sexta-feira, 7 de outubro de 2011

CUBISMO - A ARTE


  Definição

Movimento artístico cuja origem remonta à Paris e a 1907, ano do célebre quadro de Pablo Picasso (1881 - 1973), Les Demoiselles d'Avignon.
Considerado um divisor de águas na história da arte ocidental, o cubismo recusa a idéia de arte como imitação da natureza, afastando noções como perspectiva e modelagem, assim como qualquer tipo de efeito ilusório.
"Não se imita aquilo que se quer criar", dirá Georges Braque (1882 - 1963), outro expoente do movimento.

A realidade plástica anunciada nas composições de Braque leva o crítico Louis Vauxcelles a falar em realidade construída com "cubos" no jornal Gil Blas, 1908, o que batiza a nova corrente. Cubos, volumes e planos geométricos entrecortados reconstroem formas que se apresentam, simultaneamente, de vários ângulos nas telas.

O espaço do quadro - plano sobre o qual a realidade é recriada - rejeita distinções entre forma e fundo ou qualquer noção de profundidade. Nele, corpos, paisagens e sobretudo objetos como garrafas, instrumentos musicais e frutas, têm sua estrutura cuidadosamente investigada nos trabalhos de Braque e Picasso, tão afinados em termos de projeto plástico que não é fácil distinguir as telas de um e de outro. Mesmo assim, nota-se uma ênfase de Braque nos elementos cromáticos e, de Picasso, em aspectos plásticos.

A ruptura empreendida pelo cubismo encontra suas fontes primeiras na obra de Paul Cézanne (1839 - 1906) - e em sua forma de construção de espaços por meio de volumes e da decomposição de planos - e também na arte africana, máscaras, fotografias e objetos.

Alguns críticos chamam a atenção para o débito do movimento em relação a Henri Rousseau (1844 - 1910), um dos primeiros a subverter as técnicas tradicionais de representação: perspectiva, relevo e relações tonais.
O cubismo se divide em duas grandes fases.

Até 1912, no chamado cubismo analítico, observa-se uma preocupação predominante com as pesquisas estruturais, por meio da decomposição dos objetos e do estilhaçamento dos planos, e forte tendência ao monocromatismo.

Em 1912-1913, as cores se acentuam e a ênfase dos experimentos é colocada sobre a recomposição dos objetos. Nesse momento do cubismo sintético, elementos heterogêneos - recortes de jornais, pedaços madeira, cartas de baralho, caracteres tipográficos, entre outros - são agregados à superfície das telas, dando origem às famosas colagens, amplamente utilizadas a partir de então.

O nome do espanhol Juan Gris (1887 - 1927) liga-se a essa última fase e o uso do papel-colado torna-se parte fundamental de seu método. Outros pintores se associaram ao movimento: Fernand Léger (1881 - 1955), Robert Delaunay (1885 - 1941), Sonia Delaunay-Terk (1885 - 1979), Albert Gleizes (1881 - 1953), Jean Metzinger (1883 - 1956), Roger de la Fresnaye (1885 - 1925) etc. Na escultura, por sua vez, a pauta cubista marca as obras de Alexander Archipenko (1887 - 1964), Pablo Gargallo (1881 - 1934), Raymond Duchamp-Villon (1876 - 1918), Jacques Lipchitz (1891 - 1973), Constantin Brancusi (1876 - 1957), entre outros.

O ano de 1914 remete ao fim da colaboração entre Picasso e Braque e a uma atenuação das inovações cubistas, embora os procedimentos introduzidos pelo movimento estejam na base de experimentos posteriores como os do futurismo, do construtivismo, do purismo e do vorticismo. Desdobramentos do léxico cubista alcançam não apenas as artes visuais, mas também a poesia, com Guillaume Apollinaire (1880 - 1918) e a música, nas criações de Stravinsky.

O cubismo pode ser considerado uma das principais fontes da arte abstrata e suas pesquisas encontram adeptos no mundo todo.

No Brasil, influências do cubismo podem ser observados em parte dos artistas reunidos em torno do modernismo de 1922, em alguns trabalhos de Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970), Antonio Gomide (1895 - 1967) e sobretudo na obra de Tarsila do Amaral (1886 - 1973).

O aprendizado com André Lhote (1885 - 1962), Gleizes e, sobretudo, com Léger reverbera nas tendências construtivas da obra de Tarsila, em especial na fase pau-brasil.

A pintora vai encontrar em Léger, especialmente em suas "paisagens animadas", motivos ligados ao espaço da vida moderna - máquinas, engrenagens, operários das fábricas etc. - e o aprendizado de formas curvilíneas.

Emblemáticas do contato com o mestre francês são as telas criadas em 1924, como Estrada de Ferro Central do Brasil e Carnaval em Madureira.

Não se pode mencionar o impacto do cubismo entre nós sem lembrar ainda de parte das produções de Clóvis Graciano (1907 - 1988) e de um segmento considerável da obra de Candido Portinari (1903 - 1962), evidente em termos de inspiração picassiana.


Referências
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti; prefácio Rodrigo Naves. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. xxiv, 709 p., il. color.
CHALVERS, Ian. Dicionário Oxford de arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
COTTINGTON, DAVID. Cubismo. Tradução Luiz Antônio Araújo. São Paulo: Cosac & Naify, 1999. 80 p., il. color. (Movimentos da arte moderna).
DAIX, Pierre. Dictionnaire Picasso. s.l.: Éditions Robert Laffont, 1995.
DICIONÁRIO da Pintura Moderna. Tradução Jacy Monteiro. São Paulo: Hemus, 1981. 380 p., il. p.b. 


La Nuova enciclopedia dell'arte Garzanti. Milão: Garzanti, 1986.
MICELI, Sérgio. Nacional estrangeiro: história social e cultural do modernismo artístico em São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. 211 p., il. color. 


MORAIS, Frederico. Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: da Missão Artística Francesa à Geração 90 : 1816-1994. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995. 559p. 


ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. Apresentação Walther Moreira Salles. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães : Instituto Walther Moreira Salles, 1983. 2v., il. color.
Fonte: www.itaucultural.org.br
Cubismo
O Cubismo foi uma revolução estética e técnica tão importante para a Arte Ocidental quanto o Renascimento.
Ocorreu no período de 1907 a 1914, tendo como fundadores Pablo Picasso e Georges Braque. Iniciado dentro de um círculo muito restrito, não foi pensado como um movimento.

Aos seus criadores se uniu um grupo de amigos intelectuais escritores de vanguarda. Kahnweiler abre no outono de 1907 a galeria da rua Vignon, que será o santuário do Cubismo.

Moça em Camisa
Moça em Camisa
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Em 1908 forma-se em Montmartre, colina nos arredores de Paris, onde moram Pablo Picasso, Max Jacob, Juan Gris, o grupo do "Bateau-Lavoir", que além desses, compreende Guillaume Apollinaire, André Salmon, Maurice Raynal, Gertrude Stein , Leo Stein, entre outros. Distingue-se no desenvolvimento do Cubismo a fase cézanniana (1907-1909), uma fase analítica (1910-1912) e uma fase sintética (1913-1914).

Eles trouxeram de volta o problema da representação do volume colorido sobre uma superfície plana. Contrários ao Impressionismo, eles não pretendiam fixar na tela uma impressão imaginária, um momento fugaz, mas construir um quadro de motivos sólidos e duradouros.

Foram influenciados pela escultura negra e pelas artes primitivas, pelas retrospectivas de Cézanne, no Salão de Outono de 1907 e de Seurat no Salão dos Independentes em 1905. Em 1907 Picasso termina Les Demoiselles d’Avignon que marca o nascimento do Cubismo.

IMAGENS:

O simultaneismo caracteriza o Cubismo analítico, reúne em uma tela única diversos aspectos do mesmo objeto, não tal como se vê mas como se pensa, como existe em si e na mente. Esse período de análise extrema e de experimentação sistemática não se processava sem o perigo de hermetismo, o qual Georges Braque e Pablo Picasso remediaram com o uso de "papiers collés", em 1912 e de detalhes reais como meios excitantes perceptivos.

Em 1912 formam-se três grupos diferentes de cubistas: o Orfismo formado por Robert Delaunay que exaltava o papel dinâmico da cor; o núcleo do grupo original à volta de Gleizes e Metzinger e que então se designavam como "Les Artistes de Passy"; e um grupo que se chamava "Section d’Or", com sede no subúrbio de Puteaux, nos ateliers de três irmãos, Jacques Villon, Marcel Duchamp e Raymond Duchamp-Villon, de cuja exposição participaram, além desses, Juan Gris, Fernand Léger, Albert Gleizes, Jean Metzinger, Andre Lhote, Delaunay, Marcoussis, Roger de La Fresnaye, entre outros.

A unidade de suas pesquisas baseava-se então na admiração comum por Cézanne e sua lição construtiva, consagrada no livro escrito por Gleizes e Metzinger: "Do Cubismo", de 1912.

No Cubismo Sintético a ruptura com a figuração naturalista tradicional realiza-se com o abandono definitivo de qualquer processo de imitação, com o emprego de "sinais plásticos" livremente inventados, ampliando-se os planos.

O Cubismo deixa de ser um aspecto, uma técnica empírica para se tornar um movimento formal e conceitual, percebido em sua estética, não em sua aparência.
De 1911 a 1912, o Cubismo tornou-se mais conhecido internacionalmente e impulsionou vários movimentos como o Futurismo, Cubo-Futurismo e Construtivismo.

A Guerra de 1914 dispersa os criadores do movimento, cada qual seguindo seu destino.Fonte: www.mac.usp.br




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Li

Fonte:
Portal São Francisco
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cubismo/cubismo-1.php
Fonte: www.itaucultural.org.br
Fonte: www.mac.usp.br
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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