quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O MISTÉRIO DE SÍRUS - The Alan Parsons Project- Sirius


The Alan Parsons Project- Sirius 

 

The Alan Parsons Project- Sirius Eye In the Sky (Full Album)  1-4

Sirius

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Coordenadas: Sky map 06h 45m 08.9173s, −16° 42′ 58.017″

Sírio A / B
Posição de Sírio (Sirius) na constelação de Cão Maior.
Posição de Sírio (Sirius) na constelação de Cão Maior.


Cão Maior

06h 45m 08.9173s

-16° 42′ 58″

-1,46


A1V

0,01

-0,05


-7,6 km/s

RA: −546,05

379,21 ± 1,58

8,6 ± 0,04 anos-luz
2,64 ± 0,01 pc

1,42


2,02 M

1,711 R

(log g) 4,33 (A)/8,57 (B)

25,4 L

9 940 K

[Fe/H] =0,50

-16 km/s

2–3 × 108 anos


Sirius
Canis major constellation map.png
Imagem fotográfica de Sirius A e B, Hubble.
Sírio (Sirius, α CMa, α Canis Majoris, Alpha Canis Majoris) é a estrela mais brilhante no céu noturno, com uma magnitude aparente de −1,46, localizada na constelação de Canis Major. Pode ser vista a partir de qualquer ponto na Terra, sendo que, no Hemisfério Norte faz parte do Hexágono do Inverno.
Dista 2,6 parsecs (ou 8,57 anos-luz) da Terra, sendo por isso uma das estrelas mais próximas do nosso planeta. A sua estrela vizinha mais próxima é Procyon, à distância de 1,61 pc ou 5,24 anos-luz, com um espectro de tipo A0 ou A1 e uma massa cerca de 2,4 vezes maior que a massa do Sol.
A melhor época do ano para observação situa-se em meados do mês de janeiro, quando atinge o meridiano à meia-noite.

Na Bandeira do Brasil Sirius representa o Estado de Mato Grosso.

Observação

X1
N14
M44
Hieróglifo de
Sírius/Sopdet
Sirius era conhecida no antigo Egito como Spodet (do grego: Sothis), está registrada nos registros astronômicos mais antigos. Durante o Médio Império, os egípcios tomaram como base de seu calendário o nascer helíaco de Sírus, ou seja, o dia em que ele torna-se visível pouco antes do nascer do Sol e estando suficientemente afastado do brilho dele. Este evento ocorria antes da inundação anual do rio Nilo e do solstício de verão1 , após estar ausente do céu por setenta dias. O hieróglifo para Sothis é uma estrela e um triângulo. Sothis era relacionada com a deusa Ísis, enquanto o período de setenta dias com a passagem de Ísis e Osíris pelo tuat, o submundo egípcio.

Os gregos da antiguidade observaram que a aparência de Sírius poderia anunciar um verão quente e seco, e temeram que isso fizesse as plantas murcharem, enfraquecesse os homens e estimulasse o desejo nas mulheres. Por causa de seu brilho, foi observado que Sírius cintila mais nas condições meteorológicas instáveis do início do verão. Para os observadores gregos isto eram emanações de influência maligna e pessoas que sofressem de seus efeitos eram ditos astroboletos (αστροβολητος) ou atingidos pela estrela. A estação seguindo a aparição da estrela foi chamada de Dias de Cão do verão.

Os habitantes da ilha de Ceos no Mar Egeu ofreciam sacrifícios a Sírius e a Zeus para trazerem brisas refrescantes enquanto aguardavam a aparência com que a estrela reapareceria no próximo verão. Se aparecesse fraca então emanaria pestes, do contrário traria boa sorte. As moedas recuperadas do século III antes de Cristo mostravam cães ou estrelas cercados de raios, ressaltando a importância de Sírius. Os romanos celebravam o poente helíaco de Sírius por volta do dia 25 de abril, sacrificando um cão com incenso, vinho e um carneiro para a deusa Robigalia para que as emanações não trouxessem a ferrugem do trigo para as plantações2 .

Ptolomeu de Alexandria mapeou as estrelas nos livros VII e VIII do Almagesto, no qual utilizou Sírius como a localização para o meridiano central. Curiosamente ele a descreveu como uma das seis estrelas vermelhas. Entre as outras estão Arcturus e Betelgeuse.

Estrelas brilhantes eram importantes para os antigos polinésios para navegação entre as várias ilhas e atois no Oceano Pacífico. Quando estão baixas no horizonte, elas agiam como bússolas estelares para ajudar navegantes a traçar cursos para alguns destinos. Também serviram como marcadores de latitude: A declinação de Sírius coincide com a latitude do arquipélago de Fiji a 17°S e passa diretamente sobre as ilhas todas a noites. Sírus serviu como o corpo de uma constelação de um "Grande Pássaro" chamado Manu, com a ponta da asa sul em Canopus e da asa norte em Procyon, dividindo o céu noturno em dois hemisférios. Assim como a aparição de Sírius marcava o verão na Grécia, marcava o início de um inverno frio para os Maori, cujo nome Takurua servia tanto para a estrela quanto para a estação. A culminação no solstício de inverno era marcada por uma celebração no Havaí, onde era conhecida por Ka'ulua ou "Rainha do Céu". Outros povos polinésios também atribuiram-lhe os nomes Tau-ua nas ilhas Marquesas, Rehua na Nova Zelândia e Aa ou Hoku-Kauopae no Havaí.

Etimologia

O termo Sirius deriva do latim sīrius e do grego σείριος (seirios, "brilhante").
Sendo a principal estrela da constelação do “Cão Maior”, é muitas vezes apelidada de “Estrela do Cão” ou “Estrela Canina”.

Também é conhecida pelo nome latino “Canicula” (“pequeno cachorro”) e como الشعرى aš-ši’rā, em árabe, donde deriva o nome alternativo “Ascherre”.

Sistema binário

Sírius é uma estrela binária de duas estrelas brancas orbitando entre si a uma distância de 20 unidades astronômicas, aproximadamente a distância entre o Sol e Urano, com um período de 50,1 anos. A estrela mais brilhante denominada Sírius A é uma estrela de sequência principal do tipo espectral A1V, com uma temperatura na superfície de 9940 K. Sua companheira, Sírius B, é uma estrela que já saiu da sequência principal e se tornou uma anã branca. Atualmente é dez mil vezes menos luminosa no espectro visível. Anteriormente Sírius B era a mais massiva das duas estrelas. A idade do sistema foi estimada em 230 milhões de anos. Acredita-se que no início de sua formação, o sistema tinha duas estrelas azuis orbitando uma a outra em uma órbita elíptica de 9,1 anos. O sistema emite uma quantidade maior que a esperada de radiação infra-vermelha, medido pelo observatório espacial IRAS. Isto pode ser uma indicação de poeira no sistema, o que é não é usual para uma estrela binária. Uma imagem do observatório de raios-X Chandra mostra Sírius B brilhando mais que sua companheira pois e uma fonte mais intensa de raios-X.

História e mitologia

Do ponto de vista histórico, Sirius sempre foi o centro das atenções, fruto de um significado muito especial dado pelas mais diversas culturas.

Foi alvo de adoração sob a alcunha de Sothis no Vale do Nilo do Egipto, muito antes de Roma ter sido fundada, tendo sido construídos diversos templos de forma a permitir que a luz de Sirius penetrasse em seus altares internos. Crê-se que o calendário egípcio seria baseado na ascensão helíaca de Sirius, a qual ocorre um pouco antes das cheias anuais do rio Nilo e do solstício de verão.

Na mitologia grega, consta que os cães caçadores de Órion teriam sido elevados ao céu, pelas mãos de Zeus, na forma da estrela de Sirius ou do conjunto de constelações de Cão Maior e Cão Menor. Os antigos gregos também associavam Sirius ao calor do verão, apelidanndo-a de Σείριος (Seirios), geralmente traduzido como o escaldador, o que explicaria, por exemplo, a expressão calor do cão.
Na astrologia da Idade Média Sirius era a estrela fixa de Behenia, associada ao berilo e ao junípero, com o símbolo cabalístico listado por Heinrich Cornelius Agrippa.
Em 1909, Ejnar Hertzsprung sugeriu que Sirius fizesse parte de Ursa Major, contudo, pesquisas mais recentes realizadas por Jeremy King e outros na Universidade Clemson em 2003 questionam a veracidade dessa hipótese, visto que os dois componentes de Sirius aparentam ser muito jovens.

Sistema binário

Em 1844, Friedrich Wilhelm Bessel deduzira que Sirius era na verdade um sistema binário e em 1862 Alvan Graham Clark identificara a estrela companheira, apelidando-a de Sirius B ou, carinhosamente, “o cachorrinho”, sendo que as duas estrelas orbitam entre si separadas por 20 unidades astronômicas aproximadamente. A estrela visível a olho nu é actualmente referida como Sirius A.
Em 1915 astrônomos do Observatório de Monte Wilson determinaram que Sirius B era uma anã branca, a primeira a ser descoberta. Curiosamente, isso significa que Sirius B terá tido originalmente uma massa muito superior à de Sirius A.

Mistérios

Existem alguns mistérios ainda por resolver no que respeita a Sirius, nomeadamente:
  • Algumas irregularidades orbitais aparentes em Sirius B têm sido observadas desde 1894, sugerindo uma diminuta terceira estrela companheira, cuja existência ainda não foi confirmada.
  • Segundo antigas observações, Sirius terá sido descrita como uma estrela vermelha, ao passo que hoje em dia Sirius A é uma estrela branco-azulada. A possibilidade de ter ocorrido uma evolução estelar em ambas as estrelas, poderia explicar estas discrepâncias, sendo no entanto uma hipótese rejeitada pelos astrônomos, que se baseiam na tese que nega a possibilidade de ter ocorrido semelhante fenómeno no espaço temporal de apenas alguns milênios uma vez que não existem indícios de quaisquer rastros de nebulosidade, o que seria um sinal evidente de tal evolução. No entanto, uma explicação alternativa, também ligada ao misticismo ou às crença populares, se especula que a sua cor vermelha seria uma metáfora para má sorte.
  • Algumas correntes sugerem que a tribo Dogon de Mali teria conhecimento de uma ou mais estrelas companheiras invisíveis a olho nu antes de terem sido descobertas no século XIX por meio de cálculos astronômicos, o que tem sido fonte de especulação para ufólogos, descrito como tema principal no livro “The Sirius Mistery”, de Robert Temple.
  • Apesar de ter sido confirmado apenas em 1844 que se trata de um sistema binário, muitos gregos já consideravam Sirius como um elemento duplo, haja vista a lenda que gira em torno da estrela.

 

 

O Mistério de Sírius

(...)Hoje é possível rastrear essas tradições até o antigo Egito e elas parecem revelar um contato, no passado distante, entre nosso planeta Terra e uma raça adiantada de seres inteligentes de outro sistema planetário a vários anos-luz de distância no espaço. Se houver outra resposta ao mistério de Sírius, pode ser até mais surpreendente que essa. Mas certamente não será insignificante.

Não nos causará surpresa que existam outras civilizações em nossa galáxia e em todo o Universo. Mesmo que nos próximos anos se venha a descobrir que a explicação do mistério de Sírius é algo totalmente diferente, é preciso lembrar que esse mistério servirá para nos ajudar a especular seguindo linhas adequadas e necessárias, abrindo nossas mentes, naturalmente preguiçosas, incentivando-as a ir mais além na importante questão das civilizações extraterrestres que certamente devem existir.

No momento, somos como peixes em um aquário, ou seja, de vez em quando saltamos da água, quando nossos astronautas surgem nas alturas. Há muito tempo, o público aborreceu-se com a exploração espacial, antes mesmo que ela começasse de maneira apropriada. Descobrimos que os congressistas precisam de contínuas injeções de "resgates espaciais" e "intervalos entre satélites" em suas cansadas correntes sangüíneas, como verdadeiras doses de heroína, para servirem como estímulo, tirando-os de seu horrível estado de letargia, e assim votarem fundos para os programas espaciais que muitos consideram uma chateação, nada estimulante e desprovidos de suspense.

O impacto psicológico das fotografias da Terra, feitas do espaço, um orbe belo e gigantesco repousando no nada, com nuvens que parecem pérolas e um mar brilhante, passou a enviar ressonâncias para os longos corredores de nossas imensas psiques entorpecidas. A humanidade empenha-se, sem notar, na percepção nova e inegável de que todos fazemos parte desse jogo. Estamos empoleirados nesse globo suspenso sobre o vácuo aparente, somos constituídos por átomos e, acima de tudo, somos as únicas criaturas realmente inteligentes que conhecemos diretamente. Em síntese, estamos sós, com todas as implicações fratricidas dessa tensa situação. Na atualidade, as explorações de Marte prometem conduzir-nos aos nossos sentidos, redespertando a sensação de pavor e maravilha com relação ao espaço — imediatamente. Por fim, estamos explorando outro planeta, ainda que por controle remoto, e o futuro pode começar.

Mas, ao mesmo tempo, a conclusão inevitável que se segue é que a nossa lentidão em perceber tais coisas começa também a fazer algum progresso. O número de pessoas excepcionais (com inteligência excepcional ou insanas) já supera o de algumas poucas que percebem que, assim como estamos sentados em cima do planeta, envolvidos em lutas intestinas, por falta de distração melhor, é possível também que existam muitos outros planetas pelo Universo, onde seres igualmente inteligentes estão sentados, como nós, sofrendo as consequências dos próprios erros; ou então eles já saíram de sua casca para estabelecer contato com outros seres inteligentes de outros planetas. E se tudo isso estiver acontecendo de fato, em todo o Universo, talvez não tarde muito para nos unirmos aos nossos companheiros de outras partes — criaturas vizinhas de outras estrelas, no imenso vácuo que gera planetas, sóis e mentes.

Durante anos, pensei que essas organizações, que investem milhões de dólares pela "paz" e procuram descobrir o que há de errado com a natureza humana a ponto de favorecer algo tão perverso quanto um conflito, deviam doar todo o seu tesouro aos programas espaciais e à pesquisa astronômica. Em vez de realizar seminários sobre "pesquisa de paz", devíamos construir mais telescópios. A resposta para a pergunta, "A humanidade é perversa?", será bem conhecida, se fizermos uma auto-avaliação, comparando-nos com outras espécies inteligentes, segundo uma escala diversa da que nos deixa inflados de ar.

Por enquanto, lutamos contra oponentes imaginários e perseguimos fantasmas... As respostas encontram-se em algum lugar lá fora, em outras estrelas e em outras raças de seres. Só fazemos compor nossas neuroses, quando nos tornamos mais introspectivos e até narcisistas. É preciso olhar para fora. Ao mesmo tempo, é claro, devemos lançar um olhar inflexível ao nosso passado. Seguir em frente, sem a concepção de onde estivemos um dia, não faz absolutamente nenhum sentido. Existe ainda a probabilidade de se descobrir os mistérios ligados às nossas origens. Por exemplo, o resultado de uma de minhas pesquisas, iniciada de maneira muito inofensiva, sobre uma tribo africana, demonstra a possibilidade de que a civilização, tal como a conhecemos, foi, primeiramente, uma importação de outra estrela.

As culturas vinculadas do Egito e da Suméria, na área do Mediterrâneo, simplesmente surgiram do nada. Isso não quer dizer que não havia outros povos antes deles. Sabemos da existência de inúmeros povos, mas não encontramos traços de civilização adiantada. E povos e civilização são coisas muito diferentes.

Servem como exemplo as palavras do falecido professor W. B. Emery em seu livro, Archaic Egypt (Egito Arcaico):

Em um período de aproximadamente 3.400 anos antes de Cristo, ocorreu uma grande mudança no Egito, e o país passou rapidamente de um estado de cultura neolítica adiantada, com um caráter de complexo tribal, para monarquias bem organizadas; uma das quais compreendia a área do Delta e a outra o próprio vale do Nilo. Ao mesmo tempo, surge a arte da escrita, arquiteturas monumentais, com o desenvolvimento das artes e dos artesanatos a um grau surpreendente, assim como de todos os pontos de evidências sobre a existência de uma civilização bem organizada e até luxuosa. Tudo isso foi alcançado em um período de tempo relativamente curto, pois aparentemente houve pouco ou nenhum antecedente para esses desenvolvimentos fundamentais na escrita e na arquitetura.

Ora, com ou sem a suposição da invasão de um povo adiantado no Egito que trouxe consigo a sua cultura, permanece o fato de que, recuando a esse período da história, defrontamo-nos com tantas imponderáveis que seria muito difícil afirmar algo com certeza. O que se sabe realmente é que a passagem dos povos primitivos para as civilizações florescentes e opulentas foi abrupta.

A luz da evidência relativa à questão de Sírius, assim como a
outras evidências provenientes de outros autores, ou a serem
ainda obtidas, deve-se admitir como séria possibilidade que a
civilização deste planeta deva algo à visita de seres extraterrestres
adiantados. Não é necessário postular discos voadores, ou mesmo
deuses em trajes espaciais. Minha intuição diz que esse assunto,
até agora, não foi tratado de maneira suficientemente sofisticada.

Mas em vez de adentrarmos o campo da mera especulação sobre
a descida de extraterrestres, etc, voltemo-nos para as evidências
que indiquem, ao menos, que eles talvez estiveram por aqui. Na
Parte Três, examinaremos alguns pormenores e indícios de que os
visitantes extraterrestres de Sírius tenham sido criaturas anfíbias
que precisam viver em ambiente aquático. Mas tudo isso é
especulação; um terreno traiçoeiro. A política que sempre adotei,
além de ser uma inclinação pessoal, é a de me apegar apenas a
fatos concretos. Verificaremos a solidez dos fatos, à medida que
avançarmos, e que a história é muito estranha para aquele
momento. Como de hábito, a verdade tem se comprovado mais
estranha que a ficção. Recomenda-se ao leitor que veja na Parte
Três deste livro algumas "especulações desenfreadas".

O livro propõe agora uma pergunta. Não apresenta, sugere apenas
uma resposta. Na Parte Um, a questão é apresentada em sua
forma original e, na Parte Dois, é reformulada. Mas, em parte
nenhuma, é respondida com certeza. As melhores perguntas são
aquelas que, muitas vezes, ficam por muito tempo sem resposta,
conduzindo-nos a novos caminhos de raciocínio e experiência.
Quem sabe onde o mistério de Sírius nos levará, afinal? Mas
vamos acompanhá-lo por enquanto. Será, no mínimo, uma
aventura...

Capítulo Dois
O Conhecimento dos Dogons
Quando se olha para o céu, a estrela mais brilhante divisada é
Sírius. Vênus e Júpiter algumas vezes são mais brilhantes, mas
não são estrelas, são planetas que giram em torno do nosso sol,
também uma estrela. Mas nenhum astrônomo dirá que há uma
razão particular para existir vida inteligente na área de Sírius. A
razão para Sírius ser tão brilhante é o fato de ser grande e
próxima, maior que o sol e com uma porção de outras estrelas
próximas. Todavia, um astrônomo inteligente dirá que talvez as
estrelas Tau Ceti ou Epsilon Eridani, bastante semelhantes ao
nosso sol, possuam planetas com vida inteligente. Seria uma boa
hipótese. Porém, entre as estrelas discutidas com mais freqüência
e que possivelmente abriguem vida inteligente, Sírius não está
incluída. Esta não é uma opção particularmente "óbvia".

O Projeto Ozma na primavera de 1960 e, em anos mais recentes,
outras buscas de vida inteligente no espaço por rádio ouviram
significativos sinais provenientes das estrelas Tau Ceti e Epsilon
Eridani, contudo, nada foi detectado. Isso não prova nada, mas
essas duas estrelas próximas foram consideradas sensíveis, por
alguns astrônomos, como possíveis locais com vida inteligente em
nossa vizinhança espacial.

 O Projeto Ozma só fez a escuta dessas
duas estrelas para verificar se os sinais enviados tinham certo
comprimento de onda, em um dado momento, e também a
quantidade de energia por trás deles. Nada aconteceu. Mais tarde,
essas tentativas foram ampliadas um pouco mais e, de forma mais
realista, o seu âmbito; porém os astrônomos sabiam muito bem
que valsavam no escuro, e seus esforços foram realmente
considerados e descritos como verdadeiras bravatas, em face das
enormes probabilidades. Não era possível ter a certeza de que
estavam no caminho certo, mas faziam o que podiam e da melhor
forma possível. A partir de então, o Projeto Ozma, com seu
radiotelescópio gigante, localizado em Arecibo, Porto Rico, e o
maior do mundo, tem realizado a escuta seletiva de diversas
estrelas — mas não de Sírius. O autor tem a esperança de que a
evidência apresentada por este livro seja suficiente para incentivar
uma investigação astronômica sobre o sistema de Sírius, mais
minuciosa que as até então realizadas, elaborando pesquisas
embasadas nos estudos de Irving Lindenblad.

 Acredito ainda que
deveria ser instituído um programa com um rádio-telescópio maior
para proceder à escuta do sistema de Sírius para detectar
indicações de quaisquer sinais de vida inteligente.

No momento, a base de especulações sobre vida inteligente no
espaço sempre incluirá a possibilidade de que alguma sociedade
evoluída, de alguma parte do Universo, já tenha feito contato com
a vida em nosso planeta. É essa possibilidade de contato de nosso
planeta com uma cultura aparentemente da área de Sírius que
será discutida neste livro. Parece haver substancial evidência de
que em um passado relativamente recente — possivelmente entre
7 mil e 10 mil anos atrás — isso tenha acontecido e qualquer outra
interpretação da evidência não parece fazer muito sentido.

Antes de abordar a evidência, gostaria de discorrer um pouco mais
sobre Sírius. Em meados do século XIX, um astrônomo que, com
dificuldade, observava Sírius por algum tempo, acabou
aborrecendo-se porque tal estrela não permanecia imóvel. Ela
oscilava. O astrônomo passou um bom tempo refletindo a respeito
e, por fim, concluiu que somente uma estrela pesada e maciça,
que girasse em torno de Sírius poderia causar tal oscilação. O
único problema é que não havia uma grande estrela orbitando
Sírius! Pelo contrário, e a não ser que se houvesse transformado
em uma coisa minúscula, completando sua órbita a cada cinqüenta
anos, existiria uma estrela que veio a ser chamada Sírius B, e
assim Sírius passou a ser Sirius A.

O astrônomo Johann Friedrich Bessel, em 1834. Pouco antes de
sua morte, em 1844, ele decidiu que Sírius deve ser um sistema
binário. Em 1862, o americano Alvan Clark, observando pelo maior
telescópio existente na época, viu um débil ponto de luz no local
onde deveria estar Sirius B, confirmando sua existência. Em 1915,
o dr W. S. Adams do Mt. Wilson Observatory fez as necessárias
observações para saber qual era a temperatura de Sírius B, que é
de 8.000°, quase duas vezes superior à de nosso sol. Então
passou-se a notar que Sírius B era um estrela intensamente
quente que irradiava três ou quatro vezes mais calor e luz por pé
quadrado que o nosso sol. Assim, foi possível calcular o tamanho
de Sírius B, que tem somente três vezes o raio da Terra, contudo
sua massa é um pouco menor que a de nosso sol. Uma teoria de
anãs brancas foi desenvolvida então para explicar Sírius B, e
outras anãs brancas foram descobertas posteriormente.

Naquela época, Sírius B era a única estrela do tipo, no Universo,
de que se tinha notícia. Mais de uma centena desses corpos
celestes se dispersaram realmente pelo céu, podendo existir
milhares, invisíveis, apesar de nossos modernos telescópios, pois
são muito pequenos e sua luz é muito fraca. São as chamadas
anãs brancas.

As anãs brancas são estranhas por, ao mesmo tempo, serem
fracas e fortes. Não distribuem muita luz, mas são fantasticamente
poderosas em termos gravitacionais. Em uma anã branca nós não
teríamos sequer uma fração de polegada de altura. Um pé cúbico
de matéria de Sírius B pesaria 2 mil toneladas. Uma caixa de
fósforo, cheia de matéria dessa estrela, pesaria uma tonelada e um
quarto. Só que uma caixa de fósforo cheia do núcleo da estrela
pesaria aproximadamente cinqüenta toneladas. 

A estrela é 65 mil vezes mais densa que a água, ao passo que o 
nosso Sol tem uma densidade aproximadamente igual à da água. 

A "grande" estrela
necessária para provocar a oscilação de Sírius se transformou em
uma coisa minúscula, mas ainda é tão maciça e pesada quanto
uma estrela comum de tamanho muito maior. Em síntese, é uma
estrela tão densa e compacta que nem mesmo é constituída por
matéria regular. É constituída pela chamada matéria "degenerada"
ou matéria "superdensa", na qual os átomos são pressionados
entre si e os elétrons, comprimidos. Essa matéria é tão pesada que
não é possível pensar a respeito em quaisquer termos familiares.
Não existe nada em nosso sistema solar, de nosso conhecimento,
comparável a essa matéria. Contudo, os físicos têm-na
considerado em teoria e, no século XX, algum progresso foi feito
em sua compreensão.

Alguns astrônomos até afirmaram que o sistema de Sírius possui
uma Sírius C, ou uma terceira estrela. Fox afirmou ter visto a
estrela em 1920 e em 1926, 1928 e 1929, sendo também
supostamente observada por Van den Bos, Finsen e outros no
Union Observatory. Mais tarde, entretanto, quando deveria ter sido
vista, isso não aconteceu. Zagar e Volet disseram que a estrela
estaria lá em virtude da oscilação que a punha em evidência. E,
como vimos no Capítulo Um, Benest e Duven, em 1995,
confirmaram a existência da terceira estrela.

O extenso estudo sobre o sistema de Sírius, efetuado por um
astrônomo, foi realizado por Irving W. Lindenblad, do US Navy
Laboratory, em Washington, DC. Nós nos correspondíamos e ele
me enviava suas publicações (as últimas apareceram em 1973) e
também a fotografia da Prancha 1, tirada em 1970 após vários
anos de preparação, sendo essa a primeira fotografia da estrela
Sírius B, que aparece como um ponto minúsculo perto da principal,
Sírius A, dez mil vezes mais brilhante.

O feito de Lindenblad, tendo êxito em obter uma foto, é descrito em
"Notas das Pranchas". Ele estudou o sistema de Sírius por sete
anos sem encontrar evidências de uma terceira estrela, Sírius C.
Ele diz: "Não existe uma evidência astrométrica, portanto, de uma
companheira próxima de Sírius A ou B". Outro astrônomo, D.
Lauterbom, persistiu em sua crença — corretamente, como se
sabe — de que havia um terceira estrela no sistema de Sírius.
É possível verificar que o sistema de Sírius é muito interessante e
complicado. Só no século XX, houve progresso no conhecimento
sobre matéria degenerada e anãs brancas por intermédio de
pesquisas em física nuclear. Portanto, é surpreendente que
alguém, sem dispor de nossa ciência moderna, tenha mais
conhecimento sobre o sistema de Sírius, não é?

A seguir, citação de passagem da obra Intelligent Life in the
Universe (Vida Inteligente no Universo), de Carl Sagan e I. S.
Shklovskii.

Em um capítulo muito razoável, chamado "Possíveis
Conseqüências do Contato Direto", diz Sagan:

[Na questão da evolução humana], ainda que difícil para nós fazer
uma reconstrução a partir de uma distância de milhões de anos,
teria sido muito mais evidente que uma civilização com tecnologia
muito avançada, em relação à existente hoje na Terra, tivesse nos
visitado a cada cem mil anos, ou então para ver se algo
interessante andou acontecendo ultimamente. Há cerca de 25
milhões de anos, uma nave de inspeção galáctica em visita de
rotina ao terceiro planeta de uma estrela anã G, relativamente
comum [nosso Sol] pode ter notado um desenvolvimento evolutivo
interessante e promissor: o Procônsul [o ancestral do homo
sapiens, ou o homem moderno]. A informação teria chegado com a
velocidade da luz, lentamente pela Galáxia, e uma anotação teria
sido feita em algum repositório central de informações, talvez o
centro galáctico. Se o surgimento de vida inteligente em um
planeta é de interesse científico geral, ou outro interesse, para as
civilizações galácticas, é razoável que, com o surgimento do
Procônsul, o índice de amostragem de nosso planeta tenha
aumentado, talvez na proporção de uma vez a cada dez mil anos.

No início da época pós-glacial mais recente, o desenvolvimento da
estrutura social, arte, religião e habilidades técnicas elementares
deve ter aumentado ainda mais o contato. Porém, se o intervalo
entre cada amostragem for de apenas vários milhares de anos,
existe então a possibilidade de que o contato com uma civilização
extraterrestre tenha ocorrido em tempos históricos.

Este é um prelúdio muito interessante para a nossa própria história
e acredito que a atitude de Sagan e Shklovskii seja uma verdade
geral de todo o credo astronômico. Rígido e pessimista de fato
deve ser o astrônomo que duvida seriamente da possível
existência de incontáveis civilizações inteligentes espalhadas em
todo o Universo, em outros planetas que orbitam outras estrelas. A
postura que afirma ser o homem a única forma de vida inteligente
no Universo é intoleravelmente arrogante, embora em 1950, por
exemplo, isso provavelmente fosse comum. Mas quem conserva
essa opinião hoje é, felizmente para os que gostam de ver algum
progresso nas concepções humanas, uma espécie de aberração
intelectual equivalente à crença na Teoria da Terra Plana.

O dr. Melvin Calvin, do Departamento de Química da Universidade
da Califórnia, em Berkeley, disse: "Existem, pelo menos, cem
milhões de planetas no Universo visível que foram, ou são, muito
semelhantes à Terra... isso certamente significa que não estamos
sós no Universo. Considerando-se que a existência do homem
sobre a terra não ocupa mais que um instante do tempo cósmico,
sem dúvida a vida inteligente progrediu muito além de nosso nível
em alguns desses cem milhões de planetas".

O Mistério de Sírius

Código: LIT-047 
Autor: Robert Temple
Ano: 2005 - Paginas: 526
Editora: Madras
  Aqualung1989·
Wikipédia- a Enciclopédia Livre

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Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
 

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