Estudo revela o diálogo estrutural presente em composições do período tardio beethoveniano
Mais do que simples relações de simila
ridade, as ligações entre a Nona sinfonia (1824) e a sonata Hammerklavier
(1818), duas criações fundamentais de Ludwig van
Beethoven, se revelam de forma profunda e consistente na
análise do músico e pesquisador Daniel Bento.
Elas emergem como um diálogo estrutural, no qual não apenas as
semelhanças, mas também as diferenças revelam muito sobre
cada composição, "apontando princípios comuns atualizados
de maneiras diferentes ou desdobramentos de um mesmo
pensamento criativo", como afirma Bento no livro A
Nona sinfonia e seu duplo, lançado pela Editora Unesp.
Nos estudos empreendidos, Bento não se limita a
determinar divergências e semelhanças, nem busca
subordinar uma obra a outra - a hierarquização, segundo
ele, dificilmente se sustentaria já diante da importância
de cada uma no repertório -, mas elabora um diálogo
complexo, intermediado pela figura do duplo.
Duplos, define, "são metáforas um do outro e da própria
identidade". Em evidência na literatura da época e em
textos pioneiros de Rank e Freud, a figura do duplo como
eixo articulatório da análise permite envolver a
discussão em uma atmosfera que foi bastante contundente
no período da produção musical beethoveniana e, no caso
da Nona sinfonia e da sonata Hammerklavier, constitui
autêntica chave para o entendimento da vinculação que
estabelecem entre si.
Nutridas do exame integral das arquiteturas das duas
composições, as reflexões de Bento questionam
frontalmente, e com base na própria sonata Hammerklavier,
a ideia de retrocesso estilístico na Nona defendida por
Adorno e outros autores. Paralelamente, movendo-se também
na direção da literatura e da psicanálise, seu estudo
chega à relação de "dupla perpetuação" entre essas obras,
raros duplos musicais que se fazem ouvir um no outro, em
sintonia com a "garantia de imortalidade" que Freud
atribui à duplicidade.
Sobre o autor - Daniel Bento é pós-doutor em
Música (Unesp), doutor e mestre em Comunicação e
Semiótica (PUC-SP), bacharel em Composição e Regência
(Unesp). Como pesquisador e docente, foi bolsista da
Fapesp (pós-doutorado, doutorado e iniciação científica)
e do CNPq (mestrado), desenvolvendo e publicando
trabalhos voltados à análise do repertório, à harmonia,
ao contraponto e à vinculação entre teoria e
interpretação musical. É autor, também, de Beethoven, o
princípio da modernidade (2002).
Título: A Nona sinfonia e seu duplo
Autor: Daniel Bento
Páginas: 225
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 37
ISBN: 978-85-393-0020-4
Data de publicação: 2010
Autor: Daniel Bento
Páginas: 225
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 37
ISBN: 978-85-393-0020-4
Data de publicação: 2010
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