sábado, 10 de julho de 2010

A MONADOLOGIA DE LEIBNIZ- Mozart's Great Mass - Alice Millar Chapel Choir and NUSO



Mozart's Great Mass 


ZemArte
O grau simbólico desta eclipsante onda melódica indica a felicidade como uma pista para a real  integração social e planetrária
O elevado impacto da energia do eclipse 11-06-2010 poderá ser sentido por todo mundo até três meses antes e tem reverberações sutis que se estendem por até 3 anos adiante.
. O entendimento completo do impacto deste evento cósmico só começará a ser descortinado na alma.

Será grandioso e potente!
- PARA MEDITAR E MANIFESTAR- Sê plena-mente!
A Monadologia de Leibniz

Comentários acerca de 
Os Princípios de Filosofia ditos A Monadologia” 
de G.W Leibniz Alexandre Costa Leite

A) Introdução
O presente texto tem como objetivo expor os principais conceitos( ou idéias) e princípios que circulam no livro ” A Monadologia” de Leibniz. Para realizar esse intento começarei com o objeto mais simples até chegar, gradativamente, ao mais complexo. Assim, a estratégia de observação consiste em partir da idéia de mônada e atingir a idéia de deus; a mesma estratégia leibniziana. No intervalo que se localiza entre essas duas noções mostrarei os princípios da razão que coordenam o labor lebniziano.

B) Desenvolvimento
                        1.1. A mônada é uma substância simples, visto que não possui partes. É uma unidade simples, logo não-composta e indivisível;

                       1.2. Quanto à formação e à extinção das mônadas só pode ser dito que elas se formam e se extinguem instantaneamente, como mostrado pelo fato de elas não terem partes. Assim, só o que é composto se forma pela composição de partes e se dissolve pela decomposição de partes. Então, as mônadas só começam por criação e acabam por aniquilamento;

                       1.3. As mônadas são entes porque têm qualidades. Isenta de qualidade uma mônada seria indistinguível de outra, pois não diferem em quantidade. A diversidade de qualidade nas mônadas implica a multiplicidade de formas das coisas que compõem o mundo e faz a mônada ser uma estrutura que pode ser compreendida como uma multiplicidade contida na unidade;

                       1.4. A mônada é uma espécie de ser passível de mudança contínua. Ora, ” as mônadas não tem janelas por onde qualquer coisa possa entrar e sair”, por conseguinte, a variação das mônadas só pode se dar por um princípio intrínseco a ela, nada influindo do exterior. A ação desse princípio interno é o antecedente que induz a mudança e ao fluxo de uma percepção a outra; o nome de tal princípio é apetição. Percepção é o nome utilizado para caracterizar o estado passageiro que envolve uma multiplicidade na unidade ou substância simples. A mudança tem uma particularidade que produz a variedade na substância simples.

                       1.5. Cada mônada é ” um espelho vivo e perpétuo do universo”, e este  é regulado em uma ordem perfeita; é o espelho porque cada mônada é uma multiplicidade, com inúmeros compartimentos e a realizar em referência as outras mônadas relações que exprimem todo o universo.

                       2.1 O que distingue os homens dos animais é o fato daqueles terem o conhecimento das verdades necessárias e eternas, ou seja, terem alma racional. Duas são as espécies de verdade: as de razão e as de fato. Aquelas ” são necessárias, e o seu oposto, impossível; as de fato são contingentes, e o seu oposto, possível.” Por exemplo: ” Se o homem é azul, então o homem é azul ou amarelo.” É uma verdade necessária, eterna e de razão, pois é uma tautologia,  logo é uma necessidade lógica que se refere ao verdadeiro p->(p v q). As verdades de razão são verdades lógicas e não-empíricas, porisso pode-se até dizer que são a priori. A necessidade pode ser compreendida como aquilo que é impossível que seja de outra forma. Ao contrário, “está chovendo” é uma verdade contingente e de fato, pois não é sempre o caso que tal expressão assume o valor de verdade “o verdadeiro”, mas sim só quando chove, ou seja, se e somente se estiver chovendo. É uma verdade que precisa de conteúdo, assim é uma verdade material, ou seja, empírica. Contingente, no dito de Russell, significa que é logicamente possível que não existisse. É possível que seja de outra forma. Depois do ganho teórico que Hume nos deu fica fácil compreender o porquê da conexão não-necessária entre os fatos.

                       2.2  Dois são os princípios de nossos raciocínios: o da contradição e o da razão suficiente. ” o da contradição, pelo qual consideramos falso o que ele implica, e verdadeiro o que é  oposto ao falso que lhe é contraditório”, ” e o da razão suficiente, pelo qual entendemos não poder algum fato ser tomado como verdadeiro ou existente, nem algum enunciado ser considerado verídico, sem que haja uma razão suficiente para ser assim e não de outro modo, embora freqüentemente tais razões não possam se conhecidas por nós”; o argumento da contradição diz que algo não pode ser verdadeiro e falso simultaneamente quando refere-se ao mesmo sujeito, por exemplo: ( tabela dos valores verdade mostra em que casos uma contradição é falsa; a lógica formal clássica tem como uma regra de inferência a contradição que diz que podemos inferir de uma fórmula bem formada da forma “p. ~p -> q” qualquer coisa) o argumento da razão suficiente diz que tudo tem uma razão, ou seja, uma causa.

                       3.1 “Deus” é o nome dado por Leibniz para caracterizar a substância necessária que é a razão última das coisas( prova da existência de deus pela razão suficiente). Há somente um deus, e esse é suficiente, único, universal , necessário, absolutamente perfeito e que está fora do universo. deus é o fundamento que possibilita as existências, pois ” sem ele nada haveria de real nas possibilidades, e não somente nada haveria existente, como ainda nada seria possível”; e o seu entendimento é o habitat das verdades eternas. Assim, deus é a substância originária que cria todas as mônadas.

                       3.2 Deus, de acordo com Leibniz, criou o melhor dos muitos mundos possíveis
. “Ora, como há uma infinidade de idéias de Deus e apenas um único pode existir, tem de haver razão suficiente da escolha de deus, que o determine a preferir um e não o outro.” Russell diz que um mundo é possível quando não contradiz as leis da lógica. Segue-se que se Deus é bom, então  criou o melhor dos mundos possíveis, ou seja, aquele que tem um maior excesso de bem sobre o mal( princípio do melhor).


C) Conclusão

                    O sistema filosófico de Leibniz pode ser caracterizado de esquema  conceitual intelectualista devido ao fato de ter construído um “sistema intelectual do mundo”, isto é, “creu conhecer a natureza íntima das coisas, enquanto comparou todos os objetos apenas com o entendimento e com os outros conceitos abstratos e formais de seu pensamento”, afirma Kant em sua Crítica da Razão Pura. Leibniz parecia pensar estar conhecendo a coisa em si através do entendimento que se realiza antes da verificação empírica.

                   O complexo conceitual lebniziano é a clássica metafísica que busca dar uma fundamentação última ao conhecimento; Leibniz, como Descartes e Espinosa, se depara com o conceito de Deus nessa tentativa de atingir uma base segura e não-contraditória para o conhecer. Sem o conceito de Deus a máquina de conceitos de Leibniz não funcionaria, seria apenas como um carro sem combustível. O conceito de Deus é muito importante para a constituição da moral que é gerada pelo sistema metafísico. Em uma extensa quantidade de mundos logicamente possíveis, Deus escolheu justamente o nosso mundo por ser este o melhor de todos( Se Deus é bom, então escolhe o melhor). Assim, cada um deve se contentar e afirmar sua alegria independente da situação em que se encontra, pois este é “o melhor dos mundos possíveis”.
Fonte:
CONSCIENCIA.ORG
http://www.consciencia.org/leibnizowl.shtml
D) Bibliografia

1- Leibniz, Gottfried Wilhelm. Princípios de Filosofia ditos A Monadologia, coleção Os Pensadores.
2- Russell, Bertrand. História da Filosofia Ocidental. Tradução de Brenno Silveira. Editora UnB. 4 ed.
3- Chatelêt, François. História da Filosofia- idéias, doutrinas. Texto de Rafaël Pividal ” Leibniz ou o Racionalismo levado ao paradoxo”

Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

2 comentários:

Radeir disse...

MONADOLOGIA -Fragmentos:

- Esse mundo, criado por Deus, nada mais é que uma coleção de substâncias simples, um mundo de mônadas. Nós próprios somos um tipo particular de mônada: temos o poder de refletir sobre nós mesmos e de compreender a estrutura que necessariamente compõe este mundo e, assim, podemos apreciar a posição privilegiada que Deus nos reservou neste plano universal - NT- pag 10


- Mônada é - átomos reais da natureza ou elementos das coisas. (Hoje, a ciência a chama de "IONS")

- Como as mônadas não possuem partes, não podem ser formadas, tampouco destruídas.Podem tão-somente vir a existir por criação e deixar de existir por aniquilação.

-Tanto homens como animais têm memória e formam associações entre percepções presentes e passadas...."Mas o conhecimento das verdades necessárias e eternas é o que nos distingue dos simples animais e nos faz possuidores da Razão e das ciências, nos elevando a um conhecimento de nós mesmos e de Deus.É isto que, em nós, denomina-se Alma Racional ou Espírito."

-As Mônadas não possuem janelas através das quais algo possa entrar ou sair.[7]

- Todavia, as Mônadas precisam ter algumas qualidades, do contrário nem mesmo seriam entes.E se as substâncias simples não diferissem por suas qualidades,não haveria modo de apercebermos qualquer modificação nas coisas,já que aquilo que está no composto só pode vir de seus ingredientes simples, e se as Mônadas carecessen de qualidades,seriam indistinguíveis umas das outras, já que também não diferem em quantidade;e, consequentemente,suposto o pleno, cada lugar receberia sempre, no movimento, só o Equivalente do que antes havia tido, e um estado de coisas seria indiscernível de outro.

-...Como toda mudança natural ocorre gradativamente, alguma coisa sempre muda e outra sempre permanece.

- ...a Alma é uma substância simples, devem reconhecer essa multiplicidade na Mônada.

- [22] E como todo estado presente de uma substância simples é naturalmente uma continuação de seu estado anterior, assim também o presente está prenhe do futuro.(Teodicéia - 360).

Radeir disse...

Fragmentos - Continuação

- [26] A memória fornece uma espécie de Consecução às Almas, que imita a razão, mas que dela deve distinguir-se.

- [33] Há dois tipos de verdade: as de Razão e as de Fato. As verdades de Razão são necessárias, e seu oposto é impossível; e as de Fato são contingentes, e seu oposto, possível. Quando uma verdade é necessária pode encontrar-se-lhe a razão por meio da Análise,decompondo-a em idéias e verdades mais simples, até alcançar as primitivas (Teodicéia. 170...)

-[34] É assim que, entre os matemáticos, os Teoremas de especulação e os Cânones da prática são reduzidos pela análise e a Definições, Axiomas e Postulados.

-[43] Também é verdade que em Deus está não só a fonte das existências, como reais,ou do que há de real na possibilidade. Isto porque o Entendimento de Deus é a Região das verdades eternas ou das idéias de que elas dependem, e que sem ele nada haveria de existente,mas ainda nada de possível (Teodicéia.20).

-[47] Assim, apenas Deus é a unidade primitiva,ou substância simples originária da qual todas as Mônadas criadas ou derivadas são produções e nascem, por assim dizer, por Fulgurações contínuas da Divindade de momento a momento, limitadas pela receptividade da criatura, à qual é essencial ser limitada (Teodicéia 382...).

-[48] Há em Deus a Potência que é a fonte de tudo;a seguir, o Conhecimento, que contém o detalhe das idéias; por último, a Vontade, que efetua as mudanças ou produções segundo o princípio do melhor. E é isso que corresponde ao que, nas Mônadas criadas, constitui o sujeito ou a base, a Faculdade Perceptiva e a Faculdade Apetitiva.

-[55] E essa é a causa da Existência do melhor, que Deus conhece pela Sua sabedoria, escolhe pela Sua bondade e produz pelo Seu poder. (Teodicéia.8...)

-[62] ...a Alma representa também todo o universo ao representar esse corpo que lhe pertence de modo particular (Teodicéia.400)...

- [63]...e com a Alma, aquilo que se pode denominar um Animal.

-[64] Assim, cada corpo orgânico de um vivente é uma espécie de Máquina Divina ou Autômato Natural,que excede infinitamente todos os Autômatos Artificiais.

- vida - Uma semente possui um corpo orgânico dentro dela, aguardando desenvolvimento. Sementes e sêmem geram vida durante o nascimento, multiplicam-se e são destruídos,mas aquelas vidas que são concebidas são as eleitas para passar para um teatro maior (Monadologia .75)....Assim,não só as almas humanas, mas todas as mônadas são indestrutíveis.

- A união entre a alma e o corpo dos seres humanos é um exemplo do acordo geral entre todas as mônadas criadas. As almas agem conforme a lei das causas finais, por meio de desejos, fins e meios; os corpos agem conforme as leis das causas eficientes ou leis do movimento.

- A totalidade dos espíritos forma a cidade de Deus, o estado perfeito sob o perfeito monarca.

Então, mônada é uma unidade por si mesma,analisável em princípio ativo denominado alma,forma substancial ou enteléquia e em um princípio passivo dito massa ou matéria primeira.A mônada encerra um tipo de percepção e de apetição. É uma substância simples, sem partes. Toda mônada é um espelho vivo do universo, a partir de seu ponto de vista. Já que tudo que existe é uma mônada, um composto de mônadas,estas são átomos substanciais.(os atuaisIONS)