sábado, 9 de abril de 2016

PIO XII: BENDITO OU MALDITO ?




Pio XII: bendito ou maldito?
Pio XII foi eleito papa no mesmo ano em que a Segunda Guerra Mundial estourou: 1939. Até hoje não se chegou a uma conclusão sobre a postura do religioso durante o Holocausto. Afinal, a Igreja foi omissa? Uma reação firme teria evitado ou aumentado o número de inocentes mortos?

25/06/2009 07h09
A reconciliação entre a Igreja e os judeus avançou mais nos últimos 40 anos do que em toda a História do cristianismo. Mas resta um grande obstáculo a superar: a campanha pela beatificação de Eugênio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli, o papa Pio XII (1876-1958). Iniciada em 1965, a causa estava suspensa pelo Vaticano até outubro último, quando, durante a missa do aniversário de 50 anos da morte de seu antecessor, Joseph Ratzinger, o papa Bento XVI, argumentou pela retomada do caso. O problema é que líderes de organizações judaicas e famílias de sobreviventes do Holocausto acusam o sumo pontífice de omissão ante as atrocidades nazistas na Segunda Guerra Mundial, iniciada em setembro de 1939. Já o Vaticano assegura que Pio XII, que assumiu o papado há 70 anos, em março de 1939, atuou em silêncio para evitar o pior.

Essa controvérsia causaria surpresa para muitos judeus que viveram durante o conflito. Albert Einstein (1879-1955), um refugiado do nazismo, e a primeira-ministra israelense Golda Meir (1898-1978), por exemplo, expressaram publicamente sua gratidão ao Santo Padre por salvar judeus do genocídio. A polêmica só ganhou força em 1963, com a peça de teatro O Vigário, do protestante alemão Rolf Hochhuth, hoje com 77 anos. Nela, Pacelli era retratado como um sujeito calculista e sem moral, que ignorou o sofrimento dos judeus em nome de interesses próprios. É uma obra de ficção, embora ancorada em ampla pesquisa do autor. Até que ponto ela teria algo de verdade?

Essa é a pergunta que ainda hoje instiga os historiadores. Nos últimos anos, mais de dez livros foram lançados, com diferentes interpretações sobre a conduta do pontífice antes e durante o regime nazista. Em geral, eles podem ser divididos entre os pró e os contra Pio XII. Uns o acusam de ser cúmplice do Holocausto, enquanto outros garantem que ele atuou nos bastidores para salvar quantas pessoas pôde. Mas, antes de conhecer os argumentos dos dois lados, é preciso entender a situação do Vaticano nos anos anteriores à Segunda Guerra.

Igreja ameaçada
O poder dos papas vinha naufragando desde a Revolução Francesa, em 1789. Na época, a razão começava a reinar sobre a fé, e os Estados modernos estavam dispostos a separar a religião da política. Durante o século 19, as propriedades da Igreja foram saqueadas e seus territórios viviam sob constante ameaça. Em 1809, o imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1821) chegou a sitiar o Vaticano e prender Pio VII (1742-1823). Na tentativa de diminuir o poder do catolicismo na França, ele manteve o pontífice confinado durante mais de quatro anos.

Napoleão foi derrotado em 1815, mas o processo de unificação da Itália botou as terras da Igreja novamente em risco. Em 1860, o rei piemontês Vitório Emanuel II (1820-1878) já controlava quase todos os domínios papais do centro da Itália. Nessa época, surgiram duas correntes dentro da Santa Sé. Uma delas insistia no poder papal absolutista: a outra queria repartir esse poder com Igrejas nacionais independentes de Roma. A primeira alternativa levou a melhor no Concílio Vaticano I. A Igreja proclama, em texto de 1870, o dogma do papa incontestável e infalível. Os líderes nacionalistas logo deram o troco. Na Alemanha, na Bélgica e na Suíça, ordens religiosas foram expulsas pelos governos locais e o ensino ficou nas mãos do Estado. Na Itália, manifestantes protestaram durante o cortejo fúnebre de Pio IX (1792-1878) e só não jogaram o caixão no rio Tibre porque os seguranças agiram rápido e salvaram o cadáver do papa.

Diplomata centralizador
Diante da crise, os novos líderes da Igreja tinham agora um duplo desafio: defender a integridade da instituição e recuperar o poder político entre os donos da Europa. Para isso, a Santa Sé investiu pesado na formação de diplomatas - entre eles Eugenio Pacelli, um romano nascido em 1876 numa família de juristas a serviço do Vaticano. Ele ajudou a reformular a legislação católica, a fim de conceder aos pontífices uma autoridade indiscutível. Em 1917, essas leis foram compiladas no Código de Direito Canônico.

Partidos fechados
O outro trunfo de Pacelli era um doutorado sobre as concordatas, nome dado aos tratados que a Santa Sé usava (e continua usando) para regular suas relações com os Estados - por exemplo, para garantir o direito da Igreja de controlar escolas religiosas ou celebrar casamentos. Em novembro último, o Brasil assinou um acordo desse tipo com o Vaticano, que gerou críticas de entidades contrárias ao ensino religioso em escolas públicas e a outros privilégios de caráter não-laico.

Durante décadas, o conteúdo desses tratados (em geral assinados pelo papa com os soberanos, ou por cardeais-secretários de Estado com embaixadores autorizados) tinha variado de acordo com o país. "Com o código de 1917, porém, a concordata virou um instrumento que impunha condições a bispos, padres e fiéis, sem consultas e em qualquer lugar do mundo", diz o jornalista britânico John Cornwell, autor de O Papa de Hitler - A História Secreta de Pio XII.

Foi uma dessas concordatas que o papa Pio XI (1857-1939) assinou em 1929, com o ditador italiano Benito Mussolini (1883-1945): o Tratado de Latrão. Elaborado pelo irmão mais velho de Pacelli, Francesco, o documento reconhecia o Vaticano como Estado soberano e o catolicismo como a única religião da Itália. Em troca, fechava o Partido Popular Católico. Por quê? Simples: o Vaticano queria os fiéis fora da política para não prejudicar sua hierarquia e influência.

Muito antes de se tornar líder máximo dos católicos, Pacelli estava convencido de que a Igreja só permaneceria unida no mundo moderno com o fortalecimento da autoridade dos papas. Na década de 20, quando era embaixador do Vaticano na Baviera, ele tinha assinado esses acordos com a Rússia, a Letônia e a Polônia. Em 1933, já secretário de Estado do Vaticano, ele via no Tratado de Latrão o modelo perfeito para seu maior objetivo: uma concordata com a Alemanha, onde viviam cerca de 23 milhões de católicos.

O único problema era o chanceler Adolf Hitler (1889-1945). "Pacelli e Hitler nutriam um desprezo mútuo. Cada um se sentia ameaçado pelo potencial do outro de exercer poder mundialmente", escreve o jornalista americano Dan Kurzman no livro Conspiração contra o Vaticano. "Apesar da desconfiança, os dois viram vantagens - pelo menos temporárias - em frear o conflito com a assinatura de uma concordata em 1933." O acordo tornou todos os alemães sujeitos às leis canônicas e acabou com o Partido do Centro Católico, a única agremiação democrática que ainda restava no país.

Até aqui, não há grandes dúvidas a respeito do religioso. Os historiadores começam a se dividir a partir do momento em que o cardeal se tornou papa, em 1939. Afinal, ele foi omisso ou discreto durante o Holocausto?

Contra Pio XII
Para Cornwell, o italiano não foi apenas omisso; ele ajudou o Führer: "Como disse Hitler, numa reunião ministerial de 14 de julho de 1933, a garantia de não-intervenção de Pacelli deixava o regime livre para resolver a questão judaica". Isso não significa que Pacelli simpatizasse com o Partido Nazista. Ao contrário: não apoiava sua plataforma racista e via nele uma ameaça à religião. "Mas o temor ao nazismo era ofuscado por um medo ainda maior de Pacelli, o comunismo", diz o historiador Michael Phayer, da Universidade de Marquette, nos Estados Unidos. Foi com essa mesma lógica antimarxista que a Igreja apoiou ditadores como Benito Mussolini, na Itália, e Francisco Franco (1892-1975), na Espanha. Valia tudo para conter o "perigo vermelho". Até mesmo fazer um pacto com o diabo.

Mas o ponto é: Pio XII ficou mesmo em silêncio durante o Holocausto?
Nem tanto. O papa falou, sim, mas poucas vezes e de forma ambígua. Nos discursos de Natal que fez em 1941 e 1942, por exemplo, condenou a violência, sem mencionar "nazistas" nem "judeus". No discurso de 1942, o mais importante, quando as atividades dos campos de concentração estavam no auge, ele afirmou: "A humanidade deve esse voto às centenas de milhares de pessoas que, sem qualquer culpa pessoal, às vezes apenas por motivo de sua nacionalidade ou raça, estão marcadas para a morte ou extinção gradativa". Foi o ponto máximo de seu protesto diante das atrocidades de um regime que, ao fim da guerra, teria matado cerca de 6 milhões de judeus.

A historiadora Susan Zucotti, da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, não tem dúvida: se Pio XII tivesse sido mais incisivo, teria ajudado a salvar muitas vítimas. No livro Under His Very Windows: The Vatican and the Holocaust in Italy ("Sob suas próprias janelas: o Vaticano e o Holocausto na Itália", sem edição no Brasil), ela lembra que os croatas fascistas eram muito devotos e, por isso, suscetíveis a acatar pedidos feitos pelo papa. "Como as autoridades da Igreja deixaram os católicos em ambiguidade moral ao não falar, a grande maioria deles se manteve como espectadora", afirma o historiador Michael Phayer em seu livro The Catholic Church and the Holocaust ("A Igreja Católica e o Holocausto", sem edição disponível no Brasil).

É certo que muitos católicos arriscaram a vida para esconder os judeus em suas casas, igrejas e escolas. No entanto, para Zucotti e Phayer, eles prestaram essa ajuda apesar do papa, e não por causa do que ele disse ou fez. "Pio XII fez relativamente pouco pelos judeus, quando eles necessitavam, e os católicos fizeram muito mais", diz Phayer. Os críticos do sumo pontífice também questionam por que ele nunca excomungou Hitler, Heinrich Himmler (1900-1945) e outros chefes nazistas, que eram católicos batizados. Essa simples ação, argumentam, teria tido um importante efeito sobre fiéis - algo de que os defensores de Pio XII duvidam.

Mais espinhoso que acusar o papa de omisso é considerá-lo antissemita. É o que faz o jornalista e escritor John Cornwell, que cita uma carta escrita por Pacelli na época em que ele era embaixador do Vaticano em Munique. Ao relatar seu espanto com uma manifestação de bolcheviques na cidade, ele se referiu ao líder do grupo, Max Levien (1885-1937), como "russo e judeu; pálido, sujo, olhos de drogado, vulgar, repulsivo". Na carta, ele também diz que a namorada de Levien era "judia" e que integrava “um bando de mulheres de aparência duvidosa, judias, como todos ali”. Pode ser coincidência, mas essa referência ao fato de serem judeus, em meio a descrições de repulsa física, é um velho clichê antissemita.

O historiador americano Daniel J. Goldhagen, autor do livro Uma Dívida Moral, vai além. Ele acusa a Igreja Católica de ser a maior responsável pelo racismo que desembocou no Holocausto. Para Goldhagen, a Igreja abrigou durante milênios o antissemitismo como parte integral de sua doutrina (leia quadro na pág. 37).

A favor de Pio XII
O principal argumento em defesa do papa é simples: se ele tivesse se posicionado com mais vigor, haveria retaliação. E alguns dos especialistas que dizem isso são judeus. “Uma condenação pública mais forte teria provocado represálias nazistas contra o clero católico na Alemanha e nos países ocupados. Também colocaria em risco a vida dos milhares de judeus escondidos no Vaticano, em igrejas e conventos da Itália, além dos católicos que os protegiam”, diz o rabino e historiador americano David Dalin, autor do livro The Myth of Hitler’s Pope (“O mito do papa de Hitler”, sem tradução).

De acordo com o rabino, Pio XII pediu às igrejas italianas que abrigassem judeus quando as tropas alemãs ocuparam Roma, em 1943, e assim evitou que milhares deles fossem deportados a Auschwitz. “Na cidade, 155 conventos e mosteiros abrigaram cerca de 5 mil judeus durante a ocupação alemã. E outros 3 mil se refugiaram em Castel Gandolfo, a residência de verão do papa”, afirma. Dalin rejeita a ideia de que Pio XII era antissemita: pelo contrário, ele o indicou ao título de “Justo entre as Nações”, utilizado em Israel para descrever não-judeus que arriscaram suas vidas durante o Holocausto para salvar vidas. Afinal, Pio XII tinha motivos para temer por sua própria vida: Hitler planejava invadir o Vaticano e sequestrá-lo (veja na pág. 35).

Outro defensor de Pio XII é o historiador e diplomata israelense Pinchas Lapide, ex-cônsul de Israel em Milão. Em sua obra Three Popes and the Jews (“Três papas e os judeus”, sem versão no Brasil), Lapide conclui que o líder religioso “foi instrumental para salvar pelo menos 700 mil judeus, e provavelmente 860 mil, da morte certa na mão dos nazistas”. Uma cifra exagerada, segundo os críticos. Seja como for, Lapide justifica a tese de “maior protesto, maior retaliação” citando o exemplo da Holanda, país onde os bispos católicos mais resistiram às perseguições nazistas. Em cada igreja, eles leram uma carta denunciando o “tratamento sem misericórdia aos judeus”. O resultado? “Enquanto os bispos protestavam, mais judeus, cerca de 110 mil, ou 79% do total, eram deportados aos campos de extermínio”, diz o historiador.

Os partidários do papa também argumentam que seu silêncio é uma falácia. Garantem que seus discursos de Natal foram entendidos como uma clara denúncia do extermínio judeu. E citam como prova os editoriais que o jornal americano The New York Times (hoje crítico do pontífice) escreveu na época. “A voz de Pio XII é a única no silêncio e na escuridão envolvendo a Europa neste Natal”, afirmava um texto, em edição de 1941. A homilia de 1942 teria deixado os nazistas furiosos, afirma o historiador irlandês Eamon Duffy, autor de Santos e Pecadores — História dos Papas. “A Alemanha considerou que o papa tinha abandonado qualquer pretensão de neutralidade”, diz.

Tem mais. Para o escritor americano Kenneth D. Whitehead, é ingênuo pensar que maior protesto de Pio XII levaria os católicos a se opor aos nazistas, como se os fiéis seguissem automaticamente suas recomendações — o que não ocorre nem com a proibição à camisinha. “O fato é que a maioria dos católicos alemães, especialmente no início, viu em Hitler o salvador de seu país, em meio à crise pela derrota na Primeira Guerra. Os nazistas chegaram ao poder de forma totalmente legal. Só depois impuseram um regime totalitário”, diz Whitehead no artigo The Pope Pius XII Controversy (“A controvérsia do papa Pio XII”, inédito em português).

Em meio ao debate, o papa Bento XVI decidiu congelar novamente a campanha de beatificação de Pio XII e aguardar até que seja feita uma pesquisa mais conclusiva e esclarecedora sobre sua história. Enquanto isso, o sucessor do polêmico papa, João XXIII (1881-1963), já foi beatificado e a campanha por João Paulo II (1920-2005) corre a passos largos.

Líder infalível
A abertura de arquivos do Vaticano sobre os anos do Holocausto seria o primeiro passo nesse estudo aprofundado sobre as ações de Pio XII durante a guerra, embora muitos considerem que mesmo isso não vá adiantar nada. “Se existisse um documento mostrando claramente o envolvimento de Pio XII em favor dos judeus, o Vaticano já o teria mostrado. E se algum outro revelasse que ele foi colaborador dos nazistas, com certeza, já teria sido removido”, diz o jornalista Anshel Pfeffer, do diário israelense Haaretz.

Segundo ele, a polêmica em torno da beatificação de Pacelli vai além do debate sobre fatos históricos e da disputa entre o Vaticano e as organizações judaicas. Ela também reflete uma disputa interna católica que vem desde o século 19: a briga entre os que defendem o poder papal infalível e os que o rejeitam. “As atitudes de Pio na guerra não são o principal argumento dentro do Vaticano para torná-lo santo. Os que o defendem preservam sua imagem de último líder católico conservador do século. Sua adoração é central para os que creem na versão mais extrema da infalibilidade papal”, diz Pfeffer.

No fim das contas, quem sabe o papa seja bem menos do que falam sobre ele — para o bem ou para o mal. Talvez seu grande problema tenha sido a obrigação de exercer, ao mesmo tempo, o papel de líder político e de chefe religioso numa época difícil, tendo que conjugar seu dever moral com os interesses de um Estado. Talvez ele tenha sido apenas uma pessoa ambígua, num período ainda mais ambíguo. Ou, quem sabe, o embaixador do Vaticano que virou Vigário de Cristo jogou com as regras da diplomacia, enquanto esperava com paciência pelo fim da guerra. A mesma paciência que, hoje, as pessoas precisam ter para saber quem realmente foi Eugenio Pacelli.

Enviados especiais
Hitler e Pio XII nunca se encontraram, mas usaram intermediários para negociar

Hitler e o cardeal Eugenio Pacelli (futuro papa Pio XII) foram os protagonistas da concordata de 1933, pela qual o Estado alemão e o Vaticano se reconheceram mutuamente. Mas outros personagens atuaram para facilitar o diálogo. Conheça alguns deles.

Pietro Gasparri
Esteve à frente da elaboração do Código Canônico e foi quem negociou com Benito Mussolini o Tratado de Latrão, na gestão do papa Pio IX. Em 1901, o monsenhor convidou Eugenio Pacelli (na época, um jovem padre) para trabalhar com ele na Secretaria de Estado do Vaticano. Nos 30 anos seguintes, Gasparri e Pacelli formaram uma parceria que arquitetou a política de concordatas e moldou o crescimento do poder papal ao longo do século 20.

Ludwig Kaas
Líder do Partido do Centro Católico alemão, era padre e íntimo colaborador de Pacelli. Em suas viagens constantes entre Berlim e Roma, foi uma peça-chave na negociação da concordata de 1933 — que extinguiu seu próprio partido para que o papa assumisse maior controle sobre os católicos na Alemanha. Também teria atuado em uma frustrada tentativa de aproximação com membros das Forças Armadas alemãs que buscavam uma negociação de paz, à revelia de Hitler.

Franz von Papen
Ultradireitista, de inclinações monarquistas, teve atuação importante na dissolução da República de Weimar. Foi chanceler alemão em 1932 e vice-chanceler após a subida de Hitler, para o que contribuiu diretamente. Manteve uma relação dúbia com o nazismo e foi quem assinou a concordata com Pacelli, na Secretaria de Estado do Vaticano, em julho de 1933.

Ernst von Weizsacker
Embaixador alemão no Vaticano, recebeu de Hitler a missão de encorajar Pacelli a manter a imparcialidade da Santa Sé durante a guerra. Comunicou ao papa que seu governo respeitaria a integridade do Vaticano e suas propriedades em Roma. A condição: ficar calado sobre as perseguições nazistas. Mas ameaçou instituições católicas suspeitas de abrigar judeus e socialistas.

Vaticano na linha de frente
Enquanto os EUA bombardeiam Roma, nazistas tentam raptar o papa

Em 9 de julho de 1943, Pio XII não teve dúvidas ao ouvir os estrondos que ecoavam em Roma: ele estava encurralado no meio da guerra. Apesar de seu esforço para que a capital italiana fosse declarada cidade aberta, aviões americanos bombardearam a cidade. O ataque precipitou a queda do ditador Benito Mussolini, que foi deposto duas semanas depois pelo rei Vitório Emanuel III e um grupo fascista rival. A situação piorou em setembro, quando os alemães ocuparam a Cidade Eterna e colocaram os judeus na mira. Eugenio Pacelli se viu num dilema: se protestasse contra a invasão, poderia sofrer uma represália violenta contra o Vaticano. Os alemães temiam que uma crítica do papa gerasse uma reação em cadeia na população italiana, o que colocaria em risco a ocupação. Mas Pio XII sabia que sua própria vida estava em risco, pois os nazistas planejavam sequestrá-lo. A advertência tinha sido feita pelo embaixador alemão na Santa Sé, Ernst von Weizsacker.

“Os nazistas deram duas opções a Pio XII: selar os lábios ou o seu destino”, escreve o jornalista americano Dan Kurzman no livro Conspiração contra o Vaticano. Hitler tinha encomendado o sequestro ao general Karl Wolff, chefe das SS na Itália. A missão era invadir o Vaticano, raptar o papa e levá-lo à Alemanha ou ao território neutro de Liechtenstein. Mas Wolff titubeou. “Até então, ele havia atendido a qualquer ordem do Führer. Mas sequestrar o papa era uma loucura. Poderia colocar toda a Itália e a Igreja contra a Alemanha”, diz Kurzman. Wolff temia ser enforcado, se os aliados vencessem a guerra, e decidiu sabotar o plano de Hitler esperando se salvar com o apoio do papa. Deu certo. Pio XII também adotou dupla postura. Permitiu que judeus fossem abrigados em igrejas, mas nunca abriu a boca contra a ocupação, nem quando viu de suas próprias janelas milhares de judeus sendo amontoados em caminhões e deportados de trem rumo a Auschwitz.

Rota de fuga
Pio XII ajudou nazistas a escapar para a América do Sul

Ninguém sabe ao certo até que ponto Pio XII protegeu os judeus. Mas já não há dúvida de que ele ajudou nazistas católicos a escapar da Europa para Buenos Aires, na Argentina. A rota de fuga foi armada, logo após a Segunda Guerra, pelo Vaticano, a Igreja Católica argentina e o governo de Juan Domingo Perón (1895-1974). É o que afirma o jornalista argentino Uki Goñi, que rastreou o plano em arquivos da inteligência americana, da Cruz Vermelha e de países europeus. “Documentos que encontrei no Escritório de Registro Público de Londres demonstram que o papa sabia da fuga e intercedeu para evitar que alguns criminosos croatas chegassem à Justiça”, diz Uki, que conta essa história no livro A Verdadeira Odessa. A rede funcionava basicamente assim: o Vaticano pagava as passagens e dava passaportes com pseudônimos aos criminosos de guerra, e Perón lhes garantia o visto para entrar na Argentina.

A Cruz Vermelha fornecia os passaportes. Os Estados Unidos e a Inglaterra não se intrometiam, mas as autoridades suíças foram além. Permitiram o trânsito ilegal dos nazistas por dentro de seu território. Foi graças a esse plano que Adolf Eichmann (1906-1962), Josef Mengele (1911-1979), Erich Priebke e outros genocidas encontraram um porto seguro na América do Sul. Eichmann só foi preso em 1960, em Buenos Aires (e enforcado depois pelo governo de Israel). Priebke foi localizado em 1991 no mesmo país (e condenado por tribunal italiano à prisão domiciliar). E Mengele morreu afogado em 1979, sob nome falso, no Brasil.

Relação tumultuada
Ao longo da História, 
a Igreja bateu de frente com a comunidade judaica

Século 4
O cristianismo se torna a religião oficial do Império Romano. O teólogo João Crisóstomo (349-407) qualifica os judeus de inimigos da raça humana. Diz que “a sinagoga é um bordel” e que “judeus são possuídos por demônios”. Em 325, o I Concílio de Nicéia culpa-os pela morte de Jesus — acusação só retirada em 1965, no Concílio Vaticano II.

Séculos 5 a 12
Na Europa medieval, o cristianismo avança sua hegemonia e surgem leis discriminatórias contra todas as demais práticas religiosas, principalmente o judaísmo. Espalham-se as lendas de que os judeus têm chifres e rabos e realizam rituais usando sangue de crianças cristãs.

Séculos 13 e 14
Em novembro de 1215, o IV Concílio de Latrão, convocado pelo papa Inocêncio III, obriga os judeus a usar distintivos sobre as roupas e os proíbe de exercer funções públicas e de casar com não-judeus — sete séculos depois, as mesmas medidas seriam adotadas pelos nazistas. A Inquisição condena judeus à fogueira e, para escapar, muitos procuram o batismo. Diversos papas apoiam a expulsão de judeus da Inglaterra, França, Holanda e Espanha.

Século 15
O papa Xisto IV (1414-1484) autoriza a rainha Isabel de Castela (1451-1504) e o rei Fernando de Aragão (1452-1516), chamados de os Reis Católicos, a criarem o Tribunal da Inquisição na Espanha. O alvo, nesse caso, são judeus convertidos ao cristianismo, os cristãos-novos.

Século 19
Na península Ibérica, colégios ainda proíbem pessoas “com sangue judeu ou mouro” de se matricular. No Brasil desse período, as ordens religiosas fornecem “atestados de pureza de sangue”, criados nos tempos da Inquisição. Alguns judeus falsificavam seus documentos para exercerem atividades comerciais.

Saiba mais

LIVROS
- O Papa de Hitler — A História Secreta de Pio XII, John Cornwell, Imago, 2000
Critica duramente a omissão do pontífice com relação aos crimes do Holocausto.

- Three Popes and the Jews, Pinchas Lapide, Hawthorn, 1967
Em contraposição ao livro de Cornwell, este argumenta que o papa teria salvado milhares de judeus.

- Conspiração contra o Vaticano — O Plano Secreto de Hitler para Sequestrar o Papa, Dan Kurzman, Jorge Zahar, 2008
Descreve os bastidores do relacionamento entre o papa e os nazistas, com ênfase no plano de Hitler de raptar Pio XII.


Fontes:
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/pio-xii-bendito-ou-maldito-479969.shtml
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. Sejam abençoados todos os seres.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

ARTE DO EQUILÍBRIO - TEMA: GLÂNDULA TIMO



Arte do Equilíbrio - Alcides Melhado Filho 
- Tema Glândula Timo - 20-06-2014 - Radio Mundial - 25 min.
Alcides Melhado Filho 

https://youtu.be/YkTFzrnw7aw?list=PLCjRNU-oBKDZ9z1ar5eqbkyq5vSyLnqp0

Arte do Equilíbrio - Alcides Melhado Filho 
- Tema Glândula Pineal - 13-06-2014 - Radio Mundial- 25 min.



Timo : A chave da Imunidade - Energia Vital - 24 min.



Timo - A chave da imunidade e da energia vital 
- Exercícios para sua estimulação.9 min.



Arte do Equilíbrio - 
Workshop Ho'oponopono - Alcides Melhado Filho - 22-07-2013 -117 min.


PROGRAMA VIDA INTELIGENTE - A FUNÇÃO OCULTA DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS - FINAL. - 63 min.

O sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios. Frequentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao sistema endócrino informações sobre o meio externo, enquanto que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino em conjunto com o sistema nervoso atua na PROGRAMA VIDA INTELIGENTEcom Eustáquio Andréa PatounasQuinta-Feira, 8 às 9 da noite, AO VIVOTV Floripa Canal 4 da NETwww.vidainteligente.blogspot.comwww.vidainteligente.tv.br
PROGRAMA VIDA INTELIGENTEO sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios. Frequentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao sistema endócrino informações sobre o meio externo, enquanto que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino em conjunto com o sistema nervoso atua na coordenação e regulação das funções corporais. Alguns dos principais órgãos que constituem o sistema endócrino são: Pineal, Pituitária, Tireóide, Timo, Adrenal, Pâncreas, Ovário, Testículos. Esta é a visão científica, médica, física, mas quais as funções ocultas das glândulas do ser humano?




A GLÂNDULA TIMO E A ESPIRITUALIDADE





Na anatomia humana, o timo é um órgão linfático que está localizado na porção antero-superior da cavidade torácica. Limita-se superiormente pela traqueia, a veia jugular interna e a artéria carótida comum, lateralmente pelos pulmões e inferior e posteriormente pelo coração. É vital contra a autoimunidade. Ao longo da vida, o timo involui (diminui de tamanho) e é substituído por tecido adiposo nos idosos, o que acarreta na diminuição da produção de linfócitos T.

Histologia
Externamente, o timo é envolto por uma cápsula de tecido conjuntivo, de onde partem septos que dividem o órgão em numerosos lóbulos. Cada lóbulo apresenta uma capa, o córtex, que é mais escura, e uma polpa interior, a medula, que é mais clara. A zona cortical, mais periférica, é onde se encontram pró-timócitos, timócitos e linfócitos Tem diferenciação e maturação; nesta área os capilares são mais fechados para impedir a saída de linfócitos T não maduros para o organismo. A zona medular, mais interna, é onde se encontram pro-linfócitos T e linfócitos T maduros, prontos para se dirigir a órgãos linfoides secundários onde completarão sua ativação, também encontra-se corpúsculo de Hassall.

Fisiologia



Em termos fisiológicos, o timo elabora várias substâncias: timosina alfa, timopoetina, timulina e o fator tímico circulante. A timosina mantém e promove a maturação de linfócitos e órgãos linfóides como o baço e linfonodos. Existe ainda uma outra substância, a timulina, que exerce função na placa motora (junção dos nervos com os músculos) e, portanto, nos estímulos neurais e periféricos, sendo considerada grande responsável por uma doença muscular chamada miastenia grave.

Glândula TIMO- A chave da imunidade e da energia vital.No meio do peito, bem atrás do osso onde a gente toca quando diz "eu", fica uma pequena glândula chamada timo.

Seu nome em grego, thýmos, significa energia vital. Precisa dizer mais?

Precisa, porque o timo continua sendo um ilustre desconhecido. Ele cresce quando estamos contentes, encolhe pela metade quando estressamos e mais ainda quando adoecemos.

Essa característica iludiu durante muito tempo a medicina, que só conhecia através de autópsias e sempre o encontrava encolhidinho.

Supunha-se que atrofiava e parava de trabalhar na adolescência, tanto que durante décadas os médicos americanos bombardeavam timos adultos perfeitamente saudáveis com megadoses de raios X achando que seu "tamanho anormal" poderiam causar problemas.

Mais tarde a ciência demonstrou que, mesmo encolhendo após a infância, continua totalmente ativo; é um dos pilares do sistema imunológico, junto com as glândulas adrenais e a espinha dorsal, e está diretamente ligado aos sentidos, à consciência e à linguagem. Como uma central telefônica por onde passam todas as ligações, faz conexões para fora e para dentro.

Se somos invadidos por micróbios ou toxinas, reage produzindo células de defesa na mesma hora.

Mas também é muito sensível a imagens, cores, luzes, cheiros, sabores, gestos, toques, sons, palavras, pensamentos.

Amor e ódio o afetam profundamente.

Ideias negativas têm mais poder sobre ele do que vírus ou bactérias.

Já que não existem em forma concreta, o timo fica tentando reagir e enfraquece, abrindo brechas para sintomas de baixa imunidade, como herpes.

Em compensação, ideias positivas conseguem dele uma ativação geral em todos os poderes, lembrando a fé que remove montanhas.

O teste do pensamento


Um teste simples pode demonstrar essa conexão.

Feche os dedos polegar e indicador na posição de o.k, aperte com força e peça para alguém tentar abri-los enquanto você pensa " estou feliz".

Depois repita pensando " estou infeliz".

A maioria das pessoas conserva a força nos dedos com a ideia feliz e enfraquece quando pensa infeliz. (Substitua os pensamentos por uma bela sopa de legumes ou um lindo sorvete de chocolate para ver o que acontece...)

Esse mesmo teste serve para lidar com situações bem mais complexas.

Por exemplo, quando o médico precisa de um diagnóstico diferencial, seu paciente tem sintomas no fígado que tanto podem significar câncer quanto abcessos causados por amebas. Usando lâminas com amostras, ou mesmo representações gráficas de uma e outra hipótese, testa a força muscular do paciente quando em contato com elas e chega ao resultado.

As reações são consideradas respostas do timo e o método, que tem sido demonstrado em congressos científicos ao redor do mundo, já é ensinado na Universidade de São Paulo (USP) a médicos acupunturistas.

O detalhe curioso é que o timo fica encostadinho no coração, que acaba ganhando todos os créditos em relação a sentimentos, emoções, decisões, jeito de falar, jeito de escutar, estado de espírito..."

Fiquei de coração apertadinho", por exemplo, revela uma situação real do timo, que só por reflexo envolve o coração.

O próprio chacra cardíaco, fonte energética de união e compaixão, tem mais a ver com o timo do que com o coração- e é nesse chacra que, segundo os ensinamentos budistas, se dá a passagem do estágio animal para o estágio humano.

"Lindo!", você pode estar pensando, "mas e daí?".

Daí que, se você quiser, pode exercitar o timo para aumentar sua produção de bem estar e felicidade.

Como? Pela manhã, ao levantar, ou à noite, antes de dormir.

a).. Fique de pé, os joelhos levemente dobrados. A distância entre os pés deve ser a mesma dos ombros. Ponha o peso do corpo sobre os dedos e não sobre o calcanhar, e mantenha toda a musculatura bem relaxada.

b).. Feche qualquer uma das mãos e comece a dar pancadinhas contínuas com os nós dos dedos no centro do peito, marcando o ritmo assim: uma forte e duas fracas.

Continue entre três e cinco minutos, respirando calmamente, enquanto observa a vibração produzida em toda a região torácica.

O exercício estará atraindo sangue e energia para o timo, fazendo-o crescer em vitalidade e beneficiando também pulmões, coração, brônquios e garganta. Ou seja, enchendo o peito de algo que já era seu e só estava esperando um olhar de reconhecimento para se transformar em coragem, calma, nutrição emocional, abraço.

Ótimo, íntimo, Cheio de estímulo. Bendito Timo.
Da jornalista e pesquisadora naturista Sonia Hirsch

Postado por: Mick Bernard
EXTRAÍDO DE: http://mickbernard.blogspot.com/2007/09/glandula-timo-chave-da-imun

A GLÂNDULA TIMO 
E AS TÉCNICAS DE CURA DA MEDICINA HOLÍSTICA TRADICIONAL (PARTE I)

Desde 1988 venho me questionando sobre a relação entre o Amor metafísico (que vivenciei uma única - e inesquecível! - vez) e o Amor físico (que experimentei centenas de vezes!). E já se passaram mais de 20 anos da minha experiência mística e holística com o Amor Cósmico e de lá para cá sempre me indaguei sobre aquele fenômeno maravilhoso e misterioso que se manifestou no centro do meu peito em 1988. Eu sabia desde o primeiro dia da experiência que tive, que havia pelo menos dois planos de experiência/vivência acontecendo simultaneamente: o físico e o metafísico. E que o plano metafísico (dos chacras) era a raiz da energia humana - o nosso lado transcendente. E o plano físico era o meio, o caminho de realização física e material - o nosso lado imanente. Mas, o que me intrigava era saber qual parte do plano físico estava de fato ligado ao plano metafísico do chacra cardíaco. Hoje, após todos esses longos anos de incertezas e questionamentos tenho que admitir que a resposta está nas glândulas, principalmente a glândula TIMO. Ela tem um papel vital no processo de regulação do humor; no processo imunológico e; no processo de refinamento das emoções entre tantas outras funções.

Gostaria de sugerir um desafio acadêmico aos médicos e pesquisadores em geral que possuem mentes abertas: pesquisem a relação entre a glândula timo, o chacra cardíaco e o sistema imunológico. Acredito que nessa relação estão as respostas para várias doenças tais como a AIDs, o Câncer, etc. Essa hipótese está baseada numa vivência mística que tive em 1988. Eu vivenciei em meu peito o fenômeno da interligação dos planos energéticos sutil (dos chacras) e concreto (glândulas timo, pineal e outras). Assim, parto de uma experiência íntima para a formulação de uma hipótese e não o caminho contrário (da hipótese para o teste ou experiência) que é muito comum nos processos de pesquisa científica. Sugiro aos médicos e todas as pessoas (pesquisadoras ou não) ligadas às áreas de saúde que estudem o conteúdo do livro MEDICINA VIBRACIONAL: A MEDICINA DO FUTURO do médico-pesquisador Dr. Richard Gerber. Nesse livro vocês encontrarão subsídios técnicos e científicos para buscarem uma conexão entre a TIMO, o CHACRA e o SISTEMA IMUNOLÓGICO.

A ciência precisa alargar seus horizontes como já vem fazendo muito bem nos campos de conhecimento da genética, física quântica e a astrofísica. Mas, mesmo assim precisamos urgentemente de hipóteses metafísicas para descortinarmos um mundo de fenômenos sutis responsáveis por boa parte das doenças crônicas. Sinto intuitivamente que quando os cientistas decidirem testar a hipótese da causalidade descendente (do plano metafísico para o plano físico, ou do plano qualitativo para o plano quantitativo) daremos um passo gigantesco fenomenal para explicarmos uma série de doenças de origem ainda desconhecida. A ciência moderna ainda não sabe penetrar no mundo essencial qualitativo das energias sutis das emoções humanas. Essa crítica foi realizada em minha monografia de dissertação de mestrado defendida em 1992 na COPPE/UFRJ. Em outras palavras, as energias descobertas pela ciência ainda são insuficientes para identificarem um conjunto de fenômenos causadores de anomalias no campo energético do sistema complexo e multidimensional da consciência e das transformações que ocorrem na relação entre psique e corpo físico.

Uma coisa eu descobri e constatei em minhas experiências íntimas (vivências): a forma como vemos um objeto (seja ele físico ou metafísico) afeta o objeto observado (essa tese é também uma afirmativa da física quântica moderna). Isso implica dizer que o universo guarda segredos no próprio modo e ato de se observar um fato ou fenômeno. Ou seja, não existe neutralidade no campo científico e nem no campo do senso comum. O tempo todo estamos afetando o mundo e somos afetados pelos outros a nossa volta. Existe uma fronteira invisível entre o que nos é desconhecido e o que já é conhecido. A transição de um lado para o outro acontece em planos da percepção em que estamos agindo ou construindo - de um modo geral estamos inconscientes na ocasião da transição. As doenças, enquanto fenômenos naturais são também criadas pela forma como nos conduzimos na relação que temos com as multidimensionalidades das energias que circulam entre o homem e a natureza. Somos seres extremamente sensíveis, plurais e abertos para o cosmos. Nesse contexto, todos os fenômenos nos afetam (direta ou indiretamente) sem que tenhamos sensibilidade para vermos as suas origens no nascimento deles. Por exemplo, as explosões solares (muito comuns na superfície do sol) afetam os sistemas de radar dos pássaros, baleias, seres humanos, celulares, satélites etc.

Então a nossa realidade nos guarda o maior mistério que é a essência ou qualidade dos fenômenos. O essencial é invisível porque não se mede quantitativamente. As doenças são visíveis pelos seus efeitos, o princípio delas é desconhecido na sua origem. Nesse sentido, precisamos adotar uma nova abordagem científica que seja compatível com o objeto ou fenômeno observado. Pois, só vemos o que nos é compatível com o nosso nível de consciência. O comum é o centro da curva normal (na área da estatística), os extremos são incompreensíveis e invisíveis para o nosso olhar viciado.

Eu vou revelar aqui uma descoberta que fiz em 1988: o que chamamos de impressões digitais são na verdade centros de energia (chacras (ou chakras) menores), verdadeiros receptores ou antenas captadoras de energias sutis cósmicas. Pergunto, então: quantos dos meus leitores alcançarão essa verdade vivenciada por mim em 1988? O Amor tão falado por Jesus Cristo está situado no centro do peito e tem uma relação direta com a glândula TIMO. Por isso, que alguns autores e pesquisadores afirmam que a falta de amor no mundo é a maior desgraça que afeta a paz e a saúde humana em todos os tempos. Ou seja, quando esse chacra principal não está funcionando bem a glândula timo também não está em sua potencialidade nos resguardando na sua relação com o sistema imunológico. E ai ficamos vulneráveis - sem defesa!

Bernardo Melgaço da Silva

Prof. e Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia - NECEF/URCA (Universidade Regional do Cariri)
http://bernardomelgaco.blogspot.com/
Extraído de: http://www.followscience.com/article/science/a-glandula-timo-e-as-t

EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA O TIMO

EXERCÍCIO 1 [Estimulação do Timo]•  Fazer pequenas “batidinhas’ com a polpa dos dedos no esterno (localizado aproximadamente a 2 dedos abaixo da clavícula)

Faça estas “batidinhas” ao redor desta região, explorando e sentindo estas vibrações. Sinta o aquecimento produzido nesta região.

EXERCÍCIO 2 [Abraçar o ombro]
 Em pé, tronco ereto, com o braço direito “abrace” o ombro esquerdo [ver fig.].

•  Coloque a mão um pouco abaixo do ombro esquerdo e vá “caminhando” com os dedos em direção à escápula esquerda o máximo que puder. Faça o mesmo com o braço esquerdo.

Sinta a presença do Timo.

EXERCÍCIO 3 [Contraindo e expandindo o Timo]
 De pé, braços soltos ao longo do corpo, volte as palmas das mãos para fora e girando os braços, una o dorso das mãos em frente ao abdômen e expire todo o ar dos pulmões.

•  A seguir, desfaça a posição e abrindo os braços leve-os para trás, abrindo o peito e inspirando. Abra os braços até que as palmas das mãos se encontrem atrás [nas costas], e se unam na altura do osso sacro.
Faça algumas vezes este movimento.

EXERCÍCIO 4 [Mãos na nuca e cotovelos abertos]•
 Erga os braços e coloque as mãos entrelaçadas sobre a nuca, os cotovelos abertos. Abra o peito inspirando e levando os cotovelos para trás, sem tirar as mãos da nuca.

•  Sinta a expansão produzida por este movimento simples, permita-se saborear a sensação de espaço, liberdade, desobstrução.

•  Ao expirar, junte os cotovelos à frente suavemente. Coloque sua atenção no timo. Faça algumas vezes. Quando perceber que alguém próximo a você se encontra acabrunhado, comprimido por problemas, aconselhe este movimento.

FINALIZAÇÃO [Garras de urso e movimento da gangorra]
 Enganche suas mãos [como garras de urso] em frente ao peito. Abra bem os braços deixando-os paralelos ao peito

•  Inicie um movimento com os cotovelos, levando um em direção ao “Céu” (pra cima) e outro em direção à “Terra” (pra baixo). Eleve primeiro o cotovelo direito (o esquerdo desce em direção à Terra), depois suba o esquerdo (lembra uma gangorra) e o direito desce em direção à Terra.

•  Faça com os músculos das costas relaxados, não aplique força. Não permita nenhuma tensão muscular.

Estimule o timo o máximo que puder, faça amizade com esta glândula. Ela produz alegria e dependemos dela para equilibrar o sistema imunológico.
Trecho extraído de: http://www.ogrupo.org.br/glandula_timo.asp


Ativação da Glândula Timo - O chacra Cardíaco

por Marinez Tito Salgado - marineztss1@hotmail.com

O Timo é a Glândula das “maravilhas” situada ao nível do coração, atrás do esterno (osso achatado, situado na parte anterior da caixa torácica e que está ligado às costelas). No feto ela é grande, estende-se da região do pescoço até o diafragma (região de abdômen); durante a infância ela começa diminuir e após a puberdade ela diminui mais ainda. Possui a forma piramidal, mesmo ao atrofiar-se, e sua falta afeta a Glândula Pineal (o Pai cerebral).

É o Chakra da expressão do Amor e da compaixão, no entanto, seu giro energético divergente acarreta ao coração de carne e pulmões prejuízos, assim como às artérias coronárias. Quando esta glândula está ativa, o organismo não envelhece.

São exercícios importantes para estimular o Timo e também para que ele não petrifique em idade avançada, perdendo assim o estímulo da amorosidade. Ela é intimamente ligada à música, favorecendo assim a pessoa que canta e a que emite sons mântricos.

1º) Exercício: feche a mão totalmente e role as juntas (as falanges proximais e médias) por sobre o Timo, na região central do peito, entre os mamilos e em sua direção, com certa pressão para ativar este centro energético e sua Glândula. Esses movimentos ativam o Timo e liberam a estagnação do Coração.

2º) Exercício: a pronúncia da vogal “A” muito lentamente e aberta, com consciência, trabalha a amorosidade no ser e faz vibrar a Glândula e a região ao redor, como o Chakra laríngeo, transformando todas as estagnações que neles houver. É o Cardíaco sendo acionado e elevando-se ao seu Chakra superior, o Chakra do verbo.

Esses são exercícios terapêuticos que favorecem o coração de carne , o Timo, a Tireoide, as Paratireoides, assim como seus Chakras correspondentes: Chakra Cardíaco e Chakra laríngeo.
Extraído de: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=21513

Chacra Cardíaco 4º Chacra
Compaixão

- Localiza-se bem no centro do peito, entre os mamilos.
- É associado ao timo e é nele que se concentra a energia do Amor Incondicional, a nossa fonte vital.
- É responsável também pela saúde e vitalidade do corpo físico, o coração e os pulmões.
- Desenvolvido, cria um canal de amor que pode ser utilizado para o trabalho assistencial.

Nome Sânscrito:
ANAHATA ("Invicto"; "Inviolado", intocado ou inaudível.)

Mantra: Yam.
Localização: Coração. Centro do peito.

Cor: Verde (cura e energia vital); Rosa (Amor).
Glândula: Timo.
Elemento: Ar.

Zodíaco:
 Leão e Balança.

Planetas:
Vênus, Saturno e o astro Sol.

Massagem:
 Para as mulheres, no sentido horário e para os homens no sentido anti horário.

Funções:
Energiza o sangue e o corpo físico. Estimular a imunidade e o bom funcionamento do coração e dos pulmões, desenvolver a capacidade de amar, perdoar e sentir compaixão.

Disfunções:
Problemas respiratórios e cardíacos, medos ou ilusões a respeito do amor.

Cristais:
 Esmeralda, Jade verde, Quartzo e Turmalina verde ou rosa.

Qualidades Positivas:
 Amor incondicional, Compaixão, Equilíbrio, Harmonia e Paz.

Qualidades Negativas:
 Desequilíbrio, Instabilidade emocional, Problemas de coração e circulação.

Temas:
Elo entre os três primeiro chacras (ligados a matéria, sexo e relacionamentos) e os três últimos (ligados à espiritualidade), o quarto centro deve integrá-los, elevando nosso grau de consciência e de auto-estima.

Para isso, precisamos reconhecer e tratar dores decorrentes de ciúmes, ressentimentos e abandonos.

Como Ativar: Terapias voltadas para as curas emocionais e meditações dirigidas.

Para Refletir:
 Liberte-se da ideia de que você ou os outros deveriam ser diferentes para merecer amor. Aceite o que cada um é.

Extraído de: http://claudia.abril.com.br/materias/2091/?pagina2

ESPIRITUALIDADE E CONSCIÊNCIA -  por Wagner Borges -

Espiritualidade é um estado de consciência; não é doutrina, não!

É o que se leva dentro do coração.
É o discernimento em ação!
É o amor em profusão.
É a luz nas idéias e equilíbrio na senda.

É o valor consciencial da alegria na jornada.
É a valorização da vida e de todos os aprendizados.
É mais do que só viver; é sentir a vida que pulsa em todas as coisas.
É respeitar a si mesmo, para respeitar o próximo e a natureza.
É ter a plena noção de que nada acaba na morte do corpo, pois a consciência segue além, algures, na eternidade...

É saber disso - com certeza -, e não apenas crer nisso.
É viver isso - com clareza -, sem fraquejar na senda.
É ser um presente, para si mesmo, para os outros e para a própria vida.
Espiritualidade é brilho nos olhos e luz nas mãos.

E isso não depende dessa ou daquela doutrina; depende apenas do próprio despertar espiritual; depende do discernimento consciencial se unir aos sentimentos legais, no equilíbrio das próprias energias, nos atos da vida.

Ah, espiritualidade é qualidade perene; não se perde nem se ganha; apenas é!

É valor interno, que descerra o olhar para o infinito... para além dos sentidos convencionais. É janela espiritual que se abre, dentro de si mesmo, para ver a luz que está em tudo!

Espiritualidade é essa maravilha: o encontro consigo mesmo, em paz.
Espiritualidade é ser feliz, mesmo que ninguém entenda por quê.
É quando você se alegra, só pelo fato de estar vivo!

É quando o seu chacra* do coração se abre igual a uma rosa, e você se sente possuído por um amor que não é condicionado a coisa alguma, mas que ama tudo.

É quando você nem sabe explicar porque ama; só sabe que ama.

Espiritualidade não depende de estar na Terra ou no Espaço; de estar solteiro ou casado; de pertencer a esse ou aquele lugar; ou de crer nisso ou naquilo.

É valor de consciência, alcançado por esforço próprio e faz o viver se tornar sadio.

Espiritualidade é apenas isso: SER FELIZ!
Ou, como ensinavam os sábios celtas de outrora: SER UM PRESENTE!
Paz e Luz.

* Chacras - do sânscrito - são os centros de força situados no corpo energético e que tem como função principal a absorção de energia (prana, chi) do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.

O Chacra Cardíaco - é o chacra responsável pela energização do sistema cardiorrespiratório. É considerado o canal de movimentação dos sentimentos. Por isso é o chacra mais afetado pelo desequilíbrio emocional. Bem desenvolvido, torna-se um canal de amor para o trabalho de assistência espiritual. Está ligado à glândula timo.



Quando o timo não vai bem

Cópia extra de gene prejudica o amadurecimento das células de defesa na síndrome de Down

RICARDO ZORZETTO e FRANCISCO BICUDO | ED. 191 | JANEIRO 2012

© MARIANA COAN
Começa-se a conhecer melhor a razão por que as pessoas com síndrome de Down, que atinge uma em cada 700 crianças, são mais suscetíveis a desenvolver doenças autoimunes do que o restante da população. Nelas, um sofisticado mecanismo que ensina as células de defesa a reconhecer e combater o que é estranho ao organismo encontra-se desregulado, mostraram pesquisadores brasileiros em um estudo publicado em setembro no Journal of Immunology. A consequência desse desequilíbrio é que as células que deveriam proteger o corpo passam a atacá-lo, levando ao desenvolvimento de enfermidades autoimunes como o diabetes tipo 1, o hipotireoidismo ou a doença celíaca.

A pediatra Magda Carneiro-Sampaio e sua equipe no Instituto da Criança (ICr) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) verificaram que algo não andava bem com o amadurecimento das células de defesa das crianças com síndrome de Down quando puderam comparar a atividade do timo delas com a do timo de crianças sem o problema. Órgão pequeno e achatado em forma de borboleta, o timo se situa no tórax, atrás do osso esterno e à frente do coração, e funciona como uma escola de treinamento de guerra. É ali que um grupo especial de células de defesa – os linfócitos T, responsáveis por orquestrar o combate a infecções e a eliminação de células doentes – aprende a distinguir o que integra o próprio corpo e deve ser preservado daquilo que vem de um organismo estranho e deve ser exterminado.

Quando o timo funciona bem, os linfócitos que passam por esse treinamento e se mostram capazes de reconhecer e atacar as células do próprio organismo são destruídos ali mesmo – a morte é o destino de 95% a 97% dos linfócitos T. Só saem do timo para a circulação sanguínea e a linfática os 3% a 5% restantes dos linfócitos, que demonstram ter a habilidade de identificar e atacar apenas os agentes infecciosos, os compostos estranhos ao corpo ou as células defeituosas. Na síndrome de Down, porém, esse rigoroso sistema de preparo e seleção celular encontra-se desbalanceado.

O desajuste no amadurecimento dos linfócitos só começou a ficar evidente nos últimos anos, quando o grupo de Magda usou técnicas de biologia molecular para estudar o timo de 60 crianças (14 com síndrome de Down e 46 sem) com idade entre 4 meses e 12 anos. Todas elas haviam passado por uma cirurgia para corrigir defeitos cardíacos graves que exigiu a retirada do timo. Ao comparar o funcionamento do timo, os pesquisadores constataram que, em média, esse órgão era menos ativo nas crianças com síndrome de Down do que naquelas sem o problema (clique no infográfico abaixo).

O geneticista Carlos Alberto Moreira Filho e a psiquiatra e especialista em bioinformática Helena Brentani avaliaram o nível de ativação de quase 22 mil genes nas células do timo e verificaram que cerca de 400 desses genes, muitos deles responsáveis pela multiplicação celular e pelo amadurecimento das células de defesa, se encontravam menos ativos nas crianças com Down. Um em especial chamou a atenção. É o gene autoimmune regulator (AIRE). Esse gene codifica a produção de uma proteína essencial para a seleção apropriada dos linfócitos T. Sem essa proteína, os linfócitos nocivos ao próprio organismo não são exterminados no timo, como deveriam, e se espalham pelo corpo.

© FONTE MAGDA CARNEIRO-SAMPAIO / USPtimo

A patologista Maria Irma Seixas Duarte e a biomédica Flavia Afonso Lima observaram que havia duas vezes mais células com o gene AIRE ativo no timo das crianças sem Down do que no daquelas com a síndrome. Em média, 155 células por milímetro quadrado expressavam o AIRE no timo das crianças do primeiro grupo e apenas 70 no daquelas do segundo. “O baixo nível de expressão do gene AIRE permite compreender por que as doenças autoimunes são mais frequentes em quem tem síndrome de Down”, conta Magda.

O padrão de acionamento dos genes nas células do timo ajuda também a explicar os sinais clínicos observados em crianças com Down, a anomalia cromossômica mais comum em seres humanos, causada pela presença de uma cópia extra do cromossomo 21 no núcleo das células. Desde muito cedo na vida, boa parte das pessoas com Down apresenta problemas autoimunes desencadeados pelo ataque das células de defesa a órgãos específicos. O risco de desenvolver hipotireoidismo, diabetes tipo 1 ou doença celíaca é respectivamente 4 vezes, 6 vezes e de 10 a 40 vezes maior entre as crianças com síndrome de Down do que no restante da população. Há quase três décadas também se sabe que o timo dessas crianças é menor do que o daquelas sem a anomalia cromossômica.

Ante os resultados de agora, Magda e sua equipe propõem uma reinterpretação da origem dos problemas autoimunes frequentes na síndrome de Down. “As enfermidades autoimunes que essas crianças apresentam são decorrentes de uma imunodeficiência primária, e não secundária como se classifica atualmente”, afirma.

O que essa reavaliação significa? Em primeiro lugar, que a causa das doenças autoimunes nas pessoas com Down é diferente do que se pensava. “A origem do mau funcionamento do sistema de defesa delas é genética e aparece durante a formação do embrião”, conta Magda. Até então, a explicação mais aceita pelos especialistas era que esses problemas autoimunes decorriam da degeneração do timo causada pelo envelhecimento precoce. Em segundo lugar, que essas crianças podem não estar recebendo medicação adequada.

A fim de aprimorar o tratamento dessas crianças, a equipe de Magda e a do pediatra Zan Mustacchi iniciaram em dezembro no Hospital Infantil Darcy Vargas, em São Paulo, a triagem daquelas que têm síndrome de Down e apresentam infecções recorrentes mesmo depois de vacinadas contra doenças virais e bacterianas. Eles pretendem verificar se essa suscetibilidade maior a infecções – elas podem agravar os problemas cardíacos, frequentes nas crianças com Down – também decorre do mau funcionamento do timo. “Se for confirmado, poderemos programar uma vacinação complementar na tentativa de melhorar a resposta imunológica dessas crianças e, em certos casos, indicar o uso preventivo de antivirais e antibióticos para aquelas com cardiopatia congênita”, diz Zan.

-2 Anos atrás o grupo do Instituto da Criança decidiu investigar a atividade do timo na síndrome de Down porque o padrão de problemas imunológicos apresentados por essas crianças lembrava o de outra enfermidade rara associada à disfunção desse órgão: a poliendocrinopatia autoimune tipo 1 (APECED). Comum em italianos da Sardenha, finlandeses e judeus iranianos, essa poliendocrinopatia, também se caracteriza pela atividade anormal do timo. Em ambas, linfócitos que deveriam ser destruídos escapam à seleção e atacam o próprio corpo por causa da atividade anormal do gene AIRE, que se encontra no cromossomo 21.

Na APECED alterações na estrutura desse gene, como a encontrada em 2007 pelo grupo de Magda em uma família de brasileiros descendentes de italianos, prejudicam a expressão do AIRE e a seleção dos linfócitos T. Na síndrome de Down trechos muito pequenos de material genético – os micro-RNAs, encontrados em abundância no cromossomo 21 – podem interferir na atividade do AIRE e de outros genes. “Pretendemos investigar o papel desses micro-RNAs na próxima etapa do trabalho”, conta Magda.

Ela e os pesquisadores da USP planejam ainda usar testes que permitam avaliar o tamanho e a atividade do timo para identificar, se possível antes mesmo do nascimento, essas e outras imunodeficiências primárias graves. Consideradas raras, essas enfermidades se manifestam muito cedo na vida e deixam as crianças mais suscetíveis a infecções ou a problemas autoimunes. Calcula-se que uma em cada 10 mil crianças apresente alguma forma de imunodeficiência grave (parte dos casos com alteração no timo), quase sempre fatal sem o tratamento correto.

Uma das imunodeficiências que os pesquisadores esperam detectar cedo é a síndrome de Di George, que afeta uma em cada 4 mil crianças. Consequência da perda de um pedaço do cromossomo 22, essa síndrome causa defeitos no coração e na face e impede o desenvolvimento normal do timo. De 1% a 2% das crianças com a síndrome podem até mesmo nascer sem o timo, o que impede a formação do sistema imunológico e só é corrigido por meio do transplante do órgão. A equipe do ICr quer identificar ainda os casos de imunodeficiência combinada grave, que atinge 1 em cada 40 mil bebês.

Nos últimos anos alguns estados norte-americanos incluíram na triagem neonatal – o teste do pezinho – um exame que mede o número de linfócitos recém-liberados pelo timo, que funcionam como indicador no sangue da atividade do órgão. Mas o teste genético ainda é caro para ser adotado pelo sistema público de países como o Brasil – seriam necessários a cada ano US$ 2,4 milhões para aplicar o teste às 600 mil crianças que nascem no estado de São Paulo. Por esse motivo, o grupo da USP pensa em aproveitar a ultrassonografia do feto, feita durante a gestação, para avaliar o tamanho do timo. “Esse seria apenas um item a mais a ser verificado durante a avaliação de anomalias fetais por ultrassom”, diz Luiz Antonio Nunes de Oliveira, chefe do Serviço de Radiologia do ICr.

Como o timo é proporcionalmente grande no feto, é possível identificá-lo por meio desse exame de imagem. “Os casos em que o timo for menor que o normal ou não estiver visível seriam considerados suspeitos e os médicos poderiam solicitar um leucograma logo após o nascimento”, explica Oliveira. A obstetra Roseli Nomura, do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP, trabalha agora para descobrir as melhores condições técnicas para avaliar o timo por ultrassom no último exame pré-natal, sem aumentar muito a duração e o preço do exame.

Identificar mais cedo a atividade anormal do timo é importante para a sobrevivência do recém-nascido. As crianças com imunodeficiências graves, por exemplo, não devem receber a vacina BCG, aplicada logo após o nascimento. Essa vacina anti tuberculose é produzida com bacilos vivos, que podem causar uma infecção grave – e até fatal – nesses bebês. “Quanto antes se fizer o diagnóstico, mais cedo se pode programar a imunização mais adequada para a criança”, afirma a pediatra Cristina Jacob, chefe da Unidade de Alergia e Imunologia do ICr. Nos casos de imunodeficiência combinada grave, o diagnóstico precoce permite o encaminhamento rápido da criança para o transplante de células hematopoiéticas, a única opção terapêutica possível por ora.

Fontes:
Licença padrão do YouTube
http://pt.wikipedia.org/wiki/Timo
http://bernardomelgaco.blogspot.com/
http://www.ogrupo.org.br/glandula_timo.asp
 http://claudia.abril.com.br/materias/2091/?pagina2
http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=21513
 http://www.followscience.com/article/science/a-glandula-timo-e-as-t
www.vidainteligente.blogspot.com  - www.vidainteligente.tv.br
 Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.Sejam abençoados todos os seres.