Ligeti - Lontano - 10 min.
com
Oswaldo Giacoia
Gravado em 15 de março de 2013
Em nossas sociedades pós
industriais contemporâneas, que padecem as primeiras dores de parto de
novas formas de vida, o imperativo categórico do sucesso social por meio
de performances e rendimentos mantém o ócio sob suspeita e banimento,
como algo da ordem do desajuste e anormalidade, a despeito de todas as
utopias que celebravam as promessas da tecnologia como a realização da
fantasia de uma libertação do homem da escravidão da servidão e da
necessidade, como as núpcias entre o trabalho produtivo e o lazer.
Seria
o caso de se pensar num papel positivo para categorias politicamente
ainda descreditadas, como as diferentes modalidades de transgressivas de
excesso, prodigalidade, desperdício: o não fazer nada, a total ausência
de finalidade e instrumentalização, em ruptura com a exigência de
consumo infinito e permanente entretenimento, como um modo inteligente e
superabundante de vida, para além da escassez, da penúria e da falta,
uma diligência e cuidado de si verdadeiramente dissipatório, capaz de
descerrar horizontes para experiências que representassem alternativas
mais ricas de subjetivação, à revelia e na contra-corrente da compulsão à
produtividade, de um ideal de felicidade banalizado como bem estar,
segurança, ausência de dor e sucesso social.
Com
Oswaldo Giacoia,
filósofo e professor brasileiro,
atualmente livre docente na Universidade Estadual de Campinas.
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Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
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