Kundaliní, a Energia da Vida
Kundaliní é uma energia física, de natureza neurológica e manifestação sexual. O termo é feminino, deve ser sempre acentuado e com pronúncia longa no í final. Significa serpentina, aquela que tem a forma de uma serpente. De fato, sua aparência é a de uma energia ígnea, enroscada três vezes e meia dentro do múládhára chakra, o centro de força situado próximo à base da coluna e dos órgãos genitais.
Os chakras são os centros captadores, armazenadores e distribuidores de energia vital do nosso corpo. Os pontos da acupuntura, shiatsu e do-in são pequenos chakras secundários que têm a ver somente com a saúde. O Yôga trabalha todos os chakras, mas confere mais atenção aos principais, que se encontram ao longo do eixo vertebral. Esses têm a ver não apenas com a saúde, pois distribuem a energia para os demais centros, como ainda são responsáveis pelo fenômeno de eclosão da kundaliní e sua constelação de poderes.
Enquanto a kundaliní está adormecida, é como se fosse uma chama congelada. É tão poderosa que o hinduísmo a considera uma deusa, a Mãe Divina, a Shaktí Universal. De fato, tudo depende dela conforme o seu grau de atividade — a tendência do homem à verticalidade, a saúde do corpo, os poderes paranormais, a iluminação interior que o arrebata da sua condição de mamífero humano e o catapulta numa só vida à meta da evolução, sem esperar pelo fatalismo de outras eventuais existências.
Segundo Pátañjali, a maior autoridade do Yôga antigo, autor do livro Yôga Sútra, a meta do Yôga é o estado de hiperconsciência denominado samádhi. Samádhi é o grande diferencial do Yôga em relação aos demais sistemas. Samádhi só pode ser alcançado mediante os recursos do Yôga. No entanto, conforme Shivánanda, no livro Kundaliní Yôga, "Nenhum samádhi é possível sem kundaliní". Isso é o mesmo que declarar que os instrutores de yóga e de Yôga que forem contra o despertar da kundaliní não sabem de que estão falando, não sabem o que é o Yôga e nem eles, nem seus discípulos, vão atingir a meta do Yôga.
A energia kundaliní responde muito facilmente aos estímulos. Despertá-la é fácil. Um exercício respiratório que aumente a taxa de comburente é o bastante para inflamar seu poder. Um bíja mantra corretamente vocalizado é capaz de movimentá-la. Um ásana que trabalhe a base da coluna posiciona-a para a subida pela medula. Uma prática de maithuna pode deflagrá-la. Basta combinar os exercícios certos e praticá-los com regularidade.
Já que despertar a kundaliní não é difícil, não mexa com ela enquanto não tiver um mestre. E quando o encontrar, não a atice sem a autorização dele. Difícil é conduzi-la com disciplina, ética e maturidade. Freud e Reich tentaram domá-la para fins terapêuticos. Freud chamou-a de libido. Reich denominou-a orgônio. Como nenhum dos dois possuía a Iniciação de um mestre nesses mistérios, ambos fracassaram e deixaram à posteridade uma herança meramente acadêmica de teorias sobre o assunto, sem grandes resultados práticos.
O Yôga tântrico vai fundo nesse trabalho, levantando a kundaliní da base da coluna até o alto da cabeça, através dos chakras, ativando-os poderosamente, despertando os siddhis e eclodindo o samádhi.
Samádhi
Samádhi é o estado de hiperconsciência, de megalucidez, que proporciona o autoconhecimento, bem como o conhecimento do Universo. Os praticantes de outros tipos de Yôga consideram o samádhi algo inatingível, digno apenas dos grandes mestres. Algo que simples mortais não devem nem almejar, sob pena de serem considerados pretensiosos. E quem o atinge deve negá-lo publicamente para evitar o escárnio dos demais yôgis! Quanta estupidez! Quanta distorção! Se a meta do Yôga é o samádhi, todos os que o praticam devem atingir esse estado de megalucidez.O sabíja samádhi, ou samádhi com semente, é um estado de consciência que pode ser traduzido como pré-iluminação e está ao alcance de qualquer praticante saudável e disciplinado que tenha passado por todos os estágios anteriores e permanecido em cada um deles o tempo prescrito por seu mestre. Não há perigo nem misticismo algum. É apenas um estado de consciência.
O nirbíja samádhi é o estágio final, em que o praticante atinge a meta do Yôga, o coroamento da evolução do ser humano. Não há como descrevê-lo. Conta-se que, quando os discípulos do iluminado Rámakrishna pediam-lhe para explicar o que era o samádhi, o Mestre simplesmente... entrava em samádhi.
Aceite-se, apenas, que o fenômeno é um estado de consciência muitas dimensões acima da mente e, por isso, é impossível compreendê-lo com o auxílio dos mecanismos mentais, da lógica ou da cultura.
Bhúta Shuddhi
No Swásthya Yôga, para facilitar o processo do despertar da kundaliní e ativação dos chakras, aplicamos bhúta shuddhi, a etapa de purificação intensiva do corpo e seus canais de prána, as nádís. Na terceira parte de uma prática de Swásthya Yôga (o anga mantra), e depois na quinta parte (o anga kriyá), já demos os primeiros passos nessa tarefa. Trata-se, agora, de especializar e aprofundar a purificação, não apenas com mantras, kriyás, pránáyámas, mas também com uma rígida seleção alimentar, jejuns regulares moderados e com um sistema de reeducação das emoções para que o praticante não conspurque seu corpo com os detritos tóxicos de emoções viscosas como o ódio, a inveja, o ciúme, o medo, etc. Também tratamos de regular a quantidade de exercício físico, de trabalho, de sono, de sexo e de alimentos. Há uma medida ideal para cada um desses fatores. Qualquer excesso ou carência pode comprometer o resultado almejado.Estes e outros recursos são utilizados para deixar os canais desimpedidos, desesclerosados, a fim de que a energia possa fluir livremente quando for despertada. Caso contrário, se despertarmos a kundaliní sem ter antes liberado seu caminho pelas nádís, sua eclosão avassaladora pode romper os dutos naturais e vazar para onde não deve, causando inconvenientes à saúde. Como os ensinantes leigos não conhecem os procedimentos corretos, nutrem um justificado medo de despertar a kundaliní. O homem receia o desconhecido e esse tema, para aqueles ensinantes leigos, é ignorado, misterioso. Daí o misticismo de alguns. Na verdade, seguindo as regras do jogo e a orientação de um mestre, despertar a kundaliní é menos perigoso que atravessar a rua. Por isso, os praticantes do Swásthya Yôga não o temem e dominam perfeitamente esse processo de desenvolvimento.
Maithuna
Uma vez obtido o grau desejado de purificação, chegamos à parte mais fascinante do currículo tântrico: a alquimia sexual. Evidentemente, nenhuma obra ensina as técnicas do maithuna, pois pertencem à tradição chamada gupta vidyá ou ciência secreta. O que se encontra nos livros são, em sua maioria, informações fantasiosas para iludir curiosos. Não obstante, transmito no meu livro Hiper Orgasmo uma via tântrica que pode ser ensinada or escrito.Para quem deseja iniciar-se nessa via, é preciso procurar um mestre autêntico que aceite transmitir pessoalmente o conhecimento. Os poucos instrutores que de fato conhecem tais técnicas também evitam ensiná-las, uma vez que a maior parte das pessoas não tem maturidade e nem sensibilidade suficientes para merecer tal iniciação. Fora isso, ainda há os entraves culturais, e não foram poucos os mestres cujos discípulos, nessa etapa, sentindo as pérolas sob seus pés, "voltaram-se e os despedaçaram" (Mateus, 7:6).
Contudo, o maithuna é o meio mais poderoso e eficiente de atiçar a serpente ígnea. Segundo esse processo tântrico, temos na região genital uma usina nuclear à nossa disposição. Podemos deixá-la adormecida, como fazem os monges e beatos de quase todas as religiões. Podemos simplesmente usá-la e desperdiçá-la sob o impulso cego do instinto, como fazem todos os bichos, inclusive o bicho homem. Ou podemos cultivá-la, usufruindo um prazer muito maior e ainda canalizando essa força descomunal para onde quisermos: para um melhor rendimento nos esportes, nos estudos, no trabalho, na arte e no objetivo principal dessa prática — o autoconhecimento advindo do despertamento da kundaliní e pela eclosão do samádhi.
Normalmente, poderíamos dizer que em relação ao sexo não há meio termo: ou você usa ou não usa. Já o Yôga Antigo (Swásthya), que é de linha tântrica, oferece-nos uma terceira opção: domesticá-lo e passar de escravo a senhor desse poderoso instinto. Usá-lo, sim, e até mais intensamente, mas de acordo com certas técnicas de reeducação e aproveitamento da força gerada. Para utilizá-la é só bombear mais ou menos pressão na caldeira termonuclear que todos possuímos no ventre. Em seguida, ir liberando o vapor aos poucos para que sempre haja alta pressão na usina.
Como o Swásthya Yôga Desperta a Kundaliní
O Swásthya Yôga é constituído por três etapas:1) A etapa inicial – tem por objetivo preparar o praticante para suportar o empuxo evolutivo que ocorrerá na etapa final. O resultado desse preparo prévio é o reforço da estrutura biológica com um aumento sensível e imediato da vitalidade.
2) A etapa medial – tem por objetivo a purificação mais intensiva e energização da sexualidade.
3) A etapa final – tem por objetivo despertar a energia kundaliní, com o conseqüente desenvolvimento dos chakras, seus poderes paranormais e, finalmente, a eclosão da hiperconsciência chamada samádhi.
Em outras palavras, a etapa inicial visa proporcionar saúde e força suficientes para que o praticante agüente as prodigiosas alterações biológicas resultantes de uma evolução pessoal acelerada que ocorrerá na etapa final.
Por isso, a etapa inicial tende a proporcionar todos aqueles efeitos para a saúde, que as pessoas tanto alardeiam. É que a fase final vai trabalhar para tornar o praticante uma pessoa fora da faixa da normalidade, acima dela. Se alguém está fora dessa faixa para baixo, a fase inicial vai içá-lo até à normalidade plena, conferindo-lhe uma cota ótima de saúde e vitalidade. Daí, poderemos fazer um bom trabalho de desenvolvimento interior equilibrado e seguro, no qual o praticante vai conquistar a evolução de um milhão de anos em uma década. Para isso, há que adquirir estrutura.
Por esse motivo, há uma legião de pessoas que adotam o Swásthya Yôga apenas visando aos benefícios propiciados pela prática introdutória e por aí ficam, satisfeitas com os ótimos resultados obtidos.
Muitos migram para o Swásthya Yôga, deparam-se com o ashtánga sádhana e ficam perplexos. E isso porque só conheceram o ády ashtánga sádhana, a nossa prática mais elementar. Depois vêm outros mais adiantados: o viparíta ashtánga sádhana, o maha ashtánga sádhana, o swa ashtánga sádhana, o manasika ashtánga sádhana, etc. Como o Swásthya Yôga pode ser tão completo? Ele é prodigiosamente global por tratar-se de um proto-Yôga integrado, Yôga pré-clássico, pré-vêdico, pré-ariano. Yôga original, resgatado diretamente de seu registro akáshico. Do Yôga Pré-Clássico nasceram todos os demais e por essa razão ele possui os elementos constitutivos dos principais e mais antigos ramos de Yôga. Swásthya é o nome do próprio Yôga Pré-Clássico após a sistematização. Por isso é tão completo.
Ashtánga Sádhana
Uma das principais características do Swásthya Yôga é o ashtánga sádhana. Ashtánga sádhana significa prática em oito partes (ashta = oito; anga = parte; sádhana = prática). Utilizamos diversos níveis desse programa óctuplo. O primeiro nível, para aqueles que já foram autorizados a ingressar no Yôga, é o ády ashtánga sádhana (ádi/ády = primeiro, fundamental), o qual é constituído pelas oito partes seguintes, nesta ordem:1) mudrá - gesto reflexológico feito com as mãos;
2) pújá - sintonização com o arquétipo; retribuição de energia;
3) mantra - vocalização de sons e ultra-sons;
4) pránáyáma - expansão da bioenergia através de respiratórios;
5) kriyá - atividade de purificação das mucosas;
6) ásana - posição psicofísica;
7) yôganidrá - técnica de descontração;
8) samyama - concentração, meditação e hiperconsciência.
FONTE:
Faça Yôga Antes que Você Precise
Mestre DeRose-Martin Claret/ Uni-Yoga
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Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
Melhor Explicação Animada que ja vi sobre Chakras! Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=gEFM6QT0vzU&feature=player_embedded
Melhor Explicação Animada que ja vi sobre Chakras! Parte 2
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