quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ODE À ALEGRIA - Ode an die Freude

Beethoven:

Symphony No. 9; Handel: Organ Concerto

http://www.youtube.com/watch?v=jjWpSfkLyQc&feature=channel 



Beethoven, Symphony No. 9 "Choral"
http://www.youtube.com/watch?v=Iq-3B6xfNpY&feature=rec-fresh+div-f-6-HM



 ODE  À  ALEGRIA

Hino à Alegria



Beethoven.

Schiller.


O Hino à Alegria, ou Ode à Alegria (em alemão Ode an die Freude), é o nome do poema cantado no quarto movimento da 9.ª sinfonia de Beethoven, conhecida também como Hino Europeu ou Hino da União Européia.

Beethoven compôs este texto em 1823, inspirado no poema "Ode à Alegria", de Schiller, escrito em 1785. Neste poema Schiller expressa uma visão idealista da raça humana que tornará uma irmandade, uma visão que tanto este como Beethoven partilhavam.
Porém, este poema não foi oficialmente adoptado nem pelo Conselho da Europa, nem posteriormente pela União Europeia, permanecendo como um hino sem letra, pois a música é uma linguagem universal e per se obtém o mesmo efeito de como se fosse cantada, este Hino expressa os ideais de liberdade, paz e solidariedade, ideais estes que a Europa e as suas instituições como um todo querem e ambicionam prosseguir.

Este trecho foi escolhido como hino do Conselho da Europa em 19 de Janeiro de 1972. Na altura, Herbert von Karajan compôs os três arranjos oficiais: um para piano, um para instrumentos de sopro e outro para orquestra. Mais tarde, em 1985, o andamento foi adoptado como hino oficial da União Europeia.
Em 1985 a União Europeia adoptou o mesmo símbolo com todos os significados a este inerentes.
Este hino não pretende substituir os hinos nacionais dos países-membros, mas sim pretende celebrar o lema da União Europeia na sua plenitude e celebrar os valores que todos os países se comprometem ao aderir a esta União.

O hino é entoado em cerimónias oficiais da União Europeia, e em vários tipos de manifestações e eventos de carácter europeu. Seu uso não se resume, no entanto, exclusivamente à União Europeia, mas a toda a Europa como uma idéia alargada, tendo sido deste modo referida também como o hino oficial do Conselho da Europa

Ode à Alegria, de Friedrich von Schiller, tradução do original, tal como se canta na nona sinfonia de Ludwig van Beethoven.
(Barítono)
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais agradável
E cheio de alegria!
(Barítonos, quarteto e coro)
Alegria, mais belo fulgor divino,
Filha de Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Teus encantos unem novamente
O que o rigor da moda separou.
Todos os homens se irmanam
Onde pairar teu vôo suave.
A quem a boa sorte tenha favorecido
De ser amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma doce companheira
Rejubile-se connosco!
Sim, também aquele que apenas uma alma,
possa chamar de sua sobre a Terra.
Mas quem nunca o tenha podido
Livre de seu pranto esta Aliança!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos dá beijos e as vinhas
Um amigo provado até a morte;
A volúpia foi concedida ao verme
E o Querubim está diante de Deus!
(Tenor solo e coro)
Alegres, como voam seus sóis
Através da esplêndida abóboda celeste
Sigam irmãos sua rota
Gozosos como o herói para a vitória.
(Coro)
Abracem-se milhões de seres!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos! Sobre a abóboda estrelada
Deve morar o Pai Amado.
Vos prosternais, Multidões?
Mundo, pressentes ao Criador?
Buscais além da abóboda estrelada!
Sobre as estrelas Ele deve morar.

~ Ode à Alegria ~
 
No dia 12 de janeiro de 2003 a Nona Sinfonia de Beethoven passou a fazer parte oficialmente da "Memória do Mundo" por ser uma obra que, além de seus méritos musicais, se converteu em um hino universal das aspirações de paz e fraternidade.
A obra mais famosa de Ludwig van Beethoven entrou oficialmente no registro da UNESCO ao ser entregue à biblioteca que conserva quase completa a partitura original a ata que certifica que forma parte do patrimônio documental da humanidade.
A entrega aconteceu na sala de concertos onde teve lugar a estréia berlinense da sinfonia em 1826 (dois anos depois da estréia em Viena), o Schauspielhaus, um edifício neoclássico contemporâneo de Beethoven.

A cerimônia culminou com a interpretação da obra a cargo da Orquestra das Nações, um conjunto formado por jovens de 40 países.
Um coro lituano e quatro solistas cantaram a Ode à Alegria, uma peça que na época foi uma revolução já que nunca até então se havia introduzido o canto en uma sinfonia, e que hoje é quase uma melodia popular.

Nos discursos antes da entrega do certificado, os representantes da UNESCO, da Biblioteca que conserva o documento e das autoridades alemãs explicaram porque uma partitura musical mereceu converter-se em um documento digno de ser estudado por historiadores e humanistas.
A obra mais emblemática do compositor alemão foi escolhida para formar parte da memória universal por ser um tesouro musical, um símbolo da história dos últimos séculos e um legado em favor do entendimento entre os povos.

Isto é particularmente certo no caso da "Ode à Alegria" composta sobre uns versos de Friedrich Schiller que se converteu no hino da Europa unida.
Graham Jefcoate, diretor da Biblioteca da cidade estado de Berlim, conservadora da partitura, disse que a "Ode à Alegria" (An die Freude) é uma expressão "das aspirações de paz e fraternidade da humanidade".

Com a inclusão no registro "Memória do Mundo" da UNESCO a partitura passará a gozar de una proteção especial, além de ser digitalizada e colocada na internet.
A partitura é conservada em uma caixa forte da Biblioteca berlinense, resguardada da luz e da poeira.
Está formada por umas 200 folhas, a maior parte das quais se encontram na Biblioteca de Berlim, herdeira dos fundos da Biblioteca Nacional da Prússia, sendo que também há três páginas na casa natal de Beethoven em Bonn e duas na Biblioteca Nacional de Paris.
Durante vários anos parte importante do documento, em particular as páginas da ode, estiveram na Polônia, que para ali foram enviadas em 1941 para protegê-las dos bombardeios quando parte do território polaco pertencia ao Reich.

Em 1977, as autoridades polacas devolveram o documento à República Democrática Alemã, país aliado no bloco comunista.
A partitura compartilhou também o destino da Alemanha dividida, pois parte dela fora levada para Berlim ocidental e até 1992, depois da queda do muro e da reunificação, não voltaram para a antiga biblioteca que havia ficado no leste.

Na referida biblioteca se conserva grande parte do legado documental de compositores do mundo germânico como Mozart, Bach o Mendelssohn.
No discurso pronunciado durante a cerimônia, foi assinalado que o público está cada vez mais consciente da importância do patrimônio universal e foi citado como prova as reações de indignação que provocou a destruição por parte do regime taliban de algumas antiguíssimas estátuas budistas afegãs.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) tem distintos programas para proteger tanto o patrimônio monumental, como o documental (Memória do Mundo) e o intangível (tradições).

~ Ode à Alegria ~
  Fonte :ARNALDO POESIA - Niterói - RJ
http://www.starnews2001.com.br/odeschiller.html
E
Wikipédia
 

 
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

Abençoando somos abençoados ! 

A MORTE DA ONU



 Verdi: Requiem

http://www.youtube.com/watch?v=LsZEv7kAllo&feature=channel
 http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7665459549591378263


UC Davis Symphony Orchestra and University Chorus Jeffrey Thomas, conducting, with Arianna Zukerman, soprano; Judith Malafronte, mezzo-soprano; Steven Tharp, tenor; David Arnold, baritone, and alumni chorus. Verdi: Requiem. Series: "Mondavi Center Presents" [6/2004] [Arts and Music] [Show ID: 8630]
Categoria:  Educação

 A  MORTE  DA  ONU
 


Essa que não cumpre
seu dever primordial
- amar humanidade.


Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

Abençoando somos abençoados!


OS PECADOS DO HAITI


 
Carl Orff: Carmina Burana

http://www.youtube.com/watch?v=QEllLECo4OM


Os pecados do Haiti

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental. Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. O artigo é de Eduardo Galeano.
Eduardo Galeano

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca idéia de querer um país menos injusto.
O voto e o veto
Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito com um voto sequer.

Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:

– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.

O álibi demográfico
Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema:

– Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.

E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilômetro quadrado.

Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.

Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

A tradição racista
Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".

O Haiti fora a pérola da coroa, a colónia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das Leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".

Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

A humilhação imperdoável
Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos tinham conquistado antes a sua independência, mas meio milhão de escravos trabalhavam nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.

A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém comprava do Haiti, ninguém vendia, ninguém reconhecia a nova nação.

O delito da dignidade
Nem sequer Simón Bolívar, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar conseguiu reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma idéia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.

Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pênis. A essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indemnização gigantesca, a modo de perda por haver cometido o delito da dignidade.

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.

  
FONTE :  CARTA MAIOR
http://www.cartamaior.com.br
O artigo é de Eduardo Galeano.

Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.