domingo, 14 de março de 2010

POSSÍVEL PLANETA DA ESTRELA VEGA




Audio: 'Pianistas invisíveis': Especialista Jürgen Hocker apresenta obras para piano mecânico (mp3, 65:13)

Possível planeta em torno da estrela Vega



A presença de duas bolsas de poeira pode ser a assinatura de um planeta invísivel com uma órbita muito excêntrica. Crédito: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA), EUA. 
 
Astrónomos do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian (CfA), EUA, anunciaram que observaram certas características na poeira circunstelar de Vega
Vega
Vega é a estrela mais brilhante da constelação da Lira e a quinta estrela mais brilhante do céu nocturno. Trata-se de uma estrela adulta (dita da sequência principal) de classe espectral A, a uma distância de 25 anos-luz. que sugerem a existência de um planeta
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
com uma órbita excêntricaà volta da estrela
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
.

A se confirmar, este resultado vem mostrar que os efeitos gravitacionais exercidos pelos planetas extra-solaresna poeira circunstelar permitem inferir a sua presença e as suas propriedades orbitais.

Um processo semelhante ocorre no Sistema Solar
Sistema Solar
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e por todos os objectos que lhe estão gravitacionalmente ligados: planetas e suas luas, asteróides, cometas, material interplanetário.
mas a uma escala muito menor. As partículas de poeira criadas pelas colisões de asteróides
asteróide
Um asteróide é um pequeno corpo rochoso que orbita em torno do Sol, com uma dimensão que pode ir desde os 100 m até aos 1000 km. A maioria dos asteróides encontra-se entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Também são designados por planetas menores.
e durante a evaporação dos cometas
cometa
Os cometas são pequenos corpos irregulares, compostos por gelos (de água e outros) e poeiras. Os cometas têm órbitas de grande excentricidade à volta do Sol. As estruturas mais importantes dos cometas são o núcleo, a cabeleira e as caudas.
descrevem órbitas
órbita
A órbita de um corpo em movimento é a trajectória que o corpo percorre no espaço.
espirais em direcção ao Sol
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
. A simples presença dos planetas afecta a distribuição destas partículas em torno do Sol, produzindo zonas em que a sua densidadeé maior e outras em que é menor devido a ressonâncias. Como exemplo, o planeta Terra induz o aparecimento de um anel de poeira na sua órbita em torno do Sol.

Quando observado a grandes distâncias e se a quantidade de poeira for elevada, uma das formas para detectar a presença de um planeta poderá ser através da assinatura deste na poeira circunstelar. Uma forma de visualizarmos o que acontece é imaginarmo-nos a sobrevoar, a grande altitude, um lago onde se vêem ondas na superfície. Sabemos que essas ondas são produzidas por algo, muito provavelmente um pequeno barco, que devido à grande distância a que nos encontramos não é observado. O mesmo se passa com o disco circunstelar de poeira em Vega, em que o planeta é o pequeno barco.

As novas observações de Vega foram efectuadas recorrendo ao interferómetro Plateau de Bure Interferometer (PdBI) do Institut de RadioAstronomie Millimetrique (IRAM), um conjunto de 5 antenas de 15 metros de diâmetro localizadas nos Alpes franceses. Estas observações são sensíveis a estruturas com diâmetros da ordem da órbita de Saturno
Saturno
Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. Com um diâmetro cerca de 10 vezes o da Terra, é o segundo maior planeta do Sistema Solar. A sua característica mais marcante são os belos anéis que o rodeiam.
.
Uma das grandes vantagens de se observar em comprimentos de ondatão elevados (1,3 milímetros) é que o contraste entre a estrela e as partículas de poeira é muito menor do que no domínio óptico. Desta forma podemos observar a poeira que era invísivel em outros comprimentos de onda.

O sistema Vega é um alvo preferêncial de estudo pois o seu plano equatorial encontra-se quase perpendicular à nossa linha de visão, permitindo que análises detalhadas da poeira circunstelar sejam efectuadas. As novas observações de alta resolução detectaram duas bolsas de emissão de poeira. Uma das bolsas está localizada a 60 UA

unidade astronómica (UA)
Unidade de distância, definida como a distância média entre a Terra e o Sol, que corresponde a 149 597 870 km, ou 8,3 minutos-luz.
(Unidades Astronómicas) sudoeste de Vega e a outra a 75 UA nordeste. Segundo Wilner, "A existência de dois picos de emissão e tão distantes entre si são explicados naturalmente se admitirmos a influência dinâmica de um planeta invisível".

Simulações numéricas mostram que um planeta no seio de uma nuvem de poeira com movimento em espiral produz duas zonas de maior densidade de poeira a distâncias diferentes da estrela, fora da órbita do planeta, e não alinhadas com a estrela. Isto é exactamente o que foi observado por esta equipe de astrónomos. No entanto, são necessárias mais observações para se confirmarem estes resulatdos.

Fonte da notícia: http://cfa-www.harvard.edu/cfa/ep/pressrel/wilner_aas02.html

                                Exraído do Portal do Astrônomo - Portugal
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