O Magnum Mysterium -
Tomas Luis de Victoria
http://www.youtube.com/watch?v=g-cAhz3OfUE&NR=1&feature=fvwphttp://www.youtube.com/watch?v=g-cAhz3OfUE
"Genismo"
Por:"Jocax" USP
Quarta-feira, 25 de Novembro de 2009 16:33
Referências: A Meta-Ética-Científica
http://stoa. usp.br/mec/ files/-1/ 8604/mec. htm
Valores do Prazer e Sofrimento na MEC
Resumo:
A Meta-Ética-Científica (MEC) preconiza que a felicidade é uma soma ponderada pelo tempo dos valores de prazer e dor. Entretanto, podemos provar que o sofrimento pode ser, em valore absoluto, muito maior que o prazer, de modo que não existe uma simetria entre prazer e sofrimento. Dessa forma, ações que provocam sofrimento em geral também não são contrabalançadas pelo ganho de prazer obtido com elas e isso impacta na justiça e na ética baseadas na MEC.
No tempo e espaço onde a origem da vida teve inicio, e também algum tempo depois, não deveria haver no mundo dor e prazer. Os micro-organismos que se desenvolviam naquele mundo inóspito não tinham estruturas biológicas suficientes- como neurônios-, para analisar aos sinais provenientes do ambiente. Assim, a vida se desenvolveu por um bom tempo sem nenhum sentimento associado.
Posteriormente, com as mutações acontecendo, e a seleção dos mais aptos, os sentimentos entraram em cena. Estruturas complexas, culminando atualmente com o cérebro humano, se desenvolveram com a capacidade de sentir dor e prazer.
Assim, em nosso passado evolutivo, onde a maioria de nossos genes foi “esculpida” por seleção natural, creio que podemos fazer as seguintes afirmações:
A dor (ou sofrimento) deveria servir para impedir que o organismo agisse contra o interesse de seus genes, sinalizando -e muitas vezes ensinando- a consciência de que determinados eventos ou ações deveriam ser evitadas, pois seriam prejudiciais aos seus genes (por exemplo, a sua própria vida ou a de seus filhos). Dessa forma, o sistema nervoso deve ter sido “moldado” para que quanto maior a probabilidade de um evento prejudicar os genes do organismo, tanto maior deverá ser a dor sentida por ele. Por exemplo, a perda de um filho; o medo de altura; o cheiro ruim de fezes; ferir o corpo; passar fome etc. são exemplos de eventos que geram sofrimento, porque podem prejudicar de forma diferenciada os genes do organismo, caso não evite tais eventos.
De forma análoga, o prazer tem uma finalidade semelhante: sinalizar e ensinar ao organismo quais eventos ou ações são benéficas aos seus genes: Em geral, quanto maior o prazer mais benéfico aos genes deve ser o evento. Por exemplo, o sexo, saciar a fome, conseguir poder, status etc. são exemplos de alguns eventos que devem produzir prazer uma vez que também tendem a auxiliar os genes dos organismos que os experimentam.
Devemos observar que nem todos os eventos de nossa era moderna, como usar drogas, por exemplo, foram alvos da seleção natural! Por certo, com o decorrer do tempo evolutivo, as drogas deverão também ser naturalmente evitadas pelo ser humano, ou tornarem-se inócuas a ele, uma vez que viciados em drogas tendem a ter seu “fitness” (capacidade de sobrevivência e reprodução) diminuído em relação aos não usuários.
Apesar de a dor e do sofrimento parecerem ser simétricos em relação ao valor que o organismo dê a eles, na verdade não é isso que de fato ocorre. O que acontece é que os sofrimentos podem ser milhares de vezes superiores (em valor potencial de sentir) que os prazeres. E isso pode ser explicado de uma forma simples: Em nosso passado evolutivo não existiam eventos que implicassem num grande aumento “fitness” do organismo. Não existiam “Loterias” que do dia para a noite deixassem o individuo rico, também não existiam “Prêmios Nóbeis” em que tornassem um cientista ou pensador, do dia pra noite, internacionalmente famoso e rico. Não existia capitalismo onde um industrial poderia acumular grande riqueza em sua curta vida. O que poderia acontecer, no máximo, é que o individuo se tornasse um “macho alfa”, com direito ao poder e a uma maior chance de passar seus genes em maior número às próximas gerações (se calhasse de não ser traído e também ter relações com as fêmeas em período fértil).
Por outro lado, existiam inúmeros eventos que poderiam, numa fração de minuto, exterminar sua vida, matar toda a sua família ou ainda toda a sua tribo! Uma única picada de cobra poderia por fim à vida do organismo, uma matilha de lobos ou família de leões poderiam dar cabo de toda a família em poucos minutos, uma guerra tribal poderia acabar com toda a tribo! Assim, havia milhares de vezes mais facilidade, e perigo, em relação a eventos que causassem grande perda de potencial “gene-perpetuativo”, isto é da morte dos genes do que em relação aos poucos eventos que se ganhasse um pouco mais de sobrevivência genética. As perdas poderiam ser muito maiores que os ganhos.
Por esta razão o sofrimento pode ser muito maior que o maior dos nossos prazeres, e isso deve provocar uma grande influência na ética e no direito. Se fizermos um mal a outras pessoas, então este sofrimento imposto pode ser, e em geral é, muito maior que o prazer que podemos obter com o mal feito. Assim, o valor do sofrimento no cálculo da felicidade utilizado pela MEC (Meta-Ética-Científica) deve ter um peso muito maior do que o prazer decorrente da ação que porventura causou este sofrimento. De modo que dificilmente um mal feito a outrem pode ser pago com o equivalente em prazer obtido.
Acredito então que a melhor forma de avaliar (objetivamente) os valores dos sentimentos (dos seres que evoluíram por seleção natural) em relação às medidas de ativação dos centros de prazer e dor do cérebro seja utilizar o valor da capacidade “gene-perpetuativa” do organismo em relação ao evento que provoca aquele dado sentimento.
Assim sendo, em relação a eventos que existiam no passado remoto, onde nossos genes se desenvolveram, quanto maior for o potencial de perda “gene-perpetuativa” que o evento pode infringir ao organismo, maior deverá ser o valor do sentimento. Analogamente, quanto maior for o ganho “gene-perpetuativo” de um dado evento que provoca um dado sentimento, maior o valor do prazer daquele sentimento.
João Carlos Holland de Barcellos - JOCAX
"Genismo" .
jocaxx@gmail.com
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