CURSO DE CANTO GREGORIANO
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MISSA VIII (DE ANGELIS) -
PRONÚNCIA DO LATIM -
TONS SALMÓDICOS
CURSO DE CANTO GREGORIANO
O Curso de Canto Gregoriano foi fundado na mesma data da criação do coral (19//03/90) e era o único do gênero no Brasil ministrado de forma regular mas, devido a dificuldades estruturais, o mesmo encontra-se, momentaneamente, com as suas atividades suspensas.
A Sociedade Cultural Padre Nereu de Castro Teixeira oferecia os seguintes cursos: básico, o de Tons Salmódicos e Modalidade Gregoriana; de Regência Gregoriana e de Latim. Atualmente os cursos estão suspensos devido a reestruturação interna do grupo.
Além destes cursos eram realizadas, esporadicamente, as "Semanas Gregorianas", que são cursos rápidos para uma aprendizagem das noções básicas da história e do canto gregoriano.
Todas as atividades realizadas pela sociedade são mantidas pelas mensalidades pagas pelos alunos do curso e/ou participantes do coral e pela venda dos CDs gravados pelo coral.
Se você estiver interessado em obter informações sobre o coral e o curso entre em contato conosco pelos telefones: 031-3224-4676 ou 9955-4246 ou pelos e-mails: enfrades@uai.com.br e enfrades@yahoo.com.br
Nestes endereços você encontra muitas informações sobre a notação das partituras e cursos de canto gregoriano:
Na minha página, em Outros Links você encontrará mais informações para entender e aprender a cantar a música gregoriana.
Aproveitando as facilidades da Internet ouça e veja abaixo a Missa de Angelis, também conhecida como Missa VIII (oitava) que é a missa gregoriana mais conhecida e cantada em todo o mundo católico.
Os vídeos abaixo, do Youtube, fazem parte do belo trabalho realizado por Giovanni Vianini, organista e regente da Schola Gregorina Mediolonensis, de Milão, Itália, que gravou várias músicas de canto gregoriano e que as colocou na Internet para que todos possam aprender a cantar.
Para ver os vídeos você precisa ter instalado o plug-in do Adobe Flash Player e o mesmo pode ser baixado neste endereço da Adobe:
As partituras fazem parte das páginas do Roma Aeterna, Canto e Prego e Gregorian Chant onde você poderá encontrar várias partituras de música gregoriana. Veja, também, as partituras para acompanhamento por órgão.
MISSA VIII (DE ANGELIS)
Kyrie VIII - V Modo - faz parte do Gradual do Vaticano - séculos XV e XVI - e é cantada nas festas ordinárias do Calendário Litúrgico.
O número V na partitura (acima do K) - e todos nos números que aparecem logo no começo das partituras indicam os modos gregorianos da músicas (são 8 modos) e o XV - XVI o século em que ela foi escrita.
Partitura para órgão
GLORIA VIII - V MODO
O número V na partitura (acima do G) indica o modo gregoriano da música (são oito modos) e o XVI o século em que ela foi escrita.
CREDO III - V MODO
O número 5 na partitura (acima do C) indica o modo gregoriano da música (são oito modos) e o XVII o século em que ela foi escrita
SANCTUS VIII - VI MODO
O número 6 na partitura (acima do S) indica o modo gregoriano da música (são oito modos) e o XI - XII o século em que ela foi escrita.
AGNUS DEI VIII - VI MODO
O número 6 na partitura (acima do A) indica o modo gregoriano da música (são oito modos) e o XV o século em que ela foi escrita.
ITE MISSA EST - MISSA VIII
PRONÚNCIA DO LATIM
VOGAIS E DITONGOS:
Todas as vogais se pronunciam sempre, em qualquer que seja a posição que ocupem na palavra.
• o A como na palavra portuguesa PÁ, por exemplo: AltÁre, AnimA;
• o E quase como na palavra portuguesa CREDO, por exemplo: DEus, orEmus.
• o I e o Y como na palavra portuguesa MIRA, por exemplo: anIma, butYrum;
• o O como na palavra portuguesa ÓPERA, por exemplo: Orémus, hÓra;
• o U como na palavra portuguesa UVA, por exemplo: DóminUs, lUx.
Nos ditongos, cada vogal conserva o som que lhe é próprio, menos em AE e OE, que, com relação à pronúncia, equivalem à vogal E, por exemplo: caelum = cElum, poena = pEna, quáesumus = quEsumus (nota: no ditongo o acento agudo fica sobre a primeira das duas vogais, colocando-se sobre a vogal-base);
Nos outros ditongos AU e EU e I (nas interjeições: HEI) ouvem-se as duas vogais, mas numa só emissão de voz: lau-da, eu-ge;
OU e AI nunca são ditongos - cada vogal se pronuncia separadamente: prout = pro-ut, ait = a-it;
O U precedido de Q ou G forma ditongo com a vogal seguinte: qui, sanguis;
Observação:
Evite-se, cuidadosamente o defeito de dar, como se faz em português, às vogais átonas, som fechado ou mudo, especialmente ao E, e ao O, por exemplo: DóminO, não dóminU. VirtutE, não virtutI.
As vogais E e O são mediocremente abertas.
Não há nasal - cada vogal deve conservar a pureza do seu som, seja qual for a consoante que segue: co-nfu-nda-ntur, se-mper.
CONSOANTES:
Para se obter a articulação nítida das consoantes:
Articular é pôr em relevo todos os elementos das sílabas, atacando nitidamente as consoantes e, por conseguinte, as vogais, que entram em sua composição.
Deve-se enunciar cada um dos elementos da sílaba com regularidade, unidade, clareza, inteligência e firmeza, embora com doçura e maciez. Quando se articula bem, a voz sempre bastará para se fazer ouvir.
Todas as consoantes sempre se pronunciam, seja qual for a posição que ocupem nas palavras. Ao contrário do que se dá em português, as consoantes dobradas devem-se pronunciar ambas: steL-La, oF-Fero, peC-Cáta, toL-Lis e não stela, ofero, pecata, tolis
As consoantes e grupos de consoantes pronunciam-se como em português, menos nos seguintes casos:
1.
a) - o C diante de E, I, Y, AE e OE tem o som do C italiano, equivale quase a TCH: Cícero = TCHiTCHero, Cibus = TCHibus;
b) - o grupo CC soa TTCH: ecce = eTTCHe;
c) - o grupo CH soa sempre como K: brachium = bráKium; Melchísedech pronunicia-se este CH final como K = MelkísedeK
2.
a) - o G antes de E e I pronuncia-se DG: genu = DGenu; agit = aDGit.
b) - o GN soa sempre NH: agnus = a-NHus.
3.
o H é letra muda, nunca aspirada; não se pronuncia, menos em: mihi, nihil, e compostos em que o H tem o som de K: mihi = miKi; nihil = niKil.
4.
o J para os efeitos de pronúncia vale sempre I. Nunca, portanto, tem o som do J português: ejus = é-Iuss. (A letra J deixou de ser usada no latim eclesiástico)
5.
a) - o S soa sempre como dois SS: nos = nóSS e não nóz.
b) - entre vogais é ligeiramente sibilante lembrando quase o Z: Jesus = i=éZuss.
c) - SC antes de E ou I é igual a CH (chapéu): descéndit = deCHéndit.
6.
TI precedido de uma letra qualquer, que não seja S, X ou T e seguido de uma vogal, soa TCI: patiéntia = paTCIénTCIa; o T final sempre se pronuncia: es-sunT, assim como o TH de sá-ba-oTH, palavra hebráica;
7.
a) - o X depois de vogal (que não seja o E) soa KÇ: axis = aKÇiss.
b) - o X depois de E vale KZ: exaudi = eKZaudi
c) - o XC diante de E e I vale KCH: excelsis = eKCHélsiss.
8.
o Z soa DS: Zelus = DSéluss, ZiZania = DSiDSania.
Observação:
Não há som nasal em latim: diz-se a-mor e não ã-mor, vobíscu-m, cínere-m, orié-ntis, isto é; o M e o N não devem nasalizar a vogal que o precede: cí-ne-rem, co-n-céde, mu-n-di etc.
Evite-se todo o som NASAL, que não existe na pronúncia romana. O
a) - ROSAM: o AM final não deve soar como na 3ª pessoa do plural: eles amAM.
b) - VIRTUTEM: não como EM português: eles devEM.
c) - MAGNUS = MÁ-nhuss e não MÃ-nhus.
Observação: Estas regras foram tiradas do Apêndice VIII – PRONÚNCIA ROMANA DO LATIM, da Gramática Latina, do Pe. João Ravizza, da Arcádia Romana, livro muito utilizado nos seminários católicos até a década de 1960.
Defeitos brasileiros na pronúncia do latim romano:
a) - falar para dentro, e não na ponta dos lábios;
b) - pronunciar as vogais com nasalidade: am na e men, im, in, om, on, um e un: Deve-se dizer, por exemplo: qu-ó-ni-a-m (A-Me), á-me-n (MENe), hó-mi-nes, co-n-ver-te, spí-ri-tu-m;
c) - molhar o som das sílabas di e ti. Deve-se conservar o D e o T bem dentais;
d) - dar a AL, EL, IL, OL e UL um som cheio, gutural quando deve ser o L pronunciado mais na ponta da língua;
e) não pronunciar as consoantes dobradas que devem ser, todas as duas, pronunciadas: al-lelúia, pec-cáta, col-lium, at-ténde;
f) dar às vogais finais átonas O e E valor e U e I, respectivamente: dóminu, virtúti por dómino, virtúte;
g) comer as finais, como em gló-ri-a, pro-pi-ti-á-tio, ma-ter, De-i, co-gi-ta-ti-ó-nes; ou proncunciá-las forte demais: sanctá, Mariá, etc;
Roma Eterna - Nesta página, além de poder acompanhar as músicas em arquivos Midi você pode ouvir a pronúncia de algumas delas em arquivos em MP3 (MP3 pronunciation file) como nesta música: Dominus dixit
Veja este curso de canto gregoriano, em Power Point, que achei na Internet. A tradução para o português foi feita utilizando-se a página do Tradukka e que, obviamente, não dá a tradução correta. Se você achar algum erro na tradução, por favor, mande-me um e-mail com a parte que estiver errada: enfrades@yahoo.com.br A música na versão em inglês é o Alleluia, lapis revolutus est cantada pelo Coral Gregoriano de Belo Horizonte.
Se você não estiver conseguindo abrir o curso abaixo, em inglês, nesta página, clique neste link do Slideshare Se você não estiver conseguindo abrir o curso abaixo, em português, nesta página, clique neste link do Slideshare
NOTAÇÃO GREGORIANA
Os neumas
Um neuma é uma nota ou um grupo de notas (melisma) que pertence a uma sílaba. A idéia básica é que um neuma é uma unidade indivisível e deve ser executada como tal.
As partituras do canto gregoriano são escritas em pautas com 4 linhas e as linhas das partituras são lidas de baixo para cima, há muitos séculos.
Há duas claves: a de Dó (nos países ingleses, C), na quarta ou na terceira linha, raramente na segunda, e a clave de Fá (F) na terceira linha (só uma vez na quarta linha: no ofertório Veritas mea no Comum dos mártires).
As notas podem ter os seguintes aspectos:
Notas simples
Punctum Virga Virga e punctum são notas simples, só usadas em combinação, quer uma com a outra, ou com outras notas.
Grupos de duas notas
Pes ou Podatus Clivis (flexa) Os pes, também chamados de podatus, indicam uma melodia ascendente, enquanto sua contraparte, o clivis, indica uma linha descendente. Sobre os acentos das palavras, os pes têm, por vezes, uma forma ligeiramente diferente, com a primeira nota mudando em initio debilis (início fraco). Neste caso, ela é executada como uma semi-colcheia.
Grupos de três notas (ou mais)
Torculus (pes flexus) Porrectus Climacus Salicus Scandicus
O torculus consiste de três notas, sendo a segunda a mais alta do grupo. Os intervalos entre as notas podem variar.
O porrectus é o oposto exato: alto-baixo-alto.
O climacus (em grego, escada), é uma linha descendente de notas (3 ou mais) sendo a primeira escrita com o padrão usual quadrado, as seguintes em notas menores. As notas descendentes são chamadas subbipunctis (os dois pontos debaixo), ou dependendo do caso, subtripunctis (com 3 notas).
O scandicus é o oposto do climacus: 3 ou mais notas numa melodia ascendente. O scandicus tem uma importante variante, o salicus. No salicus, a última nota isolada é um oriscus (voltaremos a isto depois). As notações quadradas das notas na Notação Vaticana raramente distinguem entre as notas oriscus e normal, mas a diferença tem importância ritmicamente: o oriscus acrescente à estrutura da melodia levando a linha a seu clímax na última e mais alta nota.
Neumas liquescentes
Um neuma liquescente só existe no final da sílaba, especialmente quando a pronúncia das sílabas seguintes terá possivelmente problemas. O caso mais comum é a sílaba que termina em -M, como em sanctum, ou quando ocorre um grupo consonantal, como em non confundentur. A Imprensa Vaticana indica os neumas liquescentes com uma nota muito pequena ligada ao fim do grupo. A principal guia para uma boa execução é uma pronúncia clara.
Oriscus
É difícil distinguir uma nota oriscus de uma outra, regular, na Notação Vaticana, mas os manuscritos medievais faziam uma clara distinção entre as duas. O significado real do oriscus tem sido amplamente debatido neste século mas os estudiosos em geral concordam que o oriscus sublinha a importância da nota seguinte. Desde a nova edição do Liber hymnarius, a nota oriscus ganhou sua própria grafia como nota.
Quilisma
Este é um dos neumas muito especiais, por vezes denominado como nota serrada. Ocorre principalmente em melodias ascendentes, tais como os pes ou o scandicus. Geralmente é interpretado como nota de transição o que significa que deve ser executado rápida e delicadamente. De acordo com achados recentes, contudo, existe uma conseqüência melódica disto também: o neuma quilisma aparece mais frequentemente em intervalos de semi-tom.
Custos ou Guião No final de cada sentença, ou quando muda a clave, o custos indica o tom da nota seguinte. Parece-se a uma nota pela metade e sua haste vai para cima. Trata-se apenas de uma peça de informação e, portanto, não precisa ser cantada.
Neume Flash Cards
Neumas gregorianos e sua equivalência nas partituras na notação moderna.
NOTA | NOME | EQUIVALÊNCIA NA NOTAÇÃO MODERNA |
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Punctum
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Virga
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| Pes / Podatus | |
| Clivis (Flexa) | |
| Scandicus | |
| Salicus | |
| Climacus | |
| Torculus (pes flexus) | |
| Porrectus | |
| Porrectus flexus
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| Scandicus flexus | |
| Porrectus flexus resupinus | |
| Climacus resupinus | |
| Torculus resupinus | |
| Virga subtripunctins | |
| Virga praetripunctis | |
| NEUMAS LIQUESCENTES | |
| Epiphonus (liquescent podatus) | |
| Cephalicus (liquescent flexa) | |
| Pinnosa (torculus liquescente) | |
| Porrectus liquescente | |
| Scandicus liquescente | |
| Quilisma | |
EQUIVALÊNCIA NA NOTAÇÃO MODERNA |
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( Por falta de espaço na página desloquei para baixo
- seguir a ordem correspondente )
Aprenda a solfejar os 8 tons salmódicos no player abaixo.
Curso: Veja neste arquivo em pdf a apostila usada nas semanas gregorianas que antigamente eram promovidas pelo Coral Gregoriano de Belo Horizonte:
http://www.gregoriano.org.br/gregoriano/cursodecantogregoriano.htm
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.