quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MOZART - Missa da Coroação K.317

 
Missa da Coroação K.317 
Wolfgang Amadeus Mozart 

Mozart: Missa in C, K.317 "KYRIE"3:15

Wolfgang Amadeus Mozart.

por rufusmucci
Credo da Missa da Coroação, de Mozart - K. 317, com legendas ...7:32

Credo da Missa da Coroação, de Mozart, uma de minhas missas preferidas, com legendas em português. É o Credo Niceno-Constantinopolitano, 
  

MISSA DA COROAÇÃO (K.317)


As Missas e as Matinas que Mozart escreveu durante sua estada em Salzburgo podem se descritas como produção de seu “pão de cada dia” . Durante  esse período ele trabalhou como o arcebispo da cidade como organista da corte e da igreja. Várias obras podem ser destacadas desse momento, época em que ele contava com apenas 23 anos, como: “Vesperae de Domenica” (K.321); Vesperae Solemnis” (K.337) e a “Missa da Coroação” (K.317).

A Missa da coroação foi composta em março de 1779. A origem e o sentido do título desta obra não foi inteiramente esclarecido, mas a explicação mais provável é a da suposta cerimônia de coroação de uma imagem miraculosa da Virgem Maria, numa localidade próxima a Sazlburgo celebrada desde 1751. A Missa aqui, inteiramente musicada se desenvolve como o “Ordinário da Missa” do qual são contidas as partes: Kyrie, Glória, Credo, Sanctus - Benedictus e Agnus Dei. O primeiro movimento é escrito em grego e os demais em latim.

O Kyrie se compõe de três seções recapitulatórias, sendo que a primeira e a terceira partes são executadas pelo conjunto vocal e orquetra, como um esqueleto estrutural onde são realizados acordes puramente homofônicos interligados com ritmo pontuado pela orquestra. Na segunda seção um bela melodia, típica de Mozart, é exposta pelos solistas num andamento mais rápido, que reaparecerá no final da obra.

O Gloria, uma das duas partes ricas em texto, se projeta com um material musical complexo e diversificado, formando ainda uma simples progressão unificada, assegurada pelos elementos da forma sonata. O Coro se apresenta por quase todo o movimento intercalado por pequenas inserções dos solistas. O elemento de ligadura por todo o movimento é a célula rítmica representada na palavra “gloria” ( __ ) .

Não se pode falarde uma tema principal, mas de uma seção-temática pelos quais aparecem diferentes tipos de material temático: As três subdivisões se apresentam na seguinte maneira: 1 na abertura do movimento com a palavra “Glória” ; 2 com as palavras “Qui tollis pecdata mundi”; e a 3 (recapitulação) com as palavras “Quoniam tu solus Sanctus”.

O Credo, o movimento mais complexo que também é muito rico em texto, revela formas sinfônicas que refletem elementos básicos de ambas as formas sonatas e rondó. O material musical principal se apresenta mais nos instrumentos do que nas vozes sendo marcado em ascendentes e descendentes.

O movimento como um todo é delineado em cinco seções claramente definidas, A 1o delas é, em si mesmas, apresentada na forma sonata completa com exposição, desenvolvimento e recapitulação, terminando com as palavras “Descendit de coelis”; a 2 parte começa na mudança de andamento (adagio), onde os solistas aparecem pela primeira vez declamando o texto homofônicamente estruturado na forma de acordes. Mozart consegue, aqui, maior intensidade dramática refletindo com grande exatidão a mensagem do texto; A 3 parte se apresenta na recapitulação do primeiro tema com as palavras “et ressurexit”, onde o andamento rápido e retomado; A 4 parte se apresenta como uma quebra da forma sonata, em primeiro plano. como interlúdio inserido na recapitulação apresentanda pelos solistas ( “Et in Spiritum Sanctum” ) em um andamento um pouco mais lento; A 5 parte se desenvolve com as palavras “Et unam sanctam catholicam”, onde a recapitulação é retomada seguida por uma “coda”.

O Sanctus segue uma estrutura tradicional com um início majestoso, pleno de sonoridade, e lento, seguido de uma seção rápida e alegre (Osana) com uma construção homofônica onde a idéia básica aparece algumas vezes em preparação para a próxima seção. O Benedictus tem uma estrutura melódica lírica construída para os solistas que termina na tonalidade da dominante, possibilitando assim a volta do tema rápido e jocoso do Osana. Há uma segunda inserção curta do Benedictus com os solistas em preparação para um terceiro Osana com desfecho final recapitulando sua primeira apresentação.

O Agnus Dei tem duas seções com temas e tonalidades diferentes. A primeira é uma ária belíssima para o soprano solo em Fá maior que contém elementos melódicos da ária da Condessa em Dó Maior em “Le Nozze di Figaro”. No final da ária ocorre uma modulação para Dó Maior em preparação para a entrada final do coro trazendo de volta o tema do Kyrie com uma roupagem nova nas palavras “Dona Nobis Pacem”.

DR. DAVID JUNKER
- obra completa
- Kyrie

Após a segunda viagem a Paris (1779), Wolfgang Amadeus Mozart retornou a Salzburg, onde reassumiu a função de organista oficial da igreja e da corte arquiepiscopal de Hyeronimus von Colloredo. Conforme exigiam suas funções, compôs, entre 1779 e 1782, diversas obras sacras, entre elas a Missa da Coroação, que apresenta um quarteto solista, quatro trompas, oboés, fagotes, trompetes, trombones, tímpanos e cordas. 
O “Gloria” é um trecho bastante complexo, comportando variegados elementos, numa composição magistral de uma seqüência unitária, e com três matérias musicais inteiramente diferentes. 


 
http://vsites.unb.br/coral/index2.php?action=ver_obra&id=19

  
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