Seria possível usar as forças da natureza como armas de guerra?
Um polêmico projeto militar dos Estados Unidos está pesquisando o funcionamento de ondas de rádio na atmosfera. Para muitos críticos, no entanto, esses estudos secretos podem levar ao desenvolvimento de novas armas de guerra.
O HAARP (Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência) começou a funcionar em 1993, no Alasca, com o objetivo oficial de entender as transmissões de ondas na ionosfera, uma das faixas da atmosfera.
Segundo o governo americano, as pesquisas poderiam mudar o funcionamento das comunicações e os sistemas de vigilância. Analistas, no entanto, temem que a tecnologia poderia se transformar em uma nova arma de guerra, capaz de controlar o clima e produzir desastres naturais.
Documentário: Guerra Climática - HAARP e CHEMTRAILS -44min.
A teoria da conspiração sobre a chemtrail (do inglês, chemical trail: 'trilha química') sustenta que os rastros deixados por alguns aviões são na verdade agentes químicos ou biológicos,
deliberadamente pulverizados a grandes altitudes, com propósitos
desconhecidos do público, causando danos à saúde da população.1 Versões da teoria da conspiração da chemtrail circulam na Internet, e programas de rádio dizem que a atividade é dirigida por funcionários dos governos. citando o documento Weather as a Force Multiplier: Owning the Weather in 2025,4 que sugere que a Força Aérea dos Estados Unidos está conduzindo experiências de mudança do tempo.
De fato, esse documento fazia parte de um trabalho acadêmico que
consistia em delinear uma estratégia de uso de um futuro sistema de
mudança do tempo, com objetivos militares.
A existência de chemtrails tem sido repetidamente negada pelas agências governamentais e por cientistas de todo o mundo.
A Força Aérea dos Estados Unidos
afirma que a teoria é um embuste "que tem sido investigado e refutado
por muitas universidades credenciadas, organizações científicas e
principais publicações da mídia".
Trilhas que seriam compatíveis com as chemtrails, segundo os adeptos desta teoria.
O termo chemtrail não se refere a formas comuns de pulverização aérea, tais como a de uso agrícola, a semeadura de nuvens
ou o combate aéreo de incêndios. O termo refere-se especificamente a
trilhas aéreas decorrentes do lançamento sistemático, em grande
altitude, de substâncias químicas não encontradas nas trilhas de condensação (em inglês, contrails),
resultando no aparecimento de faixas não usuais no céu. Os adeptos
dessa teoria especulam que as finalidades da liberação de produtos
químicos poderiam ser: escurecimento global, controle populacional, controle do tempo ou guerra biológica, e essas trilhas estariam causando doenças respiratórias e outros problemas de saúde.
HAARP - 15min.
HAARP - Guerra Climática - 135min.
Maxwell Palheta Maxwell Palheta·212 vídeo
Enviado em 12/09/2011-Licença padrão do YouTube
http://youtu.be/_Pf1J8-BlZc
Fontes: Wikipéia Maxwell Palheta Maxwell Palheta·212 vídeo Enviado em 12/09/2011-Licença padrão do YouTube http://youtu.be/_Pf1J8-BlZc ACESSE: www.priscilaemaxwellpalheta.com
Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
Haiti antes e depois do Terremoto da HAARP - 6min.
Hugo Chaves acusa os EUA - 6min.
"O Terremoto no Haiti
Quais seriam os efeitos dos controles de frequência sobre as placas tectônicas? Segundo a imprensa venezuelana a resposta é: terremoto. O jornal “Vive” afirma que teve acesso a documentos que comprovam a utilização do HAARP para manipular a geofísica caribenha e ocasionar os terremotos do Haiti, que causaram a morte de mais de 100 mil pessoas.
Caso esteja se perguntando os motivos para a escolha de um país tão pobre, as teorias conspiratórias também possuem a resposta para esta pergunta. Os Estados Unidos precisavam de um local para testar o potencial de sua nova arma. Os testes oceânicos não davam informações suficientes e atacar os inimigos no oriente médio seria suicídio comercial.
Afinal de contas, terremotos poderiam destruir poços de petróleo muito valiosos. Assim, o governo norte-americano viu no Haiti, um país já devastado, o perfeito alvo para seus testes. Sem potencial econômico e sem possuir desavenças com outros países, dificilmente haveria uma crise diplomática com a destruição do Haiti."
O Céu acha mesmo necessário que a maldade de uns poucos demônios subjugue e impeça a evolução dos povos?
O Mal vai vencer o Bem ou a Terra é apenas um teatro para a diversão dos arquitetos estelares?
Há interesse estadunidense do ponto de vista político, geopolítico e conseqüentemente militar. E também o interesse com relação ao próprio controle econômico, em um território onde a força de trabalho é quase uma espécie de neoescravidão.
Os EUA estão se aproveitando do caos instalado no Haiti para instalar tropas no país caribenho. E o controle do aeroporto faz parte desse processo, sendo preocupante que os Estados Unidos está fazendo a ajuda humanitária ser acompanhada pelo seu Exército.
Mais de 5.500 soldados americanos armados já entraram no Haiti, e eles estão manipulando um drama para instalar tropas ao Haiti e tomaram o controle militar do aeroporto de Porto Príncipe, o que é preocupante. Esse é o ponto de vista do ferrenho crítico dos EUA, Daniel Ortega, e nada disso é novidade, pois está nos jornais do Brasil e do mundo, veja mais:
EUA recebem críticas por controle do aeroporto de Porto Príncipe
Os militares americanos a cargo das operações do aeroporto de Porto Príncipe foram questionados por outros países e entidades devido à falhas na coordenação. Desde que os americanos assumiram o controle do aeroporto, na quinta-feira, diversos aviões foram impedidos de pousar na cidade, o que gerou a irritação.
Hoje, a França protestou oficialmente porque seu avião-hospital foi impedido de aterrisar. "Apresentamos, através da embaixada americana aqui, um protesto oficial", disse o secretário de Estado de Cooperação da França, Alain Joyandet, à imprensa ao visitar o aeroporto de Porto Príncipe. Joyandet ressaltou que "não é normal que um avião que transporta um hospital de campanha não possa aterrissar".
O Brasil também já questionou os americanos sobre o problema. Além de não ter dado autorização para o pouso de cinco aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) na sexta-feira --eles chegaram a Porto Príncipe apenas hoje--, os militares americanos ainda impediram a circulação de tropas da Minustah (Missão de Paz da ONU no Haiti, sob o comando dos brasileiros) no aeroporto.
O ministro Celso Amorim chegou a questionar a secretária de Estado dos EUA, Hillary Cllinton, sobre o problema.
O comandante das tropas argentinas que estão no Haiti, Gabriel Fucks, chegou a afirmar que o funcionamento do aeroporto "está fora de controle" e classificou a situação como "anárquica".
Por sua vez, o coordenador de operações para as Américas da CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), Mauricio Bustamante, informou à agências de notícias France Presse que existe um "congestionamento gigantesco" no aeroporto. "Neste momento há um congestionamento gigantesco no aeroporto de Porto Príncipe. Além disso, o aeroporto trabalha com uma capacidade muito reduzida", reclamou.
Ele informou que a Cruz Vermelha já tem 15 voos prontos para decolar com equipes de resgate e equipamentos, mas só consegue autorização para dois um três pousos por dia. "E com o passar dos dias vai ficar muito mais congestionado, porque mais ajuda está sendo mobilizada pelos países com destino a Porto Príncipe", disse.
O mesmo problema ocorreu com aviões enviados pelos governos do Chile, do México e da Argentina. Além disso, está proibido pousos de quaisquer aeronaves comerciais no local.
Sobre o congestionamento, o Departamento de Estado americano disse na quinta-feira que o aeroporto está funcionando com a capacidade máxima de 90 movimentos (pousos e decolagens) por dia.
EUA, França e Brasil brigam por predominância no Haiti, diz ‘Spiegel’
Enquanto os haitianos lutam por sobrevivência após o devastador terremoto da semana passada, os Estados Unidos, a França e o Brasil estão “brigando pela predominância” no país, diz um artigo publicado no site da revista alemã “Der Spiegel”.
O artigo, assinado pelo correspondente da revista em Londres, Carsten Volkery, diz que o governo haitiano acompanha esse desenrolar “desfalecido”.
Como exemplo da disputa pela predominância no país, a revista cita a decisão do presidente haitiano, René Préval, de passar o controle do aeroporto de Porto Príncipe para os americanos, o que causou uma “chiadeira internacional” e levou o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, a dizer que os Estados Unidos praticamente “anexaram” o aeroporto.
França e Brasil protestaram formalmente em Washington “porque aviões americanos receberam prioridade para pousar em Porto Príncipe enquanto aviões de organizações de ajuda eram desviados para a República Dominicana”, segundo a revista.
A “Spiegel” diz que o Brasil, que lidera as forças da missão de paz no Haiti, “não pensa em abrir mão do controle sobre a ilha” e que, se depender da vontade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto de reconstrução do Haiti “deve permanecer um projeto latino-americano” .
A disputa diplomática em andamento “lembra o passado político da ilha”, diz a revista, “quando constantemente os 8 milhões de haitianos se tornavam um joguete de interesses internacionais” .
Colônia Por causa da situação precária no país e da fragilidade do governo, vários analistas ouvidos pelo artigo preveem que o país mais pobre das Américas pode voltar a se tornar uma “espécie de colônia”.
“Desde 2004, a ilha é um protetorado da ONU (Organização das Nações Unidas)”, diz a revista, lembrando que as tropas de paz zelam pela ordem e segurança no país, treinam a polícia local e até organizam as eleições.
Henry Carey, especialista em Haiti da Georgia State University, diz no artigo que o mandato da ONU deverá ser estendido e que o país voltará a ser uma colônia, “dessa vez da ONU”.
Para o analista, isso seria “positivo”, se for mantida a recente tendência de estabilização econômica e política verificada no país.
[Folha Online]
HAITI
Comentário meu
Hamilton, meu querido,modera,fica frio e abra o olho!
Ninguém é mais otimista do que eu e já gastei todo argumento nas rezas pra aprender calar,mas está na cara da gente essa repetição sistemática da grande jogada, armada há décadas pela parca-porca inteligência dos guerreiros famintos em devorar Nações .
EUA avança feito urubú na carniça que ele mesmo,
na calada provocou ,na mesma tática praticada no Oriente Médio
para se aproximar da China ,adentrar noutra nação e ali se impor.
EUA/ONU ,tão bonzinhos, exigiram do Brasil o serviço doméstico das tropas à preparar sua entrada gloriosa,como sempre faz ostentando sua máscara de benfeitores de povos vitimados nas inúmeras tragédias tidas,naturais.
O Haiti é o primeiro prato,um tira-gosto do grande banquete dos famintos de terra e poder,logo vão engolir a sopa do norte da américa latina,regrada de coca e sumos de canaviais,bananadas e marmeladas pra engordar mais as topeiras que vivem para matar os passa-fomes do mundo que querem domesticar.
Vai sobrar umas bombinhas para o Brasil,aguarde!Quem mandou a gente ter um solo tão rico e mananciais espetaculares?Pena que brasileiro ainda tira chapeus de penas e plumas feito almas sambando penadas,entregando na bandeja seu caldo, digo petróleo,sua melhor rabada,feijoada numa política de angú encaroçado.Se ao menos depois desta viesse de dar uma baita caganeira!
Eu dava um delicioso doce português de sobremesa pra saber quantas bombas de fazer terremotos ainda sobraram,ou será que não as USA? ONU - CIA tão bonzinhos e inteligentes costumam sondar as plataformas em alto-mar,lá onde estocam e miram cada metro do planeta?
Ninguém mais fala do terremoto da Ásia,de 08 de dezembro,cujo epicentro foi justamente no "suposto esconderijo de Bin Ladem e dos AlQaeda"-pra quê? ,Afeganistão,Paquistão e Caximira,pertinho da China e da Rússia já estão no papo!
Quantos milhares de familias estão à mingua depois da 'tregédia'? Em nome da Reconstrução das nações tombadas,quantos pracinhas ali se instalaram para zelarem pelas grandes plantações de papoulas e produzir toneladas de ópio além dos poços e reservas de petróleo?
É,o urubú tem uma fome de morte!
(Daqui do Brasil, torço que levem de graça e depressa uma incurável incontinência intestinal )
- Só assim o Brasil continua sendo o NOSSO BRASIL !
PazBem Ade RADEIR - http://radeir.blogspot.com
O Haiti não é aqui
Em qua, 20/1/10, Hamilton escreveu:
De: Hamilton Assunto: [administradores_ PR] JB: O Haiti não é aqui Para: "administradores_ pr" Data: Quarta-feira, 20 de Janeiro de 2010, 7:44
JORNAL DO BRASIL (RJ) • PRIMEIRO CADERNO • 20/1/2010 O Haiti não é aqui
José Luiz Niemeyer dos Santos CIENTISTA POLÍTICO
Alguns acham que o Haiti é aqui.
Isto já foi cantado até em música.
Mas, não, o Haiti não é aqui.
Aqui é uma das principais bases de exportação de veículos do mundo. Incluída a linha de caminhões de grande porte. Mais: é da linha de produção da Fiat no Brasil que sairão novos e modernos blindados para o Exército. O Haiti produz um único produto semiindustrializado para exportação: confecções. O Brasil quer uma cadeira como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Haiti precisa ter alguma voz ativa no plenário da assembleia. E não terá. O Brasil é um dos principais fornecedores de comida do mundo. Todas as carnes. Todos os grãos. Exporta, inclusive, máquinas e equipamentos agrícolas e está retomando a produção de todos os tipos de adubos. A Vale, por exemplo, faz parte desta nova posição estratégica do país nos mercados internacionais da agro-energia. O Haiti vive em situação de insegurança alimentar há décadas. O Brasil será em breve um dos países mais relevantes do planeta no que tange a uma diversificada pauta de exportação dos muitos tipos de energia. E também com relação aos modelos/serviç os de produção desta energia. Vejam o que ocorre no campo com relação aos processos de reflorestamento e consultorias técnicas da Embrapa e outros agentes públicos e privados. Não há energia disponível no Haiti. Não há nem água potável. A violência no Haiti é endêmica e caracteriza- se como guerra civil declarada, operacionalmente de difícil confrontação pelas forças oficiais e fundada na instabilidade política social de levantes e golpes de Estado corriqueiros. A democracia Brasileira avança – mesmo com suas imperfeições – em um processo de inclusão econômica e de participação e competição política. Por exemplo, o Poder Judiciário está sendo reformulado, e a República incorporará os excluídos do processo democrático, transferindo a sociedade Brasileira da capital para o interior do país. É um movimento sem volta de modernização das instituições nacionais. Não há pacto federativo e desenvolvimento regional no Haiti. O principal centro urbano é o próprio centro do caos. A logística interna é ineficiente, e não há oportunidades econômicas fora da capital Porto Príncipe. Há mais de 300 municípios no Brasil nos quais não existe criança sem escola, pai sem emprego, um velho sem assistência. É a partir do interior do Brasil que ocorrerá a integração física do continente sul-americano, seja para auxiliar os processos originários no Mercosul, seja para incrementar os acordos na região amazônica ou no além-mar, com países e regiões que querem cooperar com o Brasil. Não há informação no Haiti. Nenhum tipo de informação a não ser o simbolismo e a ação da violência corriqueira. O Brasil é um dos maiores beneficiário da internet, e a oferta de informação qualificada cada vez mais atinge o cidadão comum. Há um exército de funcionários sendo formado nas organizações empresariais, um tipo de iniciativa que não aparece, mas que reverbera muito bem na imagem real de uma sociedade onde milhões de pessoas fazem algum tipo de trabalho social após o horário do serviço. Antes que algum pessimista de plantão (não sei bem com que objetivos... ) diga que o Haiti é aqui, lembremo-lo de alguns destes quesitos descritos acima. E há outros milhares. Ajudemos, sim, o Haiti. (Aliás, outro quesito do nosso alvissareiro processo civilizatório: cooperamos cada vez mais com a comunidade de países e exportamos nossos modelos de política públicas e de solidariedade social). José Luiz Niemeyer dos Santos Filho é coordenador da graduação em Relações Internacionais do Ibmec/RJ e Ibmec/BH.
De: Hamilton
Assunto: [administradores_ PR] JB: O Haiti não é aqui
Para: "administradores_ pr"
Data: Quarta-feira, 20 de Janeiro de 2010, 7:44
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres. Sejam abençoados todos os seres.
Campo de 'refugiados' abriga mais de 800 haitianos em
condições desumanas. Para Conectas, Brasil maquia crise internacional e
deve articular solução urgente no âmbito da ONU e da OEA
O governo brasileiro faz uso há meses de um jogo de palavras – entre
migração e refúgio – para minimizar a grave crise humanitária instalada
na cidade acreana de Brasiléia, na fronteira com a Bolívia, 240 km a
sudoeste da capital do Estado, Rio Branco. Mais de 830 imigrantes – quase todos, haitianos – vivem confinados
num galpão, com capacidade para apenas 200 pessoas, em condições
insalubres de higiene, repartindo o uso de apenas 10 latrinas e 8
chuveiros, onde não há distribuição de sabão nem pasta de dente, o
esgoto corre a céu aberto e as pessoas são empilhadas durante meses num
local de 200 m2, com teto de zinco, no qual lonas plásticas negras
servem de cortina, sob temperaturas que chegam aos 40 graus. O hospital
local diz que 90% dos pacientes provenientes do campo têm diarreia. O
local já abriga 4 vezes mais pessoas do que deveria e 40 novos haitianos
chegam todos os dia.
"É insalubre, desumano até. Os haitianos passam a noite empilhados
uns sobre os outros, sob um calor escaldante, acomodados em pedaços de
espuma que algum dia foram pequenos colchonetes, no meio de sacolas,
sapatos e outros pertences pessoais. A área onde estão as latrinas está
alagada por uma água fétida, não se vê sabão para lavar as mãos e quase
todos com os que conversamos se queixam de dor abdominal e diarreia.
Muitos passam meses nessa condição", disse João Paulo Charleaux,
coordenador de Comunicação da Conectas, que esteve no local. Conectas realizou uma missão a Brasiléia do dia 4 ao dia 6 de agosto,
onde gravou 20 entrevistas com moradores do campo, conduzidas pela
pesquisadora convidada da Conectas Gabrielle Apollon, no idioma creole,
falado pelos haitianos. Gabrielle já havia feito previamente outras 27
entrevistas com haitianos que conseguiram chegar a São Paulo,
totalizando mais de 20 horas de depoimentos gravados. Nas histórias,
eles contam como chegam ao Brasil depois de gastar até US$ 4 mil em
pagamentos a atravessadores no trajeto desde o Haiti. Os haitianos também dizem que a concessão de 'visto humanitário' na
Embaixada do Brasil em Porto Príncipe não funciona como prometido –
atravessadores cobram taxas, não há informação clara sobre os
procedimentos, é difícil conseguir atendimento e tem sido pedido
currículo para favorecer o que se chama "imigração qualificada" ao
Brasil, sem levar em conta justamente o caráter "humanitário" que este
visto deveria ter, de acordo com o próprio governo brasileiro. "Posso dizer que o que vivemos aqui em Brasiléia não é para um ser
humano. Eles nos colocaram de novo no Haiti que tínhamos logo após o
terremoto: a mesma sujeira, o mesmo tipo de abrigo, de água, de comida.
Isso me machuca e me apavora. Eu sabia que o caminho até aqui seria
duro, porque você está lidando com criminosos, mas, ao chegar aqui no
Brasil, estar num lugar desses é inacreditável", disse o haitiano Osanto
Georges, de 19 anos.
No campo superlotado, as brigas para formar filas são constantes. “No
dia em que chegamos, a polícia sacou arma de fogo para controlar um
distúrbio. É evidente que se trata de uma tarefa complexa demais para
ser gerida da forma como está sendo. A situação no campo é semelhante em
muitos aspectos ao que eu mesmo vi quando estive no Haiti, pouco após o
terremoto, em 2010. Trata-se de uma questão regional, que envolve, pelo
menos cinco países: Brasil, Peru, Bolívia, Equador e Haiti. Pediremos a
realização de uma audiência temática na Comissão Interamericana de
Direitos Humanos da OEA e enviaremos nossas constatações a dois
relatores independentes da ONU, um para migrantes e outro designado para
acompanhar a situação de direitos humanos no Haiti”, disse
Charleaux.Membros da organização também entrevistaram in loco médicos do
hospital de Brasiléia, policiais, membros do Ministério Público Federal
e do Conselho Tutelar e autoridades de governo, em Rio Branco, além de
diversos moradores da cidade acreana. A organização também usou duas
vezes a Lei de Acesso à Informação para obter de diversos ministérios,
em Brasília, informações acuradas sobre a situação. Na maioria dos
casos, os nomes das fontes estão omitidos obedecendo a pedidos expressos
de funcionários públicos que não possuem autorização formal para falar
em nome das organizações para as quais trabalham. ‘90% tem diarreia’ Quase todos os haitianos entrevistados pela Conectas entre 4 e 6 de
agosto se queixaram de dor abdominal e diarreia. Conectas visitou o
Hospital Raimundo Chaar, de 46 leitos, responsável por atender casos de
urgência e emergência na cidade. De acordo com membros da equipe, já
houve surtos de diarreia que levaram 40 haitianos ao pronto socorro de
uma só vez. Um dos funcionários explica que o hospital não recebe nenhum
recurso adicional para lidar com o fluxo de haitianos. “Os políticos
estão tratando isso aqui como se fosse um assunto de diplomacia, mas,
enquanto isso, todos os dias, estamos importando miséria e doença sem
poder lidar com isso”, disse, revelando parte do preconceito e rechaço
preocupantes na cidade. A informação é confirmada por plantonistas, que
se dizem espantados com o fluxo de novos pacientes. Segundo eles, são
atendidos em média 4 haitianos por dia, mas no dia em que o hospital
recebeu a Conectas, houve 10 atendimentos de haitianos do campo, só no
período da manhã. A consulta é feita sem o auxílio de tradutores e,
segundo as fontes ouvidas no local, “90% dos casos são de diarreia e 10%
de doenças respiratórias”. As pessoas responsáveis pelo atendimento
disseram nunca ter entrado no campo e receberam com surpresa a
informação sobre as condições de higiene no local.
‘Vai piorar’ De acordo com o coordenador do campo, Damião Borges, do Governo do
Estado do Acre, o campo vem recebendo 40 novos haitianos por dia, apesar
de a última alteração estrutural ter ocorrido há quatro meses. Ele diz
que o aumento do número de recém chegados, combinado com a diminuição da
oferta de vagas por parte de empresas que antes buscavam trabalhadores
no campo, está criando um caos social para os próprios haitianos no
Brasil. “Isso precisa ter um fim porque nossos recursos se esgotaram. O
Estado tem uma dívida de R$ 700 mil com a empresa que provê alimento
para o abrigo e o prazo para pagar termina no dia 15 de agosto.
Precisamos urgentemente que o Governo Federal nos ajude. Aqui foi posto
R$ 4,5 milhões pelo Governo do Estado e R$ 2 milhões pelo Governo
Federal, em 2 anos e 8 meses. Mas o peso, mesmo, quem carrega, é a
cidade de Brasiléia. Isso não pode estar a cargo de um município pequeno
e modesto como esse”, disse. A Conectas foi informada, durante a
missão, que há 3 meses não há repasse de verba do Governo Federal para o
Estado do Acre destinado ao atendimento dos migrantes haitianos. Mais
grave, não há previsão de novas remessas. Queixas sobre água e comida O maior número de queixas recebidas no campo diz respeito à qualidade
da água e dos alimentos consumidos. O local possui um único ponto de
distribuição de água potável, um filtro industrial, com três torneiras.
Para a administração, as dores abdominais são causadas pelo efeito do
cloro, que “provoca diarreia de três dias em pessoas que possuem muitas
amebas no organismo”. Outro aspecto negativo mencionado é a má qualidade
dos alimentos, que, para os gestores do serviço, tem a ver com a
diferença de paladar e de hábitos alimentares entre brasileiros e
haitianos. Ainda que os problemas relatados se deem por essa razão,
pouco se tentou para alterar substancialmente o cardápio. As refeições
são distribuídas em marmitas de papel alumínio enquanto a Polícia
Militar monta guarda ao lado da fila de mais de 800 pessoas. Os relatos
de brigas nas filas são frequentes. Crianças desacompanhadas e indocumentadas Outro local visitado pela Conectas foi o Conselho Tutelar de
Brasiléia, por onde passaram 20 casos de crianças e adolescentes
haitianos sem documentos ou separadas dos pais. Mas, no dia 7 de agosto,
quando a missão da Conectas já havia regressado a Rio Branco, 5
crianças haitianas chegaram ao campo. “Estamos muito além de nossas
modestas capacidades. Esse, para mim, é o pior momento, desde que os
haitianos começaram a chegar”, disse um dos membros do Conselho Tutelar. Apesar do aumento de trabalho, não houve, segundo a fonte, nenhum
aporte adicional de recursos, estrutura material ou funcionários desde o
início da crise. Ao todo, 5 conselheiros trabalham no local, atendendo
todos os problemas relativos a crianças e adolescentes na cidade. “De
repente, uma pequena cidade como essa tem de lidar com um fenômeno deste
tamanho, sem sequer receber qualquer preparação”, complementou. Entre
os haitianos, há inúmeros relatos de roubo de documentos – entre muitos
outros pertences – no caminho até chegar ao Brasil. Comunidade local “Brasiléia é um barril de pólvora que pode explodir a qualquer
momento. Os moradores não aguentam mais essa situação. Isso pode se
desdobrar em ações de hostilidade”, disse à Conectas, em Rio Branco, uma
autoridade do Governo do Estado do Acre. A declaração reflete o estado
de espírito dos moradores desta cidade pequena, de apenas 20 mil
habitantes. Embora os moradores mostrem compreensão e solidariedade com
os haitianos, as manifestações de cansaço e descontentamento são cada
vez mais frequentes. Os moradores do campo competem por vagas com os
moradores locais nos postos de saúde, supermercados, padarias, agências
bancárias, farmácias, correios e demais serviços públicos. Funcionários Uma das constatações evidentes é a desproporção entre o número de
funcionários e o número de moradores no campo. Ao longo de três dias,
apenas 2 funcionários trabalharam em período integral no campo,
atendendo diretamente os 832 haitianos, num pequeno trailer com um
computador e um ventilador. Apesar da dedicação integral, os
funcionários são locais, não falam o idioma dos haitianos e não
receberam o treinamento necessário, nem possuem experiência prévia na
gestão de questões humanitárias, aplicando a este contexto complexo a
lógica de atendimento a ocorrências próprias de uma pequena cidade. Não
basta boa vontade e dedicação. Apesar das constantes viagens ao local de
membros do Governo do Estado do Acre, baseados em Rio Branco, faz-se
necessária a constituição urgente de um corpo de trabalhadores
familiarizados com crises humanitárias para gerir o campo. Comunicação O campo e o hospital não dispõem de nenhum tradutor. Os poucos
funcionários tentam falar espanhol, mas os haitianos, na imensa maioria
dos casos, falam apenas creole. As instruções para formar filas ou
entregar documentos são feitas no grito, o que aumenta a incerteza e a
ansiedade dos haitianos, que muitas vezes se aglomeram e brigam por
espaço diante do pequeno trailer da Polícia Militar, que serve de
escritório da administração do campo. Não há nenhuma senhalética no
campo, ou serviço de amplificação de voz. Os poucos cartazes em creole
estão escritos à mão. No campo, não há cartazes sobre DST/Aids nem sobre
hábitos de higiene, assim como cartilhas sobre direitos ou qualquer
outro material comunicacional com orientação aos recém chegados. Refúgio x Visto Humanitário Todos os residentes do campo são oficialmente solicitantes de
refúgio, por orientação do próprio Governo, que, após 6 meses de análise
dos pedidos, prorrogados por mais 6 meses, nega a concessão do refúgio a
todos os haitianos.Este arranjo legal, enquadrado numa política chamada
pelo Brasil de “visto humanitário”, evita a deportação dos haitianos
que chegam ao País, uma vez que a lei proíbe a deportação de
solicitantes de refúgio durante o período de tramitação do pedido. O
improviso, entretanto, está fazendo com que uma grave crise humanitária –
originada por uma situação de violência interna, seguida de diversos
desastres naturais, o último deles um terremoto responsável pela morte
de 220 mil pessoas no Haiti – seja tratada como um simples problema
migratório no Brasil. “A principal consequência disso é uma abordagem
improvisada, amadora e descoordenada, que sobrecarrega o pequeno
município de Brasiléia e sua população, quando, na verdade, deveria ser
gerida por especialistas em emergências humanitárias desta complexidade.
Do ponto de vista humanitário, a questão do nome do visto que se dê é
agora menos urgente do que as condições brutais enfrentadas no campo.
Esta política de visto humanitário está sendo tudo, menos humanitária”,
disse Charleaux. Fonte:Conectas
A História do Haiti e a participação das tropas brasileiras - 14min.
HAARP dos EUA foi que causou o terremoto no Haiti - 3min.