Wilhelm Reich era um cidadão austríaco (até se naturalizar americano, em 1938), mas um cidadão que jamais viveu no seu país após 1919. Nasceu 24-03-1897, em Dobrzynica, na Galícia. Passou a maior parte da sua infância numa fazenda -onde aprendeu a montar cavalo e a caçar, em Jujinetz, na província de Bukowina Galícia e Bukovina eram províncias fronteiriças do Império austro-húngaro.
Sua família era de origem judaica, mas a religião e as observâncias judaicas não representaram papel algum na sua educação. Seu pai era fazendeiro e, segundo Ilse Ollendorf Reich, a família “era abastada, altamente respeitada, algo presunçosa e tinha grande admiração pela cultura alemã”.
Reich parece, ter vivido uma infância solitária, nem mesmo se tendo tornado íntimo de seu irmão que era três anos mais jovem do que ele (morreu antes que Reich completasse 30 anos). A sua infância constratou surpreendentemente com a da maioria dos intelectuais que foram atraídos pela psicanálise na década que teve seu início em 1920.
Em 1911, quando Reich tinha apenas quatorze anos, sua mãe suicidou-se, aparentemente depois dele ter revelado a seu pai que ela estava tendo um caso com seu tutor. Depois seu pai foi atacado pela tuberculose e morreu três anos mais tarde (Reich tinha 17 anos).
Reich alistou-se no exército austríaco, tendo sido feito oficial e entrado em serviço ativo na Itália. No final da guerra, Reich foi para Viena, como um veterano de apenas vinte e um anos.
Depois de um breve namoro com a lei e o direito, tornou-se estudante de medicina e decidiu quase imediatamente dedicar-se à psiquiatria. Apenas um ano depois de sua chegada em Viena, Reich já era membro da Sociedade Psicanalítica de Viena e, é claro, um psicanalista no exercício da sua profissão.
De 1924 a 1930, Reich foi o diretor do Seminário de Terapia Psicanalítica, no qual de discutiam problemas práticos de tratamento, e três dos seus ensaios sobre técnica foram incluídos num volume intitulado The Psychoanalytic Read, que ainda hoje é leitura recomendada para estudantes em institutos psicanalíticos.
Reich desejava ser analisado por Freud; Freud recusou; Reich tomou essa recusa como uma rejeição pessoal, ficou deprimido, contraiu a tuberculose e até, conforme afirmou sua primeira esposa (mas sua terceira esposa discordou), foi vítima de um “processo de deterioração”, do qual nunca se recuperou.
Se esta segunda explicação é correta, desenvolver uma fixação paternal, na qual Freud era o pai, com o resultado de ânsias terapêuticas concentrando-se nele, deve ter constituído um sério risco profissional dos primeiros analistas. Uma década antes, outro psicanalista, Viktor Tausk, que era, como Reich, um judeu não-praticante de uma província também fronteiriça do Império austro-húngaro, viu-se recusado para uma análise por Freud. Essa rejeição por Freud iniciou uma reação que terminou com o suicídio de Tausk, seis meses mais tarde.
De todos os modos, seja qual for à verdadeira história que levou Reich a romper com Freud e a psicanálise, os seguintes dados parecem seguir uma cronologia correta:
1927- Reich procurou ser analisado por Freud, que recusou tratá-lo. A primeira versão do livro de Reich A FUNÇÃO DO ORGASMO foi publicada pela Editora Psicanalítica Internacional. Reich passou alguns meses num sanatório suíço.
1928 – Reich aderiu ao Partido Comunista austríaco. Com quatro outros analistas e três obstetras, fundou a Sociedade Socialista para Consulta sobre o Sexo e a Pesquisa Sexológica.
1929 – Reich visitou a Rússia. A sua obra Materialismo e Psicanálise Dialética foi publicada em Moscou.
1930 – Reich mudou-se para Berlim. Fundou a Associação Alemã para a Política Sexual Proletária, cujos objetivos incluíam a abolição de leis contra o aborto, a homossexualidade e a divulgação de informações sobre o controle da natalidade.
1933- Reich Publicou A PSICOLOGIA DAS MASSAS DO FASCISMO, na Dinamarca. Foi expulso do Partido Comunista Alemão. A primeira versão da obra de Reich, ANÁLISE DO CARÁTER, foi publicada pela Editora Psicanalítica Internacional, mas sem o seu nome, como editora, na capa ou no frontispício.
1934- Reich foi expulsou, antes, “afastado ou” cortado “da Associação Psicanalítica Internacional”.
Até mesmo os maiores admiradores de Reich reconhecem que ele era um homem difícil e autocrático, sendo fácil apontar certos aspectos da sua vida e dos seus escritos que poriam sanidade na questão- os diagnósticos possíveis seriam a hipomania, no que se refere aos seus primeiros tempos, e a paranóia, nos anos subseqüentes. Reich era inquieto, exageradamente ativo, ciumento, desconfiado e possessivo, fumava e bebia excessivamente. Tinha pouco sentido de humor e tomava-se a si próprio e ao seu trabalho com a maior seriedade. Mantinha sempre uma distância entre ele próprio e os outros. Segundo Ilse Ollendorf Reich, ele se identificava com Cristo, a quem ele considerava o “caráter genital” arquetípico, em contato direto com a energia orgone cósmica, vendo a sua própria vida como uma vida de martírio. Considerava a MORTE DE CRISTO o seu mais importante livro.
Na década de 50, Reich convenceu-se de que era possível isolar a energia da vida e na forma de empolas, a que chamava BIONS, guardando-a em acumuladores conhecidos pelo nome de “CAIXAS DE ORGONE”. Também acreditava que era possível tratar pessoas sofrendo de câncer e outras doenças, colocando-os dentro dessas caixas.
Em 1954, a Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (United States Food and Drug Administration) expediu uma injunção contra a distribuição das CAIXAS DE ORGONE “, baseando-se em que as pretensões a seu respeito eram de natureza fraudulenta”.
Reich recusou-se tanto a obedecer à interdição quanto a reconhecer a competência dos tribunais no que se referia a emitir julgamentos sobre assuntos científicos. Assim, foi acusado de desrespeito ao tribunal e condenado a dois anos de prisão. Depois de preso, foi diagnosticado como paranóico e transferido para “LEWISBURG”, que era a única penitenciária com instalações para o tratamento psiquiátrico, onde foi, contudo, declarado “legalmente são e competente”. Em 3 de novembro de 1957, morreu de um ataque do coração.
Para saber mais: as idéias de REICH a) Charles Rycroft – 2a Edição 1971-Editora Cultrix.
Dr. Wilhelm Reich
Esse foi o maior incidente de perseguição científica da história norte-americana.
Em julho de 1947, o Dr. Wilhelm Reich — um psicanalista brilhante,
porém, problemático que já tinha sido o estudante mais promissor de
Freud; que já havia enraivecido os nazistas e os stalinistas bem como as
comunidades psicanalítica, médica e científica; que sobreviveu a duas
guerras mundiais e fugiu para Nova York — estava morrendo em sua cela
numa prisão em Lewisberg, Pensilvânia, acusado pelo governo de ser uma
fraude médica engajada num “golpe sexual”.
Esse “golpe” um dia seria chamado de “revolução sexual”. Mas ainda era
1947 nos Estados Unidos — um país que não estava nem pronto para a
psicanálise, uma ciência ainda nascente que a
Harper's e o
The New Republic categorizaram, juntamente com as teorias de Reich, como sendo não melhores do que a astrologia (a
Harper's tinha decidido que Reich era o líder de um “novo culto de sexo e anarquia”).
Se o público norte-americano não estava pronto para o Dr. Freud,
imagine para o Dr. Reich — um homem que pesquisava a força energética do
orgasmo em si em seu instituto Orgonon, próximo de Rangely, Maine.
Reich tinha levado as teorias de Freud mais longe. Longe demais, de
acordo com o FDA (a Administração de Alimentos e Drogas dos Estados
Unidos). Começando com a conexão de Freud entre repressão sexual e
neurose, Reich teorizou que era a inabilidade física de se render ao
orgasmo o que gerava a neurose e, por fim, levava as pessoas ao fascismo
e ao autoritarismo. Reich migrou da cura de Freud pela fala para algo
chamado análise do caráter, uma terapia criada para ajudar seus
pacientes a superarem bloqueios físicos e respiratórios que os impediam
de experienciar o prazer. Finalmente, ele afirmou que o orgasmo era uma
expressão do orgônio, uma força cheia de alegria da própria vida. Com
aparelhos do tamanho de cabines telefônicas chamados acumuladores de
orgônio, ele aproveitaria essa força para curar a neurose, doenças e até
para afetar o clima e ajudar a agricultura.
Por causa dessas linhas de pesquisa, o FDA exigiu que Reich
comparecesse ao tribunal para defender a si mesmo em 1954. Ele se
recusou, afirmando que alegações da verdade científica deveriam ser
resolvidas pela experiência, não num tribunal. O tribunal respondeu
emitindo uma liminar contra a venda e transporte de seus aparelhos
através das fronteiras dos estados e passou a queimar sistematicamente
seus livros e periódicos. Não apenas o trabalho escrito de Reich, mas
qualquer material escrito que contivessea palavra “orgônio” deveria ser
destruído (paranoico e encurralado, Reich recusou a ajuda oferecida pela
ACLU, a União Americana pelas Liberdades Civis, acreditando que a
organização estava cheia de comunistas subversivos). Agentes da FDA
também destruíram seus aparelhos e laboratório com machados — mas isso
não foi tudo. A FDA levaria a perseguição da psicanálise austríaca muito
mais longe.
O que havia nesse homem e em suas teorias que evocou o ódio de quase
toda facção política e científica de sua época? O que havia em sua
“revolução sexual” que valeu um arquivo do FBI de 789 páginas sobre
Wilhelm Reich? O que provocou uma campanha sistemática de ataques que
dificilmente faria pensar na América sã e racional que tinha acabado de
vencer uma guerra contra os nazistas queimadores de livros — ataques que
fariam lembrar a Inquisição, a morte de Giordano Bruno na fogueira ou o
final de
Frankenstein, com aldeões enraivecidos segurando tochas e forcados queimando o castelo do cientista louco?
O Combate Sexual da Juventude
Reich nasceu em 24 de março de 1897, numa fazenda na Galícia,
Áustria-Hungria, no que hoje é a Ucrânia. Ele abraçou sua sexualidade
bem cedo, tentando, sem sucesso, fazer sexo com a babá de seu irmão
quando tinha quatro anos e meio, e finalmente conseguindo com a
cozinheira da família aos 11. Aos 12, Reich descobriu sua mãe fazendo
sexo com um de seus tutores. Quando ele contou ao pai, o homem espancou
repetidamente a mãe de Reich até que ela cometesse suicídio. Reich se
culpou pelo caso.
Dos 15 aos 17, ele fez diversas visitas a bordéis e registraria
fantasias sexualizadas com sua mãe em seu diário aos 22 anos (naquele
mesmo ano, ele conheceu Sigmund Freud, cujas teorias do complexo de
Édipo podem ter influenciado essa confissão). Lore Reich Rubin, a
segunda filha de Reich, diria mais tarde ao jornalista Christopher
Turner que acreditava que Reich tinha sido vítima de abuso sexual na
infância.
Enviado para o Exército durante a Primeira Guerra Mundial, Reich viu “a
desumanidade do homem para com o homem” em primeira mão na frente
italiana. Depois disso, ele estudou medicina na Universidade de Viena,
onde ficou insatisfeito com o que considerava uma abordagem
“mecanicista” da vida na dissecação fria de cadáveres por seus colegas
estudantes. Assim, ele começou uma busca pela energia criativa que
sentia como sendo subjacente à vida. Em1919, ele conheceu Sigmund Freud.
Bem recebido no movimento psicanalítico em expansão, Reich recebeu a
permissão para começar a atender pacientes aos 22 anos — ele logo
ficaria marcado como o pupilo estrela de Freud, alguém talvez destinado à
liderança.
Freud tinha identificado a raiz da neurose na sexualidade reprimida e a
força motora da vida como sendo a libido — afirmando que “nenhuma
neurose é possível com um
vita sexualis normal”. Seus dois
grandes estudantes, Jung e Reich, deveriam levar sua teoria mais longe.
Entretanto, enquanto Jung abordaria o caminho da mitologia, simbolismo e
do oculto, Reich se aventuraria numa direção completamente diferente: o
corpo.
Para além do reino da repressão psíquica, Reich postulou que o trauma
também era reprimido fisicamente. Uma criança que sofreu abuso, por
exemplo, e que não possuía o desenvolvimento emocional para processar
tal evento, iria “armazenar” o trauma como tensão muscular, o que
poderia causar dores crônicas mais tarde na vida e formar o físico e o
caráter geral do indivíduo, sua abordagem para a existência. Reich
acreditava que o caráter fascista era criado por um trauma inicial e que
uma atitude repressiva ou abusiva para com a sexualidade se manifestava
como uma “rigidez” física e emocional na vida adulta — Reich se
preocupava com nada menos do que a erradicação do fascismo e do
autoritarismo.
A abordagem de Reich da terapia, portanto, iria além da simples cura
pela fala: ele também usaria massagens profundas e frequentemente
dolorosas nas áreas de tensão muscular do paciente para liberar o trauma
enterrado e trabalhar com os pacientes para aprofundar sua respiração e
expressar suas emoções ignoradas, até mesmo sua raiva reprimida. Foi
essa abordagem, combinada à atitude pró-sexualidade de Reich, que
escandalizou o público e colocou sua carreira num foguete para lugar
nenhum. (Embora bastante conservador em algumas áreas — ele se opunha à
pornografia e à homossexualidade, por exemplo — Reich teve casos com
várias pacientes no começo de sua carreira, ao final das terapias. Isso
não era incomum nos primórdios da psicanálise; mesmo Freud discutiu a
inevitabilidade dos casos amorosos. Em sua busca por liberar a energia
da vida, Reich mais tarde receberia pacientes parcialmente ou totalmente
despidos, quebrando totalmente a neutralidade analítica).
Reich logo descobriu que trabalhar os bloqueios tanto na psique quanto
na musculatura poderia criar uma imensa liberação emocional em seus
pacientes, desencadeando inclusive sentimentos de exaltação física e
êxtase (Reich chamou essas sensações físicas de “correntes
orgonóticas”). Conforme sua prática continuou, ele veio a teorizar que,
abaixo das camadas de repressão muscular, havia o que ele chamava de
“potência orgásmica” e que era a repressão muscular que blindava seus
pacientes da total liberação orgásmica — uma experiência completa de
vida.
Um diagrama do funcionamento reativo e econômico-sexual do livro A Função do Orgasmo.
Em 1948, ele codificaria sua teoria em sua maior obra,
A Função do Orgasmo,
na qual afirmava que o orgasmo existia não somente como função
reprodutiva, mas como uma maneira de o corpo regular a tensão e atingir a
liberação emocional. A total liberação orgásmica — na qual o indivíduo
não procura reprimir a função de forma física e psicológica — era vista
por Reich como uma chave para a saúde mental. Como ele escreveu no
livro: “Doenças psíquicas são o resultado de distúrbios na capacidade
natural de amar” (Reich se casaria e se divorciaria três vezes — com a
psiquiatra e ex-paciente Annie Pink, de 1924 a 1934, com quem ele teve
duas filhas; com a dançarina Elsa Lindenberg, com quem ele teve um
casamento aberto de 1933 até 1939, e com Ilse Ollendorff, com quem teve
um filho, Peter, de 1946 a 1951. Paradoxalmente, Reich é lembrado como
sendo cruel, infiel e ciumento em seus relacionamentos).
Freud era ambivalente sobre as ideias de seu discípulo. Em 1926, ele
escreveu: “Não me oponho de maneira alguma à sua tentativa de resolver o
problema da neurastenia explicando isso com base na ausência de
primazia sexual”. No entanto, ele retirou seu apoio às teorias mais
extremas de Reich dentro da comunidade psicanalítica mais ampla, talvez
pensando na preservação de suas próprias vitórias culturais duramente
conquistadas no campo da sexualidade. Sem o apoio de Freud, a comunidade
psicanalítica logo lavou as mãos sobre o jovem analista.
Então, as coisas deram uma guinada para pior para Reich. Lutando com as
reações contrárias a ele durante 1926, ele pediu para ser analisado por
Freud. Seu mentor e figura paterna recusou seu pedido de ajuda. Reich
ficou profundamente magoado. Logo em seguida, seu irmão morreu de
tuberculose; Reich também contraiu a doença e passou um ano num
sanatório em Davos, Suíça. Chocado por essa sequência de eventos, ele se
tornou um radical e logo se juntou ao Partido Comunista. Testemunhando
pessoalmente quando a polícia indiscriminadamente matou 84 trabalhadores
e feriu 600 na Revolta de Julho de 1927, em Viena, Reich se convenceu
de que havia algo muito errado com o mundo. A polícia não havia sido
somente brutal, segundo ele observou, mas robótica, como se estivesse
num transe — blindados.
Trabalhando nas ruas, Reich fez a conexão entre a repressão sexual com a
repressão econômica que via ao redor. Ele abriu diversas clínicas em
Viena, oferecendo análise, assim como educação sexual e contraceptivos
para jovens da classe trabalhadora (na época, os liberais defendiam o
uso de contraceptivos somente para pessoas casadas).
Reich com sua primeira esposa, Annie, que o conheceu como paciente aos 18 anos.
ELE ARGUMENTOU FORTEMENTE CONTRA A MONOGAMIA, DEFENDENDO
“RELACIONAMENTOS AMOROSOS DURADOUROS” QUE NÃO ESTAVAM CODIFICADOS PELA
LEI, MAS UNIDOS PELO AMOR.
Reich se mudou para Berlim em 1930, bem em tempo de testemunhar a
ascensão dos nazistas – o ápice da blindagem de caráter. No entanto,
apesar de continuar a desenvolver suas teorias e a escrever os
comunistas também mostravam pouco interesse por seu material. Seu
contrato com os Editores Psicanalíticos Internacionais foi cancelado
depois que ele começou a defender a educação sexual e os contraceptivos
para adolescentes em vez da abstinência – ele chegou a sugerir que a
expressão sexual desmistificada para crianças podia ser crucial para
criar adultos saudáveis e que suas perguntas deveriam ser respondidas de
maneira franca. Em 1932, num livro chamado
O Combate Sexual da Juventude, o Dr. Reich protestou contra as mensagens mistas sob as quais os adolescentes lutavam para entender sua sexualidade.
“Os jovens são contaminados por um lado por moralistas e defensores da
abstinência e, por outro lado, pela literatura pornográfica”, escreveu.
“Ambas as influências são extremamente perigosas, a última não menos do
que a primeira.” Naquele momento, na Alemanha, as apostas eram altas,
observou o psiquiatra aos 27 anos: “A miséria sexual dos jovens modernos
é imensurável, mas muito disso está fora de vista, abaixo da
superfície”. Seus oponentes tomaram essa declaração com o significado de
que as crianças deveriam assistir o coito dos pais, apesar de Reich
jamais ter defendido isso.
Ele persistiu, argumentando fortemente contra a monogamia e defendendo
“relacionamentos amorosos duradouros” que não seriam codificados pela
lei, mas unidos pelo amor; qualquer outra coisa levaria a um
“embotamento sexual”. Ele atacou o
status de dependência
econômica das mulheres, que mantinha elas presas em casamentos forçados.
E, o mais radical de tudo, ele sugeriu que as crianças deviam ser
criadas por uma comunidade estendida, libertando-as, assim, das neuroses
de seus país biológicos. (Essas atitudes eram até certo ponto
influenciadas por experimentos sociais similares que ocorriam na União
Soviética.)
Dr. Reich estava entrando num território tabu que poucos ousaram
violar, um território que permaneceria tabu até muito depois dele. Mas
suas experimentações – e, particularmente, a resposta que ele engendrou –
o mudaram, para melhor ou pior. Quando ele se encontrou com Freud
novamente em 1930, seu ex-mentor parecia agora diminuído. Dr. Freud,
escreveu ele, era um “animal enjaulado”.
Em 1933, a postura sexual do Dr. Reich levou os nazistas a uma ação.
Ele e sua amante escaparam para a Dinamarca – para serem expulsos pelo
Partido Comunista Dinamarquês. Então, eles partiram para a Suécia, onde
Reich foi colocado sob vigilância; depois de a polícia ver vários
pacientes entrando e saindo de seu hotel, eles ficaram convencidos de
que ele era um cafetão. As autoridades negaram sua permanência no país.
Mais choques se seguiriam: não só seu contrato de publicação do livro
Análise de Caráter
tinha sido cancelado, como, em 1934, quando ele apareceu na conferência
anual da Associação Internacional de Psicanálise em Lucerna, ele foi
informado que tinha sido expulso no ano anterior. Comoconvidado, ele
apresentou um trabalho na conferência, mas o episódio marcou o fim de
seus laços com a comunidade científica predominante para sempre.
“Disseram-me que meu trabalho em psicologia de massas, que era
direcionado contra a irracionalidade do fascismo, tinha me colocado numa
posição demasiada exposta”, ele escreveria mais tarde. “Por isso, minha
filiação [...] não era mais sustentável. Quatro anos mais tarde, Freud
fugiu de Viena por Londres, onde os grupos de psicanálise foram
destruídos pelos fascistas [...] Subsequentemente, evitei contato com
meus antigos colegas. O comportamento deles não era nem melhor nem pior
do que o normal em casos assim. Isso era baixo e desinteressante. Uma
boa dose de banalidade é tudo o que é preciso para abafar um assunto.”
Discussão na conferência de Lucerna, agosto de 1934: Erwin Stengel, Grete Bibring, Rudolph Lowenstein e Wilhelm Reich.
“Consegui um Acumulador de Orgônio – E Isso Fez Eu me Sentir Incrível”
Foi na Noruega, onde ele se estabeleceu nos cinco anos seguintes, que o
Dr. Reich desenvolveu uma nova teoria: ele passou a acreditar que o
orgasmo carregava uma energia real, batizadade orgônio e expressa não
somente pela resposta orgásmica, mas, na verdade, na energia vital em
si. Essa energia, em sua visão, permeava a natureza e o cosmos,
expressando-se em fenômenos atmosféricos como a aurora boreal. (Freud
tinha postulado uma teoria semelhante em 1890, mas desistiu da ideia.)
Mais tarde, o Dr. Reich afirmou que o orgônio poderia ser observado de
forma objetiva e que era composto de partículas azuis chamadas
bions que
ele havia observado no microscópio. Essa talvez seja a teoria mais
controversa de Reich – uma tentativa de mover a psicanálise para além do
reino das “ciências humanas” e direcioná-la para o campo da física e da
biologia. Para a comunidade de psicanálise, isso era pura heresia.
Depois de enfurecer os psicanalistas, os comunistas e os fascistas, Dr.
Reich agora se preparava para enfrentar o ataque direto da comunidade
científica como um todo. Cientistas noruegueses travaram uma guerra
contra ele na imprensa liberal, rejeitando sua pesquisa (e se recusando a
submetê-la a um estudo detalhado de controle) e buscando deportá-lo. O
governo norueguês, que já tinha sido criticado por deportar Trotsky,
permitiu a estadia de Reich – mas o proibiu de praticar a psicanálise.
Quando
a Segunda Guerra Mundial estourou, Reich, então com 36 anos, fugiu para
os Estados Unidos, estabelecendo residência em Forest Hills, Queens, e
realizando experiências onde injetava bions em ratos com câncer. Mas
Reich continuou a ser um ímã de infortúnio. No dia 12 de dezembro de
1941, cinco dias antes do ataque a Pearl Harbor e um dia depois que a
Alemanha declarou guerra aos Estados Unidos, ele foi preso pelo FBI na
Ilha Ellis. Mais tarde, isso se revelou um caso de identidade trocada
com um dono de livraria comunista de New Jersey também chamado Wilhelm
Reich – mas o FBI só iria reconhecer o erro dois anos depois, em
novembro de 1943. Pelo resto daquele mês, Reich foi deixado dormindo no
chão da cela juntamente com os membros presos do Bund Germano-Americano,
uma organização nazista norte-americana que Reich estava convencido que
queria matá-lo.
O FBI liberou Reich depois que ele ameaçou começar uma greve de fome,
mas ele continuou na “lista de figuras chave” da Unidade de Controle de
Inimigos Estrangeiros e ficou sob vigilância do Estado. O incidente
demonstrou a Reich que ele podia ter deixado a Europa para trás, mas que
não havia escapatória da psicologia de massas do fascismo.
Reich se tornou mais comprometido do que nunca com a causa de quebrar a
blindagem emocional da humanidade. Em seguida, ele começaria a projetar
o que se tornaria sua maior controvérsia: uma tentativa de aproveitar e
concentrar orgônio com gaiolas de Faraday adaptadas, que ele chamou de
acumuladores de orgônio. Isolados com materiais orgânicos como madeira e
papel, o que Reich acreditava que forçava a energia do orgônio a
oscilar dentro da caixa, o acumulador, segundo ele, podia curar
distúrbios mentais e físicos – potencialmente até o câncer. No dia 13 de
janeiro de 1941, Reich levou o dispositivo até Albert Einstein, que o
testou entusiasmadamente e notou que os acumuladores criavam um aumento
de temperatura. Mas quando o assistente de Einstein, o físico polonês
Leopold Infeld, sugeriu que o acumulador de orgônio estava produzindo
calor simplesmente por causa do gradiente térmico da sala, já que isso
era elevado do chão, Einstein rejeitou as caixas e se recusou
completamente a admitir novos testes com elas. Para Reich, isso foi um
eco amargo da rejeição de Freud, o desprezo de outro guardião
estabelecido e potencial figura paterna.
Reich
adquiriu terras em Rangely, Maine, e abriu seu instituto “Orgonon”,
onde ele continuaria suas pesquisas.
Além do orgônio, ele identificou
uma segunda força – a DOR ou “Deadly Orgone Radiation” (“Radiação Mortal
de Orgônio”), um tipo de antimatéria orgásmica presente na (e
responsável pela) degradação ambiental, que ele acreditava cobrir o
mundo.
Ele logo passou a ver seu trabalho em oposição direta ao que o
governo norte-americano tinha feito em Hiroshima e Nagasaki: ele estava
numa corrida armamentista pela energia da vida, não pela energia da
morte.
Foi aí que Reich começou a construir enormes armas de orgônio que ele chamava de “
cloudbusters”
e que, segundo ele, podiam reverter a desertificação e criar chuva.
Apesar de o governo usar a tecnologia de semeadura de nuvens desde os
anos 1940 para tirar água de nuvens com iodeto de prata ou gelo seco,
Reich usou uma abordagem menos convencional.
Sua técnica de semeadura de
nuvens pretendia tirar energia “ôrgonica” diretamente da atmosfera
através de uma série de canos e depositá-la no solo ou num corpo de
água, como um para-raios, criando nuvens na esteira do orgônio
canalizado. Fazendeiros começaram a pagar para que ele produzisse chuva
para suas plantações – supostamente com sucesso, pelo menos de acordo
com os seus próprios relatórios.
Durante essa época, Reich afirmou que seus experimentos com as
cloudbusters tinham
gerado interesse de visitantes inesperados: ele acreditava que OVNIs
alienígenas, ou “alfas de energia” na terminologia de Reich, estavam
atacando a terra com DOR. Reich disse ter visto várias naves alienígenas
sobre o Orgonon; uma vez, segundo o analista, ele e seu filho usaram
uma
cloudbuster para defender a Terra numa “batalha interplanetária em larga escala” no Arizona.
A resposta do FDA aos empreendimentos de Reich foi declará-lo uma
“fraude de primeira magnitude” e obter uma liminar proibindo o envio
interestadual de acumuladores de orgônio e qualquer literatura
relacionada. Quando um dos associados de Reich desobedeceu a liminar,
contra a vontade de Reich, e transportou um acumulador através das
fronteiras estaduais, Reich foi preso por desacato e sentenciado a dois
anos de cadeia.
Reich sendo escoltado para a Penitenciária Federal de Lewisburg, março de 1957.
Na Prisão Federal de Lewisburg, Reich ficou conhecido entre os outros
prisioneiros como o “homem da caixa de sexo”. Em novembro de 1957, aos
60 anos, ele morreu de ataque cardíaco, dias antes de ser colocado em
liberdade condicional. Nenhuma publicação psiquiátrica ou científica
cobriu seu falecimento. Além de alguns jornais anarquistas, seu trabalho
ganhou um obituário de apenas um parágrafo na
Time:
“Faleceu. Wilhelm Reich, 60 anos, psicanalista outrora famoso, depois,
mais conhecido por suas teorias não ortodoxas sobre sexo e energia; de
ataque cardíaco; na Penitenciária Federal de Lewisburg, Pensilvânia;
onde ele cumpria uma pena de dois anos por distribuir sua invenção, o
'acumulador de orgônio' (violando uma liminar do FDA), um aparelho do
tamanho de uma cabine telefônica que supostamente reuniria energia da
atmosfera e podia curar, quando o paciente se sentava dentro dele,
gripes comuns, câncer e impotência.”
Uma década depois, no meio dos anos 1960, a
Time ponderou que
“Dr. Wilhelm Reich talvez tenha sido um profeta”, e “Agora, às vezes,
parece que toda a América é uma grande caixa de orgônio”. Mas, em 1957, o
mundo pouco se importou. Em vez de testar suas teorias ou simplesmente
descartá-las, a FDA queimou Reich numa grande fogueira.
Eu Ainda Sonho com Orgonon
Em sua busca por desenterrar as raízes das neuroses sexuais da
humanidade, Reich desafiou quase todo o tabu da civilização ocidental,
enfureceu quase toda força estabelecida da época e morreu na prisão por
seus esforços. No entanto, sua influência pode ser ainda maior do que
geralmente é creditado a ele.
Enquanto Reich definhava na prisão, a revolução sexual que ele tinha
ajudado a iniciar estava começando a se manifestar. Elvis fez sua
estreia na TV em 1956, mexendo seus quadris de uma maneira que,
decididamente, irradiava orgônio, demonstrando o tipo de libertação de
blindagem de caráter que Reich provavelmente queria de seus pacientes.
No meio dos anos 1960, com o lançamento da pílula anticoncepcional, a
revolução sexual estava em pleno andamento. (Aliás, “revolução sexual” é
um termo cunhado por Reich.)
“QUANDO ENTREI NO ACUMULADOR E ME SENTEI, NOTEI UM SILÊNCIO
ESPECIAL QUE, ÀS VEZES, SE SENTE NAS FLORESTAS PROFUNDAS [...] MINHA
PELE ARREPIOU E EXPERIMENTEI UM EFEITO AFRODISÍACO SIMILAR AO DE UMA
ERVA BOA E FORTE. O ORGÔNIO É DEFINITIVAMENTE UMA FORÇA COMO A
ELETRICIDADE.” – WILLIAM S. BURROUGHS
Estudantes que participavam dos protestos em Paris e Berlim em 1968 jogavam cópias do
Psicologia de Massas do Fascismo
de Reich nos capacetes dos policiais. Jack Kerouac e Allen Ginsberg
abraçaram as teorias de Reich; William S. Burroughs investigou os
acumuladores de orgônio por anos e escreveu extensivamente sobre eles em
seu trabalho. Ele chegou mesmo a construir sua própria caixa
acumuladora, onde ele entrava para escrever (enquanto fumava haxixe).
“Quando entrei no acumulador e me sentei, notei um silêncio especial
que às vezes se experimenta nas florestas profundas, às vezes numa rua
da cidade, um zumbido que é mais vibração rítmica do que um som”,
escreveu ele em
Junky. “Minha pele arrepiou e experimentei um
efeito afrodisíaco similar ao de uma erva boa e forte. Não há dúvida, o
orgônio é uma força definitiva como a eletricidade. Depois de usar o
acumulador por vários dias, minha energia voltou ao normal. Comecei a
comer e não consegui dormir mais de oito horas. Eu estava no período
pós-cura.” Assim como fez com a ayahuasca, Burroughs tentou curar a si
mesmo do vício em heroína e da síndrome de abstinência com o acumulador.
(Apesar de tentar quase todas as curas para vício em heroína do
planeta, Burroughs nunca conseguiu permanecer limpo por muito tempo e
morreu num programa de manutenção com metadona.)
Kurt Cobain visitou William Burroughs em 1993. “Sentei na máquina
de orgônio e havia viúvas negras lá dentro, ele [Burroughs] ainda tinha
uma e eu estava com medo, porque tenho aracnofobia. Ele teve que matar
todas as aranhas para mim.”
Saul Bellow, J.D. Salinger, Michael Foucault e Norman Mailer também
desenterraram Reich; como Burroughs, Mailer construiu seus próprios
acumuladores e saiu em busca de liberar a si mesmo por meio do que ele
descreveu como um “orgasmo apocalíptico” – em seu ensaio “The White
Negro”, Mailer fala do antiautoritário como aquele que “busca amor [...]
amor como a busca de um orgasmo mais apocalíptico do que aquele que o
precedeu”. Mesmo Sean Connery mergulhava em orgônio em seu próprio
acumulador enquanto filmava alguns de seus filmes do James Bond.
O
New York Times, numa crítica literária de
A Psicologia de Massas do Fascismo,
pediu uma reavaliação séria do trabalho do analista. Reich logo ficou
tão em moda entre os intelectuais que, em 1968, Roger Vadim atormentou
Jane Fonda com uma máquina do prazer criadora de orgônio em
Barbarella, e Woody Allen fez uma paródia do acumulador de orgônio como o “Orgasmatron” em
O Dorminhoco,
de 1973. Quase uma década depois, Kate Bush e Terry Gilliam contariam a
história de Reich no vídeo “Cloudbusting” de Bush, onde Donald
Sutherland interpreta Reich e Bush faz o papel de seu filho Peter.
Clipe de “Cloudbusting” de Kate Bush, 1986, dirigido por Julian Doyle e concebido por Bush e Terry Gilliam.
A ambivalência compreensível da disciplina psicanalítica sobre Reich
não tinha mudado, mas a cultura sim. As ideias de Reich encontraram um
interesse mais amplo. Como Norman Mailer resumiria depois para seu
analista Walter Kendrick: “O que era importante para mim era a força, a
clareza, o poder dos primeiros trabalhos [de Reich] e a audácia. E
também o fato de que acredito, num sentido básico, que ele estava
certo”.
As ideias de Reich nunca foram reavaliadas pela comunidade científica –
nem pelos psicanalistas, que ainda o consideram uma mácula em sua
história. Ainda assim, suas ideias terapêuticas se infiltraram numa
comunidade psicanalítica mais ampla e tomaram novas formas, sob novos
nomes, contribuindo para a psicologia corporal, psicologia do ego, a
terapia Gestalt de Fritz Perls (que tenta tratar o paciente como um
todo, não só seus sintomas individuais) e a terapia do grito primal de
Janov (que, como a terapia de Reich, utiliza o grito e a vocalização
para abrir a blindagem do paciente).
Em muitos aspectos, a influência de Reich pode ser detectada de modo
mais flagrante na grande variedade de terapias corporais de “bem-estar” e
mesmo na grande popularidade da massagem e da ioga. A ideia de Reich de
que o homem era pego na “armadilha” da blindagem de seu próprio caráter
encontrou um lar nos movimentos nascentes da Nova Era e do Potencial
Humano.
A casa, laboratório e escola de Wilhelm Reich é agora um museu em
Rangeley, Maine. A antena astrolábio (esquerda) está montada no topo do
observatório para detectar Energia de Orgônio. O lago Rangeley pode ser
visto abaixo. Uma das “cloudbusters
” de Reich (direita), no observatório. Fotos por Michael Kassner, CLUI.
Os livros de Reich continuam sendo publicados pela Farrar, Strauss e
Giroux, e o American College of Orgonomy, em Princeton, Nova Jersey,
continua sua linha de pesquisa, publicando o
Journal of Orgonomy,
realizando palestras públicas e oferecendo aulas de sensibilização.
Terapeutas reichianos, apesar de em número cada vez menor, continuam a
praticar suas ideias. O mundo dos reichianos, no entanto, continua
fechado, seja por falta de interesse do público ou pela mentalidade de
cerco dos defensores restantes de Reich. Alguns reichianos desonestos,
como James De Meo, continuam a tentar novos experimentos, mas gerando
cada vez menos publicidade. Os arquivos do Dr. Reich são mantidos pela
Wilhelm Reich Infant Trust no Orgonon. Seu local de descanso final está
na propriedade de 175 acres de floresta. O local é aberto a visitas.
Apenas 50 anos depois da revolução sexual que Reich previu, vivemos
numa sociedade hiperssexualizada – um lugar onde somos constantemente
barrados pelo oposto de repressão sexual. Tudo à nossa volta parece
dificilmente acumular algum orgônio – propaganda, música pop, televisão,
revistas, pornografia na internet.
Mas mesmo que a humanidade do século XXI possa parecer mais sexualmente
liberada, Reich provavelmente teria visto o superestímulo da mídia como
somente outra forma de “fugir” do contato amoroso com outro ser humano.
Fervorosamente contra a pornografia, Reich talvez enxergasse uma
civilização debruçada sobre computadores e bancadas de fábricas
exploradoras, trocando a conexão com o físico pela conexão com um
smathphone, e concluiria que a “praga emocional” continua viva e bem.
Talvez ele enxergasse uma população mais blindada do que nunca, imersa
num ambiente cheio de variantes da DOR, fora de contato com a vida, e
necessitando talvez de uma liberação sexual completamente nova – um
retorno ao mundo físico.
Jason Louv
http://www.psicanalista.com.br/component/content/article/29-terapia-holistica/74-reich-biografia
o-assassinato-cientifico-de-um-revolucionario-sexual-como-os-eua-interromperam-a-utopia-orgasmica-de-wilhelm-reich
Sejam abençoados todos os seres.