sexta-feira, 1 de maio de 2015

VINCENT VAN GOGH - VIDA E OBRA DE UM GÊNIO _ Vincent e Theo Filme: 1990-

Filme: Van Gogh - 
Vida e Obra de Um Gênio (Vincent & Theo) - 1990 -134 min. Legendado

Um filme de Robert Altman 

A intensa relação de amor e ódio, entre o pintor holandês Vincent Van Gogh e seu irmão mais novo, Theo, até o suicídio do artista.. Conheça a solidão, a euforia e a poesia de Van Gogh, pintada em cores fortes e intensas, assim como suas relações afetivas e sua obra.Com belíssima fotografia do sul da França, Bélgica e Holanda, este filme é uma pintura íntima de um artista de temperamento instável e tempestuoso, mas também, generoso e terno, para quem, a arte era mais preciosa do que sua própria vida.



Fontes:
Soraia - Filmes - Palestras - Aulas - Documentários
https://youtu.be/35mkBpAwnAw
Publicado em 19 de out de 2013- Licença padrão do YouTube
Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres
.Sejam abençoados todos os seres.

PAPIROS ERÓTICO DE TURIM -Egito Revelado


Egito Revelado - Pirâmides - Dublado Completo- Discovery Channel

81 min.



Papiros de Turim - 3 min.



9 min.

SEXO EGÍPICIO - Os Papiros Eróticos de Turim - 


Sinopse: Há milênios as pirâmides do Egito representam obras magníficas. 
Investigaremos seus grandes segredos e mistérios. 


Fontes:
Publicado em 6 de jan de 2015-Licença padrão do YouTube
 Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

A GUERRA DO VIETNÃ - 40 ANOS DEPOIS - 30 DE ABRIL DE 2015




Gerra do Vietnã
A Queda de Saigon - Channel - 182 min.

A Guerra do Vietnã - Super Documentário - 86 min.

Corações e Mentes - 112 min

CORAÇÕES E MENTES (Hearts and Minds) Guerra Vietnã - Dublado



Hearts and Minds (Corações e Mentes) é um documentário de 1974 sobre Guerra no Vietnã, dirigido por Peter Davis. Considerado um dos mais importantes documentários políticos da história do cinema, Corações e Mentes levou o Oscar de Melhor Documentário em 1975.
Das cerca de 200 horas rodadas, Davis aproveitou 151 minutos. Apoiando-se em ricas material de arquivo e depoimentos com personalidades políticas, ex-combatentes estadounidenses e sobreviventes vietnamitas colhidos nos anos de 1972 e 1973 - além de inserções de trechos de filmes de Hollywood -, Corações e Mentes procura demonstrar que o militarismo exacerbado e racismo intrínsecos à cultura estadounidense levaram os Estados Unidos ao extenso conflito no Sudeste Asiático. A meta de Davis é investigar os corações e as mentes dos norte-americanos.

O filme expôs as devastadoras conseqüências humanas deste conflito, que matou mais de um milhão de vietnamitas - a maioria civis - e 45 mil soldados norte-americanos. Davis é reconhecido como o primeiro documentarista a dar voz ao "outro lado" da história - no caso a população civil vietnamita, as maiores vítimas. Os efeitos nefastos da guerra sobre os vietnamitas são um dos pontos de fortes da obras, que traz imagens de impacto sobre a dor e a indignação de pessoas que perderam filhos em bombardeios de aviões norte-americanos, ao mesmo tempo a resistência deste povo.



A GUERRA DO VIETNÃ

Há 40 anos, com a queda de Saigon, terminava a Guerra do Vietnã. Nenhum outro acontecimento mobilizou tanto a opinião pública nos anos 1970 como o conflito, que representou a maior derrota militar da história dos EUA.

40 anos depois: Dez coisas que você talvez não saiba sobre a Guerra do Vietnã
Quynh Le Da BBC
30 abril 2015


Soldados dos EUA no Vietnã em foto de 1965

A Guerra do Vietnã, cujo fim completa 40 anos nesta quinta-feira, se estendeu de 1959, quando começaram os combates de guerrilheiros comunistas no Vietnã do Sul (na época uma ditadura apoiada pelos Estados Unidos), até que os últimos militares deixassem a capital, Saigon, em abril de 1975.

A tomada da cidade, hoje chamada Ho Chi Minh, pelas forças comunistas do Vietnã do Norte lançou as bases para a reunificação vietnamita e foi a maior derrota militar da história dos EUA - que se envolveram no conflito em 1961, temendo o avanço do comunismo.

Para americanos e vietnamitas, foi uma guerra custosa, sangrenta e divisiva.
O conflito marcou a história do Vietnã no século passado, deixou o país em ruínas, causou milhões de mortes e ainda desperta debates.

A seguir, dez dados sobre a guerra e suas consequências:

1. Rivalidade da Guerra Fria: O antigo Vietnã do Sul dependia da ajuda econômica e militar dos EUA, enquanto o Vietnã do Norte recebia apoio da União Soviética e da China.

2. Número de soldados: Mais de 2,5 milhões de americanos serviram na guerra; em 1968 havia 536 mil deles combatendo. Em 1973, quando os EUA aceitaram um cessar-fogo, as forças do Vietnã do Sul eram de cerca de 700 mil, enquanto as do Vietnã do Norte somavam cerca de 1 milhão de combatentes.
Leia mais: EUA lançam operação para livrar Vietnã de agente laranja

3. Número de mortos: Mais de 58 mil americanos e ao menos 1,1 milhão de vietnamitas morreram no conflito (algumas estimativas falam em 3 milhões de mortos). Outros países também sofreram baixas: foram mortos, por exemplo, mais de 4 mil soldados sul-coreanos.

4. Guerra internacional: Algumas nações enviaram tropas para ajudar os EUA; participaram do conflito milhares de soldados da Coreia do Sul, Tailândia, Austrália, Filipinas e Nova Zelândia.
Pôster em Ho Chi Minh marca 40 anos do fim da guerra (AFP)
Guerra deixou marcas profundas no Vietnã
A China também enviou um número substancial de soldados ao Vietnã do Norte: chegaram a 170 mil, para reparar os danos causados pelos bombardeios americanos e para ajudar na defesa aérea.

5. Guerra aérea: A Força Aérea dos EUA lançou 6,7 milhões de toneladas de bombas sobre o Vietnã; as forças aliadas do Vietnã do Sul, Austrália e Nova Zelândia lançaram outras 1,4 milhão de toneladas.
Esse montante corresponde a mais do dobro do volume de bombas lançado por Reino Unido e EUA - 3,4 milhões de toneladas - em operações na Europa e no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial.

6. O tanque: Durante 20 anos, acreditou-se que um tanque do Vietnã do Norte - o de número 843 - tivesse sido o primeiro a avançar contra as portas do Palácio Presidencial de Saigon, em 30 de abril de 1975. Só em meados de 1990 que o Vietnã concluiu que foi obra de outro tanque, o número 390.

7. Arma icônica: Nenhuma outra arma está tão associada à Guerra do Vietnã quanto o fuzil AK-47. Foi a principal arma do Exército do Vietnã do Norte e das guerrilhas do Sul e se converteu na arma revolucionária preferida em todo o mundo.
As tropas americanas usaram sobretudo o fuzil M14 e, posteriormente, o M16. Os fuzis de assalto americanos eram de difícil manejo nas úmidas selvas do Vietnã.

8. Legado controverso: O Vietnã pediu, sem sucesso, compensação às vítimas do "agente laranja" - substância química jogada pelas tropas americanas no solo para destruir plantações agrícolas e desfolhar florestas usadas como esconderijo pelos inimigos, que acabou causando danos, malformação de crianças e contaminação, com efeitos que duram até hoje.

9. Divisão: Mais de 1 milhão dos chamados "boat people" (imigrantes que viajavam em barco) fugiram do Vietnã do Sul entre 1975 e 1989. A maioria se estabeleceu nos EUA.
10. Normalização: EUA e Vietnã normalizaram suas relações em 1995 e anunciaram um acordo amplo em 2013. O comércio bilateral movimentou quase US$ 35 bilhões em 2014.



1-A entrada na guerra
As hostilidades começaram em 1956, quando o Vietnã do Norte, apoiado por China e União Soviética, decidiu não convocar eleições. Os EUA passaram a fortificar suas posições no Sul, com o objetivo de conter a expansão comunista. Em 1964, o bombardeio norte-vietnamita a barcos americanos, no Golfo de Tonquin, foi o estopim para o presidente Lyndon Johnson decidir entrar na guerra. 



2 - Opinião pública mobilizada
Nenhum outro acontecimento mobilizou tanto a opinião pública internacional na década de 70 como a Guerra do Vietnã (1964-1975). O conflito representou a maior derrota militar da história dos EUA. Pela primeira vez, as crueldades de uma guerra foram exibidas no horário nobre da programação de TV.
 Na foto, John Lennon e Yoko Ono: "A guerra acabou"


3- Selva e estratégia de guerrilha
Em 1969, no auge dos combates, 543 mil soldados dos EUA estavam nas frentes de batalha. Os norte-vietnamitas, vindos de uma guerra com a França, usaram melhor estratégias de guerrilha e aproveitaram a vantagem geográfica (selva fechada e calor de mais de 40ºC) para derrotar os americanos.



4 - Bombas, minas e veneno
Milhões de hectares de terra, minados ou envenenados, se tornaram incultiváveis. Os EUA gastaram cerca de 200 bilhões de dólares com o movimento bélico e lançaram um milhão de toneladas de bombas por ano. O uso de substâncias como o agente laranja deixou sequelas que permanecem até hoje nos vietnamitas e nos soldados americanos.



5 - Negociações de paz
O descontentamento da opinião pública americana forçou a abertura de negociações de paz, em 1971. Em 1973, um cessar-fogo foi assinado em Paris. O acordo não foi implementado, mas os EUA começaram a retirar suas tropas. Em 1975, completada a retirada dos EUA, o regime sul-vietnamita, já sem ajuda financeira americana, entrou em colapso. Na foto, tanque invade palácio presidencial em Saigon.


6 - A queda de Saigon
No dia 30 de abril de 1975, a cidade de Saigon (atual Ho Chi Minh), então capital do Vietnã do Sul, foi capturada pelo Exército norte-vietnamita e pelos vietcongues. Era o fim da guerra do Vietnã e o início de um período de transição para a reunificação do país, sob regime comunista.



7 - Mais de um milhão de mortos
Após a queda de Saigon, a evacuação de nove mil americanos foi feita às pressas, na última hora. Mesmo assim, ainda foram resgatados cerca de 150 mil vietnamitas. A guerra deixou mais de 58 mil americanos mortos e 153 mil feridos; do lado vietnamita, um milhão de mortos e 900 mil crianças órfãs.



8 - Fuga da cidade
Sob chuvas torrenciais, helicópteros dos EUA viajavam entre um porta-aviões e Saigon, em dramática operação de evacuação. O pânico reinava na embaixada americana. Além de cidadãos dos EUA, foram poucos os que tiveram acesso ao heliporto sobre o prédio da sede diplomática(foto), última chance para fugir de Saigon naquele 30 de abril.



*Vietnã: a guerra que os EUA não esquecem
Quarenta anos após a queda de Saigon, país ainda tem dificuldade em encontrar significado para a intervenção militar. Até hoje, derrota é referência em debates sobre entrada americana em outros conflitos armados.

Cliff Riley viu a queda de Saigon pela TV. Uma década antes, em 1966, ele havia se voluntariado no Exército, em meio à onda de patriotismo americano que sucedeu a Segunda Guerra Mundial. Intervir no Vietnã, pensava ele na época, era uma ação legítima para combater a ameaça do comunismo.
Ao desembarcar no Vietnã do Sul, então com 19 anos, ele viu a pobreza e achou que os Estados Unidos de fato poderiam ajudar. Com o tempo, porém, enquanto trabalhava no setor de comunicações do Exército, sua percepção das coisas foi mudando.

"Começou a me incomodar o dano que estávamos causando", relembra. "Nós estávamos destruindo a terra deles. Eu me questionava sobre o que eles iriam ter quando saíssemos."

Só de sua antiga escola, no estado de Ohio, Riley perdeu sete colegas. Quando já de volta em casa, ele acompanhou a queda da então capital do Vietnã do Sul com um misto de tristeza e raiva: "Meus amigos foram mortos. E pelo quê?"

A ambiguidade de Lyndon Johnson
Passados 40 anos, ninguém consegue ao certo responder pelo que os amigos de Riley e outros 58 mil americanos morreram. Uma dúvida que se reflete na figura de Lyndon Johnson, presidente dos EUA entre 1963 e 1969.

 Mais de 58 mil americanos morreram num conflito que até hoje o país tem dificuldades de entender
Mais de 58 mil americanos morreram num conflito que até hoje o país tem dificuldades de entender
Texano e liberal-democrata, ele apoiava a equidade racial e social nos EUA, numa agenda doméstica que contrastava com uma política externa agressiva. Em 1965, foi ele que transformou uma missão militar limitada numa guerra de fato, que envolvia quase 500 mil soldados americanos.


"As evidências mostram claramente que Johnson estava dividido", 
opina o historiador Edward G. Miller, autor de um livro sobre a guerra. 


"De um lado, ele achava que os EUA, 
por estarem profundamente envolvidos nos assuntos do Vietnã do Sul há 15 anos, 
tinham obrigação de ajudar o país. Por outro, ele estava 
seriamente preocupado com as consequências de uma guerra."

O assunto ainda divide historiadores e analistas políticos. Para uns, Johnson de fato temia um efeito dominó, com um comunismo se espalhando se o Vietnã do Sul fosse dominado pelo Norte. Para outros, tinha medo, na verdade, da pressão republicana interna caso não agisse.

"Johnson era um homem complicado, tinha medo de ser visto como fraco" afirma Miller. "Dizia com frequência que não queria ser visto como o primeiro presidente americano a perder uma guerra."
Com a guerra, começou o recrutamento. Ken Williamson era estudante de fotografia na Universidade de Ohio quando a intervenção no Vietnã começou a escalar. Ele recebeu permissão para continuar os estudos, enquanto o campus era dominado por discussões sobre o conflito.

 Só em 1991 Washington começou a indenizar veteranos por doenças causadas por exposição ao agente laranja

Só em 1991 Washington começou a indenizar veteranos por doenças causadas por exposição ao agente laranja
"Estávamos envolvidos
 numa guerra civil que, na minha opinião,
 não tinha nada a ver com a gente", conta Williamson.

Após alguns anos, já formado na universidade, Williamson foi recrutado e recebeu a missão de ir ao Vietnã como fotógrafo, trabalhando, porém, longe do front. Outros opositores da guerra fugiram para o Canadá, mas ele conta que, na época, sentiu que tinha a obrigação de servir a seu país. A intuição de que algo estava sendo escondido da população, porém, permaneceu.

"O governo americano realmente mentiu ao país sobre o que estava acontecendo", afirma Williamson, hoje com 72 anos. "Naquele tempo, era só uma impressão, mas hoje é possível provar que é verdade em várias áreas, como no uso do Agente Laranja."

As sequelas da derrota
O Exército americano despejou mais de 80 milhões de litros de Agente Laranja – um herbicida desfolhante com uma perigosa dioxina – nas selvas do sul do Vietnã para destruir os cultivos e a selva usada pela guerrilha comunista. Durante anos, os EUA não admitiram a ligação entre a substância e os futuros problemas de saúde apresentados por soldados, como Cliff Riley.

"A dioxina estava deixando muitos de nós doentes", conta Riley, hoje com 69 anos. "As pessoas que foram expostas têm mais chances de ter doenças como câncer de próstata, de pulmão ou Parkinson."
Com 40 anos, o ex-soldado já tinha sofrido dois enfartes. Foi diagnosticado com câncer colorretal e hoje tem diabetes. Só com a aprovação do chamado Agent Orange Act, em 1991, o governo começou a indenizar veteranos por doenças causadas pela exposição ao desfolhante.

O horror da guerra e a derrota dos EUA foram tão traumatizantes que alguns americanos acreditam que o país sofre de uma "síndrome do Vietnã".

"A ideia por trás do conceito é que a Guerra do Vietnã foi tão desastrosa e impopular que os líderes americanos estariam, por isso, relutantes em se envolver em conflitos internacionais", opina Miller. "Até hoje, onde quer que haja uma discussão sobre o que os EUA deveriam fazer no Iraque, no Afeganistão ou contra o 'Estado Islâmico', o Vietnã continua sendo uma referência", completa o historiador.
Vietnamkrieg 

A GUERRA DO VIETNÃ
A entrada na guerra
As hostilidades começaram em 1956, quando o Vietnã do Norte, apoiado por China e União Soviética, decidiu não convocar eleições. Os EUA passaram a fortificar suas posições no Sul, com o objetivo de conter a expansão comunista. Em 1964, o bombardeio norte-vietnamita a barcos americanos, no Golfo de Tonquin, foi o estopim para o presidente Lyndon Johnson decidir entrar na guerra.

MAIS SOBRE ESTE ASSUNTO

Agente Laranja: o legado fatídico dos EUA no Vietnã
Durante dez anos, Força Aérea americana bombardeou o país asiático com toxinas poderosas. Seus efeitos vão de câncer a malformações físicas e mentais, mesmo 40 anos após o fim da guerra. (30.04.2015)  
1975: Queda de Saigon

No dia 30 de abril de 1975, sob chuvas torrenciais, helicópteros dos EUA viajavam entre um porta-aviões e Saigon, em dramática operação de evacuação. O pânico reinava na embaixada dos EUA. (30.04.2014)  

A Guerra do Vietnã  

Agente Laranja: o legado fatídico dos EUA no Vietnã
Durante dez anos, Força Aérea americana bombardeou o país asiático com toxinas poderosas. Seus efeitos vão de câncer a malformações físicas e mentais, mesmo 40 anos após o fim da guerra.

O codinome "Operação Ranch Hand" (ajudante de fazendeiro) soa bastante inócuo. Mas nada poderia estar mais longe da verdade: sob essa capa, de 1961 a 1971 foram despejados cerca de 80 milhões de litros de herbicidas e desfolhantes sobre o Vietnã do Sul.

Visando destruir as safras do inimigo e dizimar as selvas em que se escondiam os vietcongues e o Exército do Vietnã do Norte, cerca de 16% do território do país foi bombardeado com toxinas.
Entre elas, a mais utilizada era a dioxina, apelidada agente laranja. Os pilotos da Força Aérea dos Estados Unidos o despejavam abundantemente sobre a vegetação, na proporção de até 14 quilômetros em menos de cinco minutos. E, desse modo, criaram um problema cujas raízes não eram imediatamente visíveis: o impacto dessa carga tóxica sobre a saúde.

Calma antes da tempestade química

Calma antes da tempestade química
Passou-se a pesquisar uma possível correlação nos anos seguintes aos bombardeios químicos, quando tanto veteranos de guerra americanos como a população vietnamita começaram a acusar taxas elevadas de câncer, distúrbios digestivos, respiratórios e epidérmicos – assim como abortos espontâneos e crianças com defeitos congênitos.

O exame das especificações do agente laranja não forneceu indicações sobre nada capaz de provocar tal catálogo de sintomas. Porém, a análise minuciosa de amostras de produção demonstrou que o principal composto patogênico poderia ser um subproduto da dioxina.

Falta de pesquisas
Exatos 40 anos após o fim da guerra que, calcula-se, matou 3 milhões de pessoas, as questões relativas à potência e alcance dessa substância tóxica seguem em aberto. E são cada vez mais difíceis de responder, à medida que nascem no Vietnã uma segunda e, agora, uma terceira geração de crianças apresentando alta incidência de deficiências como síndrome de Down, paralisia cerebral e desfiguração facial extrema.
Jeanne Mager Stellman, especialista da Universidade de Colúmbia no uso do agente laranja e outros herbicidas durante a Guerra do Vietnã, vem se engajando há décadas pelo reconhecimento das implicações das dioxinas. No entanto, ela se queixa que a falta de pesquisas abrangentes dificulta muito definir com precisão a natureza de uma das substâncias mais tóxicas conhecidas.


"Apesar de toda a certeza que todos associam às enfermidades 
e defeitos congênitos constatados, não conseguimos definir de fato
 quais são os impactos de longo prazo", comenta. 


"O Agente Laranja faz soar o alarme, 
mas os outros herbicidas usados não eram benignos."

Ela cita o Agente Azul, que contém arsênico e inibe a absorção do ácido fólico – forma da vitamina B cujo consumo é aconselhado às grávidas para assegurar o bom desenvolvimento fetal.

 Estimativas apontam 3 milhões de mortos no conflito


Outros "agentes"
Richard Guthrie, analista de técnicas da guerra química e biológica, confirma que é importante não esquecer os efeitos dos agentes Azul e Branco, ambos também despejados sobre o Vietnã a partir de 1966.
Ao mesmo tempo, porém, ele se diz convencido de que o Agente Laranja teve impacto duradouro sobre a saúde da população vietnamita. Guthrie também considera "muito plausível" a dedução de que a dioxina seja a causa direta dos defeitos congênitos documentados até hoje no país.

Nick Keegan, diretor de desenvolvimento econômico da Fundação Kianh, no Vietnã, não concorda inteiramente. Ele trabalha com crianças excepcionais do distrito de Dien Ban, onde elas são mais de mil, numa população total de 200 mil. Há indícios de que a área sofreu bombardeios pesados durante a guerra.
Segundo ele, mesmo os pais atribuem as deficiências a causas diferentes. 


"Temos lidado com famílias que acreditam que [as deficiências] 
sejam diretamente relacionadas ao Agente Laranja. 
Mas algumas, por razões culturais ou espirituais, acham que tiveram má sorte."

Ainda assim, Keegan admite que a alta incidência e os dados históricos o levam a parar e pensar, para "questionar os fatores contribuintes".

Transferência genética é questão central
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma vez que as dioxinas penetram no corpo, elas perduram por muito tempo, devido a sua estabilidade química e capacidade de serem absorvidas pelo tecido adiposo. Isso lhes confere uma meia-vida – o tempo necessário para sua concentração no organismo se reduzir à metade – de sete a 11 anos.

Interesses escusos entravam pesquisa sobre consequências da guerra química no Vietnã
Jeanne Stellman diz que essa dissolução gradual torna a pesquisa ainda mais difícil. Ela insiste que a questão científica crucial sobre a dioxina é se ela exerce efeitos epigenéticos – alterações ao DNA e, possivelmente, ao RNA – que não são mutações, mas sim outras mudanças na estrutura química.
Essencial é também saber se essas mudanças podem ser transferidas de uma geração para a seguinte. "No caso do Vietnã, quanto dessa alteração epigenética transita pela linha paterna e é herdável?", indaga a pesquisadora da Universidade de Colúmbia.
Entretanto, ela também enfatiza a necessidade de considerar outros fatores – como subnutrição, estresse, moléstias parasitárias e o atual emprego de pesticidas –, ao tentar compreender os padrões relacionados aos defeitos congênitos. Em alguns desses casos, já foram estabelecidas conexões.

Bloqueio político
Entretanto uma pesquisa abrangente seria única maneira de entender exatamente o que está acontecendo no Vietnã e até que ponto o Agente Laranja é um fator nas deficiências infantis, defende Jeanne Stellman. Isso não exigiria investimentos significativos, mas sim engajamento político. E ele é insuficiente.
"Há bloqueio intencional por parte de alguns elementos do governo dos Estados Unidos", acusa, apontando também a presença de "forças potentes" opostas a uma investigação abrangente no Vietnã. Como exportador de peixe-gato e outros gêneros alimentícios, aquele país do Sudeste Asiático não quer dar ao mundo a impressão de estar poluído com dioxina.

Diante desse contexto, ela questiona se os estudos necessários jamais chegarão a ser realizados. "Quanto mais esperamos, mais difícil a coisa se torna. Enquanto todo o mundo discute 'quantos anjos cabem na cabeça de um alfinete', ninguém está abordando a questão básica, em si. É tudo uma enorme tragédia humana."
Vietnamkrieg 

A GUERRA DO VIETNÃ
A entrada na guerra
As hostilidades começaram em 1956, quando o Vietnã do Norte, apoiado por China e União Soviética, decidiu não convocar eleições. Os EUA passaram a fortificar suas posições no Sul, com o objetivo de conter a expansão comunista. Em 1964, o bombardeio norte-vietnamita a barcos americanos, no Golfo de Tonquin, foi o estopim para o presidente Lyndon Johnson decidir entrar na guerra.


A Arte da Guerra - 91 min.

Cidades Ocultas - Vietnã - DOC -  45 min.


História Contemporânea - Guerra no Vietnã - 17 min.




Fontes:
BBC
Tiago Oliveira 
Publicado em 3 de set de 2014-Licença padrão do YouTube
http://www.dw.de/agente-laranja-o-legado-fat%C3%ADdico-dos-eua-no-vietn%C3%A3/a-18421288
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
 Sejam abençoados todos os seres.