quinta-feira, 1 de maio de 2014

O QUE É A VERDADE ?




 
O que é a Verdade - Marilena Chauí - 7min.



Verdade

Diagrama do conhecimento.

A palavra verdade pode ter vários significados, desde “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos ou a realidade”, ou ainda ser fiel às origens ou a um padrão. Usos mais antigos abarcavam o sentido de fidelidade, constância ou sinceridade em atos, palavras e caráter. Assim, "a verdade" pode significar o que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em antropologia cultural, artes, filosofia e a própria razão. Como não há um consenso entre filósofos e acadêmicos, várias teorias e visões a cerca da verdade existem e continuam sendo debatidas.

Filosofia

O primeiro problema para os filósofos é estabelecer que tipo de coisa é verdadeira ou falsa, qual o portador da verdade (em inglês truth-bearer). Depois há o problema de se explicar o que torna verdadeiro ou falso o portador da verdade. Há teorias robustas que tratam a verdade como uma propriedade. E há teorias deflacionárias, para as quais a verdade é apenas uma ferramenta conveniente da nossa linguagem. Desenvolvimentos da lógica formal trazem alguma luz sobre o modo como nos ocupamos da verdade nas linguagens naturais e em linguagens formais.

Para Nietzsche, por exemplo, a verdade é um ponto de vista. Ele não define nem aceita definição da verdade, porque não se pode alcançar uma certeza sobre a definição do oposto da mentira. Daí seu texto "como filosofar com o martelo".1

Mas para a filosofia de René Descartes a certeza é o critério da verdade.
Quem concorda sinceramente com uma frase está se comprometendo com a verdade da frase. A filosofia estuda a verdade de diversas maneiras. A metafísica se ocupa da natureza da verdade. A lógica se ocupa da preservação da verdade. A epistemologia se ocupa do conhecimento da verdade.
Há ainda o problema epistemológico do conhecimento da verdade. O modo como sabemos que estamos com dor de dente é diferente do modo como sabemos que o livro está sobre a mesa. A dor de dente é subjetiva, talvez determinada pela introspecção. O fato do livro estar sobre a mesa é objetivo, determinado pela percepção, por observações que podem ser partilhadas com outras pessoas, por raciocínios e cálculos. Há ainda a distinção entre verdades relativas à posição de alguém e verdades absolutas.

Os filósofos analíticos apontam que a visão relativista é facilmente refutável.
A refutação do relativismo, segundo Tomás de Aquino, baseia-se no fato de que é difícil para alguém declarar o relativismo sem se colocar fora ou acima da declaração. Isso acontece porque, se uma pessoa declara que "todas as verdades são relativas", aparece a dúvida se essa afirmação é ou não é relativa. Se a declaração não é relativa, então, ela se auto-refuta pois é uma verdade sobre relativismo que não é relativa. Se a declaração não é relativa, conclui-se que a declaração "todas as verdades são relativas" é uma declaração falsa.

Por outro lado, se todas as verdades são relativas, incluindo a afirmação de que "todas as verdades são relativas", então, o interlocutor não é obrigado a crer na afirmação. Ele é livre para acreditar, inclusive, que "todas as verdades são absolutas"

O portador da verdade

Alguns filósofos chamam qualquer entidade, aquilo de que podemos dizer que é verdadeiro ou falso, de portador da verdade. Assim, portadores da verdade podem ser pessoas ou coisas, sentenças assertivas, proposições ou crenças.2

Tipos de verdade

A verdade é uma interpretação mental da realidade transmitida pelos sentidos, confirmada por outros seres humanos com cérebros normais e despidos de preconceitos (desejo de crer que algo seja verdade), e confirmada por equações matemáticas e linguísticas formando um modelo capaz de prever acontecimentos futuros diante das mesmas coordenadas.[carece de fontes]
  • Verdade material é a adequação entre o que é e o que é dito.
  • Verdade formal é a validade de uma conclusão à qual se chega seguindo as regras de inferência a partir de postulados e axiomas aceitos.
  • É uma verdade analítica a frase na qual o predicado está contido no sujeito. Por exemplo: "Todos os porcos são mamíferos".3
  • É uma verdade sintética a frase na qual o predicado não está contido no sujeito.4
  • Sofisma é todo tipo de discurso que se baseia num antecedente falso tentando chegar a uma conclusão lógica válida.

Teorias metafísicas da verdade

Verdade como correspondência ou adequação

A teoria correspondentista da verdade é encontrada no aristotelismo (incluindo o tomismo). De acordo com essa concepção, a verdade é a adequação entre aquilo que se dá na realidade e aquilo que se dá na mente.

A verdade como correspondência foi definida por Aristóteles no tratado Da Interpretação, no qual ele analisa a formação das frases suscetíveis de serem verdadeiras ou falsas. Uma frase é verdadeira quando diz que o que é é, ou que o que não é não é. Uma frase é falsa quando diz que o que é não é, ou que o que não é é.

O problema dessa concepção é entender o que significa correspondência. É um tipo de semelhança entre o que é e o que é dito? Mas, que tipo de semelhança pode haver entre as palavras e as coisas?
O método científico, por exemplo, estabelece procedimentos para se realizar essa correspondência. Nesse caso um juízo de verdade V é então legitimado, de forma tal que a comunidade de cientisitas (que partilham entre si conhecimento e experiências) aceita/certifica como verdadeira a proposição P, oriunda da correspondência realizada entre P(V) e a "realidade empírica", via método científico.

Verdade por correspondência

O conceito de verdade como correspondência é o mais antigo e divulgado. Pressuposto por muitas das escolas pré-socráticas, foi pela primeira vez, explicitamente formulado por Platão com a definição do discurso verdadeiro, no diálogo Crátilo: "Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são; falso é aquele que as diz como não são." (Crtas.,385b;v.Sof.,262 e; Fil.,37c). Por sua vez Aristóteles dizia: "Negar aquilo que é, e afirmar aquilo que não é, é falso, enquanto afirmar o que é e negar o que não é, é a verdade." (Met.,IV,7,1011b 26 e segs.;v.V,29.1024b 25).

Aristóteles enunciava também os dois teoremas fundamentais deste conceito da verdade. O primeiro é que a verdade está no pensamento ou na linguagem, não no ser ou na coisa (Met.,VI,4,1027 b 25). O segundo é que a medida da verdade é o ser ou a coisa, não o pensamento ou o discurso: de modo que uma coisa não é branca porque se afirma com verdade que é assim; mas se afirma com verdade que é assim, porque ela é branca. (Met., IX, 10,1051 b 5).

Desmenção

De acordo com a teoria desmencionista da verdade, para chegarmos à verdade de uma proposição basta tirarmos as aspas da mesma. Por exemplo, a proposição "A neve é branca" é verdadeira se, e somente se, a neve é branca.

Deflacionismo

De acordo com o deflacionismo, o predicado de segunda ordem "É verdade que …" não acrescenta nada à frase de primeira ordem à qual ele é aplicado. Por exemplo, não há nenhuma diferença lógica entre a frase "É verdade que a água é molhada" e a frase "A água é molhada".5

Desvelamento

Segundo esta concepção, verdade é desvelamento. Conhecer a verdade é deixar o ser se manifestar. É estar aberto para o ser. Nas versões modernas do desvelamento, mais pragmáticas, a verdade é algo "sempre em construção", e que portanto sempre vai possuir "valor verdade" inferior a 100%.
Posição típica de Martin Heidegger (em Ser e tempo, parágrafo 44, e na conferência "A essência da verdade").

Pragmatismo

Para o pragmatismo a verdade é o valor de uma coisa.6 Em Habermas a verdade se confunde com a validade intersubjetiva, ou consenso. Se uma proposição não é submetida ao crivo da comunidade, nada se pode dizer sobre sua falsidade.
No Empirismo o pragmatismo não se opõe à correspondência, mas se funde a ela: a "verdade empírica" como correspondência obtida por consenso na comunidade científica.

Teorias formais

Verdade lógica

A lógica se preocupa com os padrões de razão que podem nos ajudar a dizer se uma proposição é verdadeira ou não. No entanto, a lógica não lida com a verdade no sentido absoluto, como a metafísica. Os lógicos usam linguagem formal para expressar as verdades. Assim só existe verdade em alguma interpretação lógica ou dentro de algum sistema lógico.

Uma verdade lógica (também chamada verdade analítica ou verdade necessária) é uma afirmação que é verdadeira em todos os mundos possíveis 7 ou segundo todas as possíveis interpretações, em contraste com um fato (também chamado proposição sintética ou uma contingência) que só é verdadeiro neste mundo, tal como se desenvolveu historicamente. Uma proposição, como "Se p e q, então p", é considerada uma verdade lógica por causa do significado dos símbolos e palavras que a constituem e não por causa de qualquer fato de qualquer mundo particular. Verdades lógicas são tais que não poderiam ser falsas.

Verdade em matemática

Existem duas abordagens principais para a verdade em matemática: o modelo da teoria da verdade e a teoria da prova da verdade.

Com o desenvolvimento da álgebra booliana no século XIX, modelos matemáticos de lógica começaram a tratar a "verdade", também representada como "V" ou "1", como uma constante arbitrária. "Falsidade" é também uma constante arbitrária que pode ser representado por "F" ou "0". Em lógica proposicional, esses símbolos podem ser manipulados de acordo com um conjunto de axiomas e regras de inferência, muitas vezes dadas na forma de tabelas verdade.
Além disso, desde pelo menos a época do programa de Hilbert, na virada do século XX, até a prova dos teoremas da incompletude de Gödel e o desenvolvimento da tese de Church-Turing, no início daquele século, afirmações verdadeiras em matemática foram geralmente assumidas como demonstráveis ​​em um sistema axiomático formal.

Os trabalhos de Gödel, Turing e outros abalaram este pressuposto, com o desenvolvimento de proposições que são verdadeiras, mas não podem ser comprovadas dentro do sistema. 8 Dois exemplos podem ser encontrados nos Problemas de Hilbert. O trabalho sobre os 10 problemas de Hilbert levou, no final do século XX, à construção de equações diofantinas específicas, para as quais é indecidível se têm uma solução, 9 ou, se tiverem, se teriam um número finito ou infinito de soluções. Mais fundamentalmente, o primeiro problema de Hilbert estava na hipótese do continuum. 10 Gödel e Paul Cohen mostraram que essa hipótese não pode ser provada ou refutada usando os axiomas padrão da teoria dos conjuntos. 11 Na opinião de alguns é, então, igualmente razoável tomar tanto a hipótese do continuum quanto a sua negação, como um novo axioma.

Teoria semântica da verdade

A teoria semântica da verdade tem como caso geral, para um dado idioma:
'P' é verdadeiro se e somente se P
onde "P" refere-se à sentença (o nome da sentença), e P é apenas a própria sentença.
O lógico e filósofo Alfred Tarski desenvolveu a teoria das linguagens formais (como lógica formal). Aqui, ele a restringiu desta forma: nenhuma língua poderia conter seu próprio predicado de verdade - ou seja, a expressão "é verdade" somente seria aplicável a sentenças em outro idioma. A este idioma ele chamou língua objeto - o idioma sobre o qual se fala. O motivo para sua restrição era que as línguas que contêm seu próprio predicado de verdade conteriam frases paradoxais como "Esta sentença não é verdade". Tais sentenças podem, porém, conter um predicado de verdade aplicável a sentenças em outro idioma.
 

Teorias da verdade

Teorias da verdade são teorias que fornecem uma definição de verdade para uma linguagem. 1
A controvérsia sobre as teorias da verdade tem recentemente sido colocada em três partes: 1) O que é verdadeiro? É uma crença, uma proposição, uma afirmação ou uma frase?; 2) E a que corresponde: a um estado de coisas, a uma situação, a uma realidade, ou a um fato?; 3) E que relação é essa a que se chama correspondência entre o que é verdadeiro e o que o faz verdadeiro? 2

Precisamos de uma teoria acerca do que é verdade. A noção de verdade ocorre frequentemente nas nossas reflexões sobre a linguagem, o pensamento e a ação. Em princípio, a verdade é o objetivo genuíno da investigação científica. Uma teoria explícita da verdade é essencial, pois a questão da verdade parece ser bem mais complexa do que a ideia de correspondência faz parecer. Todavia, descobrir o que seria a verdade pode muito bem estar fora do nosso alcance. 3

Introdução: perguntas filosóficas sobre a verdade

Há várias perguntas filosoficamente relevantes que se pode fazer a respeito da verdade, e há mais de uma resposta a cada uma delas na história da filosofia, embora algumas predominem. As principais questões são:

Pergunta metafísica: O que é (no que consiste) a verdade? Essa pergunta tem uma versão mais tradicional: Qual é a essência ou natureza da verdade? A essência ou natureza de uma coisa X é tradicionalmente concebida como o conjunto das condições necessárias e suficientes para que algo seja X, ou seja, como o conjunto das características que todos os Xs possuem e apenas os Xs possuem. (A metafísica é tradicionalmente concebida como a disciplina filosófica que estuda a essência das coisas e determina que tipos de coisas existem (ontologia).)

Pergunta epistemológica: Como podemos conhecer a verdade? O conhecimento é concebido tradicionalmente como crença verdadeira justificada. Sendo assim, a pergunta epistemológica pode ser formulada assim: como podemos ter crenças verdadeiras justificadas? (A epistemologia é tradicionalmente concebida como a disciplina filosófica que estuda a essência e possibilidade do conhecimento.)

Pergunta Semântica: Qual é o significado da palavra "verdade"? A explicação do significado de uma palavra é geralmente denominada "definição", num sentido amplo. Nesse sentido amplo, a pergunta semântica pode ser reformulada assim: Qual é a definição da palavra "verdade"? Mas há uma pergunta mais geral: qual é a função da palavra "verdade"? (A semântica é tradicionalmente concebida como a parte da filosofia da linguagem que estuda o significado, ou, como algumas vezes é dito, a relaçao entre as expressões linguísticas e aquilo que elas significam. Mas essa última formulação pode levar a mal-entendidos.)

Há controvérsia sobre qual é a relação entre essas perguntas. Por exemplo: a pergunta metafísica e a pergunta epistemológica não são a mesma pergunta? A resposta a essa questão depende muito de como entendemos (como explicamos o significado de) "significado", algo que também é matéria de controvérsia (W. V. Quine, p.ex., acredita que essa palavra, bem como todas as noções intencionais, não tem utilidade teórica). Se o significado de "verdade" é completamente determinado pelos critérios nos quais nos baseamos para usar essa palavra e a essência da verdade é independente desses critérios, ou seja, se podemos usar a palavra "verdade" e ignorar, ao menos parcialmente, sua essência, então uma análise do significado da palavra "verdade" não fornecerá necessariamente conhecimento sobre a essência da verdade. Além disso, alguns filósofos pensam que a resposta correta à pergunta semântica implica uma dissolução da pergunta metafísica (cf. teoria da verdade como redundância em "Deflacionismo" infra). Se a essência do conhecimento é constituída parcialmente pela verdade (conhecimento = crença verdadeira justificada), então isso mostra que verdade e conhecimento não podem ser a mesma coisa. Não obstante, alguns filósofos tentaram reduzir a verdade total ou parcialmente ao conhecimento e outros deram a mesma resposta à pergunta metafísica e à pergunta epistemológica. Seja como for, uma resposta à pergunta epistemológica depende de uma resposta à pergunta metafísica. Por outro lado, as respostas à pergunta semântica têm relevância filosófica na medida em que determinam em alguma medida a resposta à pergunta metafísica. Por isso, o restante desse verbete se concentra na pergunta metafísica. Normalmente é assim que os verbetes sobre a verdade se estruturam. Eles apresentam teorias da verdade, ou seja, teorias sobre a essência da verdade.

Dois usos de "verdadeiro"

Antes da apresentação das principais teorias da verdade, convém chamar atenção para uma distinção importante entre dois usos de "verdadeiro".

Uso objetual

Algumas vezes atribuímos verdade a objetos materiais, como quando dizemos "isso é ouro verdadeiro". Mas há uma distinção essencial entre esse uso do predicado "é verdadeiro" e o uso em que atribuímos (ao menos aparentemente) a verdade a coisas que dizemos (ou pensamos, ou cremos, etc). Ouro falso não é um tipo de ouro. Ouro falso é um metal que parece ouro, mas não é. Ouro verdadeiro é um metal que não apenas parece ouro, mas é ouro. Nesse uso, "verdadeiro" é sinônimo de "genuíno".

Uso semântico

Uma frase (ou enunciado, ou pensamento, ou crença, etc.) falsa não deixa de ser uma frase por ser falsa. (O problema dos enunciados falsos do Sofista de Platão surge justamente porque um certo argumento de Parmênides conclui que não pode haver enunciados falsos, que um enunciado falso, tal como o ouro falso, não é um tipo de enunciado.) Nesse uso, de "verdadeiro" não é sinônimo de "genuíno". Há relações sistemáticas entre o uso objetual e o semântico de "verdadeiro". Eles podem aparecer na mesma frase. Por exemplo: "A frase 'Esse pedaço de metal é ouro verdadeiro' é verdadeira". Mas, quando se fala de teorias da verdade nesse verbete, é o uso semântico que está em questão.

Portadores de verdade

Um portador de verdade é o que quer que se possa dizer verdadeiramente que é verdadeiro. Há muita controvérsia sobre a natureza dos portadores de verdade. Alguns acreditam que apenas um ou alguns dos candidatos a portadores de verdade são portadores de verdade genuínos ou primitivos enquanto outros não o são ou o são apenas derivadamente. Mas há quem ache essa controvérsia inútil, na medida em que qualquer coisa poderia ser portador de verdade. Os principais candidatos são: frases individuais (em inglês token sentences), tipos de frases (em inglês type sentences), enunciados, proposições ou pensamentos e crenças. Nem sempre é clara a distinção entre esses candidatos e, muitas vezes o mesmo candidato recebe diferentes nomes de diferentes filósofos. Mas, em geral, se reconhece a diferença entre uma frase, que é um objeto físico, e aquilo que dizemos ao usar uma frase, o conteúdo da frase. As frases individuais "Está chovendo" e "It is raining", p.ex., dizem a mesma coisa. De modo mais geral ainda, se reconhece a diferença entre uma frase e o ato linguístico realizado ao se usá-la. Uma frase da forma gramatical interrogativa, p.ex., pode ser usada tanto para fazer uma pergunta quanto para fazer um pedido ("Você não quer abrir a porta?"). A maneira correta de caracterizar esse ato linguístico no caso das atribuições de verdade (frases da forma "'p' é verdadeira") é matéria de controvérsia. Também geralmente se reconhece a diferença entre uma crença e sua expressão lingüística. Uma crença é geralmente concebida como uma entidade mental, que pode ocorrer na mente de animais que não possuem linguagem. Para evitar essas controvérsias sobre portadores de verdade, no que se segue se falará apenas de portadores de verdade, sem especificar sua natureza.

Teorias metafísicas da verdade

Há quatro grupos principais de respostas à pergunta metafísica: teorias correspondentistas, teorias coerentistas, teorias pragmatistas e teorias deflacionárias.

Teorias correspondentistas

Teorias da verdade desse grupo são as mais aceitas, entre outras coisas por causa do seu caráter intuitivo. Nossas intuições pré-filosóficas sobre a verdade geralmente nos inclinam a explicar a verdade em termos de correspondência (como podemos ver nas definições de "verdade" da maioria dos dicionários). Segundo as teorias correspondentistas, a verdade é uma relação (ou propriedade relacional) entre dois tipos de entidades: um portador de verdade e um gerador de verdade, isto é, aquilo que torna esse portador verdadeiro (em inglês truth maker). O gerador de verdade é algumas vezes denominado estado de coisas, ou fato. A teoria diz que o portador de verdade f expressa ou representa o gerador de verdade p (f diz que p) e que o portador é verdadeiro quando o gerador de verdade ocorre ou é atual. Mais formalmente:
(f)(f é verdadeiro se, e somente se, f diz que p e p)
Há dois tipos de teorias da correspondência: correspondência como congruência e correspondência como correlação. A correspondência como congruência exige que os elementos do gerador de verdade e do portador de verdade estejam estruturados de maneira análoga. (Ludwig Wittgenstein, no Tractatus Logico-Philosophicus e Bertrand Russell). A teoria da correspondência como correlação não exige esse isomorfismo (John Langshaw Austin).

Geralmente se considera Aristóteles como um defensor de uma teoria da verdade como correspondência. Ele diz na Metafísica que "Dizer do que é que é e do que não é que não é é dizer a verdade e dizer do que é que não é e do que não é que é é dizer algo falso". Mas há quem diga que essa passagem pode ser interpretada como a expressão de uma teoria deflacionária da verdade (cf. infra).

Alguns acreditam que toda teoria correspondentista da verdade é uma teoria realista da verdade. Isso depende de como definimos "realismo" nesse contexto. Se uma teoria realista da verdade é aquela que concebe os geradores de verdade (os estados de coisas ou fatos) como entidades independentes da nossa mente, então parece que poderia haver uma teoria correspondentista não-realista da verdade, isto é uma teoria que concebe os geradores de verdade como dependentes da nossa mente. Mas "independente da mente" é uma expressão ambígua. Algo pode ser independente da nossa mente quanto à existência ou quanto aos nossos estados intencionais (pensamento, crença ou conhecimento). Algo pode ser concebido como independente dos nossos estados intencionais, mas não independente da existência da nossa mente (ou de alguma mente). Se uma teoria realista da verdade exige apenas que os geradores de verdade sejam independentes dos nossos estados intencionais, então uma teoria da correspondência que concebesse os geradores de verdade como dependentes da existência da nossa mente (ou de alguma mente) seria realista.

Não se deve confundir a definição correspondentista de "verdade"
 e o que Alfred Tarski chama de esquema T:
 
(T) "p" é verdadeira se, e somente se, p
Acreditar que as instâncias desse esquema (ou seja, os portadores de verdade que têm essa forma) são verdadeiras não implica aceitar a teoria correspondentista da verdade. Dizer que "'p' é verdadeira" equivale a "p" não é o mesmo que dizer que "p" é verdadeira porque p. Enquanto a equivalência é uma relação simétrica, a relação expressa por "porque" não é. Em outras palavras: dizer "'p' é verdadeira se, e somente se, p" e "p se, e somente se,'p' verdadeira" é dizer a mesma coisa, mas dizer "'p' é verdadeira porque p" não é o mesmo que dizer "p porque 'p' é verdadeira", salvo se quisermos negar que possa ocorrer fatos (geradores de verdade) aos quais não corresponde nenhum portador de verdade. Parece intuitivo supor que há estados de coisas ou fatos que não são representados por nenhum portandor de verdade.
 
A chamada concepção semântica da verdade de Alfred Tarski é apresentada por ele como uma versão da teoria da verdade como correspondência. Mas há quem discorde disso e a veja como precursora do deflacionismo. Uma das motivações da teoria de Tarski era evitar que o paradoxo do mentiroso fosse formulado em uma linguagem que estivesse de acordo com a concepção semântica da verdade. Em tal linguagem o predicado "é verdadeiro" nunca é usado para atribuir verdade aos portadores de verdade da própria linguagem (metalinguagem), mas apenas aos portadores de verdade de uma linguagem objeto. Segundo Tarski a linguagem ordinária permite a formulação do paradoxo do mentiroso porque nela o predicado "é verdadeiro" atribui verdade aos portadores de verdade da própria linguagem ordinária.

Teorias coerentistas

Segundo as teorias coerentistas da verdade, a verdade é uma relação (ou propriedade relacional) não entre os portadores de verdade e os geradores de verdade, mas entre os próprios geradores de verdade. A teoria diz que um portador de verdade é verdadeiro se faz parte de um conjunto coerente de portadores de verdade. A coerência é geralmente definida (quando é) do seguinte modo: um conjunto de portadores de verdade é coerente quando nenhum contradiz o outro e quando qualquer subconjunto desse conjunto implica os demais portadores de verdade do conjunto. Mas não poderia haver dois conjuntos internamente coerentes de portadores de verdade de tal forma que um contradissesse o outro? Qual dos dois então teria portadores de verdade verdadeiros? É para evitar essa dificuldade que se costuma complementar a definição coerentista de verdade do seguinte modo: um portador de verdade é verdadeiro quando faz parte de um conjunto coerente de crenças que descreve completamente o mundo. Um romance de ficção, por exemplo, não atende a essa última exigência, apesar de ser internamente coerente. Mais formalmente:

(f)(f é verdadeiro se, e somente se, 
f faz parte de um conjunto coerente de portadores de verdade
que descreve completamente o mundo)

Teorias pragmatistas

Não é muito claro se, de acordo com as teorias pragmatistas da verdade, a verdade é uma propriedade que os portadores de verdade possuem independentemente das relações que mantêm entre si ou com geradores de verdade. A teoria diz que um portador de verdade é verdadeiro quando a crença na sua verdade é útil. Geralmente se acrescenta que essa utilidade deve ser medida a longo prazo. Uma crença imediatamente útil pode mostrar-se um obstáculo para a ação a longo prazo. A utilidade em questão é referente principalmente às ações de lidar com objetos no mundo, comunicar-se, prever e explicar acontecimentos. Mais formalmente:
(f)(fé verdadeiro se, e somente se, a crença que f é verdadeiro é útil a longo prazo)

Teorias deflacionárias

Segundo as teorias deflacionárias da verdade, a verdade não é uma propriedade substancial, cuja natureza esteja oculta à espera de uma descoberta. Essa tese é sustentada através de uma análise da função do predicado "é verdadeiro". A função desse predicado é trivial e pode ser completamente explicada por meio do esquema T. (Mas aceitar que as instâncias do esquema T são verdadeiras não é o mesmo que aceitar o deflacionismo, ou seja, que a função do predicado "é verdadeiro" pode ser completamente explicada por meio do esquema T.) Para os deflacionistas, as teorias tradicionais da verdade estão todas equivocadas justamente porque supõem que a verdade é uma propriedade substancial cuja natureza oculta deve ser exibida por uma teoria. Há dois tipos de teorias deflacionárias da verdade: a teoria da verdade como redundância e o minimalismo.

De acordo com a teoria da verdade como redundância (geralmente atribuída a Frank P. Ramsey e às vezes chamada de teoria descitacional da verdade [em inglês disquotational theory of truth]), o esquema T é uma equivalência intencional, ou seja, uma sinonímia de acordo com a qual "'p' é verdadeira" significa o mesmo que "p" e, por isso, "é verdadeira" é redundante. Para o teórico da redundância, a verdade não é uma propriedade substancial porque não é propriedade nenhuma. A expressão "é verdadeira" é um pseudopredicado que não denota nenhuma propriedade. Com base nisso o teórico da verdade como redundância sustenta que o predicado "é verdadeiro" é eliminável da linguagem sem perda de capacidade expressiva. Isso significa que poderíamos dizer tudo o que dizemos usando esse predicado sem usá-lo.

De acordo com o minimalismo (defendido por Paul Horwich), o esquema T é uma equivalência essencial (extensional necessária), mas não intencional. O minimalista acredita que o predicado "é verdadeiro" não é eliminável da linguagem sem perda de capacidade expressiva. Segundo o minimalista, o predicado "é verdadeira" é um predicado genuíno que denota uma propriedade genuína, não uma propriedade substancial, mas uma propriedade lógica. (O minimalista tem uma concepção minimalista de predicado e propriedade.) Segundo o minimalismo, o conceito de verdade é neutro com relação à controvérisa entre realistas e anti-realistas.

 

Teoria semântica da verdade

Uma teoria semântica da verdade é uma teoria da verdade na filosofia da linguagem que afirma que a verdade é uma propriedade das sentenças 1

A concepção semântica da verdade foi publicada pelo lógico polonês Alfred Tarski por volta de 1930. Em On the Concept of Truth in Formal Languages ("O conceito de verdade em linguagens formalizadas") Tarski tentou formular uma nova teoria a fim de resolver o paradoxo do mentiroso e, durante essas tentativas, realizou grandes descobertas matemáticas. A mais notável foi o seu teorema da indefinibilidade, similar ao teorema da incompletude de Gödel, que afirma que o conceito de "verdade" para as sentenças em uma linguagem dada não pode ser consistentemente definido dentro dessa mesma linguagem.

Tarski desenvolveu uma teoria para dar uma definição indutiva de verdade. Ele coloca várias condições às quais qualquer definição adequada de verdade deve satisfazer. Dentre essas condições, a principal é aquela referida frequentemente como esquema T (ou Convenção T ou bicondicional de Tarski):

φ ↔ T<φ>,  para toda e qualquer sentença φ2
Para formular teorias sobre a linguagem - evitando paradoxos semânticos, como o do mentiroso - é necessário, distinguir a linguagem sobre a qual se está falando (linguagem objeto) da linguagem que se está usando (metalinguagem).

Para exemplificar isso, tomemos uma sentença \,\!S da linguagem objeto. A condição material da adequação de Tarski, conhecida como convenção T, afirma que toda teoria viável da verdade deve seguir, para cada sentença \,\!S de uma linguagem, a seguinte condição:3
"S" é verdadeiro se, e somente se, S é verdadeiro.
Por exemplo,
"O céu é azul" é verdade, se e somente se o céu é azul.
Analisando a sentença, percebemos que a primeira parte discute sobre "O céu é azul" e a segunda parte discute sobre o céu. Estas sentenças são chamadas sentenças T. Como as linguagens objeto e a metalinguagem são a mesma, acabamos considerando a sentença como trivial.
Outro exemplo de uma sentença T, mas agora com linguagem objeto e metalinguagem diferentes, é:
"The sky is blue" é verdade, se e somente se o céu é azul.
onde a linguagem objeto é o inglês e a metalinguagem é o português.
É importante notar que, tal como foi originalmente formulada por Tarski, essa teoria se aplica apenas a linguagens formais, que satisfaçam determinadas exigências que as linguagens naturais usualmente não satisfazem. Uma das razões para que ele não estendesse sua teoria às línguas naturais é, por exemplo, que não existe um modo sistemático de decidir se uma dada sentença, em uma língua natural, é bem formada.

A abordagem de Tarski foi estendida por Donald Davidson, ainda que de maneira fragmentada, à teorias do significado para linguagens naturais, o que significa tratar a "verdade" como um conceito primitivo, mais do que como um conceito definido.
Para uma linguagem L contendo os conectivos  \lnot ("não"),  \land ("e"),  \lor ("ou") e os quantificadores \forall ("para todo e qualquer") e \exists ("existe"), a definição indutiva de verdade de Tarski teria que atender às seguintes condições:
  • 1)  \lnot A (negação de A) é verdadeira se e somente se A não é verdadeira.
  • 2) A \land B (conjunção de A e B) é verdadeira se e somente se A é verdadeira e B é verdadeira.
  • 3) A \lor B (disjunção de A e B) é verdadeira se e somente se A é verdadeira ou B é verdadeira.
  • 4)  \forall x A(x) (quantificação universal de A) é verdadeira se e somente se cada objeto satisfaz A(x).
  • 5)  \exists x A(x) (quantificação existencial de A) é verdadeira se e somente se há um objeto que satisfaça a A(x).
Isto explica como as condições de verdade das sentenças complexas (construídas a partir dos conectivos e dos quantificadores) podem ser reduzidas às condições de verdade dos seus constituintes. Os constituintes mais simples são sentenças atômicas. Uma definição semântica contemporânea da verdade para as sentenças atômicas seria:
  • 6) Uma sentença atômica F (x1,…, xn) é verdadeira (relativamente a uma atribuição de valores às variáveis x1,…,xn)) se os valores correspondentes das variáveis "comportam" a relação expressa pelo predicado F.
O próprio Tarski definiu a verdade para sentenças atômicas numa variante que não usa termos técnicos da semântica, tal como foi expresso acima. Isto porque ele quis definir estes termos semânticos em termos de verdade, pois produziria uma definição circular se ele usasse um desses termos na definição da própria verdade. A concepção semântica da verdade de Tarski desempenha um importante papel na lógica contemporânea e em grande parte da filosofia da linguagem atual. Uma questão bastante controversa é se a teoria semântica de Tarski deve ser considerada como qualquer teoria da correspondência ou como uma teoria deflacionária da verdade.

 

Paradoxo da realidade ou verdade objetiva

O paradoxo da realidade ou verdade objetiva afirma que a realidade ou a verdade, para serem provadas objetivamente, devem permanecer assentes após uma hipotética sucumbência de todos os seres humanos da face da Terra.

Este e muitos outros paradoxos semelhantes só existem porque a nossa forma de apreender e pensar o mundo (ver os sentidos de apreensão ou percepção das coisas) até hoje continua a usar, em grande medida, as leis da lógica clássica, também denominada lógica aristotélica.

"A verdade de um nem sempre é a verdade do outro, por isso verdade não é realidade, mas sim como uma pessoa vê o mundo." Esta é considerada uma verdade subjetiva, ou também chamada verdade individual. Contudo, a verdade científica, por exemplo, não lida com esse tipo de verdade senão como um tipo específico de método científico, que seja mais próprio em campos de estudo mais intuitivos. Como objeto de estudo, somente a verdade objetiva e universalmente aceita é válida.

É controversa a idéia de que não exista uma verdade objetiva. A idéia de sua não existência é um princípio filosófico chamado solipsismo.

Certeza

Um argumento é uma certeza se, e somente se, a hipótese das premissas do argumento se tornou uma verdade, depois da conclusão provada. 1 Veja este exemplo:
Sem olhar, Laurêncio tirou 100 bolinhas de um saco de 100. Das bolinhas que Laurêncio tirou 100 eram vermelhas.
Laurêncio colocou todas as bolinhas de volta no saco.
Portanto, a próxima bola que Laurêncio puxar para fora da bolsa será vermelha.
A premissa da hipótese tornou-se, realmente, uma conclusão provada. Portanto, esse argumento é uma certeza.
Veja no verbete convicção as diferenças entre este termo e a certeza.

Certeza na psicologia

Certeza é uma condição psicológica, ou estado mental, de que as coisas são tais quais o indivíduo as concebe 2 , ou ainda de estar na posse da verdade. Em outras palavras, caracteriza-se pela absoluta adesão a uma ideia, opinião ou fato, desconsiderando qualquer possibilidade de erro ou equívoco, sendo logo, um antagonismo à dúvida.

Certeza na ciência

Certeza na metodologia científica é um conceito que designa comprovação ou confirmação, com uso do raciocínio lógico (método matemático) e do sistema de verificação empírica com evidências físicas.

Pode-se "ter certeza" de uma idéia quando baseada em experiências e métodos reconhecidos pela comunidade científica, sendo estes nomeados como o Método científico. Nesse sentido, é geralmente associada ao contexto científico de forma democrática, ou seja, dependente do trabalho intelectual e consenso de uma maioria de cientistas que avaliará e determinará a legitimidade e imparcialidade dos estudos, autorgando o status de comprovação científica e tendo sempre por base sistemas minuciosos de mensuração. Para a ciência a certeza é resultante apenas de conclusões obtidas a partir do estudo sistemático e controlado dos fenômenos investigados.

Entretanto, no meio científico, a certeza absoluta não existe, pois se reconhece diferentes níveis de incerteza em todas as observações e medições até então estabelecidas, dada a complexidade dos fenômenos a que se propõe o estudo, sendo estes constituidos, na maioria das vezes, por conjuntos co-dependentes de variáveis interventivas e intervenientes. Logo, com o reconhecimento que não existem de certezas incontestáveis, visto que elas podem ser corrigidas, aprimoradas ou abandonadas ao longo do tempo. Tal processo se dá em função da descoberta de novas evidências, carcterizando um sistema de replicabilidade e refutabilidade.

 a certeza 
 é o critério da verdade.
 

Certeza absoluta

Um argumento é uma certeza absoluta se, e somente se, a hipótese de todas as infinitas premissas do argumento, mesmo aquelas ocultas, se tornasse uma verdade, depois da conclusão provada.3 Veja este exemplo:
Sem olhar, Laurêncio tirou 100 bolinhas de um saco de 100. Das bolinhas que Laurêncio tirou 100 eram vermelhas.
Laurêncio colocou todas as bolinhas de volta no saco.
Portanto, a próxima bola que Laurêncio puxar para fora da bolsa será vermelha.
A premissa da hipótese tornou-se, realmente, uma conclusão provada. Portanto, esse argumento é uma certeza. Mas não é uma certeza absoluta, pois Laurêncio não observou todas as características das bolinhas para constatar que todas as premissas desconhecidas foram satisfeitas. As características ocultas são:
- 25 bolinhas estão pintadas com uma tinta com características similares a da pedra Alexandrita que muda de cor conforme o tipo de iluminação. Quando estão sob a luz do Sol a cor delas é vermelha, mas quando é noite sob a luz de lâmpada incandescente elas são de cor verde .
- Outras 25 bolinhas estão pintadas com uma tinta sensivel a temperatura . Quando a temperatura ambiente esta acima de 17° Celsius, elas são de cor vermelha. Quando a temperatura ambiente esta abaixo de 17° Celsius, elas são de cor azul.
- Outras 25 bolinhas estão pintadas com uma tinta sensivel a umidade relativa do ar. Quando a umidade esta acima de 30%, elas são vermelhas. Mas quando a umidade esta abaixo de 30% elas são de cor amarela.
- As ultimas 25 bolinhas são pintadas com uma tinta sensivel ao Tempo. Hoje elas são vermelhas, mas a passagem do tempo ira fazer elas mudarem para a cor branca em tres meses.
Quando Laurêncio tirou as 100 bolinhas do saco pela primeira vez ,foi há seis meses , numa temperatura de 25° Celsius, numa umidade relativa do ar de 40%, durante o dia, sob o Sol. Então, Laurêncio colocou todas as bolinhas de volta no saco, e teve a certeza de que a próxima bolinha que tiraria do saco seria vermelha.

Mas ele aguardou até hoje para tirar a próxima bolinha. No entanto, hoje, a temperatura é de 10° Celsius, a umidade relativa do ar de 25%, agora é noite e está sob a luz de uma lâmpada incandescente.

Quando Laurêncio tirar a próxima bolinha de saco, terá uma surpresa, pois sua certeza foi destruída por premissas ocultas que ele desconhecia, e ele não vai tirar uma bolinha vermelha do saco.
Pode-se concluir com o exemplo que qualquer argumento pode ter um numero indeterminado ou até infinito de premissas ocultas, podendo mudar um argumento que era uma certeza, para uma convicção ou até para algo equivocado .

O exemplo acima mostra a razão pela qual, na ciência, não existe certeza absoluta, pois sempre existe algum grau de incerteza em todas as observações e medições. Não existem certezas incontestáveis, elas podem ser corrigidas, aprimoradas e abandonadas ao longo dos tempos. Isso é conseguido através de mais evidências, que tornam a certeza uma verdade.

Incerteza é a falta de conhecimento a priori do resultado de uma ação ou do efeito de uma condição.
É um termo utilizado em muitos campos, incluindo filosofia, estatística, economia, psicologia, engenharia e nas ciências naturais. Refere-se à dificuldade de prever eventos futuros em razão de eventuais erros em medidas físicas já realizadas.

Em economia, uma distinção clássica entre risco e incerteza é a proposta por Frank Knight, da Universidade de Chicago, em sua obra Risk, Uncertainty, and Profit ( Risco, Incerteza e Lucro), de 1921. Segundo ele, risco é uma incerteza mensurável - uma "falsa incerteza". Assim, o risco de que um evento ocorra é dado por uma distribuição de probabilidades.

" Incerteza deve ser entendida num sentido radicalmente distinto da familiar noção de risco, da qual nunca foi convenientemente separada (...) Incerteza mensurável, ou risco no sentido próprio do termo, é tão diferente de incerteza não mensurável que, de fato, não é, de modo algum, uma incerteza." 1

O risco designa uma situação em que as possibilidades do futuro são conhecidas. Já a incerteza se refere a uma situação em que não se conhecem essas possibilidades. Knight distingue portanto as situações arriscadas (nas quais a distribuição de probabilidades dos casos possíveis não é conhecida) das situações incertas (nas quais nem mesmo os casos possíveis são conhecidos). Uma incerteza knightiana é portanto uma situação em que o futuro não é e nem pode ser conhecido.

Quase quinze anos depois de Frank Knight ter publicado Risco, Incerteza e Lucro, John Maynard Keynes publicou a A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. No capítulo 12 do livro ("The State of Long Term Expectation"; em português, "O estado da expectativa a longo prazo"), Keynes aprofunda a distinção, originalmente proposta por Knight, entre risco (uma situação em que a probabilidade de futuros resultados pode ser derivada através da teoria da probabilidade e inferência estatística) e incerteza (uma situação em que uma previsão de resultados futuros, suas probabilidades e impacto econômico se baseiam em estimativas subjetivas).2

Assim como Knight, Keynes, que analisou profundamente a importância da incerteza na dinâmica econômica, define como incertos os fenômenos aos quais não se pode aplicar o cálculo de probabilidade:3

"Por conhecimento 'incerto', esclareço, não quero dizer meramente distinguir o que é conhecido com certeza do que é apenas provável. O jogo de roleta não é sujeito, neste sentido, a incerteza ... ou ... a expectativa de vida é apenas levemente incerta. Mesmo a previsão do tempo é apenas moderadamente incerta. O sentido em que estou usando o termo é o de que a perspectiva de uma guerra europeia é incerta ou o preço do cobre e a taxa de juros daqui a vinte anos... Sobre esses assuntos não há base científica para estabelecer nenhum cálculo de probabilidade, qualquer que seja. Nós simplesmente não sabemos."

Numa economia movida a expectativas, quando a incerteza sobre o futuro não pode ser reduzida através de modelos probabilísticos, os agentes econômicos acabam por seguir aquilo que Keynes denominou animal spirits:

"O estado das expectativas de longo prazo, em que baseamos nossas decisões, não depende somente, portanto, da previsão mais provável que possamos fazer. Depende também da confiança que depositamos nessa previsão (...) Se esperarmos por grandes mudanças, mas estivermos muito incertos quanto à forma exata que essas mudanças irão assumir, então nossa confiança será débil. 'O estado de confiança', como chamam, é uma questão à qual os homens práticos sempre prestam a máxima e mais ansiosa atenção. Mas os economistas não têm analisado isto com cuidado, contentando-se, habitualmente, em discutir o assunto em termos genéricos. Em particular, não tem ficado claro que a sua relevância para os problemas econômicos se manifesta como grande influência sobre o investimento [...] Entretanto não há muito a ser dito sobre o estado de confiança a priori. Nossas conclusões devem depender principalmente da real observação dos mercados e da psicologia dos negócios..."4
 

Incerteza de medidas


Definição oficial da União Europeia

A incerteza, segundo a Directiva Comunitária 2007/589/CE, é definida como: o parâmetro associado ao resultado da determinação de uma quantidade, que caracteriza a dispersão de valores que poderiam razoavelmente ser atribuídos a essa determinada quantidade, expressos em percentagem e que descrevem um intervalo de confiança próximo do valor médio compreendendo 95% dos valores inferidos.

Relação entre incerteza, exatidão, precisão e desvio padrão

A incerteza de uma medida exprime-se por uma faixa de valores que não dependem do valor real. Isso pode ser denotado por barras de erros em um gráfico, ou como um valor ± incerteza ou como porção decimal (incerteza). Esta última notação é utilizada, por exemplo, pela IUPAC para apresentar a massa atômica de elementos. Aqui, 1.00794(7) equivale a 1.00794 ± 0.000007.

 

Convicção

Um argumento é convincente se, e somente se, a hipótese das premissas do argumento tornariam a verdade da conclusão provável.1 Veja este exemplo:
Sem olhar, Laurêncio tirou 95 bolinhas de um saco de 100. Das bolinhas que Laurêncio tirou, 95 eram vermelhas.
Portanto, a próxima bola que Laurêncio puxar para fora da bolsa será vermelha.
A premissa da hipótese tornaria, realmente, a conclusão provável. Portanto, esse argumento é convincente.
Veja nos verbetes certeza e certeza absoluta, as diferenças entre estes dois termos e a convicção.

"Provável"

Não há um padrão fixado sobre qual deve ser a provabilidade de um argumento para ser dito "provável". Do mesmo modo que pode-se falar em diversos níveis de provabilidade, pode-se considerar distintas forças de convicção. A força da convicção, por isso, estabelece-se em função do grau de provabilidade. Em um exemplo anterior, o feito de Laurêncio puxar para fora uma bola, a 96, e esta fosse vermelha seria a conclusão mais provável, e por isso o argumento mais forte. É importante notar que esta característica da convicção não é análoga a de validade, própria da lógica dedutiva, já que nela só aceita que um argumento seja válido, sem intermediários.

Um bom argumento

Para que um argumento possa ser considerado um bom argumento, é necessário que este seja uma convicção sólida. Mas, estas não são as qualidades suficientes para isto, por exemplo, um argumento circular pode ser sólido, mas certamente não é um bom argumento. De modo parecido, um argumento convincente pode cometer uma petição de princípio. Para que um argumento seja bom suas premissas devem satisfazer mais condições, de modo que sejam relevantes tanto para o contexto da argumentação, quanto para a conclusão do argumento.

(do Latim fides, fidelidade e do Grego πίστη pistia1 ) é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta idéia ou fonte de transmissão.

A acompanha absoluta abstinência à dúvida pelo antagonismo inerente à natureza destes fenômenos psicológicos e lógica conceitual. Ou seja, é impossível duvidar e ter fé ao mesmo tempo. A expressão se relaciona semanticamente com os verbos crer, acreditar, confiar e apostar, embora estes três últimos não necessariamente exprimam o sentimento de fé, posto que podem embutir dúvida parcial como reconhecimento de um possível engano. A relação da com os outros verbos, consiste em nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo amor, por uma hipótese a qual se acredita, ou confia, ou aposta ser verdade.2 Portanto se uma pessoa acredita, confia ou aposta em algo, não significa necessariamente que ela tenha . Diante dessas considerações, embora não se observe oposição entre crença e racionalidade, como muitos parecem pensar, deve-se atentar para o fato de que tal oposição é real no caso da fé, principalmente no que diz respeito às suas implicações no processo de aquisição de conhecimento, que pode ser resumidas à oposição direta à dúvida e ao importante papel que essa última desempenha na aprendizagem.

É possível nutrir um sentimento de fé em relação a um pessoa, um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um conjunto de regras, um paradigma popular social e historicamente instituído, uma base de propostas ou dogmas de uma determinada religião. Tal sentimento não se sustenta em evidências, provas ou entendimento racional (ainda que este último critério seja amplamente discutido dentro da epistemologia e possa se refletir em sofismos ou falácias que o justifiquem de modo ilusório) e, portanto, alegações baseadas em fé não são reconhecidas pela comunidade científica como parâmetro legítimo de reconhecimento ou avaliação da verdade de um postulado. É geralmente associada a experiências pessoais e herança cultural podendo ser compartilhada com outros através de relatos, principalmente (mas não exclusivamente) no contexto religioso, e usada frequentemente como justificativa para a própria crença em que se tem fé, o que caracteriza raciocínio circular.

A fé se manifesta de várias maneiras e pode estar vinculada a questões emocionais (tais como reconforto em momentos de aflição desprovidos de sinais de futura melhora, relacionando-se com esperança) e a motivos considerados moralmente nobres ou estritamente pessoais e egoístas. Pode estar direcionada a alguma razão específica (que a justifique) ou mesmo existir sem razão definida. E, como mencionado anteriormente, também não carece absolutamente de qualquer tipo de argumento racional.

Contexto Social

A expressão pode assumir diferentes conotações que se afastam parcialmente do significado original a depender do contexto quando empregadas pelo discurso coloquial ou técnico, como por exemplo, o legislativo: Garantir, por encargo legal, a verdade ou a autenticidade do texto de um documento ou de um relato, de uma assinatura, etc. Logo, no contexto social podemos identificar algumas variações semânticas da expressão, tais como:

Má fé

Designa-se má fé quando um indivíduo, ou um grupo de indivíduos, age intencionalmente com o interesse de prejudicar alguém. Como exemplo poderíamos citar uma propaganda enganosa, um contrato desonroso, entre outros.

Boa fé

Designa-se boa fé quando alguém age de maneira honrosa e com boa conduta. Pessoa que faz o possível para cumprir seu dever. Honrada, Honesta, não engana, não age com dolo. Como exemplo podemos citar um contrato oral, em que as partes se comprometem com algum serviço, e ambas concluem suas partes e aceitam de acordo comum que está realizada.

Fé pública

Presunção legal de autenticidade, verdade ou legitimidade de ato emanado de autoridade ou de funcionário devidamente autorizado, no exercício de suas funções. Tudo o que for registado possui fé pública. O registador age em nome do Estado quando usa a expressão Dou fé, significando que, o afirmado, transcrito e certificado, é verdadeiro. Visa proteger o terceiro, que contrata, confiando no que o registo publica. Em sentido geral, esse princípio possibilita que o terceiro, realize de boa-fé um negócio oneroso, passando a ter a presunção de segurança jurídica.

Outras variações populares

Normalmente a expressão popular dar fé significa garantir, assegurar ou transmitir confiança. Em termos gerais significa afirmar como verdade, testificar, autenticar, prestar testemunho autêntico. Da mesma forma, a expressão botar fé, expressa o sentimento de confiança, reconhecimento e aceitação.
Em Cabo Verde o termo tomar fé é o mesmo que tomar conhecimento, notar.

Contexto religioso

Triunfo da Fé sobre a Idolatria. Jean-Baptiste Théodon (1646–1713)
No contexto religioso, "fé" tem muitos significados. Às vezes quer dizer lealdade a determinada religião. Nesse sentido, podemos, por exemplo, falar da "fé cristã" ou da "fé islâmica".
Para religiões que se baseiam em crenças, a fé também quer dizer que alguém aceita as visões dessa religião como verdadeiras. Para religiões que não se baseiam em credos, por outro lado, significa que alguém é leal para com uma determinada comunidade religiosa.

Algumas vezes, fé significa compromisso numa relação com Deus. Nesse caso, a palavra é usada no sentido de fidelidade. Tal compromisso não precisa ser cego ou submisso e pode ser baseado em evidências de carácter pessoal. Outras vezes esse compromisso pode ser forçado, ou seja, imposto por uma determinada comunidade ou pela família do indivíduo, por exemplo.

Para muitos judeus, por exemplo, o Talmud mostra um compromisso cauteloso entre Deus e os israelitas. Para muitas pessoas, a fé, ou falta dela, é uma parte importante das suas identidades.3
Muitos religiosos racionalistas, assim como pessoas não-religiosas, criticam a fé, apontando-a como irracional. Para eles, o credo deve ser restrito ao que é directamente demonstrado por lógica ou evidência, tornando inapropriado o uso da fé como um bom guia. Apesar das críticas, seu uso como justificativa é bastante comum em discussões religiosas, principalmente quando o crente esgota todas as explicações racionais para sustentar a sua crença. Nesse sentido, geralmente as pessoas racionais acabam aceitando-a como justificativa válida e honrosa, provavelmente devido ao uso da palavra ser bastante impreciso, e geralmente associado a uma boa atitude ou qualidade positiva. A atitude também não é incomum entre alguns cientistas, com destaque para os teístas; embora a ciência, ao menos como estipulada pelo método científico, estabeleça um método de trabalho que exclui a fé e os credos como explicações válidas para fenômenos e evidencias naturais. Em ciência as ideias devem ser testáveis e por tal falseáveis, e o status de verdadeiro atrelado a uma ideia é mantido apenas durante a ausência de fato ou evidência científica contraditórios; e obrigatoriamente mediante a existência de fato(s) ou fenômeno(s) científicos que impliquem corroboração.

Permanece um ponto merecedor de discussão saber se alguém deve ou não usá-la como guia para tomar decisões, já que essas decisões seriam totalmente independentes das de outras pessoas e muitas vezes contrárias às delas, gerando consequências potencialmente danosas para o indivíduo e para a sociedade de que faz parte. Um exemplo de consequências danosas, curiosamente também fornecido por pessoas que aceitam o uso da fé (em seus casos particulares), são os ataques terroristas, onde a suposição de que a fé é um motivo válido para a crença e a admissão de que o terrorista pode alegar a fé como justificativa do atentado deixa patente a gravidade do problema.

Fé em Deus

Algumas vezes, fé pode significar acreditar na existência de Deus. Para pessoas nesta categoria, "Fé em Deus" simplesmente significa "crença de alguém em Deus".

Muitos Hindus, Judeus, Cristãos e Muçulmanos alegam existir evidência histórica da existência de Deus e sua interacção com seres humanos. No entanto, uma parte da comunidade de historiadores e especialistas discorda de tais evidências. Segundo eles, não há necessidade de fé em Deus no sentido de crer contra ou a despeito das evidências; eles alegam que as evidências naturais são suficientes para demonstrar que Deus certamente existe, e que credos particulares, sobre quem ou o quê Deus é e por que deve-se acreditar nele são justificados pela ciência ou pela lógica. Em uma perspectiva cristã protestante, foi no sentido definido pela primeira alegação citada é que desenvolveu-se, segundo seus autores, a proposta do Design Inteligente; e segundo as críticas esse desenvolveu-se objetivando apoiar ambas as alegações.

Consequentemente a maioria acredita ter fé em um sistema de crença que é de algum modo falso, o qual têm dificuldade em ao menos descrevê-lo. Isso é disputado, embora, por algumas tradições religiosas, especialmente no Hinduísmo que sustenta a visão de que diversas "fés" diferentes são só aspectos da verdade final que diversas religiões têm dificuldade de descrever e entender. Essa tradição dizem que toda aparente contradição será entendida uma vez que a pessoa tenha uma experiência do conceito Hindu de moksha. O que se é acreditado em referência a Deus nesse sentido é, ao menos no princípio, somente a confiança como evidência e a lógica por qual cada fé é suportada.

Para a ciência, embora o então defendido credo e não necessariamente fé em Deus (ou outra deidade) possa vir a mostrar-se plenamente compatível com as evidências encontradas no mundo natural, tais evidências não são suficientes para garantir ou mesmo implicar a hipótese de Sua(s) existência(s) como certa. A definição mais difundida de Deus, aos olhos da ciência, faz-se por sentença constitutiva notoriamente e certamente não testável frente aos fatos naturais; e por tal é com elas sempre compatível, seja qual for a evidência ou fenômeno, dadas a onipotência e transcendência de Deus em sua definição tradicional. A não falseabilidade ou não testabilidade atreladas às definições de Deus (e demais deidades) bem como aos fenômenos sobrenaturais, não obstante justapostas às transcendências postuladas de tais seres ou eventos causais, são responsáveis pelos Deus(es), deidades ou causas sobrenaturais não figurarem como elementos ou hipóteses válidos no escopo científico propriamente dito. A ciência segue, em decorrência, o método científico e o naturalismo metodológico. E nesses termos, Design Inteligente não é ciência; e Deus encontra suporte apenas na fé!

Finalmente, alguns religiosos - e muitos dos seus críticos - frequentemente usam o termo fé como afirmação da crença sem alguma prova, e até mesmo apesar de evidências do contrário. Muitos judeus, cristãos e muçulmanos admitem que pode ser confiável o que quer que as evidências particulares ou a razão possam dizer da existência de Deus, mas que não é essa a base final e única de suas crenças. Assim, nesse sentido, "fé" pode ser: acreditar sem evidências ou argumentos lógicos, algumas vezes chamada de "fé implícita". Outra forma desse tipo de fé é o fideísmo: acreditar-se na existência de Deus, mas não deve-se basear essa crença em outras crenças; deve-se, ao invés, aceitar isso sem nenhuma razão. , nesse sentido, simplesmente a sinceridade na fé, crença nas bases da crença, frequentemente é associado com Soren Kierkegaard e alguns outros existencialistas, religiosos e pensadores.4 William Sloane Coffin fala que fé não é aceita sem prova, mas confiável sem reserva

Judaísmo

A teologia Judaica atesta que a crença em Deus é altamente meritória, mas não obrigatória. Embora uma pessoa deva acreditar em Deus, o que mais importa é se essa pessoa leva uma vida decente. Os racionalistas Judeus, tais como Maimónides, mantêm que a fé em Deus, como tal, é muito inferior ao aceitar que Deus existe através de provas irrefutáveis.5

Na Tanakh

Na Bíblia Hebraica a palavra hebraica emet ("fé") não significa uma crença dogmática. Ao invés disso, tem uma conotação de fidelidade (da forma passiva "ne'eman" = "de confiança" ou "confiável") ou confiança em Deus e na sua palavra. A Bíblia hebraica também apresenta uma relação entre Deus e os filhos de Israel como um compromisso. Por exemplo, Abraão argumenta que Deus não deve destruir Sodoma e Gomorra, e Moisés lamenta-se por Deus tratar os Filhos de Israel duramente. Esta perspectiva de Deus como um parceiro com quem se pode pleitear é celebrada no nome "Israel," da palavra Hebraica "lutar".

Cristianismo

Segundo o pensamento cristão, todo o conjunto dos ensinos transmitidos por Jesus Cristo e seus discípulos constitui a "fé". (Gálatas 1:7-9) A fé cristã baseia-se em toda a Bíblia como a Palavra de Deus, que inclui as Escrituras Hebraicas, as quais Jesus e os escritores das Escrituras Gregas Cristãs frequentemente citaram em apoio das suas declarações. Segundo estas Escrituras, para ser aceitável a Deus, é necessário exercer fé em Jesus Cristo, e isto torna possível obter uma condição justa perante Deus.
Fé é acreditar em coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem, independentemente daquilo que vemos, ou ouvimos".
 — Hebreus 11:1.

Novo Testamento





Na Bíblia, a palavra fé transmite a ideia de confiança, fidúcia, firme persuasão. A fé é "o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem" (Hebreus 11:1), é a convicção de algo subjacente a condições visíveis e que garante uma posse futura, sendo a base de esperança para se ter convicção a respeito de realidades não vistas. Segundo Romanos 10:17 a fé vem pelo aprendizado da bíblia.

Comentando a função da fé em relação ao convénio com Deus, o escritor das cartas aos Hebreus traduz fé com a mesma palavra que geralmente aparece em antigos papiros oficiais de negócios, dando a ideia que um convénio é uma troca de garantias que garantam que futuras transferência de posses descritas no contrato. Nessa visão, Moulton e Milligan sugerem a redenção: "Fé é o título da ação esperada.".6 Sintetizando o conceito, no Novo Testamento a fé é a relação sobre a auto-revelação de Deus, especialmente no sentido de confidência com as promessas e medo de ameaças que estão nas escrituras. Os escritores evidentemente supõem que os seus conceitos de fé estão enraizados nas escrituras hebraicas. No mais, os escritores do Novo Testamento igualam fé em Deus com crença em Jesus.

Catecismo da Igreja Católica

Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC), a fé "é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou e que a Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria Verdade. Pela fé, o homem entrega-se a Deus livremente. Por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de Deus, porque «a fé opera pela caridade»" (Gálatas 5:6).

Catecismo de Westminster

Nas palavras do Catecismo de Westminster: "Fé em Jesus Cristo é a graça da salvação, por meio de qual nós recebemos e repousamos sobre ele para a salvação, como ele é ofertado para nós no evangelho". O objecto da fé salvadora é toda a revelação da palavra de Deus. Fé aceita e acredita nisso como verdade mais certa. Mas o ato especial de fé que une a Cristo tem como seu objecto a pessoa e o trabalho do Senhor Jesus Cristo. Esse é o ato específico de fé que um pecador é justificado perante Deus.
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