sexta-feira, 5 de novembro de 2010

EXISTÊNCIA É ESTAR NO MUNDO


Existência

No uso comum, a existência é "estar no mundo".

Disso somos conscientes ao ver com nossos sentidos outras coisas "existentes". De maneira que existir vem a ser "estar no mundo", tanto nós como as coisas que nos rodeiam.
Os filósofos pesquisam questões como "Que é o que existe?", "É o mesmo ser que existir?", "Como conhecemos e sabemos?", "Até que ponto são os sentidos uma guia fidedigna com respeito ao conhecimento do que existe?", "Qual é o sentido, se existe, da afirmações a respeito da existência e das categorias, ideias e abstracções com as que expressamos nosso conhecimento a respeito do mundo e das coisas que existem?".
Em filosofia]] a palavra tem um sentido mais especializado distinguindo o facto de existir do modos do existir.


Etimología, significados e modos de explicar a existência

A palavra existência prove da palavra latina 'existere', que quer dizer aparecer. É interessante ver os matizes que dita etimología sugere. Baste assinalar que o verbo latino "sisto", em seu sentido intransitivo, vem a significar estar, permanecer, sustentar-se... Basta ver os diferentes matizes que toma em seus derivados: consistir, desistir, insistir, assistir, persistir. Ex-sistir transmite a ideia de algo que "siste" isto é que tem ‘’’ser’’’ como algo que está fora do mundo e sai (ex) de ali para existir, isto é, manifestar no mundo.
Por oposição à esencia, implica a realidade concreta de um ente qualquer. No léxico do existencialismo, por antonomasia, a existência humana.
Novo dicionário ilustrado a cor Espasa. Ed. Espasa Calpe S:A. 2003
Aparecem três modos de conceber a existência:
  • Como realidade material percebida pelos sentidos no mundo.
  • Como esencia eterna e inmutable de um ser possível no mundo.
  • Como vida do homem que tem de sair de si para se dar ou se construir sua própria esencia como autenticidad, porque sua existência consiste na liberdade. É o sentido existencial.
A cada época histórica propõe seus próprios problemas a respeito da existência.

Na filosofia antiga e medieval

Desde os começos os gregos distinguiram a existência verdadeera da aparência sensível, cambiante, o fenoménico. Consideraram e estudaram a existência real ou esencia de todas as coisas como αρχη, princípio, origem e causa de todas as coisas.

Aos presocráticos preocupou-lhes mais que era o existente que a existência concreta da cada coisa. Mas considerar que “o que há”, o que realmente existe é a água, ou o ar, apeiron… ou os números, como creram os pitagóricos, não é ainda explicar o “que é o ter algo” em frente à nada, isto é a existência como tal, o ser. Assim o propuseram Heráclito e Parménides.
Heráclito propõe não ter esencias, não existir as coisas, o que verdadeiramente existe é o movimento, a mudança ou devir.

Com Parménides o problema adquire um novo sentido quanto à inteligibilidad como Ideia do ser.
Platón, Aristóteles, e os filósofos cristãos trataram o tema com referência à realidade das ideias,[1] entendidas como [[forma s da matéria em sua relação com o mundo.
Os primeiros escritos que tratam este tema especificamente são os diálogos de Fedón, A República, o Político e o Timeo de Platon. A Metafísica de Aristóteles.

Artigo principal: Platón
Platón supõe que a realidade, propriamente dita, são as ideias que, como géneros lógicos universalé, existem em um mundo ordenado e jerarquizado para além do mundo material, presidida pela Ideia das Ideias: A Ideia do Bem. Um demiurgo toma como modelo ditas ideias e as introduz como "almas" ou forma s (princípio de movimento) na matéria, que propriamente não é nada; a matéria por si é caos, desordem (o mau). Desta forma explica-se e compreende o mundo material sensível no que vivemos, e o sentido da vida como trânsito para outra vida, a verdadeira, no mundo das ideias ao que se chega depois de sucessivas reencarnaciones, das que libertar-nos-á a filosofia conduzindo para o conhecimento e amor da Ideia do Bem, origem de todo Ser e de tudo Bem.
Platón é o primeiro filósofo que realiza uma proposta unificada dos modos de existir:
  • Essencial e necessário no mundo das Ideias, como participação de tudo, através das esencias, na fonte do verdadeiro Ser, a Ideia do Bem (Deus para os cristãos).
  • Transitorio e inseguro nos seres materiais do mundo através das sucessivas uniões das ideias com a matéria, agora como [[forma s ou almas (princípio de automivimiento e vida) que introduzem ordem]] e hierarquia na matéria (eterna, caótica, desordem, mau).
  • Como sentido existencial da alma humana em seu trânsito pelo mundo.[2]
Artigo principal: Aristóteles
Aristóteles é verdadeiramente o primeiro que desenvolveu uma teoria elaborada da existência mundana, segundo a qual só as coisas individuais, como "substâncias primeiras" têm existência propriamente dita; todo o demais (quantidades, tempo e lugar, relações, qualidades, etc, as chamadas Categorias) têm existência analógica e derivativa como pregados da substância primeira, isto é, que existem em função das coisas individuais.

Artigo principal: Filosofia cristã
Os neoplatónicos e os primeiros filósofos cristãos pensaram que as ideias tinham realidade como esencias na mente de Deus. Seguindo a tradição neoplatónica e agustiniana S. Anselmo mediante o chamado argumento ontológico dava por demonstrada a existência de Deus a partir da ideia de Deus: Ser Perfeito, fonte de toda a existência.

Artigo principal: Sto. Tomás
Com a introdução do aristotelismo na Europa pelos árabes o tema da existência adquire um novo sentido na Baixa Idade Média ao incorporar Sto. Tomás à filosofia cristã a distinción de Avicena entre "ser de esencia" e "ser de existência". Inaugura assim uma via nova de demonstração da existência de Deus partindo do conhecimento do mundo sensível, material e móvel, as "cinco vias". Depois tem passado a ser o modo de explicar a existência na chamada filosofia tradicional aristotélico-tomista, às vezes mau telefonema escolástica.

Os filósofos nominalistas e em especial, Guillermo de Ockham, consideraram que as ideias, como conceitos, não são mais que "palavras", "nomes" ("flatus vocis") que não têm realidade nenhuma; só são pregados linguísticos a respeito das coisas individuais das que fazemos generalizações para nos entender. Seguindo o aristotelismo e a experiência como verdadeira fonte do conhecimento da existência, afirma só a existência para os seres individuais. Os conceitos gerais não têm existência como tais, senão dependência do pensamento que os cria. A Deus chega-se pela via mais neoplatónica e agustiniana[3] e franciscana da Ideia do Bem e do Amor, que não pela via da mera razão argumentativa.

Na Idade Moderna

Artigo principal: Descartes
Artigo principal: Racionalismo
Na Idade Moderna o tema da existência adquire novos matizes a partir do racionalismo de Descartes e deriva-a da Lógica de Port-Royal de Antoine Arnauld e Pierre Nicole:
Após conceber coisas por nossas ideias, comparamos estas ideias e, encontrando que algumas correspondem e outras não correspondem, as unimos ou as separamos. Isto se chama afirmar ou negar, e em general julgar. Este julgamento também se chama uma proposição, e é fácil ver que deveria ter dois termos. Um termo, do que se afirma ou nega algo, se chama o sujeito; o outro termo, o que se afirma ou se nega, se chama pregado.
Antoine Arnauld, A Lógica de Port-Royal, (1662), Lógica, II.3, página 82
A lógica de Port Royal baseada fundamentalmente na filosofia de Descartes assume a formalización silogística de Aristóteles mas, enquanto Aristóteles pretende manifestar ou dizer o que é a realidade, agora a função do julgamento categórico se propõe como identificação do pregado com o sujeito percebidos como [[cria s. O julgamento é uma relação de ideias.[4}
 

Quando dizemos: 'A existe'
atribuímos ao sujeito Ao pregado de existência da forma seguinte:
'A é um ser que tem existência'.
Igual que quando dizemos: 'A é um ser que corre muito'

Os dois termos se unem mediante o verbo 'ser', que actua como cópula; ou 'não ser', se o pregado é negado do sujeito. A cada julgamento tem três componentes: o termo sujeito, o verbo copulativo que vincula ou separa o sujeito do pregado, seja este como atributo da substância ou bem como modo da mesma.
Quando a união é consequência da noção mesma ou propriedade intrínseca da substância, o pregado se considera um atributo. Quando é uma predicación acidental se chama Modo.

A existência é evidentemente o atributo fundamental da substância.[5] Deste modo a existência é considerada como um pregado.

Descartes estabelece como noção de substância aquilo que não precisa de outro para existir.
De facto para alguns racionalistas, pelo método rigorosamente deductivo e a exigência de um Princípio de Razão Suficiente que impunha o racionalismo, chegaram à conclusão de que a única substância propriamente dita é Deus. Noção que serviu de fundamento ao ocasionalismo e ao monismo panteísta de Spinoza. Leibniz teve que recorrer, para salvar as verdades de facto, à "harmonia preestablecida" por Deus para explicar a conexão das ideias com o acontecer do mundo.[6]

Esta forma de entender a existência aplicada à substância divina dá validade lógica]] ao argumento ontológico de San Anselmo, aceitado novamente por Descartes.

A noção innata de Deus inclui sua existência e ser fonte de toda perfección e de toda a existência. A perfección de Deus é a garantia de que minhas ideias, assim que contidos de minha consciência, correponden a uma realidade[7] . O erro é possível pelo mau funcionamento da individualidad, pelas paixões, ou pela falta da análise na relação das ideias.

A ideia de Deus implica sua existência, como exigência da própria razão, e sem necessidade de percepción mundana alguma.[8]

Artigo principal: Empirismo
Os empiristas não aceitaram as ideias innatas, e por tanto recusaram o argumento ontológico; unicamente consideraram a existência dentro da associação de ideias a partir da experiência.
David Hume reivindicou que a existência não acrescenta nada à noção de uma coisa; distinguindo as verdades de facto e a relação de ideias.
Leibniz e, mas tarde Kant, distinguiram entre verdades de facto e verdades de razão e julgamentos a priori e julgamentos a posteriori.

Nos séculos XIX e XX

Contempla-se o tema da existência desde duas perspectivas:
  • A perspectiva lógica. A lógica adquire uma nova dimensão com a formalización simbólica. O silogismo aristotélico interpreta-se como um Lógica de classes e, como lógica de pregados, a existência se explica mediante cuantificadores.
  • A perspectiva existencial referente à consciência de "existir" como condição essencial do homem.

A lógica da existência como pregado

Lingüísticamente 'existir' é um pregado gramatical, mas os filósofos desde sempre têm discutido se é ou não é um pregado lógico.
Os primeiros reivindicam que prega algo, e tem o mesmo sentido que 'é real', 'tem ser', 'se encontra na realidade', 'está no mundo real', etc.

Os segundos negam que a existência seja um pregado com sentido lógico, e reivindicam que meramente se afirma o mesmo que se afirma com o verbo 'ser', e só é uma palavra diferente; e que toda a declaração que contém o pregado 'existir' se pode reduzir a uma declaração que não usa este pregado. Por exemplo, 'existe um trébol de quatro folhas' pode-se expressar também como 'há um trébol que tem quatro folhas' 'É um trébol de quatro folhas'.

Tanto o problema das negaciones da lógica aristotélica[9] como o problema da atribución exitencial estão perfeitamente resolvidas na lógica actual mediante o Cálculo lógico.
Ainda Herbart,aluno de Kant, e John Stuart Mill aceitaram a natureza predicativa da existência em frases como 'um número, que é o maior, não é possível' (Herbart).[10] ou 'um centauro é uma ficção poética',[11] problema que considerar-se-á mais adiante.

Franz Brentano considerava que podemos juntar o conceito representado pelo grupo nominal 'um A' ao conceito representado por um adjectivo 'B' para dar o conceito representado por 'um B-A' como grupo nominal. Mas não é uma proposição com sentido para valer ou falsidade porque não implica nenhuma existência.
Para poder afirmar uma existência de dita união teria que acrescentar ‘É o caso de um B-A’ ou ‘Não é o caso de um B-A’, o qual daria sentido de existência e por tanto de proposição ao enunciado nominal.

Por exemplo podemos unir 'um homem' e 'sábio'
para formar o conceito 'um homem sábio'.
Mas o grupo nominal 'um homem sábio' não é uma proposição 
lógica com sentido para valer ou falsidade.
Em mudança: ‘É o caso de um homem sábio’;
‘Não é o caso de um homem sábio’; 'algum homem é sábio'; 
‘Nenhum homem é sábio’ ‘Todos os homens são sábios’; 
‘Algum homem não é sábio’ e, sobretudo, 'Juan é sábio'
sim que são proposições com sentido para valer
ou falsidade que falam da existência no mundo.

Frege desenvolveu um ponto de vista semelhante em seu grande faz 'As Fundações da Aritmética', e Charles Peirce fez o mesmo.
O ponto de vista Frege-Brentano é a base da posição dominante na filosofia e lógica actual.
A relação sujeito-pregado estabelece-se como contido de possíveis variables que dão existência ou não existência à união ou separação de sujeito-pregado.
Como expressa o slogan de Quine; 'Ser é ser o valor de variable'.[12]
Em lógica, pois, um conceito vem a definir o domínio de uma variable que só adquire sentido de existência quando está determinado por um cuantificador ou determinado por uma constante.
A existência é um cuantificador, o 'cuantificador existencial'.
Para simbolizar 'existem homens mortais’:
  • Primeiro definem-se os possíveis pregados sobre qualquer variable: H(x) = 'x é um homem' e M(x) = ‘x é mortal’
  • Depois formar-se-ão as expressões existenciales bem formadas (EBF) referidas a constantes individuais ou variables cuantificadas nas que faz sentido a existência.
Sendo:
H = ser homem;    a = Antonio;    x = um indivíduo qualquer;    M = ser motal
Podemos construir as proposiones:
Tem = Antonio é homem;     Ma = Antonio é mortal
/\x (Hx → Mx);    Para todo o x se Hx então Mx ↔ Todos os homens são mortais
\/x (Hx /\ Mx);    Existe algum x para o que Hx /\ Mx ↔ Algum homem é mortal
/\x (Hx → ¬ Mx);    Para todo o x se Hx então ¬ Mx ↔ Nenhum homem é mortal
\/x (Hx /\ ¬ Mx);    Existe algum x tal que Hx /\ ¬ Mx ↔ Algum homem não é mortal

Que expressam as formalizaciones da lógica tradicional, conquanto o caso de Antonio é mortal a lógica tradicional o interpretava como um termo tomado em sua extensão universal (hoje dizemos classe universal) ao se considerar que Antonio é único, e por tanto equivale a ‘Todos’.
Com esta lógica as ideias platónicas como esencias perdem seu sentido de realidade]] como seres possívels lógicos anteriores à existência da realidade do mundo, o que propõe seu problema semántico. Que são as ideias? Que representam?

Semántica

Não obstante o anterior, não cabe dúvida de que algumas ideias tais como os ‘Pegasos’, os ‘Centauros’, os ‘Cocos’ ou as ‘Bruxas’, significam algo, têm alguma realidade de referência, porque os usamos e em determinadas situações com sentido e eficácia:
“Menino se não comes a sopa vai vir o ‘Coco’!”
Alexius Meinong  passa por ser o filósofo que outorgava realidade ao significado dos  conceitos. De maneira que Pegaso e Centauro, Coco e Bruxa, tinham uma  realidade existente o mesmo que ‘A montanha de ouro’. É o que concede  sentido e nos permite afirmar: ‘A montanha de ouro não existe’.

David Lewis com sua doutrina do realismo modal considera que há que diferenciar a existência e o actualidade.

Russell que chegou a aceitar o ponto de vista de Meinong critica posteriormente esta posição em que faz existente a toda a realidade, o qual parece excessivo.[13]
O problema por tanto do significado da existência como conceito não parece fácil de resolver.

Étienne Gilson considera que esencia e existência são conceitos irreductibles. Podemos compreender o conceito da existência, mas não podemos prender a existência mesma, o acto de existir, se não é mediante a experiência concreta do existente.

Maritain por isso diz que é o julgamento como enunciado da experiência o que se enfrenta ao “acto de existir”, como facto do mundo.
Existe a 'existência'?
Existir é ter uma relação específica à existência - uma relação, por verdadeiro, que a existência não tem
Bertrand Russell - Os Princípios da Matemática - Nova York, W. W. Norton & Companhia, 1903, segunda edição 1937 páginas 449-450.
Em algumas afirmações a existência implica-se sem mencioná-la. A afirmação 'uma ponte cruza o Támesis em Hammersmith' não pode tratar somente de uma ponte, o Támesis e Hammersmith. Tem de ser sobre a 'existência' também.
Por outra parte, a afirmação 'uma ponte cruza a Laguna Estigia em Limbo' tem a mesma forma, mas enquanto no primeiro caso compreendemos uma ponte real no mundo real facto de pedra ou tijolo, é menos claro o que significará a 'existência' no segundo caso.

Já os nominalistas reivindicavam que certos grupos nominales podem ser eliminados' por reescribir um enunciado em uma forma que tem o mesmo sentido, mas que não contém o grupo nominal. Assim Ockham reivindicou que 'Sócrates tem sabedoria', que poderia parecer que outorga a existência de uma referência para sabedoria', pode ser reescrito como 'Sócrates é sábio', que contém só um referente 'Sócrates'.
Este método foi aceitado geralmente no século XX pela escola analítica de filosofia.

No entanto, este argumento pode ser investido pelo realistas se mantemos que o enunciado 'Sócrates é sábio' pode ser reescrito como 'Sócrates tem sabedoria', o que implicaria um referente escondido para 'sábio'.
Outro problema é que os seres humanos parecem processar informação sobre personagens de ficção]] como se processassem informação sobre pessoas reais. Por isso o menino "teme ao Coco". e há quem "crê nos demónios".

Na eleição presidencial estadounidense de 2008, 
um político e actor chamado Fred Thompson se postuló
 
para a nominación do Partido Republicano.
Nos sondeos, muitos votantes potenciais identificaram Fred Thompson 
como um candidato do partido 'law and order' (direito e ordem),
confundindo o título da série na que aparece
 
Thompson com o partido republicano.
Não há dúvida que ditos votantes são conscientes que Law and Order   
      é uma telenovela ficticia, mas em algum nível processam  
a ficção como se fosse um facto.
Outro exemplo disto é a experiência não rara de artistas que  
representam aos maus em uma telenovela quando são abordados  
em público como se fossem culpado das acções
       da personagem que representam

Um cientista quiçá faria uma distinción clara sobre objectos que existem, e poderia afirmar as condições que teriam de ter todos os objectos que existem; por exemplo estar compostos de matéria ou energia. Mas na cosmovisión do grande público, a existência inclui objectos reais, ficticios e ainda contradictorios.
Se passamos da afirmação 'Pegaso voa' à afirmação 'Pegaso existe', não afirmamos que Pegaso está composto de átomos, senão que Pegaso existe em uma cosmovisión particular, a cosmovisión do mito clássico.
Quando um matemático razona da afirmação 'ABC é um triángulo' à afirmação os 'triángulos existem', não afirma que os triángulos estão compostos de átomos senão que os triángulos existem dentro de um modelo matemático particular.
Em outras palavras, o significado dos conceitos, a interpretamos nós na cada contexto no que são utilizados.
A existência é ilusoria e é eternal.
Segundo a Teoria de Descrições de Bertrand Russell, o operador de negación em uma frase singular tem um âmbito amplo e estrito: distinguimos entre 'algum S é não-P' (onde a negación toma um âmbito estrito) e não é o caso que 'algum S seja P' (onde a negación toma um âmbito amplo).
O problema é que tal distinción não pode manter no caso do nomes próprios.
'Sócrates não é calvo' e 'não é o caso que Sócrates seja calvo' parecem ter o mesmo sentido, e ambos aparecem a afirmar ou presuponer a existência de alguém (Sócrates) que não é calvo; em ambos casos a negación toma um âmbito estrito.

Geralmente, a teoria de descrições tem caído em descrédito, ainda que tem tido tentativas recentes para reanimarla por Stephen Neale e Frank Jackson.

Segundo a teoria de referência directa[15] um nome próprio estritamente não faz sentido se não se refere a um objecto concreto e existente.[16] O argumento da função semántica de um nome próprio é nos dizer que objecto leva o nome, e então identificar dito objecto. Mas não se pode identificar um objecto se este não existe em nenhum mundo determinado.
Para adaptar um argumento de Peter Strawson: 
alguém assinala um espaço que aparece vazio, 
dizendo ‘aquilo é vermelho’.
Não comunica nada a quem não pode ver
ou compreender o que está a assinalar
 
.Um nome próprio tem de ter um portador para fazer sentido. Se o portador é um existente em um mundo de ficção, sua existência pertence a esse mundo de ficção.
Variantes da teoria de referência directa têm sido propostas por Saul Kripke, Gareth Evans, Nathan Salmon, Scott Soames e outros. ‘Pegaso voa’ implica a existência no sentido amplo, porque permite supor que algo voa em um mundo no que existem os Pegasos.
Mas não implica a existência em um sentido estrito, já que sem contradizer dita proposição podemos afirmar igualmente 'Pegaso não existe' no mundo da experiência.Segundo os dois sentidos de existência, amplo e estrito, poderíamos estabelecer que




  • O mundo como conjunto de todas as coisas se divide em:
     

  • Antonio, esta árvore, Sócrates, o planeta Vénus e

  • a Cidade de Nova York:  

  • têm a existência no sentido estrito.

  • Sherlock Holmes, a deusa Vénus e

  • Minas Tirith ou Rocinante:

  • não têm a existência em sentido estrito.


  •  

  • Forma-las 'N é P', onde 'N' é um nome próprio ou um objecto singular determinado, e 'Algum S é P' têm ambas sentido amplo de existência.

  • Forma-las 'N existe' ou 'O S (ou algum S) existem' têm existência em sentido estrito.

O sentido comum sugere a não existência de coisas como as personagens ou lugares e mundos ficticios.

O sentido existencial e o Existencialismo

Desde o princípio a vida do homem como ser racional propõe uma reflexão: o sentido da existência. O ter que enfrentar o facto indudable do mistério do nascimento e da morte como indivíduo.
As primeiras propostas desta dimensão da existência humana encontram resposta na dimensão mágico-religiosa da cada cultura.

A reflexão filosófica unida desde o princípio à condição racional do homem, como parte da cultura, tem respondido com diferentes propostas ao tema da condição específica da existência humana junto com a ideia de trascendencia unido ao religioso, como já comentamos em seu momento.

A existência humana como tal não foi objecto de especial consideração com respeito à existência dos demais objectos do mundo e o sentido da vida se enfocaba bem desde um sentido de elevação de "o humano" acima dos demais seres da natureza considerando o trascendente após a morte, como salvação, bem como um sentido de trascendencia moral, como diferentes dos demais seres naturais que se manifesta nos valores morais.

Uma nova proposta surge a partir da Idade Moderna quando a consciência se converte no dado fundamental sobre o que recae a origem da reflexão filosófica;[17] o homem devém sujeito e outorga à consideração existencial uma nova dimensão, que adquire formas diferentes:

1.- A recuperação da metafísica e da trascendencia por via da aceitação das ideias innatas, e com isso a Deus. A dimensão existencial mantém então sua dimensão trascendental e religiosa no racionalismo

2.- O reconhecimento da imposibilidad da Metafísica como ciência dos empiristas e de Kant postula a necessidade de uma dimensão trascendental desde a própria consciência do indivíduo quanto a sua acção moral, o que dá passo, por um lado ao idealismo e por outro à reflexão da condição social humana Locke, Rousseau, Hobbes próprias da Ilustração, entendida esta como o "Triunfo da Razão".

3.- A unidade sujeito-objecto em um processo dialéctico do Absoluto entendido como Sujeito e Processo ideal, Hegel, onde o individual aparece e se dissolve como momento da Unidade Trascendental Absoluta monista e o ideal moral e social que se realiza no Estado.

4.- A constituição do sujeito como resultado das condições materiais de sua existência, o económico, regido pela "luta de classes", Marxismo, que culminará com a consciência social desenvolvida em uma Humanidade sem classes sem necessidade do poder do Estado.

5.- A análise fenomenológico da existência humana que se constitui como Escola de pensamento ou movimento no chamado Existencialismo.

Artigo principal: Existencialismo
Adoptando o método da Fenomenología diversos pensadores tomam como centro de sua reflexão a questão da existência humana. O existencialismo tem sido uma parte importante da filosofia continental e a Literatura durante a segunda metade do século XX, muito influenciados pelos desastres das duas Guerras Mundiais.

O pensamento actual

Sendo um facto já universalmente aceitado que a Filosofia não entra nem deve entrar no que corresponde à esfera do religioso, sim está e tem de estar aberta de maneira permanente à busca do sentido da existência humana.

É por isso que, se mantendo a rejeição à Metafísica, a moral, em sua reflexão Ética, mantém permanentemente sua tensão para o que trasciende ao indivíduo sujeito: como ser racional, como ser social e como ser moral.
A contribuição mais característica da época actual é o alcance real do "universal" no sentido de poder de facto chegar a abarcar a toda a terra, a toda a Humanidade, inclusive se propor de forma científica a questão do Universo.[18]

É necessário por tanto que possam se dar e possam se manter os cauces para que o pensamento, em todas suas formas possíveis, possam chegar a ser "globais", da mesma forma que nos sistemas científicos, técnicos, económicos e sociais a globalização é um facto incuestionable.
Por isso, depois da multidão de formas de pensamento se encontra uma tensão universal, ainda em processo muito pobre de desenvolvimento, que poderíamos chamar ou considerar como tendência à organização social e política caracterizada pelo reconhecimento dos DIREITOS HUMANOS, como culminación das formas organizadas de Estados democráticos.
Ideal que pareceria irrenunciable para o sentido da existência humana.

Referências

  1. As ideias são o que fazem inteligibles as coisas]]
  2. Por médio do Sol que alumia e faz possível a visão e entendimento das coisas, Analogia, Platón introduz na filosofia por um lado o conhecimento científico, a verdade, nas esencias e, por outro, um sentido existencial da racionalidad do ser humano que as religiões já consideravam baixo o ponto de vista da moralidad e a ideia de Salvação]] e condenación. O mundo material é despreciable por ser transitorio, não é verdadeiro e fonte unicamente de infelicidade enquanto não se liberte a alma por médio da filosofia.
  3. Teoria da iluminación: o conhecimento verdadeiro é uma iluminación de Deus. Platón e os filósofos assim que que manifestam o conhecimento verdadeiro estão alumiados por Deus. "Crer para saber" é a melhor forma do conhecimento da Verdade
  4. Tenha-se em conta a mudança de significado da palavra cria entre a filosofia tradicional e na Idade Moderna a partir de Descartes. Se até então as ideias representavam o conhecimento das formas essenciais da realidade das coisas, agora são unicamente uma representação mental, um conteúdo de consciência do sujeito que percebe. Sua relação com o real é problema|problemática]]; gera inclusive a possibilidade de um solipsismo
  5. Os escolásticos já faziam esta distinción e o aplicavam sobretudo a Deus, pois em Deus unicamente podem se pregar atributos
  6. Tenhamos em conta que é o momento em que o método científico através da análise matemática está a começar a estabelecer as leis físicas justificadas em cálculos matemáticos, significando o nascimento da Nova Ciência Moderna. Como explicar que a realidade física do mundo se comporta conforme às leis do cálculo matemático? Como explicar que se pode determinar, dantes de que ocorra, um eclipse calculando prévia e matematicamente o movimento dos astros?
  7. Negando a possibilidade de um génio maligno, como se propôs Descartes, que nos estivesse a enganar na percepción de nossos conteúdos de consciência, como ideias, inclusive nas ideias matemáticas
  8. Como uma necessidade lógica, do pensamento. É o que se denomina julgamento a priori porque sua validade não depende da experiência. A lógica actual diria que em realidade em dita afirmação o que se está a dizer é "Deus é Deus", o mesmo que se decirmos "mamífero é um ser que mama" isto é uma tautología. As tautologías como verdades logicamente necessárias não falam do mundo, porque falam de lógica não de existência mundana.
  9. Silogismo: Problemática da lógica aristotélica
  10. Uberweg (Sistema de Lógica) §68
  11. John Stuart Mill, Um Sistema de Lógica, 1843 I. iv. 1. Página 124
  12. On What There Is - em Review of Metaphysics (1948). Reimprimido em W.V.Ou. Quine, De uma Ponta de Vista Lógica (Harvard University Press, 1953)
  13. Teoria da Descrições e doutrina dos Tipos. Op. cit. cap. 14
  14. Mircea Eliade and the Dialectic of the Sacred, por Thomas J. J. Altizer, Westminster Press, 1963, pg 107
  15. Uma versão temporã que foi proposta por Bertrand Russell, e quiçá mais temporão por Gottlob Frege
  16. Ainda que seja em um próprio mundo também de referência
  17. O "penso depois existo" de Descartes, princípio do novo modo que toma a reflexão filosófica
  18. Lucro indiscutible da tecnologia actual
 Fonte:

De Wikipedia, a enciclopedia livre

http://pt.wikilingue.com/es/Exist%C3%AAncia
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

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