segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A ESCOLA DE ATENAS


A  ESCOLA  DE  ATENAS

Salve Regina (1m33.7s - 729 kb)
RAFAEL SANZIO
1509. Afresco, largura da base: 770 cm. Stanza
della Segnatura, Palazzi Pontifici, Vaticano

A pintura representa o pensamento clássico, mas é também dedicada
às artes liberais, simbolizadas pelas estátuas de Apollo e Minerva
 

A Escola de Atenas é uma celebração da filosofia. A cena foi tirada de um local do período clássico, como a arquitetura e o ambiente. Personagens representando cada assunto que deveriam ser mantidos em ordem para dar uma idéia de um verdadeiro debate filosófico — astronomia, geometria, aritmética, e geometria sólida — são mostrados em forma concreta. Os árbitros destas regras, os principais personagens, Platão e Aristóteles, são mostrados no centro da pintura, engajados numa discussão filosófica.


A Escola de Atenas representa a verdade adquirida através da razão. Rafael não criou sua ilustração com figuras alegóricas, como era costume nos séculos XIV e XV. Mas, agrupou personagens solenes de pensadores e filósofos juntos num amplo espaço, numa grandiosa moldura arquitetural.

  Esta moldura é caracterizada por uma alta cúpula, uma abóbada sem teto e pilastras. Ele provavelmente se inspirou na arquitetura romana ou — como pensa a maioria dos pesquisadores — no projeto de Bramante para a nova igreja de São Pedro a qual é a síntese do paganismo e da filosofia cristã.


Os personagens que dominam a composição não estão amontoados, nem sufocados. Mas bem distribuídos no amplo recinto. Os protagonistas — Platão, está representado com um manto azul-claro (muitos o identifica com Leonardo da Vinci) e Aristóteles — ambos estão caracterizados por uma postura superior. A capacidade descritiva de Rafael, em contraste com antigas pinturas alegóricas, é que ele não procurou apresentar os personagens prestando homenagens a ninguém, ou a grupos ao redor de símbolos; não compôs um desfile. Eles se movimentam, gesticulam, ensinam, discutem e se entusiasmam.


A pintura representa o pensamento clássico, mas é também dedicada às artes liberais, simbolizadas pelas estátuas de Apollo e Minerva.

Gramáticos, Matemáticos e Músicos são personificados por figuras localizadas nos patamares, à esquerda. Geômetras e Astrônomos estão à direita. Além deles estão representados os Retóricos e os Dialéticos. Alguns dos filósofos são contemporâneos de Rafael.

Bramante é mostrado como Euclides (com uma prancheta, à esquerda, fazendo cálculos com um compasso). Francesco Maria Della Rovere, de branco, aparece outra vez perto de Bramante.

Michelangelo está sentado num degrau, lendo sobre um bloco de mármore; é representado como Heráclito. Uma visão mais apurada do afresco mostra que Heráclito foi o último a ser pintado quando a pintura foi terminada, em 1511. A alusão a Michelangelo é provavelmente um gesto de homenagem ao artista, que tinha recentemente concluído os afresco da Capela Sistina. 

Rafael — na extrema direita, com uma boina preta — e seu amigo, Sodoma, estão também presentes (eles representam a glorificação das artes e posam no mesmo nível dos artistas liberais).


O afresco teve sucesso imediato. Sua beleza e unidade temática foram aceitas universalmente. A euforia com que foi recebido não foi marcada com reservas, tal como aconteceu com a reação pública quanto a Capela Sistina.

~ Arnaldo Poesia ~

O artista renascentista italiano Rafael Sanzio (1483-1520) foi discípulo de Perugino e contemporâneo de Leonardo da Vinci, Michelangelo e Fra Bartolommeo. O afresco Escola de Atenas é uma das suas mais admiradas obras, pintado a pedido do Papa Júlio II, no salão de sua biblioteca particular, no Vaticano. Na Escola de Atenas Rafael dispôs figuras de sábios de diferentes épocas como se fossem colegas de uma mesma academia. Na composição dos personagens destaca-se Platão, segurando sua obra Timaeus, e apontando sua mão direita para cima, talvez referindo-se às causas de todas as coisas. Segundo Fowler [3], pág. ii, o título original do afresco era Causarum Cognitio, e somente após o século XVII passou-se a usar o nome popular Escola de Atenas.     Usando evidências históricas podemos identificar vários sábios no afresco, alguns deles ligados ao desenvolvimento da Matemática:

Pitágoras de Samos
Parmênides de Elea
Zeno de Elea
Sócrates
Platão
Aristóteles
Xenofonte
Alcibíades
Diógenes
Heráclito
Epicuro
Euclides
Ptolomeu
Zoroastro
Averroes

Rafael também se auto-retratou no afresco.

Filósofos gregos através da obra “A Escola de Atenas”
O salão chamado “Stanza della Segnatura”, no Vaticano, era usado pelo Papa Júlio II (1443-1513) como biblioteca e escritório onde ele assinava os decretos da corte eclesiástica. Cada uma das paredes deste local representa: a Teologia, a Poesia, o Direito e a Filosofia.


A Escola de Atenas, pintada em técnica de afresco por Raphael Sanzio (entre 1508 a 1511, em 1520?), ilustra a Filosofia e está repleto dos maiores expoentes desta disciplina. Quem olha para o afresco logo imagina sobre o que os personagens estão conversando... Os temas são variados.

Nessa obra, Raphael (aparece em auto-retrato) presta homenagem a Leonardo da Vinci, descrevendo-o de Platão, também a Michelângelo, descrevendo-o de Heráclitos...

Procure no Sistema de Coordenadas Alfanumérico (quadro abaixo), passe o seu “mouse” lentamente sobre alguns dos mestres gregos, clique uma vez e veja o que eles diziam...

As linhas imaginárias cruzadas entre as letras e os números laterais da obra, permitem informar a localização de 15 personagens pintados na obra.


A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
1
Platão Sócrates Alexandre, o grande Apolo, o deus da razão Aristóteles Minerva, a deusa da sabedoria Heráclitos Parmênides Pitágoras Platão Euclides Ptolomeu Zoroastro Diógenes Aristóteles
2
3
4
5
6
7
Quinze dos personagens da obra acima estão identificados na lista abaixo... 
Se preferir, cada um deles tem uma coordenada entre parênteses no texto abaixo:
  • Bem no centro da imagem estão os filósofos gregos Platão (E4) e Aristóteles (E4), os quais diziam “Não se engrandece uma alma senão aumentando-lhe as virtudes” e “A sabedoria é um adorno na prosperidade e um refúgio na adversidade”, respectivamente.
  • As estátuas que adornam cada lado superior são de Apolo, o deus da razão, das artes e da beleza (C3), e Minerva, a deusa da sabedoria (G3).
  • Abaixo da estátua de Apolo estão Alexandre, o grande (C/D4), e o filósofo grego Sócrates (D4) que disse: “Só sei que nada sei”. Nascido em Atenas (469-399 a.C.), Sócrates não deixou obra escrita, mas seus ensinamentos e teorias foram explicadas principalmente por Platão, seu maior discípulo. Na religião, revelou ao mundo o “Deus invisível”, causa e princípio da vida, da ordem e da harmonia Universal. Para ele a filosofia tem como fins únicos conhecer a natureza moral do homem...
  • Na escada, aos pés de Aristóteles, está o filósofo estoico Diógenes (E/F5) (412-323 a.C.): “Saia da frente do sol”, disse para Alexandre, o Grande, quando este veio lhe visitar.
  • O matemático Pitágoras (C5) (568-470 a.C.) disse: “Cultiva assiduamente a ciência dos números, porque nossas falhas não são mais que erros de cálculo”.
  • Na obra, Pitágoras está sentado; ao lado (em pé) está Hypatia de Alexandria (C/D5) e Parmênides (D5) e, apoiando sua cabeça, o filósofo Heráclitos (D/E5) (século V a.C.), quem dizia: “É melhor mostrar maior rapidez em acalmar um ressentimento do que em apagar um incêndio”.
  • O geômetra Euclides (G/H5) (315-225 a.C.) disse: “Não existe caminho real nas matemáticas”. Euclides está ensinando geometria aos seus pupilos...
  • Ptolomeu (H5) está de frente para Zoroastro (H4), ambos seguram um glogo e olham para Raphael (aparece olhando para frente, em auto-retrato) e Sodoma.
Rafael e Sodoma

Platão e Aristóteles
No centro da Escola de Atenas destaca-se Platão (427-347 a.C.), segurando sua obra Timaeus, e apontando sua mão direita para cima. Platão era o líder da Academia de Atenas, que congregava os maiores filósofos e matemáticos de seu tempo. Platão não era propriamente um matemático, muito embora seu nome esteja ligado aos chamados sólidos de Platão. Entretanto teve um papel importante na história da Matemática como inspirador e guia, e por ter contribuído para que a Matemática se tornasse parte essencial do currículo para a educação dos jovens. Seu discípulo Eudoxus de Cnido (408-355 a.C.) tornou-se o mais célebre matemático e astrônomo de seu tempo.
   
Também no centro da Escola de Atenas, ao lado esquerdo de Platão e portando sua obra Ética, está Aristóteles, seu discípulo, e que viveu até 322 a.C. Considerado mais um filósofo e um biólogo, estava entretanto a par do desenvolvimento da Matemática de seu tempo. Contribuiu com a Matemática através de seus estudos sobre os indivisíveis, o infinito e os paradoxos de Zeno. Também analisou o papel das definições e hipóteses na Matemática, inserindo-as no contexto mais geral da lógica, da qual é considerado fundador.

Na parte inferior da Escola de Atenas, à esquerda, vemos a figura de Pitágoras (570-500 a.C. aprox.) explicando sua teoria musical. No detalhe, a tableta com alguns símbolos musicais e o número triangular 1+2+3+4, a sagrada tetractys dos pitagóricos. Pitágoras foi o fundador da Escola Pitagórica, que exerceu grande influência no desenvolvimento da Matemática.
Na parte inferior da Escola de Atenas, à direita, vemos a figura de Euclides manuseando um compasso. Euclides de Alexandria viveu por volta de 300 a. C. e participou da Escola de Alexandria, ligada à famosa biblioteca de Alexandria. Escreveu aproximadamente 12 tratados sobre ótica, astronomia, música e mecânica. Euclides é mais conhecido por ter sistematizado o conhecimento em Geometria de sua época, organizando-o em uma estrutura axiomática. Esta apresentação faz parte de sua obra Os Elementos, que exerceu grande influência no desenvolvimento e no ensino da Matemática por mais de 1500 anos.

Zeno
No lado esquerdo da Escola de Atenas, vemos a face de Zeno de Elea, que viveu na Antiga Grécia por volta de 450 a. C. Na história da Matemática ficaram famosos os paradoxos de Zeno, particularmente a Dicotomia, Aquiles e a tartaruga, a Flecha e o Estádio.

Ptolomeu

No lado direito da Escola de Atenas vemos a figura de Ptolomeu, de costas, segurando um globo terreste. Ptolomeu de Alexandria viveu no segundo século de nossa era, e foi autor do tratado Síntese Matemática, mais conhecido como Almajesto. Esta célebre obra, escrita em treze volumes, trata de trigonometria e astronomia.

  
 Platão 
- Leonardo da Vinci, o modelo

  Hipátia d'Alexandria e Sócrates

Hipàtia d’Alexandria (Egipte, segles IV-V)

Hipátia de Alexandria
também conhecida como Hipácia, filosofa, grega, nascida aproximadamente em 370 d.C. e assassinada em 415 d.C.

A tragédia de Hipatia foi ter vivido numa época de luta aguda entre o Paganismo declinante e o Cristianismo triunfante, que se impunha no mundo greco-romano. Ela era neo-platônica e defensora intransigente da liberdade de pensamento, o que a tornava má vista por aqueles que pretendiam encarcerar o pensamento nas celas da ortodoxia religiosa.

Frases de hipátia

“Compreender as coisas que nos rodeiam é a melhor preparação para compreender o que há mais além”
.
“Todas as formas religiosas dogmáticas são falaciosas e não devem ser aceitas por auto-respeito pessoal.”
.
“Reseve o seu direito a pensar, mesmo pensar errado é melhor do que não pensar.”
..
“Ensinar superstições como verdades é uma das coisas mais terríveis.”
.
“Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força.”
                                   
Declaração de principios do Colectivo Anarquista Hipátia

Não temos filiação determinada, mas somos irmãos de todos os que desde os alvores da Humanidade sonharam ser livres entre iguais e diferentes, ajudando a que rompesse uma relação de partilha e amizade entre indivíduos e povos, e de harmonia entre os seres e para com a Terra e o Universo.

Somos órfãos, temos que forjar a nossa própria reflexão, crítica e teórica, a partir da observação atenta, do estudo e do diálogo. Nosso. Ainda que ajudados pelos contributos dos que nos antecederam e dos que nos acompanham com esse sentido crítico e utopia a que aspiramos. Disponíveis para o confronto atento e aberto.

É rico o nosso património, espiritual, difuso e amplo. E só nesse sentido nos sentimos herdeiros. 
Herdeiros da luta camponesa,

Herdeiros da luta das mulheres contra a sua opressão milenar, da luta por uma livre identidade, autodeterminação e orientação sexual.

Herdeiros da luta contra a imposição de um modelo civilizacional embrutecedor mas dito superior, tábua rasa da história e organização social de muitos povos, e da luta contra o preconceito xenófobo e racista.

Herdeiros da luta contra a apropriação privada e a destruição da terra, da água, do ar e dos seres vivos que neles coexistem.

Herdeiros da luta contra a apropriação do nosso pensamento e da nossa energia, contra a normalização mediática, massificadora e brutal, contra a tecnologia ao serviço do império, quer se afirma nuclear, genética, digital, vertiginosa.

Herdeiros da luta contra a resignação em vista da recompensa num qualquer longínquo amanhã, seja ele místico ou político.
Não pretendemos trazer atrás de nós seja quem fora, nem sequer indicar o caminho ou um caminho, antes fazer parte de um processo partilhado e construído em comum, com o contributo controverso e sujeito à prova, da nossa ideia e método, assente no debate colectivo, na decisão por consenso, na experimentação.
Somos anarquistas.www.cah.pegada.net
Fontes: http://www.starnews2001.com.br/atenas.html
  http://www.girafamania.com.br/historia_arte/historia_artegrega.htm
    http://www.dm.ufscar.br/hp/hp902/hp902001/hp902001.html   
   http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://tirant.edu.gva.es/astronomes/hipatia2
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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