sábado, 15 de janeiro de 2011

ORIGEM DAS INSTABILIDADES



Origem das instabilidades

Acredita-se que as flutuações que deram origem às estruturas de larga escala do Universo devem ter origem primordial, ou seja, estão associadas aos primeiros instantes após o Big-Bang. As teorias existentes para a formação de estrutura no Universo caem em duas categorias:
  • baseadas ou na amplificação de flutuações quânticas num campo escalar durante a inflação;
  • ou numa transição de fase com quebra de simetria no Universo primordial que dá origem à formação de defeitos topológicos.
Visto a partir do momento da criação, o Universo passa por uma sucessão de fases. As transições entre as primeiras dessas fases ocorrem quando o Universo é dominado por uma gravitação quântica, cujos contornos exactos se desconhecem, mas durante as quais se pensa que as interacções estão unificadas e são caracterizadas por um elevado grau de simetria. Essas transições implicam quebras de simetria e podem ter uma várias implicações importantes incluindo a formação de defeitos topológicos como, por exemplo, a formação de cordas cósmicas ou dar início a um período de inflação exponencial.

Inflação

Épocas desde o Big-Bang ao Universo moderno.
Épocas desde o Big-Bang ao Universo moderno.
 
No final do anos 70, mais concretamente em 1979, o modelo cosmológico que se impusera depois da descoberta de Penzias e Wilson em 1965 era o de um Universo em expansão a partir de um Big-Bang . No entanto, o modelo debatia-se com um conjunto de problemas que foram condensados por R. Dicke e P. J. Peebles num famoso artigo publicado a propósito do centenário do nascimento de Einstein. Os principais eram os problemas da causalidade, da planura e o chamado problema dos monopólos.
O problema da planura exprime-se de maneira clara introduzindo o parâmetro Ω = ρ/ρc, onde ρc é a densidade do modelo plano.

Verifica-se que, sempre que a matéria exibe pressão positiva ou nula, a situação normal, Ω se afasta do valor 1 correspondente ao Universo plano. Ora, como as observações indicam valores actuais próximos da unidade, isso significa que no passado remoto, próximo da época quântica mais extrema, dita de Planck, o valor de Ω esteve numa vizinhança arbitrariamente pequena de 1. Isso significa restringir as condições iniciais do Universo de maneira insatisfatória.

Representação do cone de luz e do problema da causalidade
Representação do cone de luz e do problema da causalidade. 
 
O problema da causalidade pode-se compreender a partir da representação esquemática de uma figura do cone de luz que representa o passado da nossa galáxia. Na figura, a direcção horizontal representa uma dimensão espacial, enquanto que a direcção vertical representa o tempo. Usando escalas convenientes para os eixos, as trajectórias da luz são dadas pelas rectas que fazem ângulos de 45 graus com os eixos. Assim, em cada ponto, intersectam-se duas dessas trajectórias que definem o que se chama um cone de luz. Em cada ponto pode-se distinguir uma região no passado desse ponto e outra no futuro, que são designadas por cone de luz passado e cone de luz futuro.

O cone de luz do ponto que nos representa, aqui e agora, na figura intersecta no passado a superfície (linha horizontal) que corresponde à libertação da radiação cósmica de fundo no que se chama um horizonte. Este, por sua vez, contém dois horizontes mais pequenos definidos pela intersecção dos cones de luz (futuros) que emergem de uma linha que representa a singularidade inicial. Estes dois horizontes delimitam duas zonas que, no passado, nunca comunicaram entre si, pois uma influência mútua só poderia ter existido numa intersecção dos cones, o que não se verifica.

Representação do cone de luz.
Representação do cone de luz. 
 
Isto decorre do facto da Relatividade proibir a propagação de interacções com velocidades superiores à da luz, o que as circunscreve às regiões delimitadas pelos cones. Não se percebe assim porque é que a radiação de fundo é tão homogénea. Em termos práticos isto significa que, tendo a radiação de fundo sido libertada quando o Universo tinha cerca de 300 000 anos, quaisquer zonas distanciadas mais de 2 graus (o que corresponde aproximadamente ao tamanho da Lua no céu) estão causalmente separadas.

O problema dos monopólos é um problema mais técnico e de certa maneira resultante de preconceitos teóricos. Dado que ao aproximarmo-nos da singularidade essencial, a energia do Universo se aproxima da escala limite de Planck, pensa-se que as interacções fundamentais se devem unificar. Assim, expandindo a partir de um estado unificado, deve haver uma transição de fase com quebra espontânea de simetria(s) no Universo, que segundo a teoria cria monopólos magnéticos (como se explica adiante). Esses monopólos contribuiriam para a densidade de energia do Universo de tal maneira que este deveria ser necessariamente fechado e em elevado grau, facto que não se observa.

Alan Guth.
Alan Guth. 
 
Em 1981, A. Guth propôs que um campo escalar, envolvido numa transição de fase de primeira, a partir de um estado de grande unificação, poderia resolver todos estes problemas. Se ele ficasse «preso» num mínimo não nulo do seu potencial produziria o mesmo efeito repulsivo que uma constante cosmológica, originaria, na prática, uma pressão efectiva negativa e o Universo expandiria aceleradamente, ao invés do que sucede quando as pressões são positivas. Bastava que isso sucedesse durante um brevíssimo lapso de tempo (10-35 s), para que o tamanho do Universo aumentasse de um incrível factor (e60 vezes).

Esta expansão acelerada que se designou por "inflação" torna o Universo plano (i.e. Ω = 1), dilui de maneira radical o número de monopólos magnéticos no Universo observável evitando que a elevada massa destes o encurve de maneira incompatível com as observações e amplifica de tal maneira as dimensões de uma região causalmente homogénea na vizinhança do Big-Bang que ela cobre toda a extensão do céu que observamos hoje.
Este mecanismo revelou aos cosmólogos que, sendo o processo de natureza quântica, as flutuações quânticas do campo escalar poderiam estar na origem das perturbações que estão, por sua vez, na base da formação de estrutura por instabilidade gravitacional. Ou seja, tornava-se assim possível relacionar a fase de expansão acelerada proposta por Guth com as flutuações da radiação de fundo e, subsequentemente, com a formação de estrutura.

As flutuações quânticas do campo escalar responsável pela inflação – dito inflatão – escapam à erosão promovida pelos fotões durante a época de radiação porque durante a expansão acelerada algumas dessas flutuações crescem o suficiente para ultrapassar os limites da região cujos pontos estão causalmente relacionados, isto é, a região até onde um sinal de luz consegue chegar durante o tempo que decorre na expansão. Assim essas flutuações ficam fora desse horizonte, imunes ao efeito dos fotões até que, mais tarde, voltam a entrar na região causal. Isto acontece porque durante a inflação o horizonte que delimita a região causal permanece aproximadamente constante ou diminui mesmo, enquanto que após a inflação esse horizonte aumenta mais depressa do que as flutuações do campo.

Como algumas das flutuações só voltam a entrar no horizonte no final da época de radiação, na altura da libertação da radiação cósmica de fundo, podem ser as sementes para a formação de estrutura de que se necessitava. Naturalmente que as flutuações com escalas tais que reentram no domínio causal antes do fim da época de radiação são apagadas pelo efeito abrasivo dos fotões.

Comparação entre o modelo inflacionário e o modelo padrão da cosmologia.
Comparação entre o modelo inflacionário e o modelo padrão da cosmologia.
A evolução das flutuações depende dos valores de três parâmetros cosmológicos:
  1. a constante de Hubble H0,
  2. a densidade de matéria no Universo Ω e a
  3. constante cosmológica Λ.
A inflação prevê que o Universo é “plano” e vai continuar a expandir-se para sempre, o que implica
Ω + Λ/H02 = 1.
As previsões dos modelos inflacionários são consistentes com o comportamento do espectro das anisotropias da radiação de fundo a escalas muito grandes e isso permite usá-lo para definir melhor o cenário do Universo primitivo.

Defeitos Topológicos

Os defeitos topológicos são configurações estáveis de matéria formada durante as transições de fase no Universo primordial. Como já se referiu, durante as primeiras fases do Universo as componentes materiais estão em estados físicos caracterizados por elevados graus de simetria e pensa-se que as interacções estarão unificadas. O arrefecimento do Universo, devido à expansão, promove as condições para que algumas dessas simetrias se quebrem – diz-se – espontaneamente. Isto acontece de maneira parecida ao que se passa com um lápis que, estando na vertical e apenas apoiado no seu bico afiado, cai ficando tombado sobre uma superfície plana e orientado em qualquer direcção. A simetria de rotação que existia em torno do eixo do lápis deixa de existir e, além disso, o ponto onde a ponta estava apoiada separa todas as possíveis posições do lápis tombado e diz-se um defeito topológico.

(Um exemplo clássico de uma quebra de simetria é o das transições ferromagnéticas na teoria de Landau). De acordo com os tipos de simetrias que são quebradas podem formar-se vários tipos de defeitos topológicos, entre os quais paredes, cordas cósmicas, monopólos e texturas. O tipo de defeito formado é determinado pelas propriedades de simetria da matéria e pela natureza da transição de fase.

As paredes são objectos bidimensionais que se formam quando uma simetria discreta é quebrada durante uma transição de fase. Uma rede de paredes, divide efectivamente o Universo em várias “células”. Este tipo de defeito tem algumas propriedades muito peculiares, sendo uma delas que o campo gravitacional de uma parede é repulsivo em vez de atractivo.

Paredes estão associadas a modelos em que existe mais do que um mínimo.
 
Paredes estão associadas a modelos em que existe mais do que um mínimo.
Cordas cósmicas são objectos unidimensionais que se formam quando uma simetria axial ou cilíndrica é quebrada. São muito finas e podem-se estender ao longo do Universo visível.

Cordas cósmicas estão associadas a modelos nos quais um conjunto de mínimos não estão conectados.
 
Cordas cósmicas estão associadas a modelos nos quais um conjunto de mínimos não estão conectados.
Monopólos têm dimensão zero, ou seja, são pontuais, e formam-se quando uma simetria esférica é quebrada. Preve-se que sejam supermassivos e tenham carga magnética.

Monopólos
Monopólos
Texturas formam-se quando grupos de simetria mais complicados são quebrados. São defeitos topológicos deslocalizados e instáveis.
Exemplos de configurações de texturas em uma e duas dimensões.
Exemplos de configurações de texturas em uma e duas dimensões. 
 
Sempre que exista a possibilidade de cordas cósmicas ou outros defeitos topológicos se formarem numa transição de fase cosmológica, eles formam-se de facto. Esta circunstância foi primeiramente apontada por Kibble e por isso, num contexto cosmológico, o processo da formação de defeitos ficou conhecido como o “mecanismo de Kibble”.

Um facto já referido a propósito da inflação é que os efeitos causais no Universo primitivo só se podem propagar à velocidade da luz c. Isto significa que num instante t, regiões do Universo separadas por mais do que uma distância d = ct não podem saber nada acerca uma da outra. Numa transição de fase com quebra de simetria, diferentes regiões do Universo irão cair em diferentes mínimos do potencial. Os defeitos topológicos são precisamente as “fronteiras” entre essas regiões correspondentes a diferentes mínimos e a sua formação é assim uma consequência inevitável da transição de fase

Mecanismo de Kibble para a formação de paredes.
Mecanismo de Kibble para a formação de paredes. 
 
Por exemplo, numa teoria com dois mínimos discretos, regiões vizinhas separadas por ct tendem a cair em diferentes mínimos como mostra a figura. Separando estes mínimos existe uma parede.
De notar que, paredes e monopólos são cosmologicamente catastróficos, isto é, qualquer modelo cosmológico em que eles se formem irá evoluir num sentido que contradiz os factos observacionais e têm que ser postos de parte.

Por outro lado, as cordas cósmicas (e possivelmente as texturas também) são defeitos muito mais benignos e há cosmólogos que defendem que podem ser as “sementes” necessárias à formação das estruturas de larga-escala que observamos hoje em dia.
Formação de cordas cósmicas.
Formação de cordas cósmicas.

A investigação desta hipótese revela-se muito exigente do ponto de vista computacional para se fazerem previsões robustas, confrontáveis com os dados observacionais.
Como hipótese alternativa à inflação para produzir as flutuações seminais necessárias à formação de estrutura, as cordas cósmicas deparam-se com maiores dificuldades em produzir o tipo de anisotropias detectadas na radiação cósmica de fundo.

http://cftc.cii.fc.ul.pt/PRISMA/capitulos/capitulo1/modulo4/topico5.php

Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

BURACOS DE MINHOCA

 

Buracos de minhoca

Thorne acredita que possa existir no universo um outro tipo de estrutura, em forma de túnel, que poderia ser usada como um portal para viagens no tempo. Considera-se que os buracos de minhoca, também chamados de pontes de Einstein-Rosen, tenham o maior potencial para viagens no tempo, se eles de fato existirem. Eles poderiam não só permitir viagens no tempo como também viajar para muitos anos-luz da Terra em apenas uma fração da quantidade de tempo que seria necessária com os métodos convencionais de viagens espaciais. 
Os buracos de minhoca são considerados possíveis com base na teoria da relatividade de Einstein, que diz que toda massa curva o espaço-tempo. Para entender esta curvatura, pense em duas pessoas segurando e esticando bem um lençol. Se uma pessoa colocasse uma bola de beisebol sobre o lençol, com o peso a bola rolaria para o meio do lençol, fazendo com que ele se curvasse naquele ponto. Agora, se uma bola de gude fosse colocada na beira do mesmo lençol ela viajaria na direção da bola de beisebol por causa da curva.




Imaginando que o espaço é um plano bidimensional curvado, buracos de minhoca como este seriam formados por duas massas que aplicam força suficiente no espaço-tempo para criar um túnel que conecta pontos distantes do universo

Neste exemplo, o espaço é visualizado como um plano bidimensional, em vez das quatro dimensões que na verdade constituem o espaço-tempo. Imagine que este lençol esteja dobrado, deixando um espaço entre as partes de cima e de baixo. Colocar a bola de beisebol no lado de cima fará com que uma curvatura se forme. Se uma massa igual fosse colocada na parte de baixo do lençol, em um ponto correspondente ao ocupado pela bola de beisebol na parte de cima, eventualmente a segunda massa encontraria a bola de beisebol. É mais ou menos assim que os buracos de minhoca podem ser formar.

No espaço, as massas que fazem pressão em diferentes partes do universo poderiam eventualmente formar um túnel, isto é, um buraco de minhoca. Poderíamos viajar da Terra para outra galáxia e voltar relativamente rápido. Por exemplo, vamos imaginar um roteiro em que quiséssemos viajar para Sírio (ou Sirius), uma estrela vista na constelação do Cão Maior logo abaixo de Órion. Sírio está a cerca de 9 anos-luz da Terra, o que equivale a aproximadamente 90 trilhões de quilômetros. Obviamente, esta distância seria muito grande para que os viajantes espaciais a percorressem e voltassem a tempo de nos contar o que eles viram por lá. Até agora, o mais distante que as pessoas já viajaram no espaço foi até a Lua, que está a cerca de 400 mil km da Terra. Se pudéssemos encontrar um buraco de minhoca que nos conectasse no espaço ao redor de Sírio, poderíamos poupar um tempo considerável, evitando os trilhões de quilômetros que teríamos de percorrer com a viagem espacial tradicional.

Como tudo isso se relaciona com a viagem no tempo? Conforme discutimos anteriormente, a teoria da relatividade diz que, à medida que a velocidade de um objeto se aproxima da velocidade da luz, o tempo desacelera. Os cientistas descobriram que mesmo na velocidade de uma nave espacial, os astronautas podem viajar alguns nanossegundos para o futuro.

Para entender isto, imagine duas pessoas, um indivíduo A e um indivíduo B. O indivíduo A fica na Terra, enquanto o indivíduo B decola num foguete espacial. Na decolagem, seus relógios estão em perfeita sincronia. Quanto mais próximo da velocidade da luz viajar o foguete do indivíduo B, mais devagar passará o tempo para ele (em relação ao indivíduo A). Se o indivíduo B viajar durante poucas horas a 50% da velocidade da luz e retornar à Terra, ficará óbvio para ambos que o indivíduo A envelheceu bem mais rápido do que o indivíduo B. Esta diferença no envelhecimento se dá porque o tempo passou muito mais rápido para o indivíduo A do que para o indivíduo B, que estava viajando mais próximo da velocidade da luz. Muitos anos podem ter se passado para o indivíduo A, enquanto o indivíduo B experimentou um lapso de tempo de poucas horas. Aprenda mais sobre este paradoxo dos gêmeos em Como funciona a relatividade especial.

Se os buracos de minhoca puderem ser descobertos, isto talvez permita que viajemos tanto para o passado como para o futuro. Funcionaria assim: digamos que a entrada do buraco de minhoca seja portátil. Assim, o indivíduo B do exemplo anterior, que viajou no espaço durante poucas horas a 50% da velocidade da luz, poderia levar uma entrada de buraco de minhoca para o espaço, enquanto a extremidade oposta permaneceria na Terra com o indivíduo A.

As duas pessoas continuariam a se ver enquanto o indivíduo B viaja no espaço. Quando o indivíduo B voltasse à Terra, poucas horas depois, para o indivíduo A alguns anos poderiam ter se passado. Agora, quando o indivíduo A olha através do buraco de minhoca que viaja no espaço, ele vai se perceber numa idade mais nova, a idade que ele tinha quando o indivíduo B foi lançado ao espaço. O bacana disso é que, ao entrar no buraco de minhoca, o indivíduo mais velho A poderia entrar no passado, enquanto o indivíduo mais jovem B poderia entrar no futuro.




 Amor
Fonte
http://ciencia.hsw.uol.com.br/viagem-no-tempo4.htm
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

Ligeti: Five Pieces (2)



Que delícia, Ligeti
dá vontade de saltitar
- pena ser curtinha....

Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

Ligeti: "Lux aeterna"



LIGETI, MEU COMPOSITOR MODERNO PREDILETO!

Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

SIMETRIA NA GEOMETRIA

 

Simetria na geometria

Em termos geométricos, considera-se simetria como a semelhança exata da forma em torno de uma determinada linha reta (eixo), ponto ou plano. Se, ao rodarmos a figura, invertendo-a, ela for sobreponível ponto por ponto (segundo os princípios da geometria euclidiana), ela é simétrica. Para a maioria das pessoas, a ideia de simetria está ligada mais a pensamentos sobre arte e natureza do que sobre matemática. De fato, nossas ideias de beleza estão intimamente relacionadas a princípios de simetria, e simetrias são encontradas por todo o mundo. É esse o caso das imagens reflectidas por um espelho, como já foi referido. 

Efectivamente, se no meio da letra O colocarmos um espelho exactamente a meio da figura, na vertical, a mistura das duas imagens (a real e a reflectida) forma um novo O já que a letra referida tem esse eixo de simetria. Dada uma imagem, a sua simétrica preservará o comprimento e o ângulo, mas nem sempre mantém a direcção e sentido das várias partes da figura (embora isso possa acontecer em alguns casos).

Simetria na Matemática

Uma das primeiras coisas que notamos a respeito de simetrias é que elas podem ser de diferentes tipos. Na matemática, um dos exemplos de tipos principais são as simetrias axiais e as simetrias centrais.
Simetrias Axiais
Simetrias axiais ou em relação a retas são aquelas onde pontos, objetos ou partes de objetos são a imagem espelhada um do outro em relação à reta dada, chamada eixo de simetria. O eixo de simetria é a mediatriz do segmento que une os pontos correspondentes de uma expressão matemática onde está presente simetria é em a²c + 3ab + b²c. Se a e b forem trocados, o valor da expressão mantém-se inalterado devido à propriedade comutativa da adição algébrica e à propriedade comutativa da multiplicação.

Na matemática estuda-se a simetria de um dado objecto, fazendo-se o levantamento de todas as operações que não modificam o objecto (restituindo-o à sua identidade). Ao conjunto destas operações dá-se o nome de grupo. Se o objecto for geométrico, é um grupo de simetrias. Se for um objecto algébrico, designa-se por automorfismo de grupo. É sobre isso que se debruça a teoria de Galois, ao tratar das simetrias de corpo.

 Generalização da simetria

Se tivermos um dado conjunto de objectos estruturados torna-se possível para uma simetria converter apenas um objecto noutro, em vez de actuar em todos os objectos simultaneamente. Isto requer a generalização do conceito de grupo de simetria para o conceito de grupoide.

Simetria na Contabilidade

Ela é conceita em dois tipos de objetos que pode ser ocasionada 
a relação entre um fato e outro ex: x+1 1+x.

Simetria na Física

Na Física, o conceito de simetria é amplamente utilizado em vários campos. Para além da simetria espacial podemos considerar a simetria no tempo, a simetria da paridade - simetria CP - (considerada até 1957 uma lei natural – o que foi desmentido pelo estudo de alguns fenómenos sub-nucleares), etc. A descrição de muitos fenómenos socorre-se também do conceito de simetria, como é o caso das forças que interagem no núcleo atómico - a força forte e a força fraca.

No entanto, a aplicação mais frutífera deste conceito está presente no teorema de Noether, que faz corresponder a cada simetria (aqui chamada de invariância) em Física uma lei de conservação. É por isso que a Teoria dos Grupos se tornou uma das áreas da matemática mais estudadas pelos físicos. A quebra espontânea de simetria nas transformações dos grupos de simetria é muito utilizada nesta ciência com o intuito de explicar fenómenos ligados à Física das partículas e à cosmologia.

Simetria na biologia

Simetria radial (binária) na flor de Datura stramonium (Estramónio)
 
Simetria é a divisão imaginária de um ser vivo em partes semelhantes externamente. Os animais e plantas podem ser assimétricos, ter simetria radial (quando planos longitudinais, que passem pelo centro do corpo, dividem o animal em partes iguais) e ter simetria bilateral (quando há apenas um plano que divida o corpo em duas metades iguais).

 Simetria na arte

Podemos encontrar a simetria aplicada em muitas manifestações artísticas e no artesanato, o que é compreensível devido ao fato de arte ter tido durante muito tempo (e ainda hoje, consoante a área artística) uma forte inclinação mimética - imitação da Natureza (onde a simetria nos aparece de diversas formas).Os objetos, os animais, os vegetais, os minerais e as pessoas que estão a nossa volta podem ser classificados quanto à forma em:Simetria e assimetria. A)Simétricos são os que, divididos por um eixo ventral, tem um lado perfeitamente igual ao outro eixo de simetria é a linha que divide as formas em metades iguais.

Na simetria real ou bilateral as duas metades são exatamente iguais.Na simetria radial todas as retas passam por um centro ou se erradiam do centro para por emxemplo, as rodas de bicicletas e a estrela do mar todas as formas são assimetricas. B)Não assimetricos os lados não possuem eixo central, portanto um lado não é igual ao outro.

Arquitetura

Torre inclinada de Pisa.
Igreja da Graça, em Santarém.
Monticello.
 
Na arquitetura a simetria foi sempre uma das constantes nos projetos e desenhos. Encontramos exemplos disseminados por toda a parte: em Monticello (Estados Unidos da América), na torre inclinada de Pisa (Itália), na Ópera de Sydney (Austrália), no Paço dos Duques (Guimarães, Portugal), no Panteão (Grécia), nos arcos românicos e góticos, nas rosáceas

Enfim, os exemplos são incontáveis e os que apresentámos são puramente arbitrários (não são mais representativos que outros). A simetria tanto tem sido aplicada a toda planta da construção quanto no desenho de outros elementos e detalhes do edifício (portas, janelas, grades, portões, ornamentações variadas). Muitas fachadas e pórticos utilizam a simetria bilateral, como se pode ver nas figuras que ilustram este artigo.

Em Portugal é frequente encontrar igrejas e outros edifícios onde a simetria foi, desde a sua origem, considerada um valor estético absoluto. De forma que, mesmo quando esta não é possível, tenta-se imitá-la. Acontece, por exemplo, em paredes interiores opostas a outras que comuniquem com o exterior. Para que o efeito de simetria bilateral se mantenha, a parede interior é ornamentada com azulejos onde se pintam janelas ou portas, frente às janelas ou portas reais. Nalguns casos o efeito é muito interessante.

A arquitetura moderna, com base em princípios anti-historicistas, tendeu a deixar a simetria de lado. A Bauhaus foi uma das primeiras escolas a ensinar a usar do equilíbrio dinâmico (obtido obrigatoriamente com a ausência da simetria) ao invés do equilibrío estático clássico.

Na arquitectura contemporânea, ainda que a simetria mantenha o seu lugar de referência, é frequente que os arquitectos, seguindo preceitos estéticos desconstrutivistas, decidam subverter as regras mais comuns na arquitectura tradicional. A simetria e a regularidade das formas é uma dessas regras que vemos constantemente infringidas de forma mais ou menos brilhante. Frank Gehry, por exemplo, no seu Museu Guggenheim de Bilbao, ao contorcer formas cúbicas, criou um espaço onde a simetria aparece mais como referência conceptual do que como uma realidade factual.

Música e dança

A simetria é igualmente algo que deve ser considerado na formação de escalas e acordes, sendo a música tradicional, dita tonal, feita de grupos de notas assimétricas, como acontece com a escala diatónica ou com o acorde maior. Das escalas ou acordes simétricos, como o/a escala tonal completa, acorde aumentado, ou diminuído, e o acorde de sétima (sétima diminuída), é dito que são desprovidos de direcção ou sentido de movimento em relação a um centro sonoro, sendo ambíguos em relação à dominante ou Centro Tonal, tendo uma menor funcionalidade diatónica específica.

A simetria pode manifestar-se na estrutura formal de uma peça musical. Por exemplo, em Bela Bartok, a organização formal das várias secções de uma obra musical respeita uma simetria em arco (ABCBA), o que também acontece com autores como Steve Reich, ou James Tenney – ainda que esse recurso à simetria se repita, desde Bach até ao jazz.

O compositor português Fernando Corrêa de Oliveira foi responsável, também pela criação de um modo de escrita musical. A "harmonia simétrica" e, mais tarde, o "contraponto simétrico". A harmonia simétrica consiste em conceber o acorde a partir de um centro, definindo, em sentidos opostos, notas que fazem em relação a esse centro intervalos iguais. Aplicando o mesmo princípio à melodia, estaremos a utilizar o contraponto simétrico.

Também na dança, Lucinda Childs, influenciada pelo minimalismo, transporta o conceito de simetria para movimentos corporais repetitivos que são executados num palco vazio. É, no entanto, no bailado clássico que a simetria se torna mais evidente, tanto nas coreografias quanto nos gestos estruturados dos bailarinos (em contraste com a complexidade de muitos dos movimentos usados na dança contemporânea).

 Simetria no artesanato

Cerâmica

Em conjunção com outras operações isométricas (translacções e rotações), encontramos também nas artes aplicadas da cerâmica e olaria em geral os princípios da simetria. Não só no que diz respeito à forma dos objectos manufacturados como à sua decoração. Isso verifica-se muito nos artefactos orientais. Também os artefactos de bronze chineses eram normalmente ornamentados.
Na China antiga era muito comum usar padrões simétricos nos seus objectos de bronze fundido desde o século XVII a.C. Os vasos de bronze exibiam, geralmente, um motivo simétrico principal e um desenho de moldura repetitivo. A cerâmica persa, datada de 6000 a.C. usava ziguezagues, quadrados e padrões entrecruzados simétricos.

Tapeçarias

Uma longa tradição do uso da simetria em padrões de tapeçaria encontra-se espalhada por várias culturas. Os índios Navajo da América usavam diagonais acentuadas e motivos rectangulares. Muitos tapetes orientais dispõem centros reflexos e contornos que se traduzem em padrões. Não é de admirar que muitos tapetes façam uso da simetria quadrilateral — um motivo simultaneamente reflectido pelos eixos vertical e horizontal.

Outros géneros

O conceito de simetria é aplicado uma grande numa variedade de de trabalhos manuais. Objectos produzidos pelo homem: desde a mobília, a máscaras estilizadas, a instrumentos musicais, macramé, colares, ourivesaria, entre outros.

 Estética

A simetria não dá, só por si, beleza a um objecto – o design simétrico pode ser monótono ou previsível. No entanto, conjuntamente com a cor, texturas, proporções, entre outros factores, a simetria tem um papel importante no apelo estético de um objecto. Por outro lado, em determinadas situações, a assimetria deliberada é também utilizada com o objectivo de criar surpresa e emoção. Enfim, na arte não há regras fixas.

Simetria na Literatura

Uma das formas como a simetria se manifesta na literatura é através dos palíndromos (as chamadas capicuas: frases em que a disposição das letras é igual de trás para a frente e vice-versa).

Nas rimas é também frequente alguma simetria. Por exemplo, a "terza rima" de Dante Alighieri, como parte de unidades em forma de tercetos encadeados, obriga a que haja uma certa simetria. É interessante verificar, por exemplo, que a própria estrutura da Divina Comédia apresenta uma determinada concepção de simetria em que o Inferno se apresenta como o negativo do Paraíso, em torno de um eixo, mais humano, do Purgatório.


 Amor
Fonte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Simetria#Simetria_na_F.C3.ADsica
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

SIMETRIA - SUPERSIMETRIA - Física das partículas



A simetria é uma característica que pode ser observada em algumas formas geométricas, equações matemáticas ou outros objetos. O seu conceito está relacionado com o de isometria (e às operações geométricas associadas: reflexão, reflexão deslizante, rotação e translação).

Neste artigo serão consideradas apenas a reflexão e a reflexão deslizante, que, na maioria dos textos, são as operações da isometria que estão diretamente relacionadas com a simetria.
Através da reflexão, uma imagem é invertida em relação a um eixo, formando-se uma imagem espelhada da original.

De forma mais lata, existe simetria se uma mudança num dado sistema mantém as características essenciais do sistema inalteradas; e.g., num determinado arranjo de cargas eléctricas, se trocarmos o sinal de cada uma das cargas eléctricas aí presentes, o comportamento eléctrico do sistema permanecerá inalterado.
A simetria ocorre ou é aplicada em várias das vertentes da acção humana: na geometria, matemática, física, biologia, arte e até na literatura (nos palíndromos), etc.

Ainda que dois objectos semelhantes pareçam o mesmo, eles são, logicamente, diferentes. De facto, a simetria refere-se mais a semelhanças que a igualdades (até porque muitas imagens simétricas não são sobreponíveis ponto por ponto, à luz da geometria euclidiana). A dificuldade que a nossa capacidade perceptiva tem em diferenciar imagens que à partida parecem ser iguais (o que se percebe nas crianças que têm dificuldade em desenhar figuras geométricas a partir de um eixo) será, provavelmente, responsável pela ligeireza e ameno estado de consciência alterada provocado pela observação de padrões geométricos intrincados baseados na simetria.

Supersimetria

Em física de partículas, supersimetria (comumente abreviada como SUSY) é uma simetria que relaciona uma partícula fundamental com um certo valor de spin com outras partículas com spins diferentes por meia unidade. Em uma teoria com essa simetria, para cada bóson existe um férmion
correspondente com a mesma massa e mesmos números quânticos internos, e vice-versa.

Até agora, só existem evidências indiretas para a existência de supersimetria.[1] Uma vez que os parceiros supersimétricos das partículas do Modelo Padrão ainda não foram observados. A supersimetria, se ela existir, deve ser uma simetria quebrada, o que permite que as parceiras supersimétricas sejam mais pesadas que suas correspondentes no Modelo Padrão.

Se a supersimetria existir próxima a escala de TeV, ela permite a solução do problema de hierarquia do Modelo Padrão, isto é, o fato de que a massa do bóson de Higgs está sujeita a correções quânticas que fariam ela tão grande a ponto de indeterminar a consistência interna da teoria. Nas teorias supersimétricas, por outro lado, as contribuições para as correções quânticas vindo das partículas do Modelo Padrão são naturalmente canceladas pelas contribuições dos seus parceiros supersimétricos correspondentes. 

Outras características relevantes da supersimetria na escala de TeV é o fato de que ela permite uma unificação em altas energias das interações fracas, interações fortes e eletromagnetismo, e o fato de que ela fornece um candidato para matéria escura e um mecanismo natural para a quebra da simetria eletrofraca.
Outra vantagem da supersimetria é que a teoria quântica de campos supersimétrica pode ser resolvida algumas vezes. A supersimetria também faz parte de várias das versões da teoria de cordas, embora ela possa existir mesmo se a teoria de cordas não estiver correta.

O Modelo Padrão minimamente supersimétrico é um dos candidatos mais estudados para física além do Modelo Padrão.

História

Um modelo de supersimetria relacionando mésons e bárions foi proposto incialmente, no contexto de física hadrônica, por H. Miyazawa em 1966, mas seu trabalho foi ignorado nesta época.[2][3][4][5]
No início dos anos 70, J. L. Gervais e B. Sakita (1971), Yu. A. Golfand e E.P. Likhtman (também em 1971), D.V. Volkov e V.P. Akulov (1972) e J. Wess e B. Zumino (1974) redescobriram independentemente a supersimetria, um novo tipo de simetria do espaço-tempo e dos campos fundamentais, que estabelece a relação entre partículas elementares de natureza quântica diferentes, bósons e férmions, e unifica o espaço-tempo e as simetrias internas do mundo microscópico. 

Os primeiros modelos supersimétricos surgiram no contexto de uma versão preliminar da teoria de cordas por Pierre Ramond, John H. Schwarz e Andre Neveu, mas a estrutura matemática da supersimetria tem sido aplicada com sucesso em outras áreas da física.

A primeira versão supersimétrica do Modelo Padrão foi proposta em 1981 por Howard Georgi e Savas Dimopoulos e é chamada o Modelo Padrão minimamente supersimétrico (MSSM, sigla em inglês). Ele foi proposto para resolver o problema de hierarquia e previa massas para os parceiros supersimétricos entre 100 GeV e 1 TeV.

Até o presente momento, não existe nenhuma evidência experimental irrefutável de que a supersimetria é uma simetria da natureza. Porém, no ano de 2009, o grande colisor de hádrons no CERN está programado para colidir partículas com energia superior a qualquer outro acelerador atualmente em atividade e oferece a melhor chance de descoberta de partículas supersimétricas.



 Amor
Fonte
wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Supersimetria
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

A TEORIA DAS CORDAS



A Teoria das cordas (ou teoria das supercordas) é um modelo físico cujos blocos fundamentais são objetos extensos unidimensionais, semelhantes a uma corda, e não por pontos sem dimensão (partículas) que eram a base da física tradicional. Por essa razão, as teorias baseadas na teoria das cordas podem evitar os problemas associados à presença de partículas pontuais (entenda-se de dimensão zero) em uma teoria física tradicional, como uma densidade infinita de energia associada à utilização de pontos matemáticos. O estudo da teoria de cordas tem revelado a necessidade de outros objetos não propriamente cordas, incluindo pontos, membranas, e outros objetos de dimensões mais altas.

O interesse na teoria das cordas é dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria de tudo. Ela é uma possível solução do problema da gravitação quântica e, adicionalmente à gravitação, talvez poderá naturalmente descrever as interações similares ao eletromagnetismo e outras forças da natureza. As teorias das supercordas incluem os férmions, os blocos de construção da matéria. Não se sabe ainda se a teoria das cordas é capaz de descrever o universo como a precisa coleção de forças e matéria que nós observamos, nem quanta liberdade para escolha destes detalhes a teoria irá permitir. Nenhuma teoria das cordas fez alguma nova predição que possa ser experimentalmente testada.

Trabalhos na teoria das cordas têm levado a avanços na matemática, principalmente em geometria algébrica. A teoria das Cordas tem também levado a novas descobertas na teoria da supersimetria que poderão ser testadas experimentalmente pelo Grande Colisor de Hádrons. Os novos princípios matemáticos utilizados nesta teoria permitem aos físicos afirmar que o nosso universo possui 11 dimensões: 3 espaciais (altura, largura e comprimento), 1 temporal (tempo) e 7 dimensões recurvadas (sendo a estas atribuídas outras propriedades como massa e carga elétrica, por exemplo), o que explicaria as características das forças fundamentais da natureza [1].

O estudo da chamada teoria das cordas foi iniciado na década de 60 e teve a participação de vários físicos para sua elaboração. Essa teoria propõe unificar toda a física e unir a Teoria da relatividade e a Teoria Quântica numa única estrutura matemática. Embora não esteja totalmente consolidada, a teoria mostra sinais promissores de sua plausibilidade.

Depois de dividir o átomo em prótons, nêutrons e elétrons, os cientistas ainda puderam dividir os prótons e nêutrons em quarks, dos quais existem seis categorias diferentes, das quais apenas três existem atualmente, e que, combinadas, formam todos os tipos de partículas do Universo até hoje previstos. 

Tal divisão pode repetir-se ad infinitum, pois, ao chegar na última partícula (aquela que, supostamente, seria a indivisível), como saber que ela não seria, também, divisível? (O próprio átomo e, depois, prótons e nêutrons eram considerados indivisíveis até serem efetivamente divididos em partículas menores. O elétron, assim como outros léptons, contudo, até o nível de energia das experiências atuais, parece ser sem estrutura nos moldes do modelo padrão).

O que alguns físicos viram como uma possível solução para este problema foi a criação de uma teoria, ainda não conclusiva, que diz que as partículas primordiais são formadas por energia (não necessariamente um tipo específico de energia, como a eléctrica ou nuclear) que, vibrando em diferentes tons, formaria diferentes partículas. De acordo com a teoria todas aquelas partículas que considerávamos como elementares, como os quarks e os elétrons, são na realidade filamentos unidimensionais vibrantes, a que os físicos deram o nome de cordas. Ao vibrarem as cordas originam as partículas subatómicas juntamente com as suas propriedades. Para cada partícula subatómica do universo, existe um padrão de vibração particular das cordas.

A analogia da teoria consiste em comparar esta energia vibrante com as cordas. As de um violão, por exemplo, ao serem pressionadas em determinado ponto e feitas vibrar produzem diferentes sons, dependendo da posição onde são pressionadas pelo dedo. O mesmo ocorre com qualquer tipo de corda. Da mesma forma, as diferentes vibrações energéticas poderiam produzir diferentes partículas (da mesma forma que uma corda pode produzir diferentes sons sem que sejam necessárias diferentes cordas, uma para cada som).

Einstein e o sonho da unificação da Dimensão Circular
Depois de formular a teoria da relatividade geral, Einstein dedicou praticamente suas últimas três décadas de vida à tentativa de unificar, numa só teoria, a força eletromagnética e a força gravitacional. Uma proposta a que Einstein se dedicou foi a idealizada, independentemente, pelo físico alemão Theodor Kaluza e o sueco Oskar Klein. Nela, além das três dimensões usuais de altura, largura e comprimento, o espaço teria uma dimensão a mais. Mas, diferentemente das três dimensões em que vivemos, cujos tamanhos são infinitos, a dimensão extra da teoria de Kaluza e Klein teria a forma de um círculo com raio muito pequeno. 

Partículas andando no sentido horário do círculo teriam carga elétrica negativa(como o elétron), enquanto aquelas se movimentando no sentido anti-horário seriam positivas (como o pósitron). Particulas paradas em relação a essa quarta dimensão espacial teriam carga elétrica zero (como o neutrino).

Embora a teoria de Kaluza e Klein unificasse a força gravitacional com a força eletromagnética, ela ainda era inconsistente com a mecânica quântica. Essa inconsistência só seria resolvida 50 anos mais tarde, com o surgimento de uma nova teoria na qual o conceito de partícula como um ponto sem dimensão seria substituído pelo de objetos unidimensionais.Alguns anos depois uma nova teoria foi criada com o mesmo objetivo, a teoria do Tudo que busca unificar todos os campos da fisica quântica, a relatividade de Einstein (que explica que o espaço-tempo se ajusta à velocidade da luz), e o eletromagnetismo com a força da gravidade .

Einstein e o sonho da unificação da Dimensão Circular
Depois de formular a teoria da relatividade geral, Einstein dedicou praticamente suas últimas três décadas de vida à tentativa de unificar, numa só teoria, a força eletromagnética e a força gravitacional. Uma proposta a que Einstein se dedicou foi a idealizada, independentemente, pelo físico alemão Theodor Kaluza e o sueco Oskar Klein. Nela, além das três dimensões usuais de altura, largura e comprimento, o espaço teria uma dimensão a mais. 

Mas, diferentemente das três dimensões em que vivemos, cujos tamanhos são infinitos, a dimensão extra da teoria de Kaluza e Klein teria a forma de um círculo com raio muito pequeno. Partículas andando no sentido horário do círculo teriam carga elétrica negativa(como o elétron), enquanto aquelas se movimentando no sentido anti-horário seriam positivas (como o pósitron). Particulas paradas em relação a essa quarta dimensão espacial teriam carga elétrica zero (como o neutrino).

Embora a teoria de Kaluza e Klein unificasse a força gravitacional com a força eletromagnética, ela ainda era inconsistente com a mecânica quântica. Essa inconsistência só seria resolvida 50 anos mais tarde, com o surgimento de uma nova teoria na qual o conceito de partícula como um ponto sem dimensão seria substituído pelo de objetos unidimensionais.Alguns anos depois uma nova teoria foi criada com o mesmo objetivo, a teoria do Tudo que busca unificar todos os campos da fisica quântica, a relatividade de Einstein (que explica que o espaço-tempo se ajusta à velocidade da luz), e o eletromagnetismo com a força da gravidade .

História

A teoria das cordas foi originalmente inventada para explicar as peculiaridades do comportamento do hádron. Em experimentos em aceleradores de partículas, os físicos observaram que o momento angular de um hádron é exatamente proporcional ao quadrado de sua energia. Nenhum modelo simples dos hádrons foi capaz de explicar este tipo de relação. Um dos modelos rejeitados tenta explicar os hádrons como conjuntos de partículas menores mantidas juntas através de forças similares à força elástica. A fim de considerar estas "trajetórias de Regge" os físicos voltaram-se para um modelo onde cada hádron era de fato uma corda rotatória, movendo-se de acordo com a teoria da relatividade especial de Einstein. 

Isto levou ao desenvolvimento da teoria bosônica das cordas, que ainda é, geralmente, a primeira versão a ser ensinada aos estudantes. A necessidade original de uma teoria viável para os hádrons foi completamente preenchida pela cromodinâmica quântica, a teoria dos quarks e suas interações. Tem-se a esperança agora que a teoria das cordas ou algumas de suas descendentes irão prover uma compreensão mais fundamental dos quarks em si.

A teoria bosônica das cordas é formulada em termos da ação Nambu-Goto, uma quantidade matemática que pode ser usada para predizer como as cordas se movem através do espaço e do tempo. Pela aplicação das ideias da mecânica quântica às ações Nambu-Goto --- um procedimento conhecido como quantização --- pode-se deduzir que cada corda pode vibrar em muitos diferentes modos, e que cada estado vibracional representa uma partícula diferente. A massa da partícula e a maneira que ela pode interagir são determinadas pela forma de vibração da corda --- em essência, pela "nota" que a corda produz. 

A escala de notas, 
cada uma correspondente a um diferente tipo de partícula, 
é denominada o "espectro" da teoria.

Estes modelos iniciais incluem cordas abertas, que têm duas pontas distintas, e cordas fechadas, onde as pontas são juntas de forma a fazer uma volta completa. Os dois tipos de corda diferem ligeiramente no comportamento, apresentando dois espectros. Nem todas as teorias de cordas modernas usam estes dois tipos; algumas incorporam somente a variedade fechada.

Entretanto, a teoria bosônica tem problemas. Mais importante, como o nome implica, o espectro de partículas contém somente bósons, partículas como o fóton, que obedecem regras particulares de comportamento. Ainda que os bósons sejam um ingrediente crítico do universo, eles não são o únicos constituintes. Investigações de como uma teoria poderia incluir férmions em seu espectro levaram à supersimetria, uma relação matemática entre os bósons e férmions, que agora forma uma área independente de estudo. As teorias de cordas que incluem vibrações de férmions são agora conhecidas como teorias das supercordas. Vários tipos diferentes de supercordas têm sido descritos.

Nos anos 90, Edward Witten e outros encontraram fortes evidências de que as diferentes teorias de supercordas eram limites diferentes de uma teoria desconhecida em 11 dimensões, chamada de Teoria-M. Esta descoberta foi a espoleta da segunda revolução das supercordas. Vários significados para a letra "M" têm sido propostos; físicos jocosamente afirmam que o verdadeiro significado só será revelado quando a teoria final for compreendida.

Muitos dos desenvolvimentos recentes nestes campos relacionam-se às D-branas, objetos que os físicos descobriram que também devem ser incluídos em qualquer teoria de cordas abertas.

Propriedades básicas

O termo "teoria das cordas" pode referir-se tanto à teoria bosônica das cordas, com 26 dimensões, como à teoria das supercordas, descoberta pela adição da supersimetria, com suas 10 dimensões. Atualmente, o termo "teoria das cordas" usualmente refere-se à variante supersimétrica, enquanto as anteriores são designadas pelo nome completo "teoria bosônica das cordas'.

Enquanto a compreensão de detalhes das teorias das cordas e supercordas requer uma considerável sofisticação matemática, algumas propriedades qualitativas das cordas quânticas podem ser compreendidas de forma intuitiva. Por exemplo, cordas quânticas têm tensão, da mesma forma que um barbante. 

Esta tensão é considerada um parâmetro fundamental da teoria e está intimamente relacionada ao seu tamanho. Considere uma corda em loop fechado, abandonada para se mover através do espaço sem forças externas. Esta tensão tenderá a contraí-la cada vez mais para um loop menor. A intuição clássica sugere que ela deva encolher até um simples ponto, mas isto violaria o Princípio da incerteza de Heisenberg. O tamanho característico do loop da corda é um equilíbrio entre a força de tensão, atuando para reduzi-lo, e o princípio da incerteza, que procura mantê-lo aberto. Consequentemente, o tamanho mínimo de uma corda deve estar relacionado com a tensão que ela sofre.

As dimensões extras

Um aspecto intrigante da teoria das cordas é que ela prediz o número de dimensões que o universo deve possuir. Nada na teoria de Maxwell do eletromagnetismo ou na Teoria da Relatividade de Einstein faz qualquer tipo de predição a este respeito. Estas teorias requerem que o físico insira o número de dimensões "na mão". A primeira pessoa a adicionar uma quinta dimensão na teoria da relatividade foi o matemático alemão Theodor Kaluza em 1919. A razão para que a quinta dimensão não seja observável (sua compactação) foi sugerida pelo físico suíço Oskar Klein em 1926.

Ao invés disto, a teoria das cordas permite calcular o número de dimensões espaço-temporais a partir de seus princípios fundamentais. Tecnicamente, isto acontece porque a invariância de Lorentz só pode ser satisfeita em um certo número de dimensões. Isto é a grosso modo como dizer que se nós medíssemos a distância entre dois pontos, então girássemos nosso observador para um novo ângulo e a medíssemos novamente, a distância observada somente permaneceria a mesma se o universo tivesse um número particular de dimensões.

O único problema é que quando este cálculo é feito, o número de dimensões do universo não é quatro como esperado (três eixos espaciais e um no tempo), mas vinte e seis. Mais precisamente, a teoria bosônica das cordas tem 26 dimensões, enquanto a teoria das supercordas e a Teoria-M envolvem em torno de 10 ou 11 dimensões. Na teoria de Rambu, as 26 dimensões vêm da famosa equação:
[1-(D-2)/24]=0

Contudo, este modelo parece contradizer fenômenos observados. Físicos usualmente resolvem este problema de duas formas diferentes. A primeira é a compactação das dimensões extras, i.e., as 6 ou 7 dimensões extras são tão pequenas que não são detectadas em nossos experimentos. Obtém-se a solução de modelos hexadimensionais espaços Calabi-Yau. Em 7 dimensões, elas são chamadas distribuições G2. Essencialmente estas dimensões extras estão "compactadas" pelo seu enrolamento sobre elas mesmas.
Uma analogia padrão para isto é considerar um espaço multidimensional como uma mangueira de jardim.

Se se observar a mangueira de uma distância considerável, ela aparenta ter somente uma dimensão, o comprimento. Isso é semelhante às quatro dimensões macroscópicas com as quais estamos acostumados a lidar em nosso dia a dia. Se, no entanto, nos aproximarmos o suficiente da mangueira, descobrimos que ela contém uma segunda dimensão, sua circunferência. Esta "dimensão extra" é somente visível dentro de uma área relativamente próxima da mangueira, justo como as dimensões extras do espaço Calabi-Yau são visíveis a distâncias extremamente pequenas e, portanto não são facilmente detectáveis.

Certamente, cada mangueira de jardim existe nas 3 dimensões espaciais, mas por propósito de analogia, pode-se negligenciar a espessura e considerar somente a noção de superfície da mangueira. Um ponto na superfície da mangueira pode ser especificado por dois números, uma distância ao longo da circunferência, tal como um ponto da superfície da Terra pode ser especificado pela latitude e longitude. Em ambos os casos, diz-se que o objeto tem duas dimensões espaciais. Como a Terra, mangueiras de jardim possuem um interior, uma região que requer uma dimensão extra. No entanto, diferentemente da Terra, um espaço de Calabi-Yau não tem interior.

Outras possibilidades é que nós estejamos presos em subespaço com 3+1 dimensões de um universo com mais dimensões, onde o "3+1" faz-nos lembrar que o tempo é um tipo diferente de dimensão espacial. Como isso envolve objetos chamados D-branas, esta teoria é conhecida como mundo de brana.
Em ambos os casos, a gravidade atuando nas dimensões ocultas produz as outras forças não-gravitacionais tais como o eletromagnetismo. Em princípio, portanto, é possível deduzir a natureza destas dimensões extras pela necessidade de consistência com o modelo padrão, mas esta não é ainda uma possibilidade prática.

Problemas

A teoria das cordas permanece não verificada. Nenhuma versão da teoria das cordas fez ainda uma predição diferente de alguma feita por outras teorias; ao menos, nenhuma que pudesse ser verificada por um experimento atualmente realizável. 

Neste sentido, a teoria das cordas está em "estado larval": ela possui muitos aspectos de interesse matemático, e isto ainda deve se tornar de suprema importância para nossa compreensão do universo, mas isto ainda vai requerer mais desenvolvimentos para ser aceito ou negado. Uma vez que a teoria das cordas não possa ser testada em um futuro próximo, alguns cientistas têm se perguntado se ela merece mesmo ser chamada de uma teoria científica: ela não é ainda um teoria rejeitável ou falseável no sentido dado por Popper.

Isto não significa que ela seja a única teoria corrente que começou a ser desenvolvida que oferece estas dificuldades. Muitos novos desenvolvimentos podem passar através de um estágio de incerteza antes de se tornarem conclusivamente aceitos ou rejeitados. Como assinalado por Richard Feynman em The Character of Physical Law, o teste chave da teoria científica é se suas consequências concordam com as medições que obtivemos do experimento. Isto significa que não importa quem inventou a teoria, "qual é o seu nome", ou mesmo qual apelo estético a teoria venha ter. "Se ela não está de acordo como os experimentos, ela está errada." (Certamente, haveria outras possibilidades: alguma coisa pode estar errada com os experimentos, ou talvez tenha se cometido um erro ao prever as consequências da teoria. Todas estas possibilidades devem ser verificadas, o que pode tomar um tempo considerável). Estes desenvolvimentos podem se dar na teoria em si, tais como novos métodos de realizar os cálculos e produzir previsões, ou devem ocorrer nos experimentos em si, que passam a exibir quantidades antes imensuráveis.

A humanidade não tem atualmente tecnologia para observar as cordas (que se acredita terem aproximadamente o Comprimento de Planck, em torno de 10−35 m). Em algum momento poderemos ser capazes de observar as cordas de uma forma significativa, ou ao menos obter uma percepção mais substancial pela observação de fenômenos cosmológicos que elucidem a física das cordas.
No início dos anos 2000, teóricos da teoria das cordas retomaram seu interesse em um velho conceito, a corda cósmica. Originalmente discutida nos anos 1980, cordas cósmicas são objetos diferentes em relação às entidades da teoria das supercordas. 

Por vários anos, cordas cósmicas eram um modelo popular para explicar vários fenômenos cosmológicos, tais como o caminho que foi seguido para a formação das galáxias no início do universo. Apesar disso, novos experimentos — em particular medições detalhadas da radiação cósmica de fundo — falharam em apoiar as predições do modelo da corda cósmica e ela saiu de moda. Se tais objetos existiram, eles devem ser raros e bem esparsos. Vários anos mais tarde, foi apontado que a expansão do universo poderia ter esticado a corda fundamental (do mesmo tipo considerado pela teoria das supercordas) até que ela atingisse o tamanho intergaláctico. Tal corda esticada pode exibir muitas propriedades da variação da velha corda "cósmica", tornando os velhos cálculos úteis novamente. 

Além disto, as teorias modernas das supercordas oferecem outros objetos que poderiam ter uma razoável semelhança com cordas cósmicas, tais como D-branas unidimensionais altamente alongadas (conhecidas como "D-cordas"). Como o teórico Tom Kibble comenta, "cosmologistas da teoria das cordas têm descoberto cordas cósmicas observando em todos os lugares escondidos". Velhas propostas para detecção de cordas cósmicas podem agora ser usadas para investigar a teoria das supercordas. Por exemplo, astrônomos têm também detectado uns poucos casos do que podem ser lentes gravitacionais induzidas por cordas.

Super-cordas, D-cordas ou outros tipos de corda esticadas na escala intergaláctica devem irradiar ondas gravitacionais, que podem ser presumivelmente detectadas usando experimentos como o LIGO. Elas também devem causar ligeiras irregularidades na radiação de microondas de fundo, muito sutis para terem sido detectadas ainda, mas na esfera das possíveis observações no futuro.
Embora intrigantes, estes propósitos cosmológicos falham em um sentido: testar uma teoria requer que o teste seja capaz de derrubar (ou provar falsa) uma teoria. 

Por exemplo, se a observação do Sol durante um eclipse não tivesse mostrado que a gravidade é capaz de desviar a luz, teria sido provado que a teoria da relatividade geral de Einstein era falsa (eliminando, é claro, a chance de erro experimental). Não encontrar cordas cósmicas não demonstraria que a teoria das cordas é fundamentalmente errada — meramente que a ideia particular de uma corda altamente esticada atuando "cosmicamente" é um erro. Enquanto muitas medições podem, em princípio, ser feitas para sugerir que a teoria das cordas está no caminho certo, os cientistas ainda não divisaram um "teste" confiável.

Em um nível mais matemático, outro problema é que, como a teoria quântica de campos, muito da teoria das cordas é ainda somente formulado através da técnica da perturbação (isto é, como uma série de aproximações ao invés de uma solução exata). Embora técnicas não-perturbativas tenham tido um progresso considerável — incluindo definições de conjecturas completas envolvendo tempo-espaço satisfazendo princípios assintóticos — a definição de uma teoria não-perturbativa completa é uma lacuna a ser preenchida.


 Amor
Fonte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_das_cordas

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