terça-feira, 11 de janeiro de 2011

HENRI BERGSON - PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA, 1927




Henri Bergson (1859-1941)

Considerado um dos maiores filósofos franceses de todos os tempos. Nasceu em Paris. Iniciou seus estudos no Liceu Condorcet, ingressando, posteriormente, na Escola Normal Superior. Começou a lecionar em 1881, no Liceu de Angers. Posteriormente, atuou como professor no Liceu de Clermont-Ferrand, no Liceu Henri IV, na Escola Normal Superior e no College de France.

Travando relações com o filósofo americano William James (1842-1910), Bergson foi convidado, em 1912, para proferir uma conferência na Universidade de Columbus, Nova York. Dois anos depois, foi feito membro da Academia Francesa. Durante a Primeira Guerra, participou de várias missões, na Espanha e Estados Unidos.

Em 1919, presidiu a Comissão de Cooperação Intelectual da Sociedade das Nações. Em 1928, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Algumas de suas principais obras: Ensaio sobre os dados imediatos da consciência; Matéria e memória; O riso; A evolução criadora; A energia espiritual; Duração e simultaneidade; As duas fontes da moral e da religião; O pensamento e o movente.

O pensamento de Bergson opõe-se, através de uma investigação filosófica original e desconcertante, às tendências extremas do racionalismo e cientificismo da virada do século, fomentadas pelo crescimento e importância das descobertas científicas ocorridas neste período.

Um dos temas centrais da filosofia de Bergson é sua crítica nos modos de proceder frente à realidade característicos da inteligência. Esta, ao trabalhar com estruturas homogêneas, nivela todos os entes a uma medida comum. Sua atuação se dá através da homogeneização, da medição e imobilização de todos os entes.

Seu paradigma é, assim, a espacialização: o espaço é pensado, pela ciência natural, como uma quantidade mensurável de pontos idênticos e imóveis, sendo o movimento a seqüência sucessiva de tais imobilidades. Para esta concepção, mesmo o tempo é espacializado; este é encarado como a sucessão de pontos estanques, os “agora”, de caráter homogêneo e mensurável.

Bergson reconhece que a inteligência possui importante papel na vida humana, permitindo a adaptação e dominação do meio. Contudo, ela não pode constituir um modo adequado de acesso à realidade em si mesma. Na busca por um método de acesso imediato ao real, Bergson postula a intuição como aquilo que nos põe em contato direto, imediato, com o que ele denominou dados imediatos da consciência: despidos de nossas construções racionais, estes dados são descobertos pela intuição como puras qualidades, unidades heterogêneas em processo contínuo de mudança.

As principais características dos dados da consciência, alcançados através da intuição, são duração, qualidade e liberdade. A duração constitui o tempo em sua forma heterogênea e qualitativa, como fluidez e movência. Contudo, o eu que se dá ao modo da duração possui uma unidade: esta é denominada memória.

É preciso, então, distinguir dois tipos de memória: a memória-hábito, que traz o passado para o presente, aniquilando-o enquanto passado, e retém, da criação, somente os entes criados; e a memória recordação, que retorna ao passado enquanto tal, revivendo-o enquanto processo de criação e efetivação.

A qualidade traz a irredutibilidade do eu a toda esquematização, quantificação e homogeneidade, instaurando-o enquanto pura diferença. Por último, a liberdade traz a necessidade de assunção do eu enquanto processo perpétuo de criação.

A filosofia de Bergson postula a noção de evolução criadora como o próprio fundamento da realidade. A intuição descobre a criação, à qual pertencem intrinsecamente descontinuidade, duração, heterogeneidade e liberdade, como o próprio modo de ser da vida, tomada em seu sentido último.

Prêmio Nobel de Literatura 1927
Henri Bergson (França)

Obras:

Sobre a Cortesia, 1885
Matéria e Memória, 1896
Ensaios Sobre os Dados Imediatos da Consciência,1889
O Riso 1900
A Evolução Criadora,1907
Espaço e Simultaneidade, na Teoria de Einsteis,1922
As Duas Fontes da Moral e da Religião,1932
O Pensamento e o Instável,1934


 Fonte:
CONSCIENCIA:ORG
http://www.consciencia.org/etica-e-liberdade-no-pensamento-de-kant
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