Terra de Minas - Santuário do Caraça - Catas Altas 9 min.
Santuário do Caraça
Santuário do Caraça - 17 min.
Peregrinacao
Como Centro de Peregrinação, o Santuário do Caraça mantém sua tradição espiritual, remontando ao Irmão Lourenço que aqui fundou uma casa para a conversão e para a mudança de vida. Estar no Caraça é continuar fazendo o que multidões fizeram no correr dos séculos: subir a Serra para um encontro com Deus!
Tal encontro pode ser tematizado como um encontro no horizonte cristão-católico, inclusive a partir das Celebrações Eucarísticas, do Sacramento da Reconciliação, da Direção Espiritual e do Aconselhamento, ou como um encontro com o Deus Criador, que se expõe na beleza de sua Criação e na maravilhosa harmonia existente no silêncio e no dia-a-dia caracense.
Ademais, o Caraça pode ser buscado como espaço privilegiado de mudança de rumos, lugar para se repensar a vida, revalorar a existência, repensar conceitos e hábitos, redimensionar atitudes e programas existenciais.
Também para reestreitar laços perdidos, aprofundar o amor familiar e a bênção da convivência, ampliar laços fraternos e afetivos.
Tudo isso é Caraça, tudo isso é Peregrinação! Adentrar o Caraça, certamente, pode mudar sua vida! Não deixe de fazer esta experiência!
Primórdio do Caraça
A PRÉ-HISTÓRIA DO SANTUÁRIO DO CARAÇA
Um garimpo
A primeira notícia que se tem do Caraça data de 1708, quando aparece em um mapa da Província de Minas. Em 1716, num registro histórico, aparece o Arraial do Inficionado do Caraça. Vestígios na região do Tanque Grande e dos Pinheiros apontam para a existência de antigos garimpos, provavelmente do século XVIII.
O nome Caraça : Existem duas hipóteses:
O nome Caraça : Existem duas hipóteses:
Foto 1. Perfil do rosto do gigante, para explicar o nome Caraça
1. Caraça seria o formato de um rosto humano na Serra do Espinhaço: é explicação corrente no tempo do Colégio e comentada por Dom Pedro II, em seu diário (11-13 de abril de 1881). O que pesa contra esta explicação é o fato do Caraça ter sido sempre citado no masculino e nunca no feminino (Serra da Caraça), como deveria ser já que caraça, compreendido como cara grande é palavra feminina.
2. Caraça seria o grande desfiladeiro existente na Serra do Espinhaço nesta região: explicação dada por Auguste de Saint-Hilaire (1816) e acolhida por José Ferreira Carrato, em sua tese de doutorado sobre o Caraça (As Minas Gerais e os Primórdios do Caraça), publicada em 1963. Caraça, em tupi-guarani, significa desfiladeiro ou bocaina, como hoje é chamado o portentoso vale entre os Picos do Sol e do Inficionado.
Irmão Lourenço de Nossa Senhora
Por volta de 1770, a sesmaria do Caraça foi comprada pelo Irmão Lourenço de Nossa Senhora, que logo começou a construir um hospício (casa de hospedagem) para romeiros e uma capela barroca, dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens, devoção mariana tipicamente portuguesa.
Muitas dúvidas e lendas giram em torno da histórica, mas enigmática figura do Irmão Lourenço. No entanto, sua vida no Santuário do Caraça é bem documentada e conhecida. As dúvidas pairam sobre seu passado, antes de chegar à Serra do Caraça.
Estudos e hipóteses apontam para Carlos Mendonça Távora, um nobre português que, depois de um atentado contra Dom José I, rei de Portugal, foi perseguido pelo Marquês de Pombal. Os Távoras, longe de serem criminosos, cometeram esse atentado por não aceitarem as atitudes do rei contra uma mulher da família. Onze nobres da família foram queimados em praça pública, em Portugal, outro apenas em efígie, por ter fugido.
Este fugitivo seria Carlos Mendonça Távora, que, por volta de 1760, está no Arraial do Tejuco (hoje Diamantina-MG) trabalhando na mineração. Chegando pobre ao Tejuco, faz-se membro da Ordem Terceira de São Francisco e, assim, consegue status social e proximidade com os principais homens do lugar, especialmente com o Contratador João Fernandes de Oliveira, marido de Xica da Silva, cuja fortuna talvez fosse maior do que a de Dom José I, em Portugal.
Sob novas acusações contra a política tributária do Arraial do Tejuco e o desejo da Corte de assumir por própria conta a mineração, o que se deu com a criação da Real Extração do Diamante, o Irmão Lourenço novamente precisa se retirar.
Independente da exatidão de tais informações e das vertentes que essa história pode ter, o fato é que em 1768 -1770 o Irmão Lourenço de Nossa Senhora compra a sesmaria do Caraça e aqui se instala, no mais vivo desejo de se converter e devotar sua vida à obra de Deus e à divulgação do Santuário do Caraça como lugar de retomada da vida à luz do projeto de Deus, sob a proteção de Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Dedicando-se à vida penitente e ao atendimento dos peregrinos, mais tarde acompanhado de outros ermitães penitentes, o Irmão Lourenço cria, em Minas Gerais, um foco de atração para Deus, em meio ao tumulto minerador, e um centro de conversão, oferecendo ao povo uma alternativa à loucura do século. Com o desenvolvimento de seu Santuário, funda a Irmandade de Nossa Senhora Mãe dos Homens (1791-1885) e, com a ajuda de seus membros, que chegaram ao longo do século ao número de 23.226, e às esmolas conseguidas em peregrinações por toda a Província, vai melhorando as instalações do Caraça e enriquecendo sua igreja e sua hospedaria.
Com a idade avançando e as dificuldades enfrentadas para a continuidade de sua obra, o Irmão Lourenço resolve fazer a doação das terras e do Santuário à Fazenda Real, a fim de que a Coroa Portuguesa conseguisse Padres que dessem continuidade ao centro de romaria e missão e, sendo possível, fundassem uma casa para educação de meninos. Foram feitos três requerimentos: o primeiro em 1806 e os dois últimos em 1810, todos sem resposta positiva.
No dia 27 de outubro de 1819, com cerca de 96 anos, o Irmão Lourenço faleceu, sem ver os Padres tomando posse de sua Ermida. No entanto, o velho penitente morreu consolado, pois, segundo os relatos do vigário de Catas Altas, que atendeu nos últimos momentos de vida o santo fundador do Caraça, Nossa Senhora teria se manifestado a ele dizendo que podia morrer em paz, pois Deus não abandonaria a obra do Caraça. Isso, de fato, se provaria com o envio de Missionários para dar continuidade à obra do Santuário.
Ermida do Irmão Lourenço
Ermida
A construção inicial do Irmão Lourenço de Nossa Senhora não foi a igreja neogótica que hoje pode ser visitada e contemplada no Santuário do Caraça. Construída no final do século XVIII, sua igreja era, na verdade, uma Ermida, uma pequena capela barroca para uso dos ermitães e dos peregrinos que já subiam a Serra do Caraça em seu tempo.
Principais Datas
1774 : Construção de uma pequena capela de madeira, onde, no dia 10 de agosto, dia de São Lourenço, rezou-se uma Missa para romeiros e operários.
1775 : marco da construção da Ermida de Nossa Senhora Mãe dos Homens, utilizada até 1876, quando foi desmanchada para a construção da atual igreja.
1779 : a 16 de janeiro, chega de Mariana a licença para a bênção da Ermida, que só ocorreu no dia 2 de março de 1789.
Descrição da Ermida e do Hospício de Nossa Senhora Mãe dos Homens
De cada lado da Ermida havia uma construção de dois andares, com seis janelas cada uma, para a hospedagem de religiosos e romeiros. Em torno da capela, havia um corredor em forma de ferradura, com altares representando alguns passos da Paixão de Nosso Senhor. Do lado esquerdo, havia o claustro, com uma pequena torre e seu sino. Em frente à Ermida, havia um adro, cercado por balaústres e uma escada de 18 degraus. A entrada da Ermida tinha dois pilares que sustentavam a tribuna, onde ficava um antigo órgão.
Os mais belos altares da Ermida ficavam bem próximos à porta principal, um voltado para o outro. À esquerda, ficava o corpo de São Pio Mártir, e à direita, imagens representando episódios da Paixão. Ambos os altares foram dourados pelo Mestre Ataíde, assim como os dois púlpitos.
A pequena Ermida, que ia até mais ou menos a terceira coluna da atual igreja, comportava, no máximo, 100 pessoas, de acordo com a descrição do botânico Auguste de Saint-Hilaire, que estve no Caraça em 1816.
A Ceia de Manoel da Costa Ataíde - 1828
A CEIA de Mestre Ataíde
Manuel da Costa Ataíde, Mestre Ataíde, nasceu em Mariana (18/10/1762), MG e foi conteporâneo das artes de Aleijadinho.
Ingressou na carreira militar, pai de quatro filhos, nunca se casou.
O poeta Carlos Drummond de Andrade,em sua obra, homenageou assim o trabalho da dupla de artistas. "Alferes de milícias Manoel da Costa Athaíde: eu, paisano, bato continência em vossa admiração. (...) Encontro-vos sempre caminhando mano a mano com o mestre mais velho”.
Pintor, dourador, encarnador, entalhador, músico, Mestre Ataíde é considerado mundialmente como importante artista do barroco mineiro.
Uma das características da sua expressão artística era o emprego de cores vivas, principalmente o azul, a sua preferida. Em seus desenhos, os anjos, as madonas e os santos apresentam traços de povos africanos.
No século XIX, em 1818, requereu a Dom João VI a criação de uma escola de belas artes em Mariana. Seu pedido fora negado e a instituição instalada no Rio de Janeiro, hoje atual Escola Nacional de Belas Artes. Em 1821, recebeu atestado de professor das "artes da arquitetura e da pintura".
Dentre os vários trabalhos realizados nas igrejas barrocas mineiras há uma tela – tida como a única pintada por ele, sobre cavaletes – a “Ceia”. Esta obra, até hoje, cabe perplexidade em quem a visita. Esta tela se encontra no Caraça, em Catas Altas, MG.
Antes do incêndio ocorrido em 1968, a tela ficava no salão nobre do Colégio do Caraça. Salva pelos alunos e alguns padres – juntamente com alguns exemplares de livros - a tela fora para o refeitório. Após o fechamento do Seminário, passou a ser abrigada na Igreja. Encontra-se nos registros da biblioteca local, documentos que asseguram a veracidade da pintura atribuída ao Mestre Ataíde, como transcrevo:
“O Alferes Manoel da Costa Ataíde, branco, solteiro, morador na Cidade Mariana que vive da arte de sua Arte da pintura, de idade de sessenta annos testemunha … Ao quarto disse elle testemunha esteve hum anno pouco mais ou menos empregado nas obras de pintura e douramento da Capella de Nossa Senhora Mai dos Homens e a Serra do Caraça por ajuste que tinha feito com o falecido Irmão Lourenço fundador da mesma Capella em quem reconhece sempre muita virtude, confiança e verdade...”
O irmão Lourenço foi o fundador e quem administrava o seminário. Em sua homenagem, o “Mestre” pintou seu rosto, em óleo, e essa tela ainda se econtra lá, no Caraça.
Na “Última Ceia”, tela pintada por “Leonardo Da Vinci”, na Renascensa, enquanto Cristo benzia o pão e o vinho, dentre os doze apóstolos, alguns olhavam-no e outros, entreolhavam-se. Já na pintura do Mestre Ataíde, algumas personagens roubaram a cena, pois, além de Cristo e dos Apóstolos, estão presentes na cena mais cinco pessoas.
À esquerda da tela, uma servidora à frente de um casal adentra o recinto carregando uma travessa com pães. Nota-se que ela é tocada no ombro pelo senhor e ela então o retribui com um certo “affair” no olhar.
À direita, dois servidores, abruptamente também adentram a sala e, um deles, porta um pote de bebida.
Na frente, assentado, Judas, delator de Cristo, segura um saco de dinheiro (que ganhou por trair Jesus?) olha fixamente para fora como quem estava mais interessado em saber a saída para o Jardim das Oliveiras que ficar no ambiente. Outros apóstolos mais, olham somente para uma suposta porta.
Irreverência do Mestre Ataíde? Homem religioso que pertenceu a dez congregações católicas! Retratou, fielmente, uma outra tela com essas informações? Como saber, não é? De qualquer forma uma bela leitura semiótica.
Por sobre a mesa, pintada por Ataíde, há restos nos pratos e talheres, também.
A tela traz a assinatura do mestre “Ataíde feita em 1828”.
Manuel da Costa Ataíde morreu em Mariana, em 1837.
P.S. Aos amigos recantistas interessados, passe-me um email que o retornarei com uma foto desta tela.
http://www.recantodasletras.com.br/contos/4030677
Museu Sacro
1. Retábulo (Altar)
Móvel religioso de madeira, da segunda metade do século XVIII.
Fragmento de retábulo composto por frontal de altar em forma de urna, abaulado, decorado com frisos e rocalhas nos ângulos; ao centro, tarja “rocaille” cordiforme, ornada com frisos e volutas. Frente de banqueta moldurada, decorada com rocalhas e volutas nas extremidades e concheado com frisos ao centro. Dois fragmentos de socos abaulados com talha rocaille; dois fragmentos de quartelões e renda, de boca de tribuna com decoração em concheados; arco moldurado.
2. Púlpito
Móvel religioso de madeira, da segunda metade do século XVIII. Douramento de Manuel da Cta Ataíde.
Púlpito polifacetado, com base composta de friso reto seguido de friso côncavo largo, branco, friso meia-cana e frisos escalonados. Bacia abaulada com faces molduradas por faixa reentrante. Painel central apresentando decoração em alto relevo de rocalha vazada, ocre. Este é ladeado por painéis mais estreitos, decorados com relevos de acanto, rocalhas e angras. Painel da extremidade esquerda largo, observando-se relevo de rocalha vazada, partida ao meio. O da direita teve sua face cortada para encaixe de escada lateral. Todos os painéis apresentam recortes superiores em forma de taça e recortes inferiores em semicírculo. Parapeito composto de frisos escalonados, friso meia-cana, frisos côncavos e frisos estreitos. Pintura de fundo verde escuro.
3. Púlpito
Móvel religioso de madeira, da segunda metade do século XVIII. Douramento de Manuel da Costa Ataíde.
Púlpito polifacetado, com base composta de friso reto seguido de friso côncavo largo em marmorizado azul e branco, friso meia-cana e frisos escalonados, marmorizados. Bacia abaulada com faces molduradas por faixa dourada e friso reentrante. Painel central apresentando decoração em relevo dourado de rocalha vazada. Este é ladeado por painéis mais estreitos, decorados com relevos de acanto, rocalha e angras. Painéis das extremidades largos, observando-se relevo dourado de rocalha vazada, partida ao meio. Todos os painéis apresentam recortes inferiores em semicírculo. Parapeito composto de frisos escalonados, friso meia-cana, frisos côncavos marmorizados azul e branco e friso estreito. Relevos e frisos dourados sobre pintura em fundo branco.
4. Bengala
Bengala de uso pessoal do Irmão Lourenço de Nossa Senhora, Fundador do Santuário do Caraça, de jacarandá, do início do século XIX.
5. Crucifixo
Crucifixo do século XVIII.
Cruz de traves retas em madeira preta, com bordas frisadas. Apresenta três ponteiras de prata decorada por angras e folhas de acanto que envolvem uma concha com arremate em frisos em “S” e folhas. Título em forma de cartela em rolada, com pontas recortadas em ângulo e inscrição em letras de imprensa. Na parte inferior da cruz, observa-se relicário quadrilobulado, com bordas em “C”, contendo círculo delimitado por friso perolado com vedação em vidro e lacre vermelho com relíquia. Inscrições nas laterais e parte inferior. Ponteira inferior em chapa com frisos. Peanha de cinco faces com parte inferior moldurada e frisada em escócia. Parte central abaulada com arestas marcadas; parte superior também em escócia com friso e arremate pentagonal. Cristo morto sobre a cruz tem os olhos fechados. A cabeça se acha pendida sobre o ombro direito. Os cabelos longos caem em mechas. Tem barba curta, partida ao meio e bigodes saindo das narinas. Braços em “Y”, mãos cravadas, abertas. Tronco cheio com cintura estreita, marcada, ventre contraído, com costelas em ogivas. Quadris largos envolvidos por perizônio branco, atado por corda dupla, caído com ponta à direita. Pernas magras, levemente flexionadas. Pé direito sobre pé esquerdo preso à cruz por cravos de prata. Carnação rosa-claro com chagas e estrias vermelhas. Na junção das traves observam-se raios. Há no verso um selo de lacre com armas de um bispo e inscrição ilegível.
6. Documento de autenticação da Relíquia de São Pio Mártir, firmado em Roma, no dia 9 de junho de 1792.
7. Anjo da primitiva Ermida do Irmão Lourenço
Anjo de madeira, do século XVIII.
Figura de menino nu, corpo meio inclinado de perfil, cabeça voltada para a esquerda. Cabelos em mechas grossas penteados para trás, com mecha caindo sobre a fronte. Braços quebrados, pernas grossas flexionadas para trás. Pés descalços em diagonal, com dobras adiposas na articulação. Tem uma faixa de pano azul com flores vermelhas de miolo dourado, pendendo do ombro direito e cobrindo o sexo. Carnação rosa com carmim nas faces. Parte posterior sem pintura.
8. Imagem de Santo Estevão
Imagem de madeira, da segunda metade do século XVIII.
Figura masculina, jovem, de pé, posição frontal. Cabeça levemente inclinada para a esquerda, olhar direcionado para cima. Rosto redondo, sobrancelhas arqueadas, nariz afilado, boca entreaberta deixando aparentes os dentes superiores e a língua. Cabelos curtos, ondulados, com franja cobrindo parte da testa. Braço direito flexionado para a frente com manípulo pendente vermelho composto de bordas, franjas e cruz douradas. Apresenta detalhes em pastiglio com trabalho em losangos e punção na cruz; perda da mão. Pernas retas, mostrando apenas a ponta do pé esquerdo, calçado com sapato preto com pontos dourados. Veste dalmática vermelha, ornamentada com ramagem de folhas em esgrafito, filetes curvos, acantos e elementos fitomorfos, bordado dourado em punção, formando losangos e pontilhados; gola arrematada por punção e pontos; nas costas, pende de cada lado, cordão dourado saindo dos ombros, com três borlas cada um. Alva de fundo escuro presa por cíngulo dourado com borla. Sotaina dourada com barra trabalhada com punção em curvas e pontos intercalados. Peanha em forma de monte rochoso com pedras salientes; base recortada em curvas, vermelha com mancha amarelas; bordas frisadas.
9. Imagem de São Lourenço
Imagem de madeira, da segunda metade do século XVIII.
Figura masculina, jovem, de pé, posição frontal. Cabeça erguida, olhar direcionado para a frente. Cabelos curtos em mechas sinuosas, tonsura no alto da cabeça. Rosto oval, olhos amendoados, nariz afilado, boca pequena. Braço direito flexionado em ângulo reto, mão de segurar; perda dos dedos. Braço esquerdo estendido para o lado, mão de segurar. Perna direita levemente flexionada, perna esquerda reta, pés em ângulo. Veste alva branca e dourada, rendilhada e com estrias, presa por cíngulo dourado com borlas, de barrado preto com rendilhado branco em xadrez e flores. Dalmática vermelha com flores douradas e escamado, barrada em pastiglio de flores, folhas e círculos com bordas onduladas; dois cordões com borlas caindo nas costas. Manípulo vermelho com escamado e franjas douradas com cruz ao centro, sobre o braço esquerdo. No peito, relicário de metal com vidro contendo relíquia do Santo. Calça sapatos pretos com pontos dourados. Carnação rosa. Peanha retangular com quinas chanfradas; parte superior côncava; cartela central branca com contorno dourado, contendo inscrição em preto.
10. Imagem do Santo Bispo
Imagem de madeira, da segunda metade do século XVIII.
Figura masculina, meia-idade, de pé em posição frontal. Cabeça erguida, levemente inclinada à sua direita. Cabelos curtos em mechas, saindo por baixo da mitra que lhe cobre a cabeça. Olhar direcionado para baixo, boca entreaberta com dentes aparentes. Nariz afilado, queixo em montículo. Braços flexionados à frente, mãos de segurar vestidas com luvas vermelhas. Perna direita reta, esquerda levemente flexionada e adiantada. Pés distanciados e desencontrados, com sapatos pretos de fivela com círculos dourados. Veste sotaina branca decorada com estrias douradas, barras em folhas de acanto enroladas e faixa puncionada dourada, abotoada na frente. Roquete branco. Peregrineta cinza-claro com estrias douradas, barra em folhas de acanto e faixa puncionada abotoada na frente com capuz caindo nas costas. Estola vermelha decorada com estrias, flores, cruz e franjas douradas, com cordão e borla nas costas. Cruz peitoral dourada pendente de cordão escuro. Mitra cinza-claro com folhas, flores, aletas, estrias e faixas douradas. Peanha quadrada com quinas chanfradas, moldurada e pintada em faiscado azul com frisos dourados.
11. Imagem de São José de Botas
Imagem de madeira, da segunda metade do século XVIII.
Figura masculina, meia-idade, de pé, posição frontal. Cabeça ligeiramente voltada para a esquerda e inclinada para baixo. Cabelos castanhos, ondulados. Barba e bigode vastos. Sobrancelhas arqueadas, nariz afilado, maçãs rosadas, lábios cerrados. Braços flexionados para a frente, mão esquerda segurando um manto, onde havia um Menino Jesus. Perda da mão direita. Perna esquerda reta, perna direita levemente flexionada. Pés em ângulo, calçados com botas. Veste túnica em brocado verde com gola e punhos vermelhos, cingida por cinto largo torsal preto; barrado em relevos fitomorfos, pendendo do ombro esquerdo pelas costas, trespassando na parte da frente. Base marmorizada em azul, quadrifacetada; parte superior chanfrada e frisada; parte inferior côncava, centrada em motivos fitomorfos em forma de cartela.
12. Imagem de Santa Rita de Cássia
Imagem de pedra-sabão, do século XVIII-XIX.
Figura feminina, jovem, de pé, cabeça inclinada para a esquerda, olhar direcionado para a frente. Rosto arredondado, olhos separados, sobrancelhas altas, narinas largas, lábios finos. Braço direito flexionado até a altura da cintura, carregando uma grande palma e três coroas unidas, com bordas superiores recortadas em curvas. Braço esquerda estendido para a frente. Pernas separadas, pés em ângulo, pé direito voltado para a frente, pé esquerdo bem recuado, sapatos fechados, com bico arrebitados. Veste hábito longo, com cintura alta, atada por correia que passa por uma fivela e cai abaixo do joelho; mangas largas nas extremidades. Coifa na cabeça, deixando ver as marcas das mechas do cabelo, com acabamento em enrolamento contornando o rosto. Traz o véu curto, com ponta elevada sobre o ombro esquerdo e capa fechada à frente, passando sobre os braços e caindo pelas laterais e costas, até a altura do joelho, aproximadamente. Base retangular com dois ângulos frontais chanfrados e título entalhado: “S Rita de C”.
13. Santo de Roca
Imagem de madeira do século XIX.
Figura feminina (?), jovem, de pé, em posição frontal. Cabeça levemente voltada para sua esquerda, olhar direcionado naquela direção. Cabelos curtos em estrias, com tonsura. Braços articulados com mão direita de segurar e esquerda aberta; antebraços esculpidos e encarnados. Tronco semi-esculpido com carnação até o meio; alargamento abaixo da cintura. Parte inferior em arcabouço composto por quatro ripas verticais fixadas com leve inclinação. Base ovalada com parte fronteira dos pés encaixados e calçados com sandálias de tiras. Peanha retangular moldurada com quinas chanfradas, pintada de vermelho.
14. Imagem de Santo Antônio
Imagem de madeira, do século XIX.
Figura masculina, jovem, de pé, posição frontal. Cabeça erguida, olhos grandes com olhar direcionado à frente, nariz reto, boca recortada. Cabelos curtos com tonsura monacal. Orelhas distanciadas do crânio. Braço direito flexionado em ângulo reto, mão de segurar. Braço esquerdo flexionado, mão apoiando livro vermelho e dourado, onde se assenta o Menino Jesus. Perna direita ligeiramente flexionada; esquerda reta. Pés calçados com sandálias de tira preta. Veste hábito castanho escuro. Túnica de barra dourada; padronagem em rosas e estrias douradas. Sobretúnica castanho escuro, de barras douradas; mangas em ponta. Murça com parte posterior em ângulo e capuz às costas. Padronagem dourada em rosas e círculos dourados. Cordão duplo na cintura, cor prata, com três nós, borla e fivela dourada. Menino Jesus sentado; cabeça erguida, cabelos com estrias castanhos. Braço direito apoiando um globo azul. Perna direita flexionada abaixo; perna esquerda flexionada sobre o livro. Veste túnica branca e dourada cintada, com faixa, dois círculos e babado na gola. Peanha quadrada, moldurada, com quinas chanfradas, marmoreado rosa, com filetes dourados e faixa azul.
15. Quarto de Santo Antônio
Miniatura de madeira, tecido e palha, da segunda metade do século XVIII.
Caixa de madeira retangular, com a frente aberta, envidraçada, emoldurada, com quatro pés torneados em bolacha, pintados de preto. Em seu interior está representado um cômodo de residência, com paredes pintadas em branco, forro branco decorado por rocalha ao centro e elementos “C” nos ângulos. Ao fundo, vê-se duas estantes em vermelho e dourado, expondo livros com lombadas vermelhas, pretas e douradas, com iniciais. Na prateleira superior há um vaso à direita e dois à esquerda; na prateleira inferior vê-se vasilhas diversas e frutas. Ao centro, entre as estantes, distingue-se um retábulo estruturado por mísulas, pilastras e colunas torsas, com coroamento em arquivoltas concêntricas, numa extensão das pilastras e colunas. O arremate do altar é em sanefa curva vermelha fixada no teto.
O sacrário é facetado, apainelado e dourado. A renda da tribuna é também dourada. O camarim azul com estrelas douradas abriga Nossa Senhora da Conceição sobre o globo e duas jarras com palmas. A mesa do altar apresenta frontal com pano amarelo onde se vê o monograma “M”, em papel dourado, sobre frisos dourados. A toalha da mesa é branca rendada, nela estando dispostos dois castiçais de prata com velas e duas jarras de prata, contendo palmas. Na lateral esquerda, próximo à mesa, aparece Santo Antônio, de joelhos. Este tem a cabeça inclinada para a direita, cabelos castanhos com tonsura e resplendor de prata. Veste hábito escuro, tem os braços flexionados e as mãos abertas. À sua frente há um tapete xadrez verde e vermelho, uma lâmpada de azeite (em prata) e uma campainha dourada. À direita, pendendo do teto, aparece o Menino Jesus, nu, sobre nuvens, com os braços abertos. Ainda à direita, no chão há uma mesa quadrada, de pernas curvas vermelhas, com toalha de damasco verde, onde está exposto um atril com livro manuscrito aberto. Ao lado da mesa vê-se uma cadeira com braços em volutas, pernas torneadas, assento e espaldar de couro preto e dourado.
No chão, à frente da mesa, há uma pequena coluna torneada, encimada por globo e cruz dourados e uma campainha cor de bronze; ao fundo, sob a estante vê-se um baú de couro com pontilhados dourados. Na parte lateral direita, distingue-se um cabideiro vermelho, com duas travessas, uma batina parda, uma toalha de renda branca, um cíngulo, um brasão com coração, um chapéu e um chibata. Ainda na mesma parede vê-se três quadros com molduras em vermelho e dourado, com gravuras de Nossa Senhora, São Francisco e Santo Tomás de Aquino. À esquerda, aparece um catre de pernas quadradas, com ponteiras piramidais douradas e cabeceira recortada, pintada de vermelho com ramos dourados. Está coberto por esteira de palha e tem dois travesseiros com forros vermelhos e rendas brancas. Sob o catre há uma bacia de madeira e um urinol de prata. Aos pés da cama vê-se um par de tamancos e um baú na cabeceira. Na parede lateral esquerda aparece uma chibata de capim e linha, um dossel frisado com lambrequins vermelhos e dourados, cortinado de veludo vermelho e um quadro com moldura também vermelha contendo gravura de um santo não identificado.
16. Pia Batismal
Móvel religioso de pedra-sabão, de 1824.
Pia batismal composta de coluna em base circular torneada e frisada; fuste abaulado, arrematado superiormente por friso. Bacia circular em meia-esfera, decorada por gomos sulcados e frisos na borda. Interior liso.
17. Crucifixo
Imagem de madeira, da segunda metade do século XVIII.
Crucifixo com cruz em forma de tronco estriado e desgalhado; pontas vermelhas, fundo verde. Base em forma de monte semicircular, verde, com rochas irregulares, na cor vermelha, com estrias pretas. Título em fl6amula de prata com a inscrição “J N R I”, em letra de imprensa; resplendor losangular centrado por flor. Cristo jacente; olhos fechados; cabeça pendendo à direita; cabelos longos em estrias finas formando mechas; barba e bigodes em mechas. Braços em “Y”, mãos cravadas. Dorso volumoso com a ossatura marcada; corte sangrando à direita. Veste perizônio branco atado por cordão duplo, com ponta caindo à direita. Pernas ligeiramente flexionadas; pé direito cravado sobre o esquerdo; carnação rosa com chagas nos joelhos e filetes de sangue.
18. Imagem de Nossa Senhora das Graças, que ficava no terceiro andar do prédio do Colégio (dormitório), que foi salva na noite do incêndio pelos alunos, que a desceram com cordas em meio às chamas.
Fonte: Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados – Minas Gerais, Colégio do Caraça. Pesquisa do Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural, com coordenação geral de Mônica Massara.
Taxa de Visitação
Criança até 6 anos – entrada gratuita mediante apresentação de documento.
Idosos – 50% de desconto na entrada mediante apresentação de documento com foto.
Obs: Valor sujeito a alteração.
Horário de Visitação
Segunda a Segunda – 08:00h às 17:00h
A entrada é a partir das 08:00h até às 15:30h e a
permanência dentro do Santuário do Caraça até às 17:00h.
Preço da Refeição
SELF-SERVICE SEM BALANÇA
R$ 25,00 por pessoa
Criança até 6 anos – Isento
Obs: Valor sujeito a alteração.
Agendamento de Excursão
Grupo:
PEDAGÓGICO
RELIGIOSO
TERCEIRA IDA
E OUTROS
Agendamento de visita: grupos a partir de 15 pessoas deverão ser agendados
com antecedência, agendamento somente pelo e-mail pousadadocaraca@gmail.com,
com pagamento até uma semana antes da visitação, depósito de 50% ou integral.
Reservas Batizados e outros eventos
Informações e reservas por telefone e/ou e-mail.
Aluguel do Centro de Convenções
REUNIÕES / CONGRESSOS / PALESTRAS
ENTRE OUTROS EVENTOS
- Informações e reservas por telefone e/ou e-mail.
- Serviços de Internet
Não garantimos acesso a internet para os visitantes e hóspedes,
devido às limitações dos equipamentos instalados.
- Serviços de Lavanderia
A Pousada não fornece serviços de lavanderia.
Pagamento da Taxa de Visitação
- A boleta da Taxa de Visitação é paga na RECEPÇÃO.
A boleta deve ser paga até as 16:00h.
A Recepção fecha às 17:00h.
Outras Taxas
Taxa para usufruir do espaço do Santuário do Caraça para tirar fotos de books
(casamentos, debutantes, gestantes, batizados, books profissionais em geral)
Obs: Não é permitida a utilização de drones para a realização de fotos e filmagens.
Valor: R$ 150,00. Reservas por e-mail, depósito antecipado.
R$ 10,00 por pessoa (incluindo ciclistas e pedestres)
Programa Vivendo a Estrada Real - VER (SESI/IER) - 14 min.
Árvore Gestão de Relacionamento
Entre Serras (Caraça/Serra da Piedade) 14 min.
Desde o começo de 2012, o Sesi e o Instituto Estrada Real atuam no destino “Entre Serras da Piedade ao Caraça” – formado pelos municípios de Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas – por meio do Programa Vivendo a Estrada Real (VER). A iniciativa trabalha o desenvolvimento econômico e social da região a partir do que ela tem de mais rico: sua natureza exuberante, suas antigas culturas e tradições, gastronomia, hotelaria, artesanato, seu povo acolhedor e, principalmente, sua vasta história.
Se você ainda não conhece o destino e seus inúmeros atrativos, o VER preparou algumas dicas para você ficar por dentro do que o “Entre Serras” tem a oferecer.
Depoimentos mostram os benefícios gerados pelo Programa Vivendo a Estrada Real (VER) a moradores do "Entre Serras: da Piedade ao Caraça", rico roteiro da Estrada Real.
Produção: Árvore de Comunicação - empresa responsável pela assessoria de comunição do Programa VER e que realizou, na região, um trabalho de relacionamento com a comunidade - e Cinemarketing Filmes.
Sobre o Programa Vivendo a Estrada Real (VER)
Com o objetivo consolidar a credibilidade da Estrada Real como um dos maiores destinos turísticos do país, o Programava Vivendo a Estrada Real (VER) nasceu quando dois braços do Sistema FIEMG -- o Serviço Social da Indústria e o Instituto Estrada Real -- decidiram dar as mãos.
Por meio da parceria, as duas organizações gerenciam diversas ações propostas por uma extensa rede de grandes apoiadores para promover o desenvolvimento regional e integrado de trechos do antigo caminho do ouro.
Essas ações abrangem as áreas sociais, culturais e esportivas, e vão desde a capacitação de lideranças e mão de obra especializada para receber bem os visitantes à realização de eventos.
O projeto piloto foi iniciado em 2012 no roteiro "Entre Serras: da Piedade ao Caraça", formado por Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas e criado por lideranças locais que participam do Programa.
O objetivo do Programa é deixar um legado para os quatro municípios e estimulá-los a continuar esse trabalho de forma integrada, para, juntos, se desenvolverem por meio de iniciativas voltadas à valorização do patrimônio histórico-cultural e de ações nas áreas de esporte e lazer, gerando renda para a região.
Música
"Jemima's Lullaby (feat. Swarbrick On Fiddle)"
por Pete Hawkes (Google Play • eMusic • iTunes)
Árvore Gestão de Relacionamento
Publicado em 24 de out de 2013
Lobo Guará - 6 min.
Cachoeira Cascatona - 4 min.
Roteiro turístico une a Serra da Piedade ao Caraça - 5 min.
Gustavo Pinheiro
Publicado em 22 de ago de 2013
Identidade de Minas Gerais, a Estrada Real reúne os mais belos cartões-postais do estado. São paisagens, histórias, curiosidades e a possibilidade de vivenciar sempre boas experiências em centenas de atrativos espalhados em 199 municípios, dos quais 169 estão em Minas. Para promover o turismo nesse caminho de 1.630 quilômetros, que passa ainda por São Paulo e Rio de Janeiro, diversas iniciativas estão sendo desenvolvidas atualmente. Uma delas é a criação do roteiro turístico "Entre Serras: da Piedade ao Caraça", formado por Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas.
Reportagem e imagens: Gustavo Pinheiro
Imagens: Otávio Oliveira
Editor/Jornal Opinião: G. Justiniano
www.opiniaocaete.com.br
Entre Serras (Caraça/Serra da Piedade)
Fontes:
Licença padrão do YouTube
http://www.vivendoaestradareal.com.br/
http://www.recantodasletras.com.br/contos/4030677
http://www5.fiemg.com.br/Default.aspx?tabid=14447
http://www.santuariodocaraca.com.br/entre-serras-caraca-serra-da-piedade/
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres. Sejam abençoados todos os seres.