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Aventuras na História
Revolução comunista na Rússia: outubro vermelho
José Francisco Botelho
| 01/10/2007 00h00
Há 90 nos, estourava na Rússia a primeira revolução comunista vitoriosa da história. Operários, camponesese soldados pegavam em armas para aniquilar a burguesia. E viravam protagonistas do acontecimento mais importante do século 20
Era 24 de outubro de 1917. Quase desmaiando de cansaço, dois homens relaxavam um pouco, deitados no chão de uma sala escura em um edifício de Petrogrado, atual São Petersburgo. O mais novo, um judeu ucraniano de 38 anos, cultivava uma farta cabeleira desgrenhada e usava óculos redondos. Seu companheiro, então com 47 anos, quase já não tinha cabelos, apesar da pouca idade. E chamava a atenção por seus olhos amendoados, uma herança da família de origem tártara. Do lado de fora daquele prédio, no outono frio e nublado da Rússia, ressoavam marchas e palavras de ordem. Olhando para o teto, o mais velho traçou com a ponta do dedo indicador um círculo sobre a cabeça e disse: “Tudo gira”.
O jovem senhor de olhos estreitos era Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido como Lenin, apelido adotado no submundo revolucionário. Quem estava a seu lado era o camarada Lev Bronstein, que também havia cunhado um codinome famoso: Trotski. Os dois tinham boas razões para estar exaustos. Nos dez dias anteriores, eles haviam organizado, articulado e desencadeado um dos eventos mais importantes da história mundial. Enquanto descansavam naquele quartinho do Instituto Smólni – antiga escola para moças da nobreza, agora sede do Partido Comunista –, seus correligionários e aliados tomavam o poder nas ruas de Petrogrado e em outras cidades-chave do país. Era o “Outubro Vermelho”. A Revolução Russa, que havia começado alguns meses antes, chegava ao clímax. Estava nascendo o primeiro Estado socialista do mundo.
Todo poder aos sovietes
Lenin sabia usar as palavras como ninguém. E tinha a exata noção do que dizia ao afirmar que, naquele momento, tudo estava girando. “Revolução” vem do latim “revolvere”, ou “girar”, um termo que, na Antiguidade, designava o movimento dos planetas no espaço sideral. Em 1688, ganhou sentido político pela primeira vez, quando os ingleses batizaram de Revolução Gloriosa seu levante contra a monarquia absolutista. No século seguinte, ocorreriam mais dois grandes e violentos “giros” – as Revoluções Americana e Francesa, que criaram novos sistemas de governo e colocaram o mundo na órbita da modernidade.
Quando a Revolução Russa começou, em fevereiro de 1917, ela se parecia bastante com as anteriores. Em princípio, a maioria dos revolucionários queria apenas derrubar a dinastia Romanov, que governava o Império Russo com mão de ferro desde o século 17. Numa época em que as nações européias se modernizavam a todo vapor, a Rússia czarista era uma relíquia monstruosa da Idade Média: um gigante com cerca de 140 milhões de habitantes, sem parlamentos, sem partidos de oposição, sem liberdade de imprensa. Camponeses e trabalhadores urbanos viviam à míngua. Quem reclamava costumava amargar um longo e penoso exílio nas planícies geladas da Sibéria. O resultado dessa trágica equação social e política não poderia ser outro: o regime caiu de maduro, em meio aos tumultos da Primeira Guerra Mundial.
Após a queda do czar Nicolau II, a primeira opção dos russos foi por um esboço de democracia. Um governo provisório, formado por liberais e socialistas moderados, tentou colocar ordem na casa convocando eleições. Àquela altura, no entanto, os marxistas bolcheviques liderados por Lenin já haviam conquistado enorme influência perante os chamados sovietes, conselhos populares formados por operários, camponeses e soldados. Legítimos representantes das classes sociais mais oprimidas, nos sovietes residia o poder de fato. Eles derrubariam o recém-instaurado governo liberal no segundo round da revolução, em outubro de 1917. O povo, guiado por uma vanguarda revolucionária, assumiria o controle do Estado. “Todo poder aos sovietes”, conclamava Lenin. Para muitos historiadores, o triunfo comunista no episódio que agora completa 90 anos foi o acontecimento mais importante do século 20.
Pesadelo totálitário
Naqueles vertiginosos dias de outubro, a Revolução Russa seguiu um caminho inédito e extraordinário. Lenin, Trotski e seus adeptos sonhavam com algo muito mais grandioso do que qualquer outra revolução já realizara. Queriam inverter a pirâmide social, abolir a propriedade privada e colocar todo o poder nas mãos dos trabalhadores. “Eles almejavam um processo de transformação completa, não só de toda ordem política e socioeconômica preestabelecida, mas da própria existência humana”, afirma o historiador americano Richard Pipes em História Concisa da Revolução Russa. “Em outras palavras, queriam virar o mundo”. Eram ambições épicas, que refletiam uma confiança quase religiosa na razão e no progresso da humanidade. Como escreveu Edmund Wilson no clássico Rumo à Estação Finlândia: os revolucionários acreditavam que o evangelho marxista podia ordenar o presente e determinar a “história do futuro”.
Mas o século 20, que para os bolcheviques marcaria o início de uma idade dourada, acabou sendo o mais violento de todos os tempos. E a utopia socialista, alguns anos depois da Revolução Russa, iria se converter em pesadelo totalitário, tragicamente semelhante à monarquia absoluta que ela havia derrubado. Dos czares, o regime soviético acabou herdando a ânsia imperialista. Que o digam os habitantes muçulmanos da atual Chechênia, vítimas de uma tripla ironia histórica: conquistados pelos exércitos dos czares, foram oprimidos e deportados pelas falanges soviéticas e até hoje sofrem o jugo da Rússia de Vladimir Putin.
Para Osvaldo Coggiolo, especialista em História Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP), o “fracasso” da Revolução Russa não deve obscurecer a pureza de suas intenções. “O objetivo dos revolucionários era levar os operários ao poder, mas as circunstâncias históricas não permitiram”, diz o historiador. “Sempre à beira da destruição, o Estado socialista fez o que pôde para sobreviver a conflitos internos e a duas guerras mundiais. E, apesar de todos os obstáculos, a URSS transformou-se em uma potência capaz de competir com os EUA durante a Guerra Fria.” Outros estudiosos, no entanto, acreditam que o levante comunista de 1917 estava condenado desde seu início. Calcada na ditadura de partido único, essa busca pela utopia só poderia conduzir a seu oposto. “A maioria dos que empreenderam a revolução tinha mesmo ideais nobres, mas irrealizáveis”, escreve o historiador britânico Orlando Figes em A Tragédia de um Povo. Seja como for, em uma coisa os herdeiros e discípulos de Lenin tiveram sucesso: como você descobrirá nas próximas páginas, eles realmente fizeram o mundo girar.
A foice e o martelo
A luta proletária e camponesa contra a burguesia não foi travada apenas com baionetas, mas também com imagens. Assim que o czar Nicolau II foi deposto, a insígnia do czarismo – uma águia de duas cabeças – rapidamente desapareceu de repartições públicas e documentos oficiais. Em seu lugar apareceram, inicialmente, um martelo e um arado, que já eram usados nos uniformes das tropas bolcheviques e representavam a união de operários e camponeses em sua marcha revolucionária.
Em 1922, com a revolução já consolidada, o Partido Comunista decidiu trocar o arado por um símbolo mais agressivo – uma foice. Assim nasceu a bandeira do primeiro Estado socialista do mundo: foice e martelo sobrepostos em um campo vermelho, cor tradicional da luta operária desde o século 19. O brasão soviético, usado em selos e ministérios, foi ainda mais eloqüente quanto às pretensões globais da revolução: mostrava a foice e o martelo flutuando sobre o globo terrestre. Embaixo, o lema cunhado por Karl Marx e Friedrich Engels, pais do comunismo, nas 17 línguas faladas na ex-URSS: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”.
Um tiro pela culatra
Certa vez, em meados do século 19, um grupo de discípulos perguntou a Karl Marx o que ele achava de uma possível revolução socialista na Rússia. “Duvido muito”, respondeu o autor de O Capital. Marx acreditava que a classe operária, surgida com a Revolução Industrial, iria se levantar em todo o mundo para destruir o capitalismo. E que esse movimento começaria pelos países mais industrializados da época, como Inglaterra e Alemanha. Os comunistas ingleses e franceses jamais tiraram a revolução do papel. Na Alemanha, contudo, a história foi diferente.
Em novembro de 1918, um ano depois do “Outubro Vermelho”, soldados e operários alemães rebelaram-se contra o governo do imperador Guilherme II. Como na Rússia, o estopim da revolta foi a catástrofe da Primeira Guerra Mundial. Greves e motins incendiaram o país. Resultado: o kaiser foi obrigado a renunciar, e a Alemanha saiu oficialmente da guerra. O Partido Comunista, percebendo o momento de fragilidade do regime, tentou tomar o poder em janeiro de 1919. Mas uma aliança entre a classe média, o Exército e os remanescentes da monarquia sufocou o movimento. A revolução frustrada acabou no assassinato brutal da judia polonesa Rosa Luxemburgo, líder dos comunistas alemães. E o medo de outro levante socialista começou a empurrar o país para a extrema direita. Resultado: em 1920, surgiu na Alemanha o partido nazista – que 13 anos mais tarde conduziria Adolf Hitler ao poder.
A História da União Soviética
A História da União Soviética tem suas raízes na Revolução Russa de 1917. Os bolcheviques, liderados por Vladimir Lenin, surgem como a principal força política na capital do antigo Império Russo, mas teve de lutar numa Guerra Civil longa e sangrenta contra os brancos anticomunistas. Os bolcheviques, conhecidos como o Partido Comunista Russo (bolchevique), e seu Exército Vermelho venceram a Guerra Civil Russa. Desde que os territórios do antigo Império Russo surgiram a República Socialista Federativa Soviética da Rússia, juntamente com a Ucraniana, Bielorussa, a República Socialista Federativa Soviética da Transcaucásia; repúblicas que acabaram por se unir para formar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Revoluções de 1917
Ver artigo principal: Revolução Russa de 1917
O Soviete de Petrogrado em 1917
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Rússia czarista experimentou a fome e o colapso econômico. Desmoralizado, o exército russo sofreu graves reveses militares e muitos soldados desertaram das frentes de batalha. A insatisfação com a monarquia e sua política de continuar na guerra cresceu. O Czar Nicolau II abdicou em fevereiro de 1917, após agitação generalizada em Petrogrado.
Instalou-se um governo provisório liderado pelo príncipe Georgy Lvov, depois por Alexander Kerensky, mas manteve-se comprometido com a guerra, já que fazia parte da Tríplice Entente, apesar dos apelos generalizados de algumas forças políticas da Rússia para se buscar uma solução pacífica. O governo interino também adiou a aprovação da reforma agrária exigida pelos camponeses, que representavam mais de oitenta por cento da população.
Entre os militares, motins e deserções eram difundidos pelos recrutas. Os intelectuais estavam insatisfeitos com o ritmo lento das reformas. A pobreza agravava-se e as disparidades de renda e as desigualdades cresciam, ao passo que o governo provisório tornava-se mais e mais autocrático e parecia prestes a sucumbir a uma junta militar. As condições em áreas urbanas foram um terreno fértil para a revolução.
Poster propagandistico com a figura de Lenin.
A legenda em russo: Lenin viveu, Lenin vive, Lenin viverá!
Entre fevereiro e outubro de 1917, o poder do governo provisório foi consistentemente questionado. Um sistema de "dualidade de poderes" surgiu, mas com o Governo Provisório Russo, no poder nominal, cada vez mais encontra a oposição do Soviete de Petrogrado, controlado pelos mencheviques e os esquerdistas, ambos partidos socialistas politicamente à direita dos bolcheviques. O Soviete decidiu não forçar mais mudanças no governo por causa de sua crença de que a Revolução de Fevereiro foi uma revolução democrática burguesa na Rússia, que seria responsável pela implementação de reformas democráticas e, por sua vez levariam a uma revolução proletária. No entanto, seguiu sendo um órgão extremamente poderoso.
Os fracassos nas ofensivas militares no verão de 1917 e os protestos na capital levaram as tropas a se colocarem nas cidades até o final de agosto para restaurar a ordem. Em vez de forçar a paz, porém, juntaram-se aos amotinados e o governo e os militares cairam em desgraça. Durante este tempo, o apoio do Partido Bolchevique foi crescendo e um dos seus protagonistas, Leon Trotsky é eleito presidente do Soviete de Petrogrado, que também foi diretamente responsável pela defesa da cidade e, portanto, pelas forças militares da cidade .
Em 24 de outubro, o Governo Provisório moveu-se contra os bolcheviques, prendendo ativistas e destruindo materiais de propaganda. Os bolcheviques foram capazes de apresentar isso como um ataque contra os Sovietes e ao Povo, e chefiaram o Governo Provisório, assumindo o controle em 25 de Outubro. Os mencheviques e os socialistas-revolucionários de direita, irritados com os atos em nome dos Sovietes, deixaram o órgão, deixando-o no controle dos bolcheviques e outros revolucionários socialistas de esquerda. Em 25 outubro de 1917, foi estabelecido o Sovnarkom para ser formalizado pela Constituição russa de 1918 como o braço administrativo do Congresso dos Sovietes, em 6 de janeiro de 1918, o VTsIK ratificado pelos bolcheviques dissolveu a democraticamente eleita Assembleia Constituinte Russa, que visava estabelecer uma República Federal Democrática Russa não-bolchevique da forma de um governo permanente estabelecido em sua sessão de Petrogrado entre 5-6 em 1917.
Guerra Civil Russa
Ver artigo principal: Guerra Civil Russa e Comunismo de guerra
Da esquerda a direita: Leon Trotsky, Vladimir Lenin e Lev Kamenev em um congreso do partido, 1919
Antes da revolução, a doutrina bolchevique do centralismo democrático argumentou que apenas uma organização fortemente unida e secreta conseguiria derrubar o governo, após a revolução, argumentaram que somente uma organização poderia prevalecer contra os inimigos estrangeiros e domésticos. A luta contra a guerra civil fez a força do partido para aplicar estes princípios.
Argumentando que a revolução não necessita de uma mera organização parlamentar, mas um partido de ação que servirá como órgão científico de direção, uma vanguarda de ativistas, e uma autoridade de controle central, o décimo Congresso do Partido proibiu facções dentro do partido, destina-se inicialmente apenas como uma medida temporária após o choque da Revolta de Kronstadt. Também foi afirmado que o partido deveria ser um corpo de elite de revolucionários profissionais dedicando suas vidas à causa e à execução das suas decisões com uma disciplina de ferro, assim fazendo progressos colocando militantes fiéis que estariam no comando das instituições políticas novas e antigas, unidades do exército, fábricas, hospitais, universidades e fornecedores de alimentos. Neste contexto, o sistema de nomeação evoluiu e tornou-se prática corrente.
Em teoria, este sistema seria democrático já que todos os órgãos do partido principal seriam eleitos a partir de baixo, mas também os órgãos centrais inferiores seriam responsáveis pelo aumento das organizações. Na prática, o "centralismo democrático" era centralizado, com as decisões dos órgãos superiores obrigatórios para os inferiores, e a composição dos órgãos inferiores em grande parte determinado pelos membros superiores. Ao longo do tempo, os quadros do partido iriam se tornando cada vez mais ambiciosos e profissionais. Os membros do Partido exigiriam exames, cursos especiais, acampamentos especiais, escolas, e as nomeações de três membros existentes.
Em dezembro de 1917, a Cheka foi fundada como a primeira força de segurança interna dos bolcheviques. Mais tarde mudaria seu nome para GPU, OGPU, MVD, NKVD e, finalmente, KGB. Durante a Guerra Civil, a 5 de setembro de 1918, a Cheka foi responsável pela orientação restante do regime czarista, opondo aos partidos de esquerda como os social-revolucionários e outros grupos antibolchevique como os cossacos, a política de terror vermelho.
Guerra polaco-soviética
Ver artigo principal: Guerra Polaco-Soviética
As perdas de território russo estabelecido em 1918, devido ao Tratado de Brest-Litovsk.
As fronteiras entre a Polônia, que estabeleceu um governo independente instável após a Primeira Guerra Mundial, e o antigo império czarista, era caótica com as repercussões da revolução russa e da guerra civil. Józef Pilsudski na Polônia espera uma nova federação (Międzymorze), formando um bloco liderado pela Polônia e a Europa Oriental para formar uma barreira contra a Rússia e a Alemanha, enquanto o RSFSR prevê levar a revolução para o Oeste pela força. Quando Piłsudski deu um golpe militar na Ucrânia em 1920, foi recebido por uma ofensiva conduzida pelo Exército Vermelho em território polaco quase a Varsóvia. No entanto, Piłsudski parou o avanço soviético na Batalha de Varsóvia, e retomou a ofensiva. A "Paz de Riga", assinada no começo de 1921 dividiu o território da Bielorrússia e da Ucrânia entre a Polônia e a Rússia Soviética.
A criação da União Soviética
Em 29 de dezembro de 1922 na Conferência Plenipotenciária das Delegações da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, a República Socialista Federativa Soviética Transcaucasiana, a RSS da Ucrânia e a RSS da Bielorrússia aprovaram a URSS e a Declaração de Criação da URSS, que formou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Estes dois documentos foram confirmadas pelo 1º Congresso dos Sovietes da URSS e assinado pelos chefes de delegação, Mikhail Kalinin, Mikha Tskhakaya, Mikhail Frunze e Grigori Petrovski, Aleksandr Chervyakov, respectivamente, em 30 de dezembro de 1922.
As repúblicas soviéticas que assinaram o Tratado da União foram (as bandeiras e os escudos abaixo são os de 1922):
Nova Política Econômica
Ver artigo principal: Nova Política Econômica
Moedas soviéticas de 1924
Durante a Guerra Civil Russa (1917-1921), os bolcheviques adotaram o comunismo de guerra, o que resultou na desintegração de grandes latifúndios e a apreensão forçada de excedentes agrícolas. A Revolta de Kronstadt assinalou a crescente impopularidade do comunismo de guerra no campo: em março de 1921, no final da guerra civil, marinheiros desiludidos, principalmente os camponeses que tinham inicialmente sido leais defensores dos bolcheviques no governo provisório, rebelaram-se contra o novo regime. Embora o Exército Vermelho, liderado por Leon Trotsky, que atravessou o congelado Mar Báltico, rapidamente esmagasse a revolta, este sinal de descontentamento crescente obrigou o partido a promover uma ampla aliança da classe operária e do campesinato (oitenta por cento do população), apesar da facção de esquerda do partido preferir um sistema que representasse exclusivamente os interesses do proletariado revolucionário. No X Congresso do Partido decidiu-se acabar com o comunismo de guerra e introduzir a Nova Política Econômica (NEP), na qual o Estado permitiu a existência de um mercado limitado. Pequenas empresas privadas foram autorizadas e as restrições à atividade política foi um pouco aliviada.
No entanto, o passo fundamental envolveu o caso dos excedentes agrícolas. Ao invés de simplesmente requisitar os excedentes agrícolas para alimentar a população urbana (a marca do comunismo de guerra), a NEP permitiu que os camponeses a vendessem os seus excedentes no mercado aberto. Enquanto isso, o Estado ainda manteria a propriedade estatal do que Lenin considerou os "comandantes" da economia: a indústria pesada, como o carvão, ferro e setores metalúrgicos, bancários e componentes da economia financeira. Sob a NEP, as indústrias estatais teriam uma grande liberdade para tomar suas próprias decisões econômicas.
A NEP soviética (1921-1929) foi essencialmente um período de socialismo de mercado "Dengista" com reformas semelhantes a China comunista depois de 1978, que em previa um papel tanto para empreendedores privados e mercados limitados com base no comércio e preços ao invés de um planejamento completamente centralizado (economia planificada). Como um à parte interessante, durante a primeira reunião no início de 1980 entre Deng Xiaoping e Armand Hammer, um industrial norte-americano e um dos investidores prominentes na União Soviética de Lênin, Deng pressionou Hammer para obter o máximo de informações possíveis sobre a NEP.
Durante o período da NEP, não somente a produção agrícola recuperou os níveis alcançados antes da revolução bolchevique, mas melhorou muito. A desintegração das propriedades quasi-feudal desembarcadas no campo da era czarista foi seu maior incentivo para os agricultores sempre maximizar a produção. Agora a possibilidade de vender os seus excedentes no mercado aberto, os gastos dos agricultores deram um impulso para os setores industriais em áreas urbanas. Como resultado da NEP, e a desintegração de grandes latifundiários, enquanto o Partido Comunista consolidou o poder entre 1917-1921, a União Soviética se tornou o maior produtor mundial de grãos.
Cadáveres das vítimas da fome russa de 1921 em Buzuluk a poucos quilômetros de Saratov.
Tropas do Exército Vermelho disparando contra agricultores e os opositores do comunismo nas águas geladas do Mar Báltico durante a revolta de Kronstadt, março de 1921.
A agricultura, no entanto, recuperou-se da guerra civil mais rápido do que a indústria pesada. Fábricas, gravemente danificadas pela guerra civil e a depreciação do capital, eram muito menos produtivas. Além disso, a organização das empresas em fundos de investimento ou sindicatos que representam um determinado setor da economia pode contribuir para os desequilíbrios entre oferta e demanda associadas com os monopólios. Devido à falta de incentivos apresentados pela concorrência no mercado, e com pouco ou nenhum controle do Estado sobre as suas políticas internas, trustes poderiam vender seus produtos a preços mais elevados.
A lenta recuperação da indústria colocaria alguns problemas para os agricultores, que representam oitenta por cento da população. Desde que a agricultura foi relativamente mais produtiva em relação os índices de preços dos produtos industriais foram superiores aos dos produtos agrícolas. O resultado foi aquilo que Trotsky considerou a "Crise das Tesouras" por causa da forma de tesoura do gráfico que representa as mudanças nos índices de preços relativos. Em suma, os agricultores têm que produzir mais grãos para comprar bens de consumo em áreas urbanas. Como resultado, alguns agricultores detêm os excedentes agrícolas na expectativa de preços mais elevados, contribuindo para a escassez leve nas cidades. Isto, naturalmente, é o comportamento do mercado especulativo, que foi desaprovado por muitos dirigentes do Partido Comunista, que consideravam a exploração dos consumidores urbanos.
Enquanto isso, o Partido tomou medidas construtivas para combater a crise, tentando baixar os preços para os bens manufaturados e estabilizando a inflação através da imposição de controles de preços sobre os principais produtos industriais e rompendo relações de trustes com vista a aumentar eficiência econômica.
A morte de Lenin e a disputa pelo poder[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Divergências entre Stalin e Trotsky
1-Lev Kamenev
2-Josef Stalin
3-León Trotsky
4-Nikolai Bukharin
Josef Stalin, segundo à esquerda, durante o confronto com Zinoviev, Leningrado, 1925
Como resultado da doença de Lênin, a posição de secretário-geral se tornou mais importante do que inicialmente havia previsto e ampliou o poder de Stalin. Após o terceiro derrame de Lenin, uma troika composta por Stalin, Zinoviev e Kamenev veio a tomar a liderança do dia a dia do partido e do país, e tentar bloquear Trotsky de tomar o poder. Lênin, no entanto, cada vez mais inquieto devido a Stalin e, depois de seu acidente vascular cerebral em dezembro de 1922, enviou uma carta ao partido criticando e pedindo o seu afastamento como secretário geral. Stalin tinha conhecimento do Testamento de Lenin e agiu para manter Lenin em isolamento por motivos de saúde e aumentar seu controle sobre o aparato partidário.
Zinoviev e Bukharin estavam preocupados com o aumento do poder de Stalin e sugeriram ao Orgburo que Stalin conduziu a repressão política e que Zinoviev e Trótski fossem adicionados ao secretariado do partido o que irá reduzir o papel de Stalin como secretário geral. Stalin reagiu com fúria e o Orgburo foi mantido, mas Bukharin, Trotsky e Zinoviev foram acrescentados ao órgão.
Devido às crescentes divergências políticas com Trotsky e sua Oposição de Esquerda, no outono de 1923, a troika de Stalin, Zinoviev e Kamenev se reuniu. No XII Congresso do Partido Comunista em 1923, Trotsky não usou o Testamento de Lenin como uma ferramenta contra Stalin, por medo de comprometer a estabilidade do partido.
Lenin morreu em janeiro de 1924 e em maio seu testamento foi lido em voz alta no Comitê Central, entretanto Zinoviev e Kamenev, argumentaram que as objeções que Lenin tinha revelaram-se infundadas e que Stalin deveria permanecer secretário-geral. O Comité Central decidiu não publicar o testamento.
Enquanto isso, a campanha contra Trotsky se intensificou e este foi removido do cargo de Comissário do Povo para a Guerra antes do fim do ano. Em 1925, Trotsky foi denunciado por seus Ensaios de Outubro, em que criticava Zinoviev e Kamenev que inicialmente foram contra os planos de Lênin para uma insurreição em 1917. Trotsky também foi criticado por sua teoria da revolução permanente, que contradiz a posição de Stalin do "socialismo em um só país" (que afirma o socialismo poderia ser construído em um país, a Rússia, sem uma revolução mundial). Como as perspectivas para a revolução na Europa, especialmente na Alemanha, tornaram-se cada vez mais fracas na década de 1920, a posição teórica de Trotsky começou a olhar cada vez mais pessimistas quanto ao sucesso que o socialismo russo significava.
Com a demissão de Trotsky como comissário de guerra a unidade da troika começou a ruir. Zinoviev e Kamenev novamente começaram a temer o poder de Stalin e sentiam que as suas posições estavam ameaçadas. Stalin mudou-se para formar uma aliança com Bukharin e seus aliados de direita do partido que apoiava a Nova Política Econômica e incentivava um abrandamento nos esforços da industrialização e uma tendência para incentivar os agricultores a aumentar a produção através de incentivos do mercado. Zinoviev e Kamenev denunciaram esta política como um retorno ao capitalismo. O conflito eclodiu no XIV Congresso do Partido, realizado em 1925, com Zinoviev e Kamenev agora protestando contra a política ditatorial de Stalin e tentando reavivar a questão do Testamento de Lenin que já tinha sido encerrada. Stalin utiliza críticas anteriores de Trotsky a Zinoviev e Kamenev que são derrotas e rebaixados, e trazendo aliados, como Viatcheslav Molotov, Kliment Vorochilov e Mikhail Kalinin. Trotsky é expulso do Politburo em sua totalidade em 1926. O XIV Congresso também viu o início do desenvolvimento do culto à personalidade de Stalin; com Stalin sendo chamado de "líder" pela primeira vez e se tornando motivo de elogios efusivos dos delegados.
Trotsky, Zinoviev e Kamenev formam uma Oposição Unificada contra a política de Stalin e Bukharin, mas tinham perdido influência, como resultado das disputas internas do partido e em 1927, Trotsky, Zinoviev e Kamenev são expulsos do Comité Central. Em novembro, antes do XV Congresso do Partido, Trotsky e Zinoviev são expulsos do Partido Comunista, com Stalin procurando negar a Oposição qualquer possibilidade de tornar pública a sua luta. Quando o Congresso finalmente foi convocado em 1927, Zinoviev capitulou e denunciou Stalin antes de se juntar à oposição como "anti-leninista" e os poucos membros restantes ainda leais à Oposição foram submetidos a insultos e humilhações. No início de 1928, Trotsky e outros dirigentes da Oposição de Esquerda tinham sido condenados ao exílio interno.
Stalin passa a atacar Bukharin apropriando-se das críticas de Trotsky sobre as políticas de direita e promoveu uma nova linha geral, favorecendo a coletivização do campesinato e da industrialização acelerada forçando Bukharin e seus simpatizantes a formar uma Oposição de Direita.
Na reunião do Comité Central realizada em 1928, Bukharin e seus partidários argumentaram que as novas políticas de Stalin poderiam causar uma ruptura com o campesinato. Bukharin também referiu-se ao Testamento de Lenin. Enquanto Bukharin tinha o apoio da organização partidária de Moscou e a liderança dos comissariatos, o controle de Stalin de vários secretariados foi decisivo, pois deu a Stalin o poder para manipular as eleições partidárias em todo o país dando-lhe o controle sobre grande parte Comité Central. A Oposição de Direita foi derrotada e Bukharin tentou formar uma aliança com Kamenev e Zinoviev, mas já era tarde demais.
Sovietização
Sovietização é um termo político e histórico usado geralmente com dois significados distintos (mas interrelacionados):
a adoção de um sistema político-econômico baseado no modelo dos conselhos operários (em russo, soviet).
a adoção de um estilo de vida e mentalidade inspirado na União Soviética.
O termo foi criado como um dos vários neologismos da terminologia soviética, junto como a eletrificação, a coletivização, a korenizatsiya e outros.
Uma notória onda de Sovietização (no segundo sentido) ocorreu durante e logo após a Segunda Guerra Mundial no Leste Europeu. Num sentido amplo, isto incluiu a adoção (às vezes involuntária) de instituições, leis, costumes e tradições similares às soviéticas, bem como do Soviet way of life (estilo de vida soviétivo), do nível nacional ao comunitário. Entre estes, estavam a filiação em massa ao Partido Comunista local (e suas entidades juvenis e infantis, à maneira da Juventude Comunista e do Movimento dos Pioneiros), a criação de polícias políticas, o rebatismo de cidades e logradouros em homenagem a líderes comunistas (Karl Marx Stadt, na Alemanha Oriental; Stalina na Bulgária), a adoção de nomes soviéticos para as instituições públicas (como Milícia para a polícia) e o aprendizado do russo como segunda língua.
Isto era geralmente promovido e acelerado por ações de propaganda com o propósito de criar um estilo de vida comum entre os países da esfera de influência soviética. Em certos casos, a sovietização foi também acompanhada por recolonização forçada resettlement de várias categorias de "inimigos de classe" (kulaks ou osadniks) para campos de trabalho forçado (Gulags)..[1]
Em sentido estrito, o termo Sovietização é muitas vezes aplicado às mudanças mentais e sociais na população da União Sovíetica e seus países satélites[2] que levou à criação da ideia do novo homem soviético (de acordo com os defensores) ou Homo Sovieticus (de acordo com o críticos).[3]
Mais recentemente, o termo "Sovietização" tem sido aplicado, num sentido pejorativo nos países de língua inglesa, aos processos do governo russo sob a presidência de Vladimir Putin em relação à economia e à organização civil.
Antissovietismo ou antissoviético se referem a pessoas e atividades efetivas ou supostamente dirigidas contra a União Soviética ou o poder do governo dentro da União Soviética.
Podem ser distinguidos três tipos diferentes do uso do termo.
Opositores anti-soviético dos bolcheviques logo após a Revolução Russa e durante a Guerra Civil Russa. Aplicado aos cidadãos soviéticos envolvidos ou pretensamente envolvidos em atividades contra o governo.
Anti-sovietismo na política internacional, como a oposição dos Estados Unidos à União Soviética durante a Guerra Fria caracterizado também como Anticomunismo.
Devemos lembrar-nos que Antissovietismo não é semanticamente sinônimo de anticomunismo (considerando que os ambientes eurocomunistas e maoístas também eram freqüentemente hostis para os soviéticos),[1] nem nazista ou fascista. No entanto, é muitas vezes identificado com os termos capitalistas ou pró-americano.
União Soviética
Na URSS, o epíteto antissovietico era sinônimo de contra-revolucionário, e ser antissoviético era uma ofensa criminal na União Soviética. Atividades e agitação anti-soviética eram crimes políticos manipulados pelo artigo 58[2] [3] e, posteriormente, o artigo 70 do Código Penal, e artigos semelhantes em outras repúblicas soviéticas.
Para muitas pessoas, a maior evidência de sua culpa era seu status social, em vez de ações reais. Martin Latsis, chefe do ucraniano da Cheka, explicou em um jornal:
Não olhe no arquivo para provas incriminatórias. Você não precisa provar que este ou aquele homem agiu contra os interesses do poder soviético. Pergunte a ele em vez de qual classe ele pertence, o que é o seu passado, a sua educação , a sua profissão. Estes são os perguntas que vão determinar o destino do acusado[4]
No socialismo soviético o Estado realizava a política de classe dominante e era o instrumento de sufocação das classes que lhe eram hostis.[5]
No entanto, o passo fundamental envolveu o caso dos excedentes agrícolas. Ao invés de simplesmente requisitar os excedentes agrícolas para alimentar a população urbana (a marca do comunismo de guerra), a NEP permitiu que os camponeses a vendessem os seus excedentes no mercado aberto. Enquanto isso, o Estado ainda manteria a propriedade estatal do que Lenin considerou os "comandantes" da economia: a indústria pesada, como o carvão, ferro e setores metalúrgicos, bancários e componentes da economia financeira. Sob a NEP, as indústrias estatais teriam uma grande liberdade para tomar suas próprias decisões econômicas.
A NEP soviética (1921-1929) foi essencialmente um período de socialismo de mercado "Dengista" com reformas semelhantes a China comunista depois de 1978, que em previa um papel tanto para empreendedores privados e mercados limitados com base no comércio e preços ao invés de um planejamento completamente centralizado (economia planificada). Como um à parte interessante, durante a primeira reunião no início de 1980 entre Deng Xiaoping e Armand Hammer, um industrial norte-americano e um dos investidores prominentes na União Soviética de Lênin, Deng pressionou Hammer para obter o máximo de informações possíveis sobre a NEP.
Durante o período da NEP, não somente a produção agrícola recuperou os níveis alcançados antes da revolução bolchevique, mas melhorou muito. A desintegração das propriedades quasi-feudal desembarcadas no campo da era czarista foi seu maior incentivo para os agricultores sempre maximizar a produção. Agora a possibilidade de vender os seus excedentes no mercado aberto, os gastos dos agricultores deram um impulso para os setores industriais em áreas urbanas. Como resultado da NEP, e a desintegração de grandes latifundiários, enquanto o Partido Comunista consolidou o poder entre 1917-1921, a União Soviética se tornou o maior produtor mundial de grãos.
Cadáveres das vítimas da fome russa de 1921 em Buzuluk a poucos quilômetros de Saratov.
Tropas do Exército Vermelho disparando contra agricultores e os opositores do comunismo nas águas geladas do Mar Báltico durante a revolta de Kronstadt, março de 1921.
A agricultura, no entanto, recuperou-se da guerra civil mais rápido do que a indústria pesada. Fábricas, gravemente danificadas pela guerra civil e a depreciação do capital, eram muito menos produtivas. Além disso, a organização das empresas em fundos de investimento ou sindicatos que representam um determinado setor da economia pode contribuir para os desequilíbrios entre oferta e demanda associadas com os monopólios. Devido à falta de incentivos apresentados pela concorrência no mercado, e com pouco ou nenhum controle do Estado sobre as suas políticas internas, trustes poderiam vender seus produtos a preços mais elevados.
A lenta recuperação da indústria colocaria alguns problemas para os agricultores, que representam oitenta por cento da população. Desde que a agricultura foi relativamente mais produtiva em relação os índices de preços dos produtos industriais foram superiores aos dos produtos agrícolas. O resultado foi aquilo que Trotsky considerou a "Crise das Tesouras" por causa da forma de tesoura do gráfico que representa as mudanças nos índices de preços relativos. Em suma, os agricultores têm que produzir mais grãos para comprar bens de consumo em áreas urbanas. Como resultado, alguns agricultores detêm os excedentes agrícolas na expectativa de preços mais elevados, contribuindo para a escassez leve nas cidades. Isto, naturalmente, é o comportamento do mercado especulativo, que foi desaprovado por muitos dirigentes do Partido Comunista, que consideravam a exploração dos consumidores urbanos.
Enquanto isso, o Partido tomou medidas construtivas para combater a crise, tentando baixar os preços para os bens manufaturados e estabilizando a inflação através da imposição de controles de preços sobre os principais produtos industriais e rompendo relações de trustes com vista a aumentar eficiência econômica.
A morte de Lenin e a disputa pelo poder[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Divergências entre Stalin e Trotsky
1-Lev Kamenev
2-Josef Stalin
3-León Trotsky
4-Nikolai Bukharin
Josef Stalin, segundo à esquerda, durante o confronto com Zinoviev, Leningrado, 1925
Como resultado da doença de Lênin, a posição de secretário-geral se tornou mais importante do que inicialmente havia previsto e ampliou o poder de Stalin. Após o terceiro derrame de Lenin, uma troika composta por Stalin, Zinoviev e Kamenev veio a tomar a liderança do dia a dia do partido e do país, e tentar bloquear Trotsky de tomar o poder. Lênin, no entanto, cada vez mais inquieto devido a Stalin e, depois de seu acidente vascular cerebral em dezembro de 1922, enviou uma carta ao partido criticando e pedindo o seu afastamento como secretário geral. Stalin tinha conhecimento do Testamento de Lenin e agiu para manter Lenin em isolamento por motivos de saúde e aumentar seu controle sobre o aparato partidário.
Zinoviev e Bukharin estavam preocupados com o aumento do poder de Stalin e sugeriram ao Orgburo que Stalin conduziu a repressão política e que Zinoviev e Trótski fossem adicionados ao secretariado do partido o que irá reduzir o papel de Stalin como secretário geral. Stalin reagiu com fúria e o Orgburo foi mantido, mas Bukharin, Trotsky e Zinoviev foram acrescentados ao órgão.
Devido às crescentes divergências políticas com Trotsky e sua Oposição de Esquerda, no outono de 1923, a troika de Stalin, Zinoviev e Kamenev se reuniu. No XII Congresso do Partido Comunista em 1923, Trotsky não usou o Testamento de Lenin como uma ferramenta contra Stalin, por medo de comprometer a estabilidade do partido.
Lenin morreu em janeiro de 1924 e em maio seu testamento foi lido em voz alta no Comitê Central, entretanto Zinoviev e Kamenev, argumentaram que as objeções que Lenin tinha revelaram-se infundadas e que Stalin deveria permanecer secretário-geral. O Comité Central decidiu não publicar o testamento.
Enquanto isso, a campanha contra Trotsky se intensificou e este foi removido do cargo de Comissário do Povo para a Guerra antes do fim do ano. Em 1925, Trotsky foi denunciado por seus Ensaios de Outubro, em que criticava Zinoviev e Kamenev que inicialmente foram contra os planos de Lênin para uma insurreição em 1917. Trotsky também foi criticado por sua teoria da revolução permanente, que contradiz a posição de Stalin do "socialismo em um só país" (que afirma o socialismo poderia ser construído em um país, a Rússia, sem uma revolução mundial). Como as perspectivas para a revolução na Europa, especialmente na Alemanha, tornaram-se cada vez mais fracas na década de 1920, a posição teórica de Trotsky começou a olhar cada vez mais pessimistas quanto ao sucesso que o socialismo russo significava.
Com a demissão de Trotsky como comissário de guerra a unidade da troika começou a ruir. Zinoviev e Kamenev novamente começaram a temer o poder de Stalin e sentiam que as suas posições estavam ameaçadas. Stalin mudou-se para formar uma aliança com Bukharin e seus aliados de direita do partido que apoiava a Nova Política Econômica e incentivava um abrandamento nos esforços da industrialização e uma tendência para incentivar os agricultores a aumentar a produção através de incentivos do mercado. Zinoviev e Kamenev denunciaram esta política como um retorno ao capitalismo. O conflito eclodiu no XIV Congresso do Partido, realizado em 1925, com Zinoviev e Kamenev agora protestando contra a política ditatorial de Stalin e tentando reavivar a questão do Testamento de Lenin que já tinha sido encerrada. Stalin utiliza críticas anteriores de Trotsky a Zinoviev e Kamenev que são derrotas e rebaixados, e trazendo aliados, como Viatcheslav Molotov, Kliment Vorochilov e Mikhail Kalinin. Trotsky é expulso do Politburo em sua totalidade em 1926. O XIV Congresso também viu o início do desenvolvimento do culto à personalidade de Stalin; com Stalin sendo chamado de "líder" pela primeira vez e se tornando motivo de elogios efusivos dos delegados.
Trotsky, Zinoviev e Kamenev formam uma Oposição Unificada contra a política de Stalin e Bukharin, mas tinham perdido influência, como resultado das disputas internas do partido e em 1927, Trotsky, Zinoviev e Kamenev são expulsos do Comité Central. Em novembro, antes do XV Congresso do Partido, Trotsky e Zinoviev são expulsos do Partido Comunista, com Stalin procurando negar a Oposição qualquer possibilidade de tornar pública a sua luta. Quando o Congresso finalmente foi convocado em 1927, Zinoviev capitulou e denunciou Stalin antes de se juntar à oposição como "anti-leninista" e os poucos membros restantes ainda leais à Oposição foram submetidos a insultos e humilhações. No início de 1928, Trotsky e outros dirigentes da Oposição de Esquerda tinham sido condenados ao exílio interno.
Stalin passa a atacar Bukharin apropriando-se das críticas de Trotsky sobre as políticas de direita e promoveu uma nova linha geral, favorecendo a coletivização do campesinato e da industrialização acelerada forçando Bukharin e seus simpatizantes a formar uma Oposição de Direita.
Na reunião do Comité Central realizada em 1928, Bukharin e seus partidários argumentaram que as novas políticas de Stalin poderiam causar uma ruptura com o campesinato. Bukharin também referiu-se ao Testamento de Lenin. Enquanto Bukharin tinha o apoio da organização partidária de Moscou e a liderança dos comissariatos, o controle de Stalin de vários secretariados foi decisivo, pois deu a Stalin o poder para manipular as eleições partidárias em todo o país dando-lhe o controle sobre grande parte Comité Central. A Oposição de Direita foi derrotada e Bukharin tentou formar uma aliança com Kamenev e Zinoviev, mas já era tarde demais.
Sovietização
Sovietização é um termo político e histórico usado geralmente com dois significados distintos (mas interrelacionados):
a adoção de um sistema político-econômico baseado no modelo dos conselhos operários (em russo, soviet).
a adoção de um estilo de vida e mentalidade inspirado na União Soviética.
O termo foi criado como um dos vários neologismos da terminologia soviética, junto como a eletrificação, a coletivização, a korenizatsiya e outros.
Uma notória onda de Sovietização (no segundo sentido) ocorreu durante e logo após a Segunda Guerra Mundial no Leste Europeu. Num sentido amplo, isto incluiu a adoção (às vezes involuntária) de instituições, leis, costumes e tradições similares às soviéticas, bem como do Soviet way of life (estilo de vida soviétivo), do nível nacional ao comunitário. Entre estes, estavam a filiação em massa ao Partido Comunista local (e suas entidades juvenis e infantis, à maneira da Juventude Comunista e do Movimento dos Pioneiros), a criação de polícias políticas, o rebatismo de cidades e logradouros em homenagem a líderes comunistas (Karl Marx Stadt, na Alemanha Oriental; Stalina na Bulgária), a adoção de nomes soviéticos para as instituições públicas (como Milícia para a polícia) e o aprendizado do russo como segunda língua.
Isto era geralmente promovido e acelerado por ações de propaganda com o propósito de criar um estilo de vida comum entre os países da esfera de influência soviética. Em certos casos, a sovietização foi também acompanhada por recolonização forçada resettlement de várias categorias de "inimigos de classe" (kulaks ou osadniks) para campos de trabalho forçado (Gulags)..[1]
Em sentido estrito, o termo Sovietização é muitas vezes aplicado às mudanças mentais e sociais na população da União Sovíetica e seus países satélites[2] que levou à criação da ideia do novo homem soviético (de acordo com os defensores) ou Homo Sovieticus (de acordo com o críticos).[3]
Mais recentemente, o termo "Sovietização" tem sido aplicado, num sentido pejorativo nos países de língua inglesa, aos processos do governo russo sob a presidência de Vladimir Putin em relação à economia e à organização civil.
Antissovietismo ou antissoviético se referem a pessoas e atividades efetivas ou supostamente dirigidas contra a União Soviética ou o poder do governo dentro da União Soviética.
Podem ser distinguidos três tipos diferentes do uso do termo.
Opositores anti-soviético dos bolcheviques logo após a Revolução Russa e durante a Guerra Civil Russa. Aplicado aos cidadãos soviéticos envolvidos ou pretensamente envolvidos em atividades contra o governo.
Anti-sovietismo na política internacional, como a oposição dos Estados Unidos à União Soviética durante a Guerra Fria caracterizado também como Anticomunismo.
Devemos lembrar-nos que Antissovietismo não é semanticamente sinônimo de anticomunismo (considerando que os ambientes eurocomunistas e maoístas também eram freqüentemente hostis para os soviéticos),[1] nem nazista ou fascista. No entanto, é muitas vezes identificado com os termos capitalistas ou pró-americano.
União Soviética
Na URSS, o epíteto antissovietico era sinônimo de contra-revolucionário, e ser antissoviético era uma ofensa criminal na União Soviética. Atividades e agitação anti-soviética eram crimes políticos manipulados pelo artigo 58[2] [3] e, posteriormente, o artigo 70 do Código Penal, e artigos semelhantes em outras repúblicas soviéticas.
Para muitas pessoas, a maior evidência de sua culpa era seu status social, em vez de ações reais. Martin Latsis, chefe do ucraniano da Cheka, explicou em um jornal:
Não olhe no arquivo para provas incriminatórias. Você não precisa provar que este ou aquele homem agiu contra os interesses do poder soviético. Pergunte a ele em vez de qual classe ele pertence, o que é o seu passado, a sua educação , a sua profissão. Estes são os perguntas que vão determinar o destino do acusado[4]
No socialismo soviético o Estado realizava a política de classe dominante e era o instrumento de sufocação das classes que lhe eram hostis.[5]
A História do Socialismo:
Porque Matar é Fundamental (Documentário Completo)-86 min.
Sanctus Angele Domini
Publicado em 26 de nov de 2014
Documentário "A História do Comunismo"
sobre os crimes cometidos pelos socialistas na União Soviética
e como são justificados e aclamados como Heróis atualmente.
O final do vídeo teve o áudio cortado
porque continha uma música reivindicada por direito autoral
que não podia ser reproduzida pelo youtube.
Socialista Tirano Genocida - Joseph Stálin - 84 min.
A História do Socialismo:
Aliança Nazismo -Comunismo - p/4 - 9 min.
GNT- Líderes Polêmicos: Lenin. 51 min.
Primeira Guerra Mundial
- Fim de uma Era - 93 min.dublado
Ver Também
Antissovietismo
Era Stalin
Exército Vermelho
Josef Stalin
Leon Trotsky
Revolução Russa
Sovietização
Terminologia soviética
Vladimir Lenin
Fontes:
Wikipédia
Licença padrão do YouTube
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/revolucao-comunista-russia-outubro-vermelho-435618.shtml
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
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