terça-feira, 20 de abril de 2010

CELIBATO É EVOLUÇÃO


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Sócrates 
. Para o filósofo grego o celibato era uma opção fundamental que permitia a plena dedicación ao conhecimento.

Celibato (em latín caelebs, caelibis) refere-se ao estado daqueles que não se casam ou que não têm um casal sexual

Um solteiro pode ser chamado célibe, no entanto, o conceito adquiriu um sentido de opção de vida. Pelo geral entende-se como célibe àquele que não quer se casar e prefere a soltería de maneira permanente por alguma razão. Disto se desprende que a opção pelo celibato pode ser religião|religiosa]] como se apresenta entre o sacerdotes católicos, os monges budistas e outras religiões; filosófica como a opção de Platón pelo estado celibatal; social como se apresenta em muitas pessoas que optam por dito estado como opção pessoal. 

O comum é que o estado celibatal seja voluntário, mas também pode ser induzido ou forçado como no caso histórico do escravos. 

No mundo ocidental o conceito de celibato tem sido fortemente influenciado pela Igreja Católica no ponto que muitos o identificam como um assunto exclusivo do catolicismo. Por sua vez, Oriente conhece este estado pela Igreja Ortodoxa, o Budismo e o Hinduismo. As opções célibes de pensadores, escritores, artistas ou líderes, são menos conhecidas que a dos religiosos, mas não por isso menos significativas.

História
Noviços budistas entre cujas práticas de vida religiosa se encontra o celibatismo, bem mais antigo que em Occidente com o cristianismo.

Do hinduismo ao budismoAs opções célibes eram já conhecidas na Índia]] através do Hinduismo com o surgimiento dos ascetas e anacoretas e aqueles que deixavam o mundo material para procurar a explicação trascendental da existência através da contemplación. Este esquema pode ser provado nos depoimentos de Siddharta Gautama (a. 560 e 480 a. C.) quem em busca da verdade une-se a estes. Conquanto o jovem brahmín não continuou o caminho dos anacoretas hinduistas, indubitavelmente estes influencierían muito no novo sistema espiritualista do qual ele seria o fundador.

O monge budista é o que segue o caminho do Buda e portanto procura o desapego como método da realização plena. Segundo o budismo, o sofrimento do mundo é produto do apego[1] e em dito sentido o casar-se não está contemplado dentro desse caminho de desprendimiento. O mesmo Siddharta abandonou a Yasodhara, com a qual se tinha casado à idade de 16 anos e tido um filho, Rahula, quem depois unir-se-ia a seus ensinos como bonzi.

O celibato budista tem tido seus contestaciones contemporâneas por parte de movimentos seculares em países de maioria budista. Um dos exemplos é o filme de Pan Nalin, "Samsara", (2001), na qual se questiona o abandono de Yasodhara e seu filho por parte de Siddharta através da história de amor de um jovem bonzi em um lamasterio do Himalaya que se apaixona de uma rapariga da aldeia próxima. 

O jovem abandona o monasterio e casa-se com ela, mas após vários anos sente a nostalgia da comunidade religiosa e, tal como Siddharta com Yasodhara, a abandona depois da imprecación de sua esposa quem lhe diz "que é mais importante: satisfazer mil desejos ou conquistar tão só um...".[2]
Entre a filosofia grega
Jacob, seguido de suas esposas e filhos, encontra-se com seu irmão Esaú.[3] 

Nas culturas semitas a procriação é um preceito divino inevitável.

Por sua vez, quase contemporaneamente em Ocidente, seriam os gregos os que conheceriam dito estado através da filosofia, por exemplo Platón e Sócrates que a viam como um elemento primordial para quem se dedica inteiramente ao conhecimento. No diálogo "O banquete ou do amor", Sócrates dá seu próprio ponto de vista a respeito do significado do amor segundo um diálogo que teve com Diotima, uma estrangeira. Dantes, escuta os elogios ao amor por parte de seus amigos, quem ressaltam a beleza e a virtude de engendrar:
Por esta razão, quando o ser fecundante se aproxima ao belo, cheio de amor e de alegria, se dilata, engendra, produz.[4]

Por sua vez, Diotima faz a Sócrates uma comparação entre o desejo de engendrar entre os animais e o homem:
(...) enfermizos, efeito da agitación amorosa que lhes persegue durante o emparejamiento, e depois, quando se trata do sustenta da prole, não vês como os mais débis se preparam para combater aos mais fortes, até perder a vida, e como se impõem a fome e toda a classe de privações para a fazer viver? Com respeito aos homens, pode achar-se que é por razão o fazer assim; mas os animais, de onde lhes vêm estas disposições amorosas? Poderias dizê-lo?[5]

Por último conclui Sócrates que existem dois tipos de fecundidades:

   1. Aquela "relação ao corpo" que "(...) amam as mulheres, e inclinam-se com preferência a elas, crendo assegurar, mediante a procriação dos filhos, a imortalidade, a perpetuidad de seu nome e a felicidade que se imaginam no curso dos tempos".[5]

   2. e a de "os que são fecundos com relação ao espírito...". Diotima acrescenta: "porque há que são mais fecundos de espírito que de corpo para as coisas que ao espírito toca produzir. E daí é o que toca ao espírito produzir? A sabedoria e as demais virtudes que têm nascido dos poetas e de todos os artistas dotados do génio de invenção. Mas a sabedoria mais alta e mais bela é a que preside ao governo dos Estados e das famílias humanas, e que se chama prudência e justiça".[5]

No judaismo e o Islão
Aparte de hinduistas e gregos, são escassos os povos que lhe dessem valor ao celibato como opção de vida e, como sucedeu com o judaísmo bíblico este era visto mais como uma maldição divina. Por exemplo, no voto de Juízes|Jefte]], sua filha, a qual devia ser sacrificada segundo a promessa de seu pai, não chora por sua morte, senão porque morrerá virgem.[6] 

Povoar a terra estabelece-se como um mandato divino tal como está expressar no Génesis e inclusive dantes do pecado do homem, "Deus abençoa-os e disse-lhes: Sejam fecundos e multipliquem-vos, encham a terra".[7] Dito mandamiento é reiterado após o relato do Diluvio universal: "Sejam fecundos e multipliquem-vos e encham a terra".[8]

O dever bíblico de procrear-se expressa-se em Sara, a qual diz de si mesma que "Deus impediu-me de ter filhos" e para cumprir com o mandamiento esta dá a seu marido a seu escrava Agar: "une a minha escrava, de repente dela terás filhos".[9] Depois as duas esposas de Jacob com suas respectivas escravas começam uma autêntica concorrência de procriação para dar descendentes a seu marido do qual nasceriam as doze tribos de Israel.[10] Neste aspecto é significativo o diálogo entre Raquel e seu marido quem reclama-lhe "dêem-me filhos ou se não me morro".[11]

Outras personagens bíblicas teriam casos similares, mas o mais significativo é aquele que se encontra já sobre a solia do cristianismo quando Isabel, a esposa do sacerdote Zacarías, lhe é concedida um filho em sua velhice e dizem os presentes "o Senhor tinha exaltado nela sua misericordia".[12]

Esta ideia judaica passaria igual ao Islão que é fiel à reprodução da vida como uma lei divina segundo os mandamientos antigos, inclusive através da poligamia, praticada na actualidade em muitos países.

Do judaismo ao cristianismo
Os monges do deserto contam-se entre os primeiros cristãos que praticaram o celibatismo, a ascesis e o desprendimiento do mundo como uma maneira de seguir a Cristo de maneira radical.

A evolução do celibatismo cristão é bastante complexo e adquire duas dimensões: o celibato sacerdotal e o celibato monacal, os quais costumam se confundir.

O sacerdocio cristão como evolução conceptual das comunidades cristãs dos primeiros séculos de nossa era não contempla nem bíblica nem tradicionalmente o celibatismo como preceito obrigatório para a condição do sacerdote. 

Como um movimento nascido no seio do judaismo, o cristianismo vê a reprodução humana como preceito divino, no entanto, surgem várias novidades que o distinguem.

Se para o judaismo bíblico a não procriação era signo de maldição ou castigo, para o cristianismo dita perspectiva pode ser assumida desde outra posição se a não procriação é por opção religiosa. O cristianismo primitivo, quiçá por uma influência helénica, cria uma verdadeira dicotomía entre a dimensão espiritual e os que "vivem segundo a carne".[13]

A diferença do Buda, Cristo não propõe o celibato como médio obrigado para atingir a meta divina. Pelo contrário, utiliza múltiplas figuras que correspondem plenamente à cosmogonía semita, por exemplo, quando se refere ao casal recorda a tradição:
Não tendes leido que o Criador desde o começo os fez varão e hembra e que disse: Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher, e os dois farão uma sozinha carne?[14]

O ponto inovador é precisamente na menção da continência voluntária que segue imediatamente a esta menção do casal como lei divina:
Porque há eunucos que nasceram assim do seio materno, e há eunucos factos pelos homens, e há eunucos que se fizeram tais a si mesmos pelo Reino dos Céus.[15]

De Wikipedia, a enciclopedia livre

Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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