sábado, 11 de setembro de 2010

Carl Orff: Carmina Burana

O fogo sagrado
acende a alma da gente
- beleza realiza.

.
.

UC Davis Symphony & Chorus: Mozart & Haydn

A vida maravilhosa
em cada acorde desfila
- belo modo de ser.

Beethoven: Symphony No. 9; Handel: Organ Concerto





Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

MAPAS HIPERBÓLICOS DA INTERNET

Mapas hiperbólicos mostram a internet como você nunca viu antes
Atlas hiperbólico da internet. O mapa hiperbólico da internet é semelhante a uma rede sintética einsteiniana, vista no segundo mapa, abaixo.[Imagem: Boguna et al./Nature]


Mapas hiperbólicos mostram a internet como você nunca viu

Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/09/2010
Coordenadas da internet
Um grupo internacional de cientistas criou uma nova técnica para traçar mapas que mostrem as coordenadas da internet.
Para Marián Boguñá e seus colegas da Universidade de Barcelona, os mapas refletem as diferentes conexões que formam a rede, o que permite simplificar os protocolos de transferência de informações usados hoje, sobretudo para aumentar sua eficiência.
O mapa hiperbólico é capaz de representar as redes principais que formam a arquitetura da internet, normalmente administradas pelas grandes empresas de telecomunicações ou por provedores.
Em vez de usar o espaço euclidiano tradicional, o mapa representa um hemisfério em um plano circular, onde cada elemento é desenhado com dimensões menores conforme se afasta do centro. Assim, nenhum dado ficará fora do espaço hiperbólico, por mais insignificante que seja, porque ele será sempre menor do que a distância que falta para chegar à borda do círculo.
Atualmente existem aproximadamente 24.000 sistemas dessa categoria, interligados por cerca de 60.000 conexões, em uma estrutura muito complexa, mas capaz de se auto-organizar.
Cada ponto no mapa representa um sistema autônomo. Os maiores contêm até mesmo a identificação da empresa à qual pertencem. Na parte externa está o nome dos países, com um tamanho de letra proporcional ao número de sistemas lá existentes. Cada país está localizado em uma posição média com relação ao número de sistemas autônomos que possui. Como se pode ver, os países com maior número de sistemas mais autônomos são os Estados Unidos, Reino Unido e Rússia.
Mapas hiperbólicos mostram a internet como você nunca viu antes
Rede sintética no Modelo Einsteiniano. A rede modelada ilustra a conexão entre a geometria hiperbólica e a topologia de redes complexas sem escala. [Imagem: Boguna et al./Nature]
 
Espaço hiperbólico
"Estes mapas foram obtidos a partir de um modelo da rede em um espaço hiperbólico, de modo que, se dois nós estão próximos um do outro neste espaço, é muito mais provável que eles estejam interligados na rede real," explica Boguñá.
Por outro lado, "ao comparar as informações dos países onde estão localizados esses sistemas autônomos com as suas coordenadas no mapa, você pode ver que existem comunidades virtuais estreitamente relacionados, que refletem sua situação geopolítica no mundo," acrescenta o pesquisador.
Especialistas estimam que o protocolo atual de transferência de informações da Internet pode não suportar outra década na atual taxa de crescimento: 2.400 sistemas autônomos acrescidos à rede a cada ano.
Mapas hiperbólicos mostram a internet como você nunca viu antes
Mapa hiperbólico dos sistemas-chave da internet. O crescimento exponencial do número de pessoas no piso hiperbólico ilustra a expansão exponencial do espaço hiperbólico. Todas as pessoas têm o mesmo tamanho hiperbólico. [Imagem: Boguna et al./Nature]
Rede dinâmica
Hoje, para transmitir informações entre dois computadores localizados em sistemas autônomos diferentes, todos os sistemas devem ter informações completas sobre todas as rotas entre todos os possíveis destinatários.
Como a Internet é uma rede dinâmica, sempre que ocorre uma mudança, o sistema deve recalcular todas as rotas afetadas por esta mudança, um processo de cálculo que leva cada vez mais tempo.
"Com o mapa que criamos, para determinar a melhor rota para as informações, você só tem que conhecer as coordenadas dos vizinhos mais próximos e determinar qual delas minimiza a distância até o ponto de destino," explica Boguñá, que acredita ser viável a adoção dos seus mapas hiperbólicos para a administração real da internet.


Bibliografia:

Sustaining the Internet with hyperbolic mapping
Marián Boguñá, Fragkiskos Papadopoulos, Dmitri Krioukov
Nature
07 September 2010
Vol.: Nature Communications
DOI: 10.1038/ncomms1063
Fonte:
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=mapas-hiperbolicos-internet&id=010150100909&ebol=sim
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Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O SEGREDO DA FLOR DE OURO - C.G.JUNG

 

O SEGREDO DA FLOR DE OURO
       UM LIVRO DE VIDA CHINÊS
 
   C.G.Jung / R.Wilhelm

      Tradução de
 Dora Ferreira da Silva  e Maria Luiza Appy

5  . A REALIZAÇÂO  ( PLENIFICAÇÃO)


O conhecimento que se tem do espírito oriental pode ser considerado como
a expressão simbólica do relacionamento com o estranho em nós mesmos.
seria uma tolice completa renegar nossas bases históricas, sem falar no perigo de que seria este o melhor modo de provocar um novo desenraizamento. Apenas nos mantendo com firmeza na própria terra, poderemos assimilar o espírito do Oriente.

Diz GU DE: “As pessoas mundanas perderam as raízes e se atêm às copas das árvores”, referindo-se aos que não sabem onde estão as verdadeiras fontes da força secreta. O espírito do Oriente nasceu da terra amarela, e assim o nosso espírito pode e deve nascer da nossa própria terra. É este o motivo pelo qual eu me acerco destes problemas de um modo que me valeu muitas vezes a censura de “ psicologismo”. Se por isso se entendesse “psicologia”, sentir-me-ia lisonjeado, uma vez que é meu intuito afastar decididamente a pretensão metafísica de todos os ensinamentos secretos; o desejo oculto de obter poder através das palavras não suporta a ignorância profunda que deveríamos ter a modéstia de reconhecer.

Deliberadamente, faço o possível para trazer à luz da compreensão psicológica certas coisas que soam de um modo metafísico, a fim de evitar que as pessoas acreditem em obscuras palavras de poder. Todo cristão convicto deve crer, porque assumiu tal dever. Mas quem não o é, perdeu por sua própria culpa a graça da fé. (Talvez tenha sido condenado a não crer desde que nasceu , para somente poder saber). E não deve também acreditar em algo diferente. É impossível compreender metafísicamente , mas tão-só psicologicamente. Assim ,pois , dispo as coisas de seu aspecto  metafísico, para torná-las objeto da psicologia .

Desse modo pelo menos consigo  extrair delas algo de compreensível para integrá-lo captando o fato e processos psicológicos anteriormente ocultos em símbolos que ultrapassam minha compreensão. Dessa forma. posso percorrer um caminho semelhante ao da fé, tendo experiências similares, e se houver no fundo de tudo isso algo de inefavelmente metafísico, é a melhor ocasião para que se revele.

Minha admiração pelos grandes filósofos do Oriente é tão indubitável, quanto irreverente minha posição relativamente à sua metafísica. Suspeito de que fazem uma psicologia simbólica e seria um erro, portanto, tomá-los literalmente. Se se tratasse de metafísica, tal como pretendem, nada seria mais inútil do que tentar compreendê-los , Tratando-se porém de psicologia, não só poderemos compreendê-los, como também tiraremos um grande proveito disso, porquanto essa assim chamada “ metafísica” tornar-se-á experimental . Se aceito que Deus é absoluto, ultrapassando qualquer possibilidade de experiência humana, isto me deixa indiferente. Não atuo sobre ele, nem sobre mim. Mas se, pelo contrário, sei que é um poderoso impulso da minha alma, posso tratar com ele; tornar-se-á importante, talvez de modo desagradável, na prática (por mais banal que isto possa soar), como tudo aquilo que se manifesta na  esfera do real.

A palavra depreciativa “psicologismo”  atinge apenas os tolos que julgam ter a alma no bolso. É verdade que há uma multidão deles, pois a desvalorização  de tudo o que diz respeito às “coisas anímicas” constitui um procedimento  tipicamente ocidental, por mais grandiloquentes que sejam as referências à “ alma”. Quando emprego a expressão “complexo anímico autônomo”, meu público já tem um preconceito formado: “ nada mais do que um complexo anímico” . Mas como se pode estar tão seguro de que a alma “ não é mais do que”? Tudo se passa como se as mencionadas pessoas não soubessem, ou então se esquecessem de que tudo aquilo que se torna consciente é imagem e de que  imagem é alma.  Julgam depreciativo considerar Deus como o movido e o move no âmbito da alma, como um “ complexo autônomo”, e  no entanto são inválidos por afetos incontroláveis e por estados neuróticos, diante dos quais toda  a sua vontade e sabedoria fracassam de modo lamentável. Será isso a prova da impotência da alma?

Dever-se-á acusar Mestre ECKART de “psicologismo” por ter dito:
     Deus deve nascer sempre de novo em nossa alma?”

Na minha opinião deve-se acusar de “psicologismo” ao intelecto que nega a natureza verídica do complexo autônomo, procurando explicá-lo racionalisticamente  como uma conseqüência de fatos conhecidos, isto é, como algo de derivado. Este juízo é tão arrogante quanto a posição “metafísica” que confia a uma divindade, que ultrapassa os limites do humano e de toda experiência, a responsabilidade de nossos estados anímicos.  O psicologismo é simplesmente a contrapartida do abuso metafísico, e tão infantil quanto ele. Parece-me, portanto, mais razoável atribuir à alma a mesma validez que ao mundo no qual o eu está contido.
Talvez haja peixes que acreditem conter o mar. Devemos livrar-nos dessa ilusão comum, se quisermos considerar as afirmações  metafísicas de um ponto de vista psicológico.

A idéia do “corpo diamantino”, do corpo-alento incorruptível que nasce na flor de ouro, ou no espaço da polegada quadrada, é uma dessas afirmações metafísicas. Esse corpo é, como os demais, um símbolo de um fato psicológico muito importante, o qual, por ser objetivo, aparece primeiramente projetado em formas através de experiências da vida biológica: fruto, embrião,criança, corpo vivente, etc. Tal fato pode expressar-se  melhor pelas palavras:
     “ Não sou eu que vivo, mas sou vivido”.


A ilusão de preponderância consciente faz-me acreditar que sou eu quem vive. Mas se esta ilusão for abalada pelo reconhecimento do fator inconsciente, este último aparece então como algo de objetivo, no qual o eu está incluso; tal atitude é um pouco semelhante à do homem primitivo, que considera seu filho a garantia da continuação de sua própria vida; sentimento que pode revestir-se de aspectos grotescos, como no caso do velho negro que, indignado com a desobediência do filho, exclamou:
 “Aí está ele, com meu corpo, e nem sequer me obedece!”

Trata-se de uma mudança do sentimento interno, semelhante à que experimenta um pai, cujo filho nasceu; mudança que conhecemos através do testemunho do apóstolo Paulo: “ Não sou eu que mais que vive, mas é  Cristo que vive em mim”

O símbolo “Cristo, como  “filho do Homem” , é uma experiência psíquica análoga à de um  ser espiritual mais alto que nasce do indivíduo, corpo pneumático que nos servirá de morada futura. Na expressão de Paulo, esse corpo cobre-nos como uma veste ( “vós que vos revestistes de Cristo”) . Naturalmente, é sempre muito problemático exprimir em termos intelectuais sentimentos sutis que são, no entanto, muito importantes para a vida e o bem-estar do indivíduo.

Em certo sentido, trata-se de sentir que somos “substituídos”, sem ser “destituídos”. É como se o rumo dos assuntos da vida se deslocasse em
Direção a um lugar central e invisível. A metáfora de NIETZSCHE: “livre na mais amorosa das prisões “, caberia muito bem aqui. A linguagem religiosa é rica de imagens que exprimem esta livre dependência, esta calma aceitação.

Vejo nesta experiência impressionante uma conseqüência do desprendimento da consciência, graças ao qual o “eu vivo” subjetivo se transforma no objetivo “sou vivido”. Esta situação é realmente como que um libertar-se da compulsão e da responsabilidade absurdas, que são conseqüências  inevitáveis da participation mystique. Este é também o sentimento de reconciliação com tudo o que acontece, pois segundo o Hai Ming Ging, o olhar daquele que atinge a realização ou plenificação se volta para o esplendor da natureza.

No símbolo paulino de Cristo, as experiências supremas do Ocidente e do Oriente se tocam: Cristo, o herói carregado de dores e a Flor de Ouro que floresce na sala púrpura da cidade de jade.Que contraste! Que diferença impensável, que abismo da História! Problema digno de coroar a obra de um futuro psicólogo!

Ao lado dos grandes problemas religiosos do presente há um, tão pequeno quanto esquecido: o do progresso do espírito religioso. Para discuti-lo, teremos de ressaltar a diferença entre Oriente e Ocidente, quanto ao modo de tratar a “jóia”, isto é, o símbolo central. O Ocidente enfatiza a encarnação humana, a personalidade e historicidade do Cristo, ao passo que no Oriente se diz: “sem começo, sem fim, sem passado, sem futuro”.



O Cristo subordina-se à pessoa  divina e superior, à espera de sua graça; mas o oriental sabe que a redenção depende de sua própria obra. O Tão em sua totalidade cresce a partir do indivíduo. A imitatio Christi tem esta desvantagem: ao longo do caminho cultuamos, como um exemplo divino, um homem que encarnou o sentido mais profundo da vida e, presos a esta imitação, esquecemos de realizar nosso mais alto sentido.  Mas não é de todo inconveniente renunciar ao próprio sentido. Se Jesus o tivesse feito, provavelmente ter-se-ia tornado um carpinteiro respeitável, e não um religioso rebelde que, provavelmente, sofreria hoje o mesmo que sofreu em sua época.

A imitação de Cristo poderia muito bem ser compreendida em seu sentido mais profundo como a obrigação de realizar, com a mesma coragem e o mesmo auto-sacrifício de Jesus, a convicção mais autêntica e essencial da própria vida. Felizmente nem todos têm a missão de serem condutores da humanidade, ou grandes rebeldes; dessa forma, cada um poderá realizar-se a seu modo. Tal honestidade poderia mesmo construir um ideal. Já que  as grandes novidades sempre começam nos lugares mais improváveis, o fato de que as pessoas não se envergonhem, atualmente, tanto a sua nudez quanto há tempos atrás, pode significar o começo de se assumirem corajosamente, tais como são. Isto será talvez o ponto de partida do reconhecimento crescente de muitas coisas que já foram tabus, pois a realidade da terra não permanecerá velada para sempre, como as  “virgines velandae” de TERTULIANO.

O desmascaramento moral é um passo a mais na mesma direção e se atinge a realidade ao confessar-se alguém ser quem é. Se o fizer de um modo carente de significado, é um tolo desajeitado. Mas se compreender o sentido do que está fazendo, tornar-se-á um homem superior e apesar do sofrimento realizará o símbolo de Cristo. Já se observou muitas vezes que tabus puramente concretos ou ritos mágicos, numa primeira etapa religiosa, se tornaram na seguinte uma questão anímica, ou então símbolos puramente espirituais. Uma lei externa torna-se no decurso do tempo uma convicção interna. Pode ser que o homem  protestante, o qual ainda vive a pessoa de Jesus no âmbito da História, passe a vive-lo como o homem superior que o habita. 

Desse modo, se alcançaria de um modo europeu o estado psicológico que corresponde ao Iluminado, na concepção oriental.

Tudo isso representa um degrau no processo de desenvolvimento de uma consciência mais alta da humanidade, que se encontra a caminho de metas desconhecidas, e não metafísicas em sentido usual. Antes de tudo, nessa extensão, trata-se apenas de “psicologia”, mas também nessa mesma extensão trata-se de algo experimentável, compreensível e – graças a Deus – real, de uma realidade com a qual podemos tratar, viva e rica de pressentimentos.

O fato de que eu me contente com o que é com o que é psiquicamente experimentável e rejeite o metafísico não implica , como qualquer pessoa inteligente poderá compreender, um gesto de ceticismo ou de agnosticismo dirigido contra a fé e a confiança em poderes mais altos, mas significa aproximadamente o que KANT pretendeu dizer, referindo-se á “ coisa em si”, ao  designá-la como um “conceito-limite  meramente negativo” . 

Dever-se-ia evitar qualquer afirmação acerca do transcendental, uma vez que isso representa apenas uma presunção ridícula de um espírito humano inconsciente de suas limitações. Portanto, ao designar-se Deus ou o Tão como um impulso ou estado da alma, com isso só se diz algo sobre o cognoscível, e nada sobre o incognoscível; acerca deste último, até agora, nada foi descoberto.
                                             
6 CONCLUSÃO

A finalidade deste comentário é a tentativa de estabelecer a ponte de uma compreensão, íntima e anímica entre Ocidente e Oriente. A base de toda a compreensão verdadeira é o homem e por isso tive que falar de coisas humanas. Que me perdoem, portanto, por ter tratado apenas dos  aspectos gerais, sem entrar em detalhes técnicos.  

As instruções técnicas são preciosas para os que sabem o que é uma máquina fotográfica, ou  um motor a gasolina, mas são totalmente inúteis para quem não os conheça. O homem ocidental – e é para ele que escrevo -, se acha nesta situação. Achei, por este motivo , preferível ressaltar , acima de tudo, a concordância entre estados psíquicos e o caminho que conduz às câmaras interiores do espírito oriental, caminho este que não pede o sacrifício de nossa própria maneira de ser. Isto sim, seria uma ameaça de desenraizamento. 

Mas essas analogias também não são um telescópio ou microscópio intelectuais, que abrissem uma perspectiva indiferente, pelo fato de nada representarem de fundamental. Trata-se do caminho do sofrimento, busca e luta, comum a todos os povos civilizados; trata-se da tremenda experiência da natureza de tornar-se consciente, outorgada à humanidade, e que une as culturas mais distantes numa tarefa comum.

A consciência ocidental não é a única forma existente de consciência; ela é condicionada histórica e geograficamente, e só representa uma parcela da humanidade. A ampliação de nossa consciência não deve se processar à custa de outras formas de consciência, mas deve proceder do desenvolvimento daqueles elementos de nossa psique, análogos aos da psique estrangeira. Do mesmo modo, o  Oriente não pode abster-se de nossa técnica, ciência e indústria.  A invasão européia do Oriente foi um ato de violência em grande escala e nos legou – “noblesse oblige” – a obrigação de compreender o espírito do Oriente. Isto é talvez mais importante para nós do que parecemos presentir.

 
(páginas; 62 até a 67 )
 Fonte:
EDITORA VOZES
11 Edição -Petrópolis - 2001
 Sejam felizes todos os seres
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

Mozart's Great Mass - Alice Millar Chapel Choir and NUSO-65m.


Mozart - Great Mass In C Minor, K 427

 



Descrição

English: Page 2 of Mozart's autograph of his Great Mass in C minor,
 K. 427 (K.417a).
Data 1782/1783
Origem Deutsche Staatsbibliothek Berlin (Berlin State Library)
 via http://dme.mozarteum.at/DME/objs/ed/ucb02_9_-10.jpg
Autor Wolfgang Amadeus Mozart

C Minor Mass

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                                                        Sobre C Minor Mass

                                                          Sobre C Minor Mass


EmA Grande Missa n º 17 em C menor, K. 427 (417), de Wolfgang Amadeus Mozart, composta entre 1782 e 1783, e estreou em Salzburgo em 26 de Outubro desse ano.

História 

A estreia teve lugar no mosteiro beneditino de San Pedro, e não na Catedral de Salzburgo, por causa do mau relacionamento Mozart teve com o Príncipe-Arcebispo de Salzburgo, Hieronymus Colloredo Conde, que tinha trabalhado para e com quem teve quebrada em 1781, cansado da atitude despótica com que ele foi. No entanto, Mozart não ficou convencido do arcebispo vai assinar a sua carta de renúncia, que ele se tornou um vassalo fugiram condições inseguras na Europa do Antigo Regime (em algumas das letras de Mozart a seu pai, o compositor expressa seu medo ser preso pelo arcebispo). Neste contexto, era impensável para interpretar seu trabalho na catedral, uma vez que não iria deixá-lo, ou seria uma provocação. No entanto, o mosteiro beneditino de São Pedro foi uma instituição que não estava sob a jurisdição do Príncipe, e pai de Mozart, Leopold Mozart, manteve excelentes relações com ela. Portanto, era o lugar ideal para realizar a estréia.


Mozart compôs sua própria iniciativa (no caso da primeira missa, ele compôs sem recorrer a uma ordem) como um voto para o seu recente casamento com Constanze Weber (também solista soprano cantou na estréia). Note-se a influência de ex-professores no norte da Alemanha como Johann Sebastian Bach e Georg Friedrich Handel.
É considerada uma das maiores obras de música sacra ocidental, com o seu Requiem, que escreveu sete anos depois.


A Grande Missa em C menor inacabado. Falta de implementação de algumas passagens, especialmente o Credo em unum Deum e Et incarnatus est Além disso, o Sanctus Hosana define a pontuação, como mostrado no vôo para quatro vozes e orquestra, mas a escrita instrumental mostra que precisamos de um segundo coro a quatro vozes. Além disso, o Credo é incompleta (só até a compor versos incarnatus est >.). Além disso, perdendo completamente o Agnus Dei.


Hoje, nós tendemos a acreditar que Mozart estava em Salzburgo, com o trabalho neste estado, e liberá-lo para os vazios preenchidos com fragmentos de algumas de suas missas anteriores. É possível que Mozart Agnus Dei recorrer a algum composto por ele antes, mas não podemos descartar a hipótese de que Mozart realmente terminou esta Missa durante a sua estadia em Salzburgo, antes de abrir o dia, e então, essa nova pontuação com as partes desaparecidas foram perdidas.


Especial interpretativo

 Quanto à interpretação, atualmente dirige o mestre que você pode completar a instrumentação necessária, uma tarefa que aquele que conhece a linguagem de Mozart pode ser feito. Quanto à Agnus Dei, o director pode aprovar uma resolução apoiada pela tradição clássica: a adaptação da música do Kyrie eleison com as palavras do Agnus Dei, fechando missa com a recapitulação da primeira parte (como era para competir o Requiem de Mozart), ou simplesmente não interpretar o Agnus Dei (como se em Mestre Bernstein você pode ouvir a versão abaixo, na proposta "Audition" para este artigo.)

 
Estrutura 

Kyrie (Andante moderato)
    
* Gloria
O Gloria in excelsis Deo (Allegro vivace) Laudamus te (aperto Allegro) agimus Gratias tibi (Adagio) Domine Deus (Allegro moderato) Qui Tollis peccata mundi (long) Quoniam Tu Solus Sanctus (Allegro) Jesu Christe Cum Spiritu Santo

    
* Creed
 

Credo in unum Deum (Allegro maestoso) Et est incarnatus (Andante)
    
* Sanctus 

 Sanctus (L) Osanna Benedictus (commodo Allegro)Características do trabalhoReferência

    
* K. 427 (K6 417).
Duração : Cerca de 65 minutos.
Instrumentação
    
* A flauta.
    
* 2 oboés.
    
* 2 fagotes.
    
* 2 chifres.(?)
    
* 3 trombones.
    
* Timbales
    
* Strings (o primeiro e segundo violinos, baixo alto, violoncelo, duas vezes).
    
* Corpo.
Local e data de lançamento
:
Salzburg, São Pedro, 26 out 1783.
# Discografia recomendada Berlin Philharmonic Orchestra:# Le Concert d'Astrée:Veja também Mozart ea Igreja Católica
    
* Catálogo Köchel da obra de Mozart.


ReferênciasAcima ou texto é Disponível soluço Licença Creative Commons Attribution-ShareAlike (creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0 /). Face material contido usar a Wikipedia fazer Em artigo "Grande Missa em C menor (Mozart)" (es.wikipedia.org / ... n_misa_en_do_menor_ (Mozart)).

 

Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

SUBCONSCIENTE - MOZART'S Great Mass - Alice Millar Chapel Choir and NUSO


Subconsciente
Inconsciente e Subconsciente

        O certo é que em todos os tratados de psicologia 
se emprega ambos os vocábulos como se tivessem 
igual significado. Entretanto, o inconsciente deve ser 
claramente separado do subconsciente:
  • O inconsciente deve ser encarado como um ressurgimento
    do primário, de épocas passadas do ser. Significa 
    estancamento, regresso a um processo psíquico 
    anterior. É o lastro acumulado que se deve ir perdendo 
    na ascensão espiritual. É o ato psíquico não deliberado 
    proveniente da nossa anterior experiência orgânica, vital. 
    (Ver: Sonho e Psicologia Transpessoal)
     
    Se dizemos o ser inconsciente referimo-nos ao indivíduo organicamente considerado, a um aspecto intranscendente 
    do seu psiquismo.
  • O subconsciente é a compreensão de todos os conteúdos 
    conscientes na larga trajetória do espírito durante o 
    processo da sua evolução biológica e o seu evolver 
    anímico; captação que registra e arquiva minuciosamente
    todos os pormenores de fatos ocorridos, deixando como 
    síntese um pensamento orientado, um ensino proveitoso 
    para o ser. É o progresso, a evolução. 

    É o conhecimento que se acrescenta para aproveitamento 
    ulterior.
     
    Se falarmos do ser subconsciente referimo-nos ao 
    espírito na sua função evolutiva, ao aspecto 
    transcendente ou imanente do psiquismo.
por: Carlos Bernardo Loureiro


         A subconsciência, tão investigada em vosso tempo, 
não elucida os problemas dos chamados fenômenos_intelectuais.
Os estudos levados a efeito sobre essa câmara escura da mente 
são ainda mal orientados e, apesar disso, muitas teorias 
apressadas presumem explicar todo o mediunísmo com a 
sua estranha influência sobre o “eu” consciente

De fato, existem os fenômenos subliminais; todavia,  
a subconsciência é o acervo de experiências 
realizadas pelo ser em suas existências passadas

O Espírito, no labor incessante de suas 
múltiplas_existências, vai ajuntando as séries de suas
conquistas, de suas possibilidades, de seus trabalhos;
no seu cérebro espiritual organiza-se, então, essa 
consciência profunda, em cujos domínios misteriosos 
se vão arquivando as recordações, e a alma, em cada 
etapa da sua vida imortal, renasce para uma nova 
conquista, objetivando sempre o aperfeiçoamento_supremo.  
- Emmanuel - 1938


Considerando os textos acima, a seguir 
e as informações da página Cérebro,
constatamos que o Inconsciente e o Subconsciente
ambos, residem no perispírito.



Subconsciente

isto é, cérebro do corpo fluídico.


Martins Peralva, no livro "Estudando a Mediunidade"

         
        Discípulo espontâneo e distante do eminente professor
de Freiberg, somente aqui, no plano espiritual, pude 
reconhecer os elos que lhe faltam ao sistema de 
positivação das origens de psicoses e desequilíbrios diversos:
  • Os “complexos de inferioridade”,
  • o “recalque”,
  • a “libido”,
  • as “emersões do subconsciente” não constituem fatores 
  • adquiridos no curto espaço de uma existência terrestre e, 
  • sim, característicos da personalidade egressa das 
  • experiências passadas.
        A subconsciência é, de fato, ...
  • o porão dilatado de nossas lembranças,
  • o repositório das emoções e desejos, impulsos
  • tendências que não se projetaram na tela das 
  • realizações imediatas; no entanto, estende-se muito 
  • além da zona limitada de tempo em que se move 
  • um aparelho físico.
        Representa a estratificação de todas as lutas 
com as aquisições mentais e emotivas que lhes foram 
consequentes, depois da utilização_de_vários_corpos

Faltam, pois, às teorias de Segismundo Freud e seus 
continuadores a noção dos princípios reencarnacionistas 
e o conhecimento da verdadeira localização dos  
distúrbios_nervosos, cujo inicio muito raramente se 
verifica no campo biológico vulgar, mas quase que 
invariàvelmente no corpo_perispiritual preexistente,  
portador de sérias perturbações congênitas, em
virtude das deficiências de natureza moral, cultivadas 
com desvairado apego, pelo reencarnante, nas 
existências transcorridas. (Ver: Epigenética)
  • As psicoses do sexo,
  • as tendências inatas à delinquência
  • tão bem estudadas por Lombroso,
  • os desejos extravagantes,
  • a excentricidade, muita vez lamentável e perigosa, 
    representam modalidades do patrimônio espiritual
    dos enfermos, patrimônio que ressurge, de muito 
    longe, em virtude da ignorância ou do relaxamento 
    voluntário da personalidade em círculos desarmônicos.
       Estas explicações, se aproveitadas por médicos cristãos 
na Crosta Planetária, poderiam completar o trabalho de 
benemerência que a tese freudiana trouxera aos círculos 
acadêmicos.



       
A psicanálise_do_mundo, valorizando os poderes 
desconhecidos do nosso aparelhamento mental,
constituem sempre grandes tentativas para 
aquisição das profundas verdades espirituais,
mas os seus mestres, com raras exceções, se 
perdem na vaidade dos títulos acadêmicos ou 
nas falsas apreciações dos valores convencionais.


        Os preconceitos científicos, por enquanto,
impossibilitam a aproximação legítima da 
Psicologia oficial e do Espiritismo

        Os processos da primeira falam da parte 
desconhecida do mundo mental, a que chamam 
subconsciência, sem definir essa cripta misteriosa 
da personalidade humana, examinando-a apenas 
na classificação pomposa das palavras. Entretanto, 
somente à luz do Espiritismo poderão os métodos 
psicológicos apreender que essa zona oculta, da 
esfera psíquica de cada um, é o reservatório
profundo das experiências do passado, em 
existências múltiplas da criatura, arquivo 
maravilhoso onde todas as conquistas do pretérito
são depositadas em energias potenciais, de
modo a ressurgirem no momento oportuno.

- Emmanuel - 1940

 


 Vossa consciência latente,
uma consciência mais profunda que a normal, 
é vossa verdadeira alma eterna.




Zonas obscuras da inconsciência
, onde o «eu» 
enclausura as experiências que realiza, 
automatizando os próprios impulsos.


      
  Existe no homem uma consciência interior 
(subconsciente), na aparência independente da 
consciência exterior (consciente), e que é dotada 
de uma vontade e de uma 
  inteligência_que_lhe_são_próprias, assim como
de uma faculdade de percepção extraordinária; essa  
consciência interior não é conhecida da 
consciência exterior nem influenciada por ela;
não é uma simples manifestação dessa última, 
pois que essas duas consciências não agem sempre
simultaneamente.
  • Segundo o Sr. Hartmann, a consciência interior 
    é uma função das partes médias do cérebro; 
  • segundo a opinião de outras pessoas, é uma 
    individualidade, um ser transcendente (a Alma).  
        A atividade psíquica do homem apresenta-se
como dupla:
  • atividade exterior
  • atividade interior - as faculdades desta 
    excedem muito às da primeira
        O organismo humano pode agir a distância,
produzindo um efeito não somente intelectual ou 
físico, como ainda plástico, dependente, segundo todas 
as aparências, de uma função especial da consciência 
interior. Essa atividade extracorpórea é independente, 
conforme parece, da consciência exterior, pois
essa última não tem conhecimento de tal atividade,
não na dirige.


É no próprio patrimônio íntimo que a alma registra as 

suas experiências, no aprendizado das lutas da vida, 
acerca das quais guardará sempre uma lembrança 
inata nos trabalhos purificadores do porvir, no 
processo evolutivo das encarnações subseqüentes.

- Emmanuel - 1940

       
       Fica cada vez mais claro que boa parte de nossa 
atividade mental é motivada pelo inconsciente

  Quando Freud introduziu a noção central de 
que a maioria dos processos mentais que 
determinam nossos pensamentos, sentimentos 
e desejos acontece inconscientemente, a idéia 
foi rejeitada. Mas, descobertas atuais confirmam 
a existência e o papel essencial dos processos 
mentais inconscientes.


        Na primeira metade do século 20 as idéias
de Sigmund Freud dominaram as explicações sobre
o funcionamento da mente. Seu pressuposto 
básico era que nossas motivações permanecem 
em sua maior parte no inconsciente. Mais que isso,
são mantidas longe da consciência por uma força
repressora. O aparato executivo da mente (o ego)
rejeita iniciativas do inconsciente (o id) que
estimulam comportamentos incompatíveis com
nossa concepção civilizada de nós mesmos. 

A repressão é necessária porque esses impulsos 
se manifestam na forma de paixões incontroláveis, 
fantasias infantis e compulsões sexuais e agressivas.

        Quando a repressão não funciona, dizia Freud  
até sua morte, em 1939, surgem as doenças mentais: 
fobias, ataques de pânico e obsessões. O objetivo
da psicoterapia, portanto, era rastrear os sintomas 
neuróticos até suas raízes inconscientes e aniquilar 
seu poder através de sua confrontação com a análise
madura e racional.

        "O próprio Freud anteviu o dia em que
dados neurológicos complementariam suas teorias"
SCIENTIFIC AMERICAN Brasil - ANO 3 - N°25 - junho/2004


ID
Tronco encefálico reticulado e o Sistema límbico.

Responsável pelos instintos e impulsos.

Consciência interior latente.
Uma consciência mais profunda que a normal, onde se encontram as causas de muitos fenômenos inexplicáveis para vós.
...olhais admirados tantas coisas que afloram de vossa consciência mais profunda, sem poderdes descobrir as origens: 
Daí nascem irresistíveis todas as maiores afirmações de vossa personalidade. Aí está o vosso verdadeiro e eterno Eu.
SUBCONSCIENTE(Passado)
No sistema nervoso, temos o cérebro inicial
repositório dos movimentos instintivos (Inconsciente)
e sede das atividades subconscientes.
Figuremo-lo como sendo o porão da individualidade, onde arquivamos todas as experiências e registramos os menores fatos da vida.
...esfera dos impulsos instintivos, onde se arquivam todas as experiências da animalidade anterior (inconsciente).
EGO
Reprimia os impulsos instintivos evitando que corrompessem o pensamento racional.
Eu exterior, 
a consciência exterior clara

A consciência é conquista, é prêmio aos imensos esforços.
CONSCIENTE(Presente)
Região do córtex motor, zona intermediária entre os lobos frontais e os nervos.
Manifestações no atual momento evolutivo do nosso modo de ser.
..sede do esforço próprio, desenvolvimento da vontade.
SUPEREGO
Mediava a luta permanente por controle entre o EGO e o ID

Obs.: O córtex ventral frontal, lida com a inibição seletiva, REPRESSÃO.
Quando o Eu exterior  expandir-se, no contínuo evolver da vida, aprofundar-se para a consciência interior latente, que tende a vir à tona e a revelar-se. 
Os dois pólos do ser — eu exterior  e  consciência interior latente — tendem a fundir-se. A consciência clara experimenta, assimila, imerge na consciência os produtos assimilados através do movimento da vida — destilação de valores, automatismos, que constituirão os instintos do futuro.
SUPERCONSCIENTE(Futuro)
Nos planos dos lobos frontais, silenciosos ainda para a investigação científica do mundo, jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais nobre de nosso organismo divino em evolução. (...onde situamos as concepções superiores.)
Freud (Sigmund Freud) desenhou seu modelo final da mente em 1933.
Mapeamentos neurológicos recentes combinam com a concepção de Freud.
SCIENTIFIC AMERICAN Brasil
ANO 3 - N°25 - Junho/2004
A GRANDE SÍNTESE - 1937
 Pietro Ubaldi 18ª edição - tradução Carlos Torres Pastorino e Paulo Vieira da Silva 
Nos capítulos: Consciência e Mediunidade; Intuição
NO MUNDO MAIOR
 Francisco Cândido Xavier
 pelo espírito André Luiz.
1947



O Id
 
        O Id contém tudo o que é herdado, que 
se acha presente no nascimento e está presente na
constituição, acima de tudo os instintos 
que se originam da organização_somática e encontram
expressão psíquica sob formas que nos são 
desconhecidas (1940, livro 7, pp. 17-18 na ed. bras.).
O Id é a estrutura da personalidade original, básica 
e central do ser humano, exposta tanto às exigências 
somáticas do corpo às exigências do ego e do superego
 
        As leis lógicas do pensamento não se aplicam 
ao Id, havendo assim, impulsos contrários lado a lado, 
sem que um anule o outro, ou sem que um diminua o 
outro (1933, livro 28, p. 94 na ed. bras.). 

O Id seria o reservatório de energia
de toda a personalidade.

        Agassiz, confirmando as vistas do Dr. Brown-Séquard, diz:
        “Há duas séries, ou, antes, uma série dupla de faculdades 
mentais no organismo humano, essencialmente 
diferentes uma da outra.
  • Uma pode ser designada como a nossa ordinária 
  • inteligência consciente,
  • a outra como faculdade superior, guiadora da nossa 
  • melhor natureza; ... agindo por nosso intermédio 
  • sem ação consciente da nossa parte.”
        A “faculdade superior”, a que Agassiz se refere, pode 
ser simplesmente um estado mental distinto, ou uma
alta consciência espiritual. No suplemento aos Fatos 
do Mesmerismo, de Chauncey Hare Townshend 
(Londres, 1844), se encontrará uma carta de Agassiz 
dando notícia do modo pelo qual ficou convencido
do mesmerismo em Neufchâtel, a 22 de fevereiro de 1839.
        J. Balfour Brown, na sua Jurisprudência Médica, diz:
  • “Nos casos de puro sonambulismo, a consciência vigilante 
  • do indivíduo nada conhece da consciência adormecida.
  • É como se houvesse duas memórias.”
        Isso é real, mas cumpre acrescentar que a consciência 
adormecida pode incluir a vigilante.


        Abercrombie relata o caso de um rapaz que 
foi operado em consequência de uma fratura no crânio,
na idade de quatro anos, o qual esteve durante algum 
tempo em completo estupor, e depois de restabelecido
não conservou a lembrança da operação. Na idade de 
quinze anos, durante o delírio de uma febre, fez uma
descrição correta da operação e das pessoas que a 
tinham assistido, citando os vestuários e outras 
particularidades. Nunca ouvira ele anteriormente 
nenhuma alusão a isso, e nenhum meio havia de 
tomar ele conhecimento dos fatos que mencionava. 
(Ver: EQM)


        Somente a teoria de um estado distinto mental 
pode aí ter aplicação. Será concebível que um menino
de quatro anos, em estado de estupor, tenha tomado 
conhecimento do fato e das pessoas que o assistiram, 
a menos que não haja intervenção de uma consciência
psíquica? Não nos legou Swedenborg alguma luz 
sobre essa questão? Ele escreveu:
  • “Tudo aquilo que o homem ouve, vê ou sente
  • de qualquer modo insinua-se, como idéias ou fins,
  • em sua memória interior, sem ciência dele; e tudo 
  • aí se conserva, sem nada se perder, ainda que as 
  • mesmas coisas fiquem obliteradas em sua memória 
  • exterior. 
  •  
  • A memória interior, contudo, é tal que nela se acham
  • inscritos todos os fatos particulares e íntimos que
  • em qualquer tempo pensou, falou e fez e, mesmo,
  • os que lhe apareceram como uma sombra, com
  • as mais minuciosas circunstâncias, desde a sua 
  • primeira infância à sua extrema velhice.”
        Por inconcebível que isso pareça, está em 
harmonia com fatos inumeráveis. “As nossas intuições
– diz J. Le Conte – estão na natureza dos sentidos 
espirituais, pelos quais obtemos diretamente
conhecimentos que transcendem ao poder da nossa 
análise.” Swedenborg diz:

“Cada homem tem uma mente inferior ou exterior 
e uma mente superior ou interior... Essas duas mentes 
são tão distintas que o homem, enquanto vive no mundo,
não conhece o que se elabora em si mesmo na mente 
superior, e quando se torna Espírito, o que se dá logo  
depois da morte, passa a desconhecer o que se elabora 
na mente inferior.”

        Maudsley diz que “a consciência não é coextensiva 
com a mente, que uma faculdade mental estava organizada 
antes 
da supervenção da consciência e que a ação preconsciente da alma e a 
inconsciência são fatos de que a consciência mesma 
não pode dar explicação”. 

Como podemos, porém, conhecê-lo quando os fatos 
provam que somos totalmente ignorantes, em nosso estado
normal, dos mais altos e mais baixos desenvolvimentos 
da consciência?

        A essas operações mentais,
que escapam à nossa consciência ordinária, ...
  • Carpenter deu o nome pouco apropriado de “cerebração inconsciente”.
  • Outras frases usadas para designar o fenômeno são...
    • “percepções obscuras”,
    • “ação reflexa do cérebro”,
    • “ação cerebral automática”.
        Porém, não podemos pensar sem conhecê-lo, desde que 
o pensamento, sem um conhecimento dele, é meramente potencial. 
“Apagai a consciência de um ato intelectual – diz Paulo Janet – 
e dele não restará mais do que vago conceito!”

        Nos casos de loucura, porém, ou naqueles em que um
sensitivo é sonambulizado e parece estar sujeito à vontade 
do mesmerizador, não haverá ausência de consciência:
Não é preciso identificar a consciência com a razão, 
para citarem-se tais casos como prova de completa 
ausência da primeira.


        A legítima dedução dos fatos em questão é que há uma 
consciência psíquica e intima, distinta da cerebral e exterior
e que entre as duas há graus distintos. Às vezes pode haver 
uma intromissão de pensamento de uma delas na outra, 
o que se dá comumente em indivíduos altamente sensitivos

       Os pensamentos que nos vêm, não sabemos como nem de onde, 
podem ter sido oriundos dos mais altos graus da consciência; não 
raro, dos mais baixos, porque a essência do sentimento, 
como a do pensamento, é a consciência.
  • O “conhecimento intuitivo” de Jacob,
  • a “intuição intelectual” de Schelling,
  • o “poder secreto” de Agassiz e do Dr. Brown-Séquard,
  • o “êxtase” de Plotinus
  • e a “cerebração inconsciente” do Dr. Carpenter não nos sugerem a completa verdade, porque o pensamento gerado no estado assim diversamente designado não é o produto da passividade mental, mas o equivalente de uma consciência íntima e, ao mesmo tempo, superior.
        A asserção de Schelling de existir uma capacidade de conhecer, acima ou abaixo da consciência, e mais alta que o entendimento, não é mais do que um modo de dizer que existe uma consciência espiritual distinta, e isso julgo eu ser a verdade. De conformidade com isso é a teoria de haver Espíritos que, como diz Shakespeare, influem sobre os pensamentos dos mortais e, talvez, forneçam a maior parte daquilo que supomos puramente nosso. Na mais alta, profunda e íntima consciência podemos ter conhecimento da nossa existência espiritual e do seu meio. 

Desde então, todos os últimos fatos absolutamente simples o são de consciência, e esta é a base lógica de todos os conhecimentos, sem a qual não podemos pensar.

- Epes Sargent (1813-1880)


       
   Não ignorais isto totalmente; olhais admirados tantas coisas que afloram de vossa consciência mais profunda, sem poderdes descobrir as origens: 
        Daí nascem irresistíveis todas as maiores afirmações de vossa personalidade. Aí está o vosso verdadeiro e eterno Eu. Não o Eu exterior, aquele que sentes mais quando estais no corpo, aquele Eu que é filho da matéria e que morre com ela. 

   Esse Eu exterior, essa consciência clara, expande-se no contínuo evolver da vida, aprofunda-se para aquela consciência latente que tende a vir à tona e a revelar-se. 

        Os dois pólos do ser — consciência exterior clara  e  consciência interior latente — tendem a fundir-se. A consciência clara experimenta, assimila, imerge na consciência os produtos assimilados através do movimento da vida — destilação de valores, automatismos, que constituirão os instintos do futuro. 

     Assim expande-se a personalidade com essas incessantes trocas e se realiza o grande objetivo da vida. Quando a consciência latente tiver se tornado clara e o Eu tiver pleno conhecimento de si mesmo, o homem terá vencido a morte.  (Ver: Superconsciência)





Consciência latente
uma consciência mais profunda que a normal, 
onde se encontram as causas de muitos fenômenos 
inexplicáveis para vós.


        Aprendemos com a psicanálise que a essência do processo de repressão não está em pôr fim, em destruir a idéia que representa um instinto, mas em evitar que se torne consciente. Quando isso acontece, dizemos que a idéia se encontra num estado ‘inconsciente, e podemos apresentar boas provas para mostrar que, inclusive quando inconsciente, consciência

Tudo que é reprimido 
deve permanecer inconsciente;

mas, logo de início, declaremos que o reprimido não abrange tudo que é inconsciente. O alcance do inconsciente é mais amplo: o reprimido não é apenas uma parte do inconsciente...

Fontes:
www.guia.heu.nom.br
http://www.guia.heu.nom.br/subconsciente.htm