sexta-feira, 22 de março de 2013

CLARICE LISPECTOR - ÁGUA VIVA - DIA MUNDIAL DA ÁGUA


 

 Parte 3

Água viva, de Clarice Lispector

Água viva, é um longo texto ficcional em forma de monólogo, que foi publicado pela primeira vez em 1973, poucos anos antes da morte da autora, Clarice Lispector. Neste livro, Clarice leva a extremos a insurreição formal e a desestruturação da forma romancesca, criando um gênero híbrico, marcado pela fluidez, pela aparência inacabada e inconclusa, produto da liberdade.

A obra pertence à terceira geração modernista e foi definido como "um denso e fluente poema em prosa". Nele é aclamada, amaldiçoada, reprimida e expandida a vida.

Água Viva reflete bem o estilo clariceano de narrar: o texto ficcional que constitui objeto de exame do presente ensaio mais parece uma série de anotações.

Não existe enredo em Água Viva, prevalecendo a repetição dos mesmos temas e o desfile de imagens multifacetadas, similares ao jogo de variações existente na música. A circularidade está presente desde a primeira até a última frase do livro: não há começo, meio ou fim. Trata-se de um texto para ser muito mais vivido do que lido, no qual a sensibilidade aflora constantemente, em um fluir de experiências vivenciadas de forma intensa. Clarice rompe com o sistema, virando-o pelo avesso, revelando o indizível, o "proibido". Como já citado, a autora promove a desconstrução e a desautomatização da linguagem, ao decompor e desmontar o próprio sistema de escrita, para tentar se libertar da náusea de viver, através da palavra expressa em neologismos, de construções inovadoras, da busca pelo sentido perfeito e por um equilíbrio entre forma e conteúdo, promovendo a exaltação do ser interior, do sujeito superfragmentado e da passagem da crise psicológica à angústia metafísica.

Clarice estabelece uma forte relação entre a pintura e a literatura: é como se ela precisasse captar o presenta ultrapassando os limites da linguagem. A personagem é uma pintora que escreve a alguém e fala constantemente de pintura, fazendo com que a respiração de um traço ou de uma pincelada estejam concretamente na obra, marcas físicas de um trabalho. A música vibra também por trás de seu texto. Há um cansaço em relação à palavra, essa palavra que nunca a satisfaz.

Nesta obra, bem como em Um sopro de vida, Clarice Lispector oferece-nos textos que se fazem próximos da experiência com o corpo, da concretude do mundo. As reflexões partem sempre daquilo que está sendo vivido.

Sendo assim, neste livro Clarice Lispector também faz um relato narrativo de sua vida como pintora, onde ela mesma se pergunta e responde sobre suas telas e as critica:


 “quando estranho uma pintura é aí que é pintura".

Obras de Clarice
 







 Podemos entender tal fala da narradora / pintora como uma auto-crítica de sua obra como pintora, já que nesse momento a escritora já era consagrada como tal, mesmo que sempre muito criticada, e já se enveredara nas artes plásticas. Em determinado trecho do romance, a autora se confunde com a personagem, uma solitária pintora que se lança em infinitas reflexões sobre o tempo, a vida e a morte, os sonhos e visões, as flores, os estados da alma, a coragem e o medo e, principalmente, a arte da criação, do saber usar as palavras num jogo de sons e silêncios.

Há inúmeras passagens no livro que exemplificam a forma de pintar, sofrida e dolorida, que metaforiza o próprio escrever de Clarice, sempre buscando dizer o indizível, ou seja, como a pintura era vista num primeiro olhar ou leitura.

Traz uma linguagem que não se perde no tempo; ao contrário, é ricamente metafórica, em que coisas, ações e emoções do dia-a-dia se transformam em grandiosas digressões indagadoras sobre o sentido da existência e da vida. Seguindo a linha de características introspectivas de seus livros, Clarice cria, em Água viva, uma obra singular, verdadeiro relato íntimo que projeta em flashes, como num caleidoscópio, verdadeiros resumos de estados de espírito em tom de confidência, onde a subjetividade sobrepuja o factual e a narradora é responsável pela cadência do texto.

Água Viva apresenta um discurso onde os vazios são produzidos pela interrupção da coerência textual; esses espaços funcionam como instrumentos impulsionadores da consciência imaginativa do leitor; no entanto, a autora utiliza um recurso técnico de produção de texto que direciona a articulação entre o discurso linear e um outro discurso que, mesmo embutido no texto principal, se manifesta em dissonância com as unidades temáticas.

O tema da obra é o instante, seu tema de vida. Como num exercício profundo, fala da tentativa de captar a quarta dimensão do "instante-já", que de tão fugidio não o é mais porque agora tornou-se um novo instante-já, que também não é mais. Cada coisa tem um instante em que ela é. O que se fala, nunca é o que se fala, e sim outra coisa. Gira em torno de nascimento, amor, liberdade, solidão, espelho, vida secreta, prece, escuridão, morte.

Em Água Viva os temas nascem e se repetem num jogo de variações e fuga análogo ao da música. Assim como a música nada mais é do que uma moldura para o silêncio, uma maneira de tornar perceptível a ausência do som, o texto de Água Viva é um longo adágio, um andamento lento e contínuo para além das fronteiras da palavra:

Que música belíssima ouço no profundo de mim. É feita de traços geométricos se entrecruzando no ar. É música de câmara. Música de câmara é sem melodia. É modo de expressar o silêncio.

Sob o aspecto da palavra como um meio de expressão do silêncio, Água Viva talvez seja o texto mais perfeito de Clarice Lispector, pois ao mesmo tempo em que constitui o auge do paradoxo que funda sua escrita (só através da palavra é que o silêncio pode ser dito), também é o momento de resolução do paradoxo, através da abdicação do desejo de relatar o mundo. O mundo, então, com tudo o que ele contém, passa a ser, simplesmente, sem explicações:

É-se.
 Sou-me. 
Tu    te   és.

É-se. Sou-me. Tu te és.

Conta o Gênesis que Deus plantou “um jardim ao leste do Éden”, um jardim cheio de “todo tipo de árvores lindas de ver e que davam bons frutos para comer e, no meio desse jardim, a árvore da vida”. “No Éden”, continua o texto dizendo, “nascia um rio que regava o jardim e, dali se dividia em quatro braços formando rios”. Naquele jardim do leste havia flores estranhas, dotadas de rara vitalidade: cravos agressivos, com um perfume de “algum modo mortal”; eram de cor vermelha que berravam uma “violenta beleza”, ou brancos que recordavam “o pequenho caixão de criança defunta”.


 Havia também violetas “introvertidas e profundas”, que se escondiam “para poder captar o próprio segredo” e à diferença dos cravos, não gritavam nunca seu perfume: “Violeta diz levezas que não se podem dizer.” Naquele jardim podia-se ver também margaridas alegres, “de graça infantil”, orquídeas “antipáticas”, jasmins “de mãos dadas” e crisântemos de “profunda alegria” que falavam através de sua cor e de seu despenteado” porque o crisântemo “é flor que descabeladamente controla a própria selvageria”. E havia também rosas cujo perfume é “mistério doido”, que “quando profundamente aspirado toca no fundo íntimo do coração e deixa o interior do corpo inteiro perfumado”.

É assim que Clarice Lispector nos descreve, em seu romance Água Viva, aquela extraordinária floração do primeiro jardim, quando as plantas respiravam livremente seguindo seus próprios impulsos, quando havia cavalos soltos e, de noite, “o cavalo branco – rei da natureza – lançava para o alto ar seu longo relincho de glória”, quando o tigre lambia suas fauces após ter devorado sua presa. Havia pássaros, nos diz a autora, naquele lugar e, como místicos, levitavam com essa leveza que dá o desprender-se do chão para entregar-se a um ar carregado de perfumes. E também um “tronco luxurioso” do qual esta mulher, que passeia por essas extraordinárias folhagens da origem, afirma que “está ligado à raiz que penetra em nós na terra”.

Poucas vezes temos a oportunidade de descobrir em um livro semelhante beleza na descrição de paisagens e de seres movendo-se em completa liberdade: tão intimamente embriagados de si mesmos que nada necessitam para justificar sua existência. Clarice Lispector escreveu esse pequeno livro, que não chega a ter cem páginas, durante três longos anos.

Sua primeira versão foi de julho de 1971 e teve como título Atrás do Pensamento. Monólogo com a Vida. Um ano mais tarde, Clarice decidiu interrompê-lo porque não estava conseguindo o que desejava transmitir e, então, já se referiu ao livro como Objeto Gritante. Em agosto de 1973, a Editora Artenova publicava esse original, bastante mais reduzido, com o título Água Viva.


E Água Viva é uma soma de fragmentos tomados de uma e outra parte, de contos, de artigos previamente publicados no Jornal do Brasil, onde a escritora trabalhou sete anos, e, inclusive, de sua novela anterior, Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres

Sua biografia nos faz notar também que a voz da narradora do livro parece ser a mesma daquela de A Paixão segundo G.H., apenas que em Água Viva “se vale de um discurso que, se caminha em fluxo, fluidamente, tentando captar a sua fonte primária”. 

O texto de Clarice convida 
a uma leitura como se esta fosse um ato de nadar
 ou de deslizar sobre a água.

 Leitura na água porque o livro é um manancial de água viva que brota como o pranto de um recém-nascido, com sua vitalidade e sua inocência; é água correndo, voz escapando, abrindo sulcos no espaço do silêncio; é alento, fluído sangüíneo circulando no incerto, no imenso organismo do Universo.

 O texto é uma metáfora em si mesmo, 
uma metáfora que não é metáfora mas água viva. 

A tentativa da escritora não é traduzir para uma linguagem uma experiência, mas escrever com o mesmo gesto, com o mesmo alento daquilo que quer expressar. Não há tradução, há vida circulando em ondas, como a água e como a música, como a melodia que poderia interpretar um “quarteto de nervos”.

A voz que nos fala em Água Viva, entoa uma melodia do tempo, inscrita no silêncio ou numa dura parede de granito. Uma voz que bate ao compasso de um coração. Uma voz que, igual que uma onda, se expande por um espaço silencioso, onde, de tempos em tempos, consegue transformar-se em palavra, em partícula que não tardará a dissolver-se novamente em um âmbito imenso e mudo.

Lendo um livro como Água Viva descobre-se que a voz humana não é tão diferente do rugido de uma fera ou do bramir incontrolável de um mar encrespado: chega-se a saber que a palavra é semelhante a essa partícula única que adquire todas as formas possíveis, todas as dimensões imagináveis para gerar a diversidade do mundo que habitamos. O texto deste livro é um jorro de partículas que emerge e dissolve-se no vazio, fluído elétrico, seiva que sobe pelo duro tronco de uma árvore, sangue que circula pelas veias de um organismo vivo, manancial que nasce das entranhas da terra, vento que percorre as cimas, grito que perfura os muros de carne que nos isolam e uiva uma mensagem de vida com nossa voz.



"A palavra é a minha quarta dimensão"
 
"...escrevo por profundamente querer falar.

Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio.”

“Inútil querer me classificar. 
Eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais.”

“Vou crescendo com o dia
 que ao crescer me mata certa vaga esperança
 e me obriga a olhar cara a cara o duro sol.”

“Nesse âmago
 tenho a estranha impressão de que 
não pertenço ao gênero humano.”

“E sou assombrada pelos meus fantasmas, 
pelo que é mítico, fantástico e gigantesco: a vida é sobrenatural.
 E caminho segurando um guarda-chuva aberto sobre corda tensa. 
Caminho até o limite do meu sonho grande.
 Vejo a fúria dos impulsos viscerais: vísceras torturadas me guiam. 
Não gosto do que acabo de escrever 
– mas sou obrigada a aceitar o trecho todo porque ele me aconteceu.”

“E eu tinha resolvido 
que ia dormir para poder sonhar,
 estava com saudade das novidades do sonho.”

“Sou uma iniciada sem seita. Ávida do mistério.”

Clarice Lispector 
Fragmentos: "Água Viva"

"Leia o texto abaixo e depois leia de baixo para cima"
Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...


 
 Li-Sol-30
 Fontes:
O Pensador- http://pensador.uol.com.br/autor/clarice_lispector_agua_viva/
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/a/agua_viva
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
 Sejam abençoados todos os seres.

TODA POESIA DE PAULO LEMINSKI



 

‘Toda Poesia’ 

reúne obra poética de Paulo Leminski

Autor curitibano
tem como uma de suas marcas a mistura do erudito ao popular 

Literatura
’Toda Poesia’ - Paulo Leminski  

Paulo Leminski (1944-1989) é um importante nome da poesia brasileira. Um escritor que em plena década de 70, quando começou a publicar seus livros, ousou unir características de dois movimentos poéticos quase antagônicos: o concreto e o marginal. E foi desta mistura que nasceu uma forma considerada singular de escrever. 

Agora toda a produção poética do curitibano está reunida em um único livro: ‘Toda Poesia’, recém-lançado pela Companhia das Letras.
O escritor e compositor Ademir Assunção foi amigo de Leminski e define o curitibano como

 “uma figura vulcânica,
 com um pensamento muito rápido,
 e muito bem humorada”. 
Alguém que não se encaixava nos estereótipos nem de um erudito nem de alguém ligado à contracultura, mas que participava de ambos os grupos. 

“Eu acho que a singularidade do Leminski era justamente isso: ele não era um erudito convencional. Era uma figura que tinha erudição, sabia várias línguas, traduzia do grego, do latim. E, ao mesmo tempo, era uma figura totalmente contaminada por esse clima dos anos 60, da rebeldia”, opina Assunção. Rodrigo García Lopes, também escritor e compositor, é outro que ressalta a capacidade de Leminski em juntar coisas aparentemente tão distintas:

 “Ele transitava 
entre o erudito e a coisa mais pop 
com muita facilidade”.
Além de poeta, Leminski desenvolveu outras atividades, como a de tradutor, sempre norteado pelo trabalho com a linguagem. “Ele era totalmente voltado para tudo que estivesse em torno da palavra e da linguagem, e isso se reflete em todas as coisas que ele fazia, que não eram poucas: ele foi jornalista, publicitário, compositor de letra de música, poeta, contista, romancista e tradutor”, conta Estrela Leminski, escritora, compositora e filha do poeta.
 Paulo Leminski foi um escritor, tradutor, poeta, e professor brasileiro, e além de tudo era um lutador de judô faixa-preta. [Biografia de Paulo Leminski]

Haja hoje para tanto ontem
Paulo Leminski


cortinas de seda
o vento entra
sem pedir licença
Paulo Leminski


viver é super difícil
o mais fundo
está sempre na superfície
Paulo Leminski


acordei e me olhei no espelho
ainda a tempo de ver
meu sonho virar pesadelo
Paulo Leminski


tudo dito,
nada feito,
fito e deito
Paulo Leminski


amar é um elo
entre o azul
e o amarelo
Paulo Leminski


jardim da minha amiga
todo mundo feliz
até a formiga
Paulo Leminski


a estrela cadente
me caiu ainda quente
na palma da mão
Paulo Leminski


ameixas
ame-as
ou deixe-as
Paulo Leminski


soprando esse bambu
só tiro
o que lhe deu o vento
Paulo Leminski


outubro
no teto passos pássaros
gotas de chuva
Paulo Leminski


lá embaixo
vai ter
o que eu acho
Paulo Leminski


o mar o azul o sábado
liguei pro céu
mas dava sempre ocupado
Paulo Leminski


Isso de ser
exatamente o que se é ainda vai
nos levar além
Paulo Leminski


Aqui jaz um grande poeta. Nada deixou escrito. Este silêncio, acredito, são suas obras completas.
Paulo Leminski


Um homem com uma dor

um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegasse atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra
Paulo Leminski


Enchantagem

de tanto não fazer nada
acabo de ser culpado de tudo

esperanças, cheguei
tarde demais como uma lágrima

de tanto fazer tudo
parecer perfeito
você pode ficar louco
ou para todos os efeitos
suspeito
de ser verbo sem sujeito

pense um pouco
beba bastante
depois me conte direito

que aconteça o contrário
custe o que custar
deseja
quem quer que seja
tem calendário de tristezas
celebrar

tanto evitar o inevitável
in vino veritas
me parece
verdade

o pau na vida
o vinagre
vinho suave

pense e te pareça
senão eu te invento por toda a eternidade
Paulo Leminski


"Nessa pedra alguem sentou para ver o mar
Mas o mar,nao parou para ser olhado
E foi mar,pra todo lado.
Paulo leminski


Leite, leitura
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo,tudo,tudo
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura
Paulo Leminski

Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski

  
nuvens brancas
passam
em brancas nuvens
Paulo Leminski


Ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram
que a mágoa nova
virasse a chaga antiga

ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é pão feito em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não porque não tem asa
Paulo Leminski


Merda e Ouro

Merda é veneno.
No entanto, não há nada
que seja mais bonito
que uma bela cagada.
Cagam ricos, cagam pobres,
cagam reis e cagam fadas.
Não há merda que se compare
à bosta da pessoa amada.
Paulo Leminski


Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri:
Antigamente eu era eterno.
Paulo Leminski

 Li-Sol-30
Fontes:
http://tvcultura.cmais.com.br/metropolis/entrevistas/toda-poesia-reune-obra-poetica-de-paulo-leminski
07/03/13 18:02 - Atualizado em 07/03/13 18:06
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