lido pelo relator, doutor Husson, e aprovado, o relatório da comissão da Academia de Medicina favorável ao magnetismo animal, após de cinco anos de pesquisas e numerosas experimentações registradas. No entanto, o relatório não foi publicado. Depois de assinado, foi arquivado na Academia.

Em 1835, outro grupo de pesquisadores ligados à Faculdade de Medicina de Paris, como Puységur, d'Eslon, Du Potet e Millet, retomaram o assunto, dedicando-se ao chamado "sonambulismo", e a outros fenômenos provocados pela ação do agente magnético de Mesmer, novamente sem sucesso.


Juselma Coelho  A Pomada Vovô Pedro -64'
  
 
Pomada Vovô Pedro -  João Elias 10'

 Franz Anton Mesmer

Franz Anton Mesmer 



Franz Anton Mesmer
(Iznang, 23 de maio de 1734 - Meesburg, 5 de março de 1815)

Conceituado médico,  magnetizador, filósofo, teólogo e músico suábio

Na antiguidade, os antigos sacerdotes caldeus utilizavam passes  magnéticos para restabelecer a saúde humana. No século XV se discute, nos circulos esotéricos,  a simpatia magnética, designando um sistema análogo nas suas bases essenciais, às formulações de Paracelso. No século XVII Van Helmont, realizou experimentos de curas aplicando o ímã e e placas metálicas sobre os corpos de doentes. O sacerdote jesuíta Hell, contemporaneo de Van Helmont, também físico de renome, obteve efeitos interessantes com a aplicação do ímã não só nos homens, mas também nos animais.

Todavia,  foi Franz Anton Mesmer, médico alemão, quem estudou e deu publicidade aos mistérios científicos até então mantidos ocultos pelos seus predecessores. Formado em medicina, em Viena (1766), defendeu tese, segundo a qual um fluído magnético misterioso emanaria das estrelas enchendo todo o universo, influenciando todos os organismos vivos. A má distribuição desse fluído causaria as doenças. Mesmer, inicialmente empregava magnetos, passando-os sobre o corpo dos pacientes para produzir um estado semelhante ao sono. Posteriormente ele mesmo verificou que a simples imposição das mãos produzia o mesmo efeito. O magnetismo animal substituiu o magnetismo mineral. O termo magnetismo foi introduzido em sua homenagem.

 Mesmer estudou, investigou e descobriu  a capacidade magnética nos animais e  nos seres humanos. Percebeu a capacidade de curar por meio dos fluvios vitais. 

Mozart era assíduo visitante de Mesmer no seu Palácio em Viena, acreditando-se  como médico, assistia  Mozart em  seus numerosos problemas de saúde. Juntos  aperfeiçoaram um instrumento idealizado por Franklim.  Ambos trabalharam em grupo, médico e compositor na criação para fins curativos da glass harmónica. Ainda, hoje há em Viena um grupo conhecido com o nome de Duo Glassharmonica Vienner.
Em sua obra Mozart, Esse Desconhecido, o rosacruciano Delmar Domingos de Carvalho  aborda  a pequena ópera pastoril Bastien und Bastienne, encomendada a Mozart por Mesmer.

 
                          Foto mágica: Radeir-Mozart-Van Gogh-1995/2008 -50x60cm.


                              Foto mágica -Mozart - detalhe - 1995/2008


                                 Mozart:Radeir 2005-óleo s/madeira-21x29cm.


Mozart:Radeir 2005-óleo s/madeira-21x29cm.

 O    libreto original ,  em francês,   tem como  título OS AMORES DE BASTIEN ET NASTIENNE. Essa ópera foi estreada na casa de Mesmer em 1 de Outubro de 1768. Aliás Mesmer, então professor da Universidade de Viena,  com esta encomenda ajudou Mozart, que havia sido expulso de Salzburgo, sua  terra natal,  que então foi madrasta e hoje vive sob ele!

"Resta ainda muito a aprender e desaprender, para os atuais cientistas materialistas. Ainda que lutem até o último limite contra o que, escarnecendo, qualificam de "idéias ilusórias" dos cientistas ocultistas, estão sendo obrigados a reconhecer suas verdades, a admiti-las uma a uma. É só uma questão de tempo, o serem forçados a aceitá-las todas.

Mesmer, enviado pelos Irmãos Maiores, foi mais do que ridicularizado. Mas quando os materialistas, trocando o nome da força por ele descoberta, chamaram-na de "hipnotismo" ao invés de "mesmerismo", tornou-se "científica imediatamente."

- Max Heindel

 

CRONOLOGIA

Data - Principais eventos

1734
  Nasce em 23 de maio de 1734 em Iznang, aldeia próxima ao lago de Constança, na Suábia, atualmente pertencente à Alemanha; filho de Franciscus Antonius Mesmer e Maria Ursula Michel, pertencente a uma tradicional família católica.

1743
   Encaminhado  ao monastério Reichenau, em Constança, onde   estuda línguas, literatura clássica e música por cerca de seis anos.

1750
   Ingressa na Universidade de Dillingen, na Baviera, pertencente a Companhia de Jesus, onde estuda Filosofia por quatro anos, tendo acesso as obras de Galileu, Descartes, Leibniz, Kepler, Newton e outros, chegando ao Doutorado.

1754
   Inicia o curso de Teologia na Universidade de Ingolstadt, também na Baviera.

1759
   Ingressa na Universidade de Viena, na Áustria, dedicando o seu primeiro ano nesta instituição ao estudo das Leis

1760
   Transfere-se, para o curso de Medicina, na Universidade de Viena, Áustria, considerado, o melhor de seu gênero na Europa, então totalmente reformulado por Gerhard van Swieten, discípulo de Boerhaave, o mais respeitado professor da época, conhecido como o Hipócrates holandês.

1766
   Conquista em 27 de maio de 1766 o Doutorado com a dissertação Dissertatio physico-medica de planetarum influxu, abordando a influência dos planetas sobre o corpo humano, sob a égide de Newton e talvez de Paracelso, usando pela primeira vez o conceito de fluido universal.

1768
   Em 10 de janeiro de 1768, casa-se com Maria Anna von Bosch, na Catedral de Santo Estêvão, numa concorrida cerimônia celebrada pelo arcebispo de Viena.


O casal passa a residir numa mansão em Landstrasse, onde promove saraus musicais dos quais participam personalidades como Mozart, Gluck, Haydn e outros.

 Em outubro de 1768 estrea no teatro no jardim de sua residência, a primeira apresentação em Viena de uma ópera de Mozart. Apenas um menino de doze anos à época, o compositor apresentou seu primeiro singspiel em alemão: uma comédia popular, Bastien und Bastienne.

1773
   Primeiro tratamento por meio do magnetismo animal. A paciente, Franziska Esterlina, uma senhorita de vinte e nove anos, bastante debilitada, era uma parenta da esposa de Mesmer e amiga da família Mozart.

1775
   Há pouca acolhida, por parte da comunidade científica, à sua descoberta. Mesmer evita realizações públicas em Viena. Anuncia a sua descoberta, em outros países da Europa, visitando a Suábia, a Baviera, a Suíça e a Hungria, entre outros países.

Publica uma Carta ao povo de Frankfurt, que representa uma importante fase do desenvolvimento de sua teoria. Define pela primeira vez o magnetismo animal como sendo a capacidade de um indivíduo em causar efeitos similares ao magnetismo mineral em outra pessoa. Admitia Mesmer que, assim como o ímã, as mãos e os olhos de alguns indivíduos podiam irradiar um fluido especial proveniente do próprio organismo com influência nos indivíduos e nos próprios animais.

Em 5 de janeiro, publica em jornais e panfletos uma Carta a um médico estrangeiro, esclarecendo a terapia do magnetismo animal. Foi primeiramente endereçada ao médico Johann Christoph Unzer, de Altona.

Em Munique, a 28 de novembro, é aceito como membro da Academia do Eleitorado da Baviera.

1776
   Para evitar mal-entendidos, por parte da comunidade científica, evita fazer uso do ímã como simples condutor do magnetismo anima , mas continua a utilizar água, garrafas e barras de ferro. Esclarece a sua tese de doutorado, através da publicação de Cartas sobre a cura magnética, enviadas a alguns médicos.

1777
 
  Aceita como paciente a famosa pianista Maria Theresa Paradis, curando sua cegueira e gerando controvérsias.

1778
   Em fevereiro de 1778, divulga sua teoria do magnetismo animal, em Paris, apresentando as suas descobertas para os sábios e médicos.

Em maio de 1778, parte para a cidade de Creteil, juntamente com alguns pacientes. Requisita comissários da Sociedade Real de Medicina de Paris para  fiscalizarem as curas, o que foi recusado.

1779
   Publica, em Paris um relato analítico da nova ciência: Memória sobre a descoberta do magnetismo animal, após tentar, sem sucesso, em todas as Universidades, um exame de seu sistema. Expõe a tese defendida até então, ou seja, a existência de um fluido que interpenetrava tudoo qual poderia ser utilizado na cura de doenças. Experimentou tratamentos com imãs (magnetos), mas concluiu que o próprio corpo humano emanava forças mais poderosas que as do imã, as quais denominou então de " magnetismo animal", o qual poderia ser utilizado na cura de doenças. Teve boa aceitação, mas depois caiu em descrédito.

1780
   Em busca de reconhecimento científico para a sua descoberta, propõe à Faculdade de Medicina de Paris, um teste comparativo de seu método com a medicina tradicional.

Numa Assembléia Geral, realizada em 18 de setembro de 1780 e, após uma leitura e um discurso, d'Eslon, seu discípulo, foi excluído do quadro dos médicos e as proposições de Mesmer foram rejeitadas com desdém e animosidade.

1781
   Publica o que viria a ser a mais importante descrição histórica da ciência do magnetismo animal, intitulada Resumo histórico dos fatos relativos ao magnetismo animal.

1784
   Em 20 de agosto de 1784, Mesmer envia uma carta a Benjamin Franklin denunciando os equívocos da comissão nomeada para examinar seu discípulo d'Eslon, desautorizado para agir em seu nome, e a impropriedade do método adotado.

O rei da França  nomeia  uma comissão de sábios da Academia de Ciências de Paris - Jean-Sylvain Bailly (1736-1793), Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814), Benjamin Franklin (1706-1790), Antoine-Laurent Lavoiser (1743-1794) -, que em quatro meses conclui que as proposições de Mesmer não passavam de imaginação e auto-sugestão dos pacientes, redigindo também um relatório secreto enviado à polícia que alertava para o ambiente potencialmente licencioso das clínicas mesmeristas.

Outra comissão formada por médicos da Sociedade Real de Medicina também rejeita a existência do magnetismo animal. Porém, um de seus membros, Jussieu, divergiu dos colegas e admitiu curas.

Também em 1784, mantêm correspondência com George Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos da América.

Ainda nesse ano, o marquês de Puységur, discípulo de Mesmer, ao experimentar magnetizar camponeses, descobre o Sonambulismo Artificial, em que os pacientes sob transe induzido apresentavam telepatia, visão com as pontas dos dedos, clarividência e outros fenômenos. Puységur, por sua vez, fez numerosos discípulos. Os pacientes submetidos aos " passes magnéticos" às vezes entravam em estados de sono de profundidade variável, chamados de " sono magnético" ou " estados magnéticos".

1785
   Alguns de seus discípulos publicam as anotações de suas aulas na forma de um livro intitulado Aforismos de Mesmer, apesar da desautorização do próprio Mesmer.

Nesse ano, Mesmer deixa Paris. Em viagem a Zurique, encontra-se com o pastor Johann Kaspar Lavater, um entusiasta do magnetismo animal na Suíça.

1787
   Em 1787 Pététin descobriria a Catalepsia Artificial.

1790
   Mesmer é homenageado por Mozart,
em sua ópera Così fan tutte. No final do primeiro ato, a personagem Despina, fantasiada de médico, imita Mesmer e seu tratamento.

 Neste mesmo ano, a esposa  de Mesmer falece de câncer no seio.

1793
   Preso pela polícia, ao retornar a Viena, pois estava sendo investigado por questões políticas, suspeito de ser favorável aos jacobinos. Liberado, fica sob custódia até 5 de dezembro. Continuaria, porém, sendo observado pelas autoridades.

1796
   Retorna a Paris, tendo residido no número 206 da rua Vendôme até 1801, quando muda-se para Versalhes.

1799
   Publica, em Paris, Memória de F. A. Mesmer, doutor em medicina, sobre suas descobertas, considerada a sua principal obra, contendo o modelo teórico da terapia do magnetismo animal, sonambulismo provocado e lucidez sonambúlica. Foi o seu primeiro trabalho publicado em dezoito anos.

1802
   Muda-se para Meersburg, no Sul da Alemanha.

1809
   Muda-se para a cidade suíça de Frauenfeld. Nesta época, muitos achavam que ele já havia morrido.

Um grupo de médicos da Academia de Berlim redescobriu o seu paradeiro, mas, já com setenta e cinco anos, Mesmer não aceitou acompanhá-los.

1812
   Recebe um emissário de Berlim, o doutor Karl Christian Wolfart, encarregado de solicitar "a comunicação de todos os fatos, retificações e esclarecimentos desse importante tema".

1813
   Em Paris, um dos discípulos do marquês de Puiségur, o Abade Faria (José Custódio de Faria), português de Goa, assentou as bases da interpretação científica do magnetismo, tendo sido ainda um dos primeiros a experimentar o uso de sugestões verbais na manipulação magnética dos pacientes. Trouxe novas idéias, ao dizer que os tranzes magnéticos não derivam de qualquer fluído ou força especial, pois reside no próprio indivíduo e não no hipnotizador. Usava apenas a palavra durma...durma...durma..., sem passes e nem gestos.

Egas Moniz, prêmio Nobel de medicina (1904) as trouxe de volta, ao publicar estudos sobre a vida do Abade Faria.

1812
   Recebe um emissário de Berlim, o doutor Karl Christian Wolfart, encarregado de solicitar "a comunicação de todos os fatos, retificações e esclarecimentos desse importante tema".

1814
   Publica-se, em Berlim, Mesmerismo ou sistema das interações, teoria e aplicação do magnetismo animal como a medicina geral para a preservação da saúde do homem. Segundo o seu editor, o doutor Wolfart, tratava-se de uma compilação dos artigos, anotações e pensamentos de Mesmer sobre Ciência, Filosofia, Educação e outros, constituindo-se nas suas reminiscências.

1815
   Morre em 5 de março de 1815, na cidade de Meesburg, Suábia, nas proximidades do lago de Constança, atual Alemanha. Manteve-se lúcido até aos últimos dias de seus oitenta e um anos de vida.

Após a morte de Mesmer o magnetismo continuou vivo graças alguns dos seus discípulos, como o Marquês de Puysegur.

1821
Realizam-se nótaveis experiências de magnetismo (registradas em relatórios) por meio dos magnetizadores du Potet e Robouam, sob a direção dos doutores Bertrand, Husson e Récamier, e na presença de trinta outros médicos.

1823
   É atribuído ao médico francês Alexandre Bertrand, que publicou seu primeiro livro a respeito em 1823, a descoberta da importância da sugestão no transe induzido.

1826
   É nomeada, após calorosos debates, uma nova comissão pela Academia de Medicina de Paris para analisar novamente o magnetismo animal, com doze membros, depois reduzida para nove: Bourdois de la Mothe, Foucquier, Guéneau de Mussy, Guersant, Itard, Husson, Leroux, Marc e Thillaye.

1831
   É lido, aprovado, assinado, e arquivado o relatório da comissão da Academia de Medicina de Paris, favorável ao magnetismo animal, após de cinco anos de pesquisas e numerosas experimentações registradas.

1835
   Outro grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Paris, como Puységur, d'Eslon, Deleuze, Du Potet e Millet, retomaram o assunto, dedicando-se ao chamado "sonambulismo" (adivinhação), e a outros fenômenos provocados pela ação do agente magnético de Mesmer, novamente sem sucesso.

1841
   Em novembro de 1841, o cirurgião inglês James Braid (1795-1860), observa experimentos dados pelo mesmerista Charles Lafontaine (1803-1892), examinando após estudar os fenômenos do magnetismo, dar- lhes uma conceituação científica e fisiológica, criando o Hipnotismo e sua terminologia, que é a mesma utilizada atualmente. Segundo a nova teoria, tudo devia-se à imaginação do paciente agindo sobre seu sistema nervoso ( hipótese animista), rejeitando-se então a hipótese dos fluidos ( hipótese fluidista).  Estava assim criada a divisão entre fluidistas e animistas, que perdura até nossos dias.

Braid cunhou o termo "hipnotismo" para se referir ao procedimento de indução ao estado hipnótico. Essa escolha deveu-se a acreditar, na ocasião, tratar-se de uma espécie de "sono artificial", numa alusão a Hipnos, deus grego do sono. Reconhecido o equívoco — por ele mesmo — não mais foi possível corrigir a impropriedade do termo, pois já se achava consagrado.

Durand de Gros foi o primeiro a perceber a diferença entre o mesmerismo, o hipnotismo e a sugestão.

 1854
    A.A. Liébeault (1823-1904) impressionado com os trabalhos de Braid converte, em 1854, seu humilde consultório rural no mais importante centro  do hipnotismo em todo o mundo, a nova técnica, que vinte anos antes havia recebido de Braid, nome e respaldo, passa a ser aplicada, ao mesmo tempo, como instrumento de investigação e de assistência. Liébeault usava sua técnica para mostrar “a influência da moral sobre o corpo” e curar o enfermo; e é tal a importância de seus trabalhos que Zilboorg e Henry em sua História da Psicologia Médica de Zilboorg e Henry situam em Nancy o começo da psicoterapia. Para Etchegoyen, “o tratamento hipnótico que inaugura Liébeault é pessoal e direto, dirige-se ao enfermo. Todavia, falta-lhe algo para ser psicoterapia: o enfermo recebe a influência curativa do médico em atitude totalmente passiva. Sob este ponto de vista, o tratamento de Liébeault era pessoal, mas não interpessoal”.

  Hyppolite Bernheim (1837-1919), professor da Faculdade de Medicina de Nancy, vai procurar à clínica de Liébeault, que havia curado uma paciente que há vários meses se tratará com ele sem sucesso, e acaba se convencendo dos fatos, passando a se dedicar ao hipnotismo e se tornando-se o responsável pela fama que essa escola de hipnotismo adquiriu no mundo, tendo ficado conhecida como Escola de Nancy, para qual a hipnose era uma função normal, obtendo uma rica casuística, na popúlação em geral, com numerosos pacientes atendidos.

Conforme Etchegoyen, quando Hyppolyte Bernheim seguindo a investigação em Nancy, põe cada vez mais ênfase na sugestão como fonte do efeito hipnótico e motor da conduta humana, perfila-se a interação médico-paciente, que é, para ele , uma das características que definem a psicoterapia. Em seus Nuevos Estúdios (1891), Bernheim se ocupa, efetivamente, da histeria, da sugestão e da psicoterapia.

  Jean Martin Charcot (1825-1893) após assistir Richet hipnotizar um paciente, obtendo fenômenos de sonambulismo, foi atraído pelo hipnotismo , passando a desenvolver estudos próprios. Classificou como três fases da profundidade hipnótica, a catalepsia, a letargia e o sonambulismo. Com sua experiência o hipnotismo foi aceito , banindo-se também  a idéia de simulação. Para charcot era fundamentalmente uma neurose experimental.



  Na seqüência desse desenvolvimento surge a figura de Josef Breuer (1841-1925) que desenvolveu um método de tratamento hipnótico, baseado em entrevista. Conseguindo com o qual, em um caso de histeria, que a paciente falasse sob hipnose, verbalizando material que havia sido reprimido. Essa descoberta de Breuer ficou conhecida como método catártico. Ele a levou ao jovem e amigo Sigmund Freud (1856-1939), o qual se interessou profundamente pelo o caso que ficou conhecida na literatura psicanalítica como caso Anna O.

Freud esteve em Paris estudando com Charcot e posteriormente, em Nancy, para conhecer de perto a técnica hipnótica de Liébeault e Bernheim. Ele dedicou especial atenção aos fenômenos de sugestão pós-hipnótica que vinham sendo estudados por Bernheim. Observou também que o comportamento pode ser influenciado não só pelos conteúdos conscientes, como também pelos conteúdos inconscientes.

Freud, depois de seu contacto com Bernheim e Charcot passou a utilizar a técnica hipnótica para trazer à tona memórias reprimidas. Mas, como ele próprio se dizia um mau hipnotizador e também porque (como afirmou em sua autobiografia) os resultados terapêuticos obtidos com a hipnose desapareciam ante a menor perturbação da relação médico-paciente, abandonou a mesma e o método catártico de Breuer, substituindo pela regra da Associação Livre, que pouco depois chamou de psicanálise. Para ele a relação pessoal efetiva e emocional desenvolvida pelo o paciente era mais importante do que a hipnose. Freud abandonou o hipnotismo, mas manteve diversos aspectos que envolviam o mesmo como o divâ, o ambiente tranqüilo do setting analítico, etc.

Em agosto 1889 se realizou, em Paris, o 1º Congresso Mundial sobre Hipnotismo Experimental e Terapêutico, sob a presidência de Charcot. Nele estiveram presentes as maiores autoridades da época, no assunto, como Richet, Lombroso Liébeault, Bernheim, Freud, Bechterev, William James, entre muitos outros famosos. ((Mas, depois o hipnotismo foi perdendo força, segundo alguns por duas razões:


 1º) pelo desenvolvimento da anestesia química e 2º) pelo desenvolvimento das técnicas psicotarápicas, advindas da descoberta de Freud e também em função de sua atitude negativa em relação à hipnose.  O que levou Babinski a afirmar, em 1910, que a hipnose como a histeria era uma espécie de simulação.

Outra grande figura científica dessa época foi Pierre Janet, cuja obra fundamental: Automatismo Psicológico teve grande importância, embora posteriormente foi quase esquecida na França, onde à medida que Freud se elevava Janet declinava. Mas, a verdade é que, os dois no início da suas carreiras, partiram das mesmas bases, a Hipnose, e ambos ouviram os mesmos mestres: Charcot na Salpetrière e Liébeault e Bernheim, em Nancy.

 Para Pierre Janet, o importante era interpretar os fatos. Os efeitos das sugestões hipnóticas ficarão inexplicáveis se não admitirmos a existência de uma segunda consciência que conserve a lembrança do transe hipnótico e que depois do indivíduo despertado imponha as modificações no comportamento.

A utilização quase exclusiva das sugestões para remoção de sintomas não impedia que os mesmos ressurgissem e que outros sintomas substitutivos aparecessem, isso fez com que a hipnose fosse sendo substituída pela psicanálise e outras técnicas de psicoterapia dinâmica.

Pouco depois, dos trabalhos de Janet em Paris e de Breuer e Freud em Viena, onde a relação interpessoal está patente, ressoa já a primeira melodia da psicoterapia. Como veremos logo, é mérito de Sigmund Freud (1856-1939) alcançar nesses anos, com a introdução da Psicanálise, o nível científico da psicoterapia. Desde aquele mo­mento, e para não voltar atrás, será a psicoterapia um tratamento dirigido à psique, em um marco de relação interpessoal e com respaldo em uma teoria científica da personalidade.

Repitamos os traços característicos que destacam a psicoterapia por seu suceder histórico. Por seu método, a psicoterapia se dirige à psique pela única via praticável, a comunicação; seu instrumento de comunicação é a palavra (ou me­lhor dito, a linguagem verbal e pré-verbal), “fármaco" e, ao mesmo tempo, mensagem; seu marco, a relação interpessoal médico-enfermo. Por últi­mo, a finalidade da psicoterapia é curar, e todo o processo de comunicação que não tenha esse pro­pósito (ensino, doutrinação, catequese) nunca será psicoterapia.

Enquanto chegam ao máximo desenvolvimento os métodos científicos da psicoterapia sugestiva e hipnótica, inicia-se uma nova investigação que haveria de operar um giro copernicano à teoria e práxis da psicoterapia. Por volta de 1880, Joseph Breuer (1842-1925), ao aplicar a técnica hipnótica em uma paciente, que nos anais de nossa disciplina se chamou, desde então, Anna O. (e cujo verdadeiro nome é Berta Pappenheim), praticava uma forma radicalmente distinta de psicoterapia.

Consideremos também o hipnotismo segundo a leitura da Escola Russa.

Pavlov considera o estado hipnótico um condicionamento de reflexos à cortex cerebral, condicionamento este que pode ser feito por vários meios de estímulo, tais como tácteis, sonoros, luminosos, isolados ou combinados, seguindo daí os diversos métodos que conduzam a um estado hipnótico. Todos esses métodos porém,baseiam-se na filosofia cerebral, considerando o córtex como o centro da dinâmica de todo fenômeno hipnótico.

Contraponto Espiritualista

Sabemos que o corpo humano é um aglomerado de células especializadas no desempenho de uma função e que as células nervosas cerebrais e corticais, embora sejam as mais sensitivas, não deixam de ser células e como tal estão compostas de uma membrana celular, um protoplasma com seus filamentos e um núcleo com todos os seus componentes. Agora, se analisarmos cada uma dessas partes componentes da célula, de per si, não encontraremos nada mais que estruturas atômicas grupadas nas funções correspondentes e é interessante notar que a própria ciencia já usa o termo de química celular adiante do da fisiologia celular.

Observamos, então que nas células cerebrais e corticais, em essencia, não existe nada mais do que átomos, estruturas químicas definidas na especialização da função celular. Entretanto se reconhecermos isto, reconheceremos a existencia de um poder, uma inteligencia que grupa estes diferentes átomos e constitui a célula.

Se a teoria de Pavlov nos mostra que o condicionamento é feito à célula, ela nos permite inferir que este condicionamento é feito - não aos átomos físicos - e que é feito, sim, a essa força, a essa inteligencia que os congrega e que modela a célula.


Neste momento chegaremos ao limiar da ciencia atual. Daqui por diante, se quisermos continuar trabalhando sobre o assunto, temos que fazê-lo no campo da Filosofia, da Religião e da Mística.

Quando através de narrativas, de mitos e de símbolos, os antigos sábios nos legaram seu conhecimento, sabiam o que estavam fazendo e o quanto convinha que a antiga Gnose fosse oculta por algum tempo, só sendo revelada a alguns mais capazes. E dos estudos destes conhecimentos chegamos a observar que a Criação tem por fim a expansão da consciencia individual em nosso estado atual de manifestação evolutiva.

A prática do hipnotismo provoca a negação da consciencia  durante a fase hipnótica e, as vezes, até na post-hipnótica. Logo, sejam quais forem as razões invocadas, o hipnotismo é uma prática contrária ao fim a que se destina a Criação e, portanto, não deve ser praticada.

Resta esperar, agora que os homens que trabalham sob o nome da ciencia se cansem de seu desvario materialista ou esperar, ainda, que os precursores que trabalham atualmente no campo da parapsicologia atinjam uma idade adulta e, então - a Religião, a Ciencia e as Artes englobadas na Filosofia andarão de novo de mãos dadas e uma nova era de ouro, para os humanos, surgirá.
Referência Bibliográfica:
FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Mesmer, a ciência negada e os textos escondidos. Bragança Paulista (SP): Lachâtre, 2005.


PRIMO, Pedro Carlos - Psiquiatra, psicanalista e mestre em Saúde Mental, Ciências Humanas e Sociais pela  Universidade de León, Espanha. Psicoterapia e Seus Fundamentos Históricos

"Assim como existe um Fogo Vital universal ou macrocósmico (chamado Espírito de Vida, o qual é o Princípio Crístico), também há um magnetismo macrocósmico visível à visão etérica, como uma espécie de chuva que parece cair em linhas inclinadas, em direção à Terra. 


Muitas pessoas têm visto esta queda de força cósmica sem compreender o que viram. Não é o mesmo que os "raios cósmicos" da ciência moderna, embora, desde que o Sol é uma estrela e as estrelas são todas sóis, não há razão para supor-se que este "éter solar" não incluiria forças emanadas de estrelas distantes e nebulosas, assim como vindas do nosso Sol. 

Tanto a matéria como a luz causam fenômenos eletromagnéticos; assim também faz a "vida", conforme os biólogos estão atualmente descobrindo.

 A chamada "força sexual" é "gerada" no Éter de Vida, enquanto a força cósmica ou solar precipita-se através do baço.

A chuva cósmica magnética é incolor, como a água; e como a chuva consiste de gotas separadas de água, assim também esta chuva magnética consiste de unidades separadas de força. Além do mais, tem afinidade pela, água, e Mesmer descobriu que os oceanos estão carregados com o que ele designou como magnetismo solar, e assim estão também os lagos, rios e correntes. O corpo humano, altamente magnético, revela sua origem nos mares primitivos, pelo fato de que ele é mais do que 80% água. Mesmer disse também que o Sol é um grande magneto – o que está sendo constatado pela moderna astronomia. (Frontiers of Astronomy, Hoyle)."

- The Rosicrucian Fellowship



                                  Música, o Medicamento Divino



“No principio era o Verbo”. Assim o Cosmos emergiu do Caos; assim começou nosso Universo. As estrelas são dirigidas pelo Verbo; por Ele é ordenado o majestoso deslocamento dos estelares em torno do Sol.

            Há muito tempo Pitágoras falou da “música das esferas”, dizendo ser isso um fato real, pois cada estelar emite sua nota particular. A cada estelar Pitágoras atribui uma nota da escala e comparando a distancia entre eles, tons e semitons, formou as sete notas da escala musical. Todo esquema evolutivo do nosso sistema solar pode ser relacionado às sete oitavas e um terço do teclado do piano, sendo até esse 1/3 de vital significação.

            O arquétipo de cada ser humano é construído por esses maravilhosos sons celestiais. O Ego, ao iniciar um novo ciclo de vida, desce do Terceiro Céu à Região do Pensamento Concreto, onde a música das esferas põe em vibração os átomos-semente dos seus futuros veículos. Os sons dessa música formam linhas de força vibratórias que mais tarde atrairão e arrumarão as partículas físicas de maneira idêntica às quais grãos de areia tomam formas geométricas definidas quando se passa um arco de violino pela borda de um prato que os contenha.

            Todos os estelares ajudam nossa obra de construção do arquétipo, mas somente aquele que vibra em harmonia particular com o átomo-semente físico é que se torna o regente da vida e os sons de todos os outros estelares são modificados por esse Astro Pai. Durante a construção do arquétipo, nem todos os sons emitidos pelos estelares em seus vários aspectos podem ser usados pelo átomo-semente. Somente aqueles aos quais o Ego aprendeu a responder são utilizados. Por isso, a nota chave de cada pessoa é individual.
            Vemos daí porque a música, a mais elevada das artes, tem tanto poder curativo.   (Revista Serviço Rosacruz – 06/60)

Sonambolismo Lúcido
 Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos: 

  
O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; suas ideias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma.  (Ver: Animismo)

    O médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem de si. 

        Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem.  Mas, o Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo; dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação.

        Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns_videntes.  Podem confabular com eles e transmitir-nos seus pensamentos.  O que dizem, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com freqüência sugerido por outros Espíritos. 

        Um rapaz sonâmbulo, de 14 a 15 anos, de inteligência muito vulgar e instrução extremamente escassa. Entretanto, no estado de sonambulismo, deu provas de lucidez extraordinária e de grande perspicácia.  Excedia, sobretudo, no tratamento das enfermidades e operou grande número de curas consideradas impossíveis. Certo dia, dando consulta a um doente, descreveu a enfermidade com absoluta exatidão. Não basta, disseram-lhe, agora é preciso que indiques o remédio. Não posso, respondeu, meu anjo doutor não está aqui. Quem é esse anjo doutor de quem falas? - O que dita os remédios. - Não és tu, então, que vês os remédios? - Oh! não; estou a dizer que é o meu anjo doutor quem mos dita.

        Assim, nesse sonâmbulo, a ação de ver o mal era do seu próprio Espírito que, para isso, não precisava de assistência alguma; a indicação, porém, dos remédios lhe era dada por outro. Não estando presente esse outro, ele nada podia dizer. Quando só, era apenas sonâmbulo; assistido por aquele a quem chamava seu anjo doutor, era sonâmbulo-médium.
      

  A lucidez sonambúlica é uma faculdade que se radica no organismo e que independe, em absoluto, da elevação, do adiantamento e mesmo do estado moral do indivíduo. 


 Pode, pois, um sonâmbulo ser muito lúcido e ao mesmo tempo incapaz de resolver certas questões, desde que seu Espírito seja pouco adiantado.  O que fala por si próprio pode, portanto, dizer coisas boas ou más, exatas ou falsas, demonstrar mais ou menos delicadeza e escrúpulo nos processos de que use, conforme o grau de elevação, ou de inferioridade do seu próprio Espírito. A assistência então de outro Espírito pode suprir-lhe as deficiências. Mas, um sonâmbulo, tanto como os médiuns, pode ser assistido por um Espírito mentiroso, leviano, ou mesmo mau. Aí, sobretudo, é que as qualidades_morais exercem grande influência, para atraírem os bons Espíritos.

Friedrich Anton Mesmer
O "Pai" da Hipnose e criador das técnicas
de cura por Imposição das Mãos

  



 

    As experiências modernas com hipnose e estados de transe começam com Friedrich Anton Mesmer (1734-1815). Nascido em Izang, Swabia, Alemanha, em 23 de maio de 1734.

Estudou Teologia e Filosofia antes de ingressar, em 1759, no curso de Direito para, no ano seguinte, iniciar seus estudos em Medicina. 

Estudou também Música e abraçou o estudo das ciências proibidas – a Astrologia e a Alquimia, o que contribuiu para a elaboração de sua tese. 

Entrou na Universidade de Viena, onde – influenciado pelas idéias de Paracelso. Mesmer doutorou-se com uma tese intitulada: Dissertatio physico-medica de planetarum influxu, na qual se propunha demonstrar a influência dos astros e dos planetas, ao mesmo tempo como causas de doenças e como forças curativas.

 

    Contraiu matrimônio em 1767 com Anna von Porsch, uma viúva muito rica e que seria famosa por suas recepções mundanas (situação semelhante que, ao seu tempo, viveu também Jean-Martin Charcot). Sua casa era freqüentada por artistas renomados, como Mozart [foi na casa de Mesmer onde o jovem Mozart representou pela primeira vez, em 1678, sua ópera Bastião e Bastiana]. Com pouca necessidade de dinheiro, Mesmer nunca negou tratamento para o povo mais humilde.



    Inspirado nas teorias do jesuíta Maximilien Hell, professor e diretor do observatório da Universidade de Viena, além de um dos astrólogos da Corte de Maria Teresa, Hell começou a intentar curas por meio de ímãs*. Mesmer passou a usar o ímã em seus pacientes no intento de lhes provocar uma “maré artificial”. Sua teoria supunha a existência de uma influência dos planetas sobre o corpo humano, postulando que nossos corpos eram como magnetos com pólos, e os ímãs poderiam harmonizar o fluído magnético em volta de nós; o universo estava cheio de um fluido sutil, intermediário entre o homem e o cosmos, cuja má recepção seria responsável pela enfermidade, e a terapia deveria estar dirigida a canalizá-lo adequadamente para chegar à cura, por meio de crises. 



Em 1773, pela primeira vez aplicou o tratamento magnético ao atender a Srta. Franzl Oesterline, jovem da alta sociedade vienense que apresentava vômitos, sufocações e episódios de cegueira histérica. Algum tempo depois, observou que a imposição das mãos e passes em todo o corpo dos pacientes obtinham o mesmo resultado. Rapidamente passou deste “magnetismo mineral” a uma teoria geral que chamou de “magnetismo animal”. A partir daí a prática da “imposição das mãos” que passou a ser chamado de “toque terapêutico”. O sensacionalismo da imprensa ao espalhar a notícia de curas espetaculares em pacientes desenganados fez o resto.


    (*) Muitos autores, ao longo dos séculos, referiram-se aos poderes extraordinários dos ímãs. Os Magos do Oriente usavam-no para curar moléstias e os chineses e hindus usaram-no com o mesmo propósito. Alberto Magno, no século XIII, Paracelso, Don Helmart e Kercher também o empregaram, assim como o astrônomo e jesuíta Hell, em Viena, no fim do século XVIII. Também o conceituado médico britânico Dr. Reil empregou o ímã terapeuticamente. Riechenbach, em 1845, afirmou que algumas pessoas sensíveis tinham reações peculiares quando em contato com um ímã, relatando inclusive, que muitas diziam ver uma luz diferente.







    Em 1774 Mesmer começou a propagar a sua teoria do magnetismo animal que se resume no seguinte (segundo os 27 aforismos por ele  publicados em Paris, em  1776): A doença resulta da freqüência irregular dos fluidos astrais e a cura depende da regulagem adequada dos mesmos, com a ajuda de uma pessoa que tenha a habilidade de controlar esses fluidos, que existiria em todas as pessoas, e transmiti-los aos outros, utilizando a imposição das mãos (ou passes) a fim de que as ondas emanem da ponta dos dedos ou guiando a energia com uma varinha de ferro, de forma direta ou indireta (por meio de objetos magnetizados pelo seu contato) ao qual ele chamou de “magnetismo animal”, devido as suas características de fluxo e refluxo, atração e repulsão, semelhante ao magnetismo mineral. Ao entrar em contato com esse “fluido” o indivíduo entraria em “crise” (convulsões) – sem a qual não seria produzida a cura.



    Essas “crises” produziam, por vezes, a cura das doenças sem que fosse necessária a prescrição de remédios ao paciente (tais “crises” compreendiam na maioria dos casos convulsões caracterizadas por movimentos violentos e involuntários do corpo todo, constrição da garganta, palpitação e náuseas, os olhos envesgam e piscam constantemente, delírios, isto tudo é precedido ou seguido de um estado de languidez e fantasia, um tipo de abatimento ou sono – Na maioria das vezes o doente debatia-se, agitava-se violentamente, parecia, finalmente, desfalecer e entrar em calma, tendo os seus sintomas aliviados). 



Ele achava que, provocando as convulsões nos pacientes submetidos ao magnetismo, colocaria os fluidos do corpo em harmonia, banindo o mal [não nos esqueçamos que estamos falando de uma época em que era praxe médica prescrever-se sangrias em pacientes em estado grave de saúde com o auxílio de punhais – quase nunca esterelizados, ou de sanguessugas!]. Mesmer conseguiu curar um grande número de pessoas usando apenas o método que inventara, realizando várias cirurgias e anestesias sobre o sono mesmérico, desenvolvendo-se a partir daí a expressão Mesmerismo.

    Os primeiros procedimentos de Mesmer consistiam em colocar a pessoa em um aposento silencioso e debilmente iluminado, sentado de frente para ele, tomava-lhe ambas as mãos, estabelecendo tal contato por alguns minutos, depois direcionava, à distância, a palma de suas mãos ao peito do enfermo e as descia lentamente até o epigástrio, região onde se detia buscando uma imposição mais prolongada e enviar uma forte corrente magnética aos gânglios nervosos do plexo solar.

    A princípio, Mesmer produzia as “crises” por meio da imposição das mãos e de passes; posteriormente passou a tocava os pacientes com uma vara de metal “magnetizado” para provocar as convulsões terapêuticas quando ele percebeu que se podia curar os pacientes não somente com a imposição das mãos, mas igualmente provocando a oscilação de um pedaço de magnetita em seu corpo; aqui encontramos a origem do termo magnetizar, ainda usado atualmente.

    O trabalho de Mesmer teve grande repercussão no meio científico e acadêmico, embora tenha tido sucessos e fracassos em suas curas.

    Em 1777 Mozart pediu-o que tratasse de uma jovem de 18 anos, Maria Thereza Paradis, prodigiosa pianista afilhada da Imperatriz da Áustria, que também se chamava Maria Thereza. A srta. Paradis ficara cega por volta de seu 3o ano de vida, e vários médicos achavam que se tratava de uma “doença da mente” (histeria). Mesmer trata-a em sua residência, ficando esta submetida aos seus cuidados. Ela recuperou sua visão depois do tratamento, apesar de que estado aos cuidados do Dr. Von Stoerk, reconhecido como o melhor oculista da Europa, durante mais de dez anos sem melhoria.

 

    Os médicos de Viena, enciumados com o sucesso de Mesmer, começam a especular sobre uma possível existência de um romance entre médico e paciente. Falsos amigos dizem aos pais da jovem que agora que a menina está curada, a imperatriz deverá suspender a pensão de 200 ducados que esta recebe, ou que agora que a menina está curada, ninguém irá valorizá-la, pois seria apenas mais uma pianista, dentre tantos, e não mais uma pianista cega! 

 

A essa altura os pais de Paradis resolvem tira-la da casa de Mesmer, mas esta se nega a ir, provocando um escândalo entre seus pais e Mesmer. No meio da confusão, a pequena pianista é empurrada por sua mãe contra a parede, batendo a cabeça. A cegueira volta a se restabelecer!

    Não obstante as muitas curas bem sucedidas, a credibilidade de Mesmer estava abalada, e a Congregação Médica convida-o a abandonar suas práticas ou deixar Viena. Nesse mesmo ano (1777) teve que abandonar Viena.
    Em dezembro de 1775 qualquer leitor do Journal de Frankfurt poderia ler o seguinte: “... O Dr. Mesmer, famoso pelas curas magnéticas que realiza, chegou aqui a, curso de sua viagem a Viena. É sabido que pode produzir efeitos maravilhosos mediante forças magnéticas...”.

    Assim, Mesmer chegou a Paris em princípios de 1778, onde recebeu o apoio do médico do conde de Artois (futuro Carlos X), irmão de Luis XVI. onde sua fama espalhou-se rapidamente, tornando-se modo na aristocracia francesa. Quem quer que se preze, tinha de ser mesmerizado, e o “mesmerismo” assumia proporções mais espetaculares do quem em Viena.
    Em sua chegada em Paris ele procura evitar despertar o ciúme da profissão médica, pedindo ao corpo docente médico para testarem os métodos dele. Porém, nem a Academia de Ciências nem a Sociedade Real de Medicina concordaram em dar para os seus métodos uma tentativa.


    Estabeleceu-se no Place Vendôme e fez da sala principal de sua casa seu novo consultório, capaz de receber 130 pacientes por sessão. Chegou a atender a rainha Maria Antonieta, o legislador Montesquieu, os iluministas La Fayette e Benjamin Franklin, entre outros. O número de clientes chegou a extremos; foi tanta gente que queria consultá-lo que decidiu utilizar um sistema que permitiria atender a várias pessoas de uma só vez.

 Mesmer criou a chamada cuba mesmérica ou Braquet, que era uma tina larga e circular de madeira de carvalho (como uma banheira grande), cheia de limalha de ferro, sobre as quais repousavam garrafas d’água magnetizada. Da caixa, por orifícios, saiam hastes de ferro móveis que os doentes sentados em torno, aplicavam sobre a parte doente. 

Ao mesmo tempo, um músico situado num anexo próximo tocava músicas tranqüilizadoras no órgão. Por vezes, quem tocava era Wolfgang A. Mozart, seu companheiro de loja maçônica, que o inspirou do poder da música. 

Quer seja por sugestão 
ou por outro meio desconhecido, 
o fato é que as curas se faziam.


O Baquet de Mesmer

 

    Junto às tinas (baquet), havia um outro compartimento, com as paredes forradas em uma sala acolchoada guarnecida de almofadões, para onde eram transportados os pacientes em estado convulsivo. Ali, eles estrebuchavam à vontade, sem o perigo de se machucarem.



    Ao som de uma sineta, Mesmer entrava solenemente; desfilava com uma túnica de seda lilás, com uma varinha à mão e, diante de pacientes mais excitados, fitava-lhe firmemente os olhos, enquanto lhe segurava ambas as mãos. Infelizmente, Mesmer tinha uma fraqueza pelas exibições teatrais, e suas sessões de magnetismo tornaram-se espetáculos de um fanatismo delirante.

    Em torno do baquet cabiam 130 pessoas. Esse número renovava-se algumas vezes por dia. Compreende-se que sua casa tornara-se ponto de romaria constante. Mesmer teve de alugar um palácio e construir outros baquets. Para aqueles que não podiam pagar pela sua consulta, magnetizou algumas árvores num passeio público. Era um delírio e isso escandalizou a comunidade científica de sua época. Os médicos daquela época achavam que Mesmer estava fazendo concorrência desleal. Seu trabalho foi foco de muita atenção pelo meio científico.
    Publicou “Memória sobre a descoberta do Magnetismo Animal”, onde expunha seu método. Começou a surgir o movimento mesmerista.

    Com a ajuda de Luis XVI e Maria Antonieta, Mesmer instalou o Instituto Magnético e em 1783 fundou, com o jurista Bergasse e o economista Kornmann, a Sociedade da Harmonia. Assim, pode reunir 340.000 libras em um ano, chegando a receber uma pensão anual do Rei. Tanto êxito gerou suspeita e inveja... os inimigos de Mesmer pressionaram e persuadiram o rei Luis XVI, que, pessoalmente, fugia a qualquer responsabilidade, e este acabou interessando-se pela questão, em 1784 designou duas comissões para investigar o tratamento de Mesmer, compostas, aliás, das maiores sumidades da época, que reuniram os membros da Sociedade Real de Medicina (como maior ciência oficial da época), da Faculdade de Medicina e da Academia de Ciências, para levar a cabo uma investigação sobre o tal fluido. 

Foi o primeiro exemplo de uma comissão de sábios de disciplinas diversas encarregada pelo poder público de decidir sobre uma questão de ordem médica. Como membros desse memorável júri, figuravam: Antoine-Laurent Lavoisier (o criador da Química Moderna); Benjamin Franklin (o inventor do pára-raios, na ocasião embaixador americano em Paris); Bailly (astrônomo de renome); Antoine-Laurent de Jussieu (notável botânico) e um certo doutor Joseph-Ignace Guillotin, que inventaria mais tarde uma máquina que veio a ser usada nele mesmo e nos seus ex-colegas de comissão, os doutores Bailly e Lavoisier e no próprio Luiz XVI: a guilhotina. Uma petição dirigida por Mesmer, em data anterior, à Academia Francesa, no sentido de investigar-lhe o fenômeno, fora indeferido. Indignado com o indeferimento, Mesmer recusa a se submeter à prova dos citados cientistas. Estes se limitaram a presenciar as demonstrações realizadas por discípulos e assessores de Mesmer.

    Os componentes da comissão, após assistirem às demonstrações, constataram fenômenos extraordinários; pelo fato, porém, de não terem experimentado sensação alguma ao introduzirem as mãos na tina de água magnetizada, e de não haverem caído em transe quando submetidos à experiências, concluíram pela inexistência do “fluido magnético”. A Comissão Julgadora trabalhou realizando experimentos com diferentes materiais, concluindo a inexistência do magnetismo humano e afirmando que os resultados obtidos eram somente conseqüência da imaginação. Benjamin Frankilin “imantou uma vela” (que foi substituída por outra não imantada) e deu-a para um enfermo, as convulsões se manifestaram, até que Franklin revelou a todos a farsa. As conclusões desta comissão foram completamente negativas: O fluido magnético não existia e os efeitos observados eram “simplesmente fruto da ação da imaginação”.

 A comissão atribuiu à imaginação as curas magnéticas, porém nunca se preocuparam em perguntar a forma em que a imaginação pôde obter as curas, que foram, posteriormente, atribuídas à histeria coletiva. O relatório, embora declarando, a certa altura que “não há nada mais estranho do que o espetáculo dessas convulsões”, que “quem não viu, não pode sequer imaginá-las”, e que “Mesmer, com sua força magnética, os conserva subjugados” etc. encerra a questão decidindo pela nulidade do magnetismo. Não negavam os fatos, porém arrasavam Mesmer.


    Oficialmente desacreditado, foi acusado de charlatanismo e caiu em descrédito no meio científico. Em princípios de 1785 Mesmer abandonou a França, viajou para a Suíça e Alemanha e regressou para a Áustria, de onde foi expulso em 1793 por ser politicamente suspeito, vivendo sobre outro nome na Inglaterra, e voltando depois para a Áustria, onde, quarenta e cinco anos mais tarde, recebeu a notícia de que a Academia de Medicina o convidava a retornar a Paris, depois de apurar a veracidade do hipnotismo. Tão numerosos e tão espetaculares tinham sido as curas realizadas por ele em Paris que um grupo dos partidários do mesmerismo, encabeçados por um advogado de nome Bergasse, fundou o Colégio Magnético ao longo da França. Mesmer foi persuadido a voltar a Paris e assumir a liderança, com D'Eslon, da Sociedade de Harmonia, cuja sede era situada em um hotel comprado por Mesmer, especialmente convertido para o propósito. Era, todavia, demasiado tarde. 

Mesmer, já velho e cansado de lutar, declinou da honraria e preferiu passar o resto de seus dias, como o cientista probo que sempre fora, porém, simples médico de aldeia, aliviando de seus males os pobres camponeses. Mesmer morreu no dia 5 de março de 1815, e foi enterrado em Meersburg, um monumento foi erguida à memória dele pelos seus admiradores e discípulos em Berlim. Teve, contudo, a satisfação de ver, em vida, as suas idéias propagadas por todos os cantos do mundo. Suas teorias receberam o nome de “Mesmerismo” e subdividiu-se em várias escolas, que atingiram grande esplendor.

 

    Mesmo após sua morte, Mesmer continuou a influir no mundo ocidental, por meio de suas idéias; sua descoberta chamou a atenção de vários pesquisadores e cientistas, e suas teorias e métodos continuaram a ser empregados por seus seguidores e os seus inúmeros discípulos (chamados “mesmeristas’ ou “magnetizadores”) e admiradores continuaram a sua obra. Após a partida de Mesmer de Paris, grupos de entusiastas formavam sociedades “de harmonia” para estudar o fenômeno do mesmerismo.
 Li-Sol-30
 Fontes:
 Wikipédia
http://sociedademarianunes. 
 The Rosicrucian Fellowship
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Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

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