domingo, 1 de julho de 2012

BARBACENA,EU ME LEMBRO...







Barbacena, eu me lembro...  
RICARDO SALIM
 
Editora Cidade 13/01
 
Estamos começando uma gostosa brincadeira para buscar as reminiscências de gerações de barbacenenses. E acho que consegui, neste primeiro momento, alcançar este intento, haja vista os mais de 30 e-mails que recebi até agora. Cada um a seu modo, cada um revisitando a sua época. Geralmente as lembranças relatadas se voltam para a adolescência.
Perguntei à minha mulher, Luciane Miranda Salim, psicóloga, o porquê desta opção da grande maioria, por recordar a adolescência. Segundo ela, as pessoas guardam na memória aquilo que lhes foi muito bom, ou aquilo que lhes foi muito ruim. Sempre os extremos. E na adolescência, a primeira experiência em vários casos, marca para sempre a personalidade de cada pessoa.

E assim as pessoas lembraram do Sovon’s, do Jardim dos Macacos, das Padarias Mug e Trieste, coisas do carnaval... num exercício de memória daquilo que ficou marcado na história desta cidade, particularizado pela visão de cada um de nós.

Questões técnicas à parte, a verdade é que a história do “” nasceu de um papo agradabilíssimo com o meu amigo e jornalista Ivanir Yasbeck. Ele, que já foi editor geral do Jornal do Brasil e hoje está aposentado, morando em Juiz de Fora, foi o precursor da idéia e meu maior incentivador. Ivanir juntou-se a um grande némero de amigos e escreveu “Eu me lembro”, percorrendo a história quase recente de Juiz de Fora. E lançou-me o desafio de fazer o mesmo em Barbacena. Então meu bom amigo, aqui está a primeira leva de publicações que o Portal de Notícias Barbacena On Line começa a partir de hoje e promete se estender pelos próximos meses. É obvio que, nesta segunda-feira, quando nossos leitores estiverem lendo a primeira edição do “Barbacena, eu me lembro...”, estaremos, eu e o Ivanir, tomando aquela cerveja gelada e comemorando o sucesso de mais uma intervenção do Barbacena On Line na cultura e na história desta cidade.

Sem esticar demais a nossa conversa,
 gostaria de deixar o convite para você
participar deste sonho coletivo.

 Basta enviar um e-mail para
contando sua história.
Vale o exercício da memória.


... da rodoviária velha, bem no centro da cidade, com todos aqueles botecos que até hoje sobrevivem.
(Bárbara Magalhães)


... que, nos anos sessenta, se espalhou o boato de que, na igreja do Alto do Cangalheiro, encostando o ouvido na boca das manilhas do adro, ouviam-se vozes rezando. Em pouco tempo, virou romaria. Juntou vendedor de churrasquinho, picolé e medalha milagrosa. Não teve Física Acústica que debelasse a peregrinação.
(Ricardo Tollendal)


... do bar da moda, na década de 60, o Pinochio, ao lado da antiga rodoviária, onde as paqueras aconteciam e os namoros tinham seu início.
(Elisabeth Costa Nobre)



... quando o jardim dos macacos ainda tinha macacos, e depois de observá-los, comprar "maria mole" no bar Ouro Verde.
(Rosana Oliveira)


.... dos passeios matinais acompanhada de meus pais e irmãos, quando íamos à Escola Agrotécnica (antigamente Escola Agrícola) comprar frutas, legumes e leite. Das brincadeiras feitas nos gramados e do ar maravilhosos que respirávamos naquele local.
(Anna Maria de Freitas Ede Oliveira)


... da Taberna, lá perto do Rosário, que a turma se reunia nos finais de semana para conversar. Tinha o Debaixo da Saia, um barzinho pra lá de familiar, onde nos encontrávamos e tinha até música ao vivo. Não sei como dava, pois lá era minúsculo e ainda cabíamos todos nós com folga. Incrível não?
(Mariana Gonçalves)


... dos desfiles de 7 de setembro onde nós, as meninas do Imaculada, queríamos ter a melhor Fanfarra da cidade e competíamos diretamente com os garotos do Estadual. Era uma delicia e, no final, tudo acabava em deliciosas paqueras.
(Maria Lucia Bergamini Mitsuichi)


... dos carnavais no fim dos anos 80 – Olympic e Barbacenense lotados. Da União das Cores, Tijuca, Voz do Povo e Vila desfilando pelo centro – pequeno de tantos apreciadores.
(Luiz Augusto Filardi)


... dos shows no ginásio Silvio Raso... Paralamas, RPM, 14 Bis, Kid Abelha, Biquini Cavadão etc... um monte de gente ia à pé já cantando no caminho... lá dentro um calorão... lá fora muito frio...
(Carlos José Fortes)



... do cheiro de café na Rua 15, nas proximidades do Cine e Café Apolo e também no final da Rua 7.
(Demilson Vigiano)


... Lembro-me do jardim da Praça Antônio Carlos, muito bem cuidado. Ficava abaixo do nível da rua, com bancos de mármore e muitas flores. Era embelezado pela estátua de mármore de Carrara – Leda e o Cisne – hoje no Jardim do Globo.
(Newton Siqueira de Araújo Lima)


                                        Barbacena, eu me lembro...

                                         ARTHUR BERNARDES 
 
                                       Editora Cidade 19/01
                                                     
 
Dos domingos, no início da década de 50 (séc. XX) em que saíamos toda a família, do Bairro Boa Morte e íamos, a pé, passar o dia, na casa do vovô Alfredo, na Rua do Campo. Isso incluía almoço e café da tarde, por lá.
Para poupar a vovó Lilinda nos trabalhos na cozinha, a mãe Totoca levava a Maria, dedicada doméstica de tantos anos.

A volta para casa era de “Táxi”, naquela época chamado de “carro de praça” e o motorista era “chauffeur”, que podia ser escolhido. Para nós era sempre o Srº Celestino Discacciatti ou então o Sr. Chico Padeiro, ambos muito amigos de meu pai, o “velho” Álvaro Coutinho.

Os automóveis eram verdadeiras preciosidades, hoje peças inestimáveis de colecionadores particulares: Chevrolets, Fords, Plymounts, Dodges, Studebakers, carrões americanos impecavelmente limpos por dentro e reluzentes latarias por fora.

Bem, o vovô Alfredo passava as tardes sentado à janela da sala, observando o movimento na rua. Certo domingo a Maria me pegou pela mão (ali pelos meus 7 ou 8 anos) e, passeando para cima e para baixo na calçada em frente à casa, cada vez que cruzava pela janela cumprimentava cerimoniosamente, sempre no mesmo tom de voz: “boa tarde, “seu” Alfredo”! E o vovô Alfredo, distraída e educadamente respondia: “boa tarde, minha senhora”!

A brincadeira se arrastou por cerca de meia-hora e, lá pela sexta ou sétima saudação o vovô desconfiou e “se ligou”. Quando a Maria passou e disse “boa tarde, “seu” Alfredo”, ele estrilou: “isso não se faz! Pare com isso! Você está debochando de mim! É uma falta de respeito”!
Barbacena, eu me lembro...: foi a primeira e única vez que vi o vovô Alfredo brabo e também, como foi difícil acalmá-lo.



... das caipirinhas tomadas com os amigos no bar do Tio Mario antes de subir pros bailes de carnaval no Barbacenense. lembro das festas no sitio do Tista, lembro da corrida da cueca na terça feira de carnaval depois do baile, lembro da canja de galinha de manhãzinha pra terminar a noite, lembro da cordinha na porta da casa da Tia Zulmira que a gente puxava, devagarzinho, quando chegava de madrugada pra não acordar ninguém ...
(Regina Oliveira – Brasília)



... Filha de militar da EPC do AR anos 64 a 68, morei em BQ nos anos dourados dos BEATLES. Lembro das tardes matando a última aula do Curso Pedagógico para ouvir as músicas nas lojas de discos, dos filmes do cine Pálace, do frio, do por do sol mais lindo que eu já vi, das minhas amigas. Da minha rua, do encanto de um tempo que nunca esqueci. Amo esta cidade e sonho voltar para revê-la.
(Regina Ramalho - Salvador Bahia)



... do apito e o barulho da Maria Fumaça da "Oeste de Minas" passando nos fundos da minha casa na Rua do Campo.
(Henrique Sergio Discacciati -Campinas SP)



... da derrubada da Igreja São Sebastião inicio da década de 60.
(Ramon Tellado – Brasília/DF)



NOTA DA REDAÇÃO:
Barbacena, eu me lembro... será publicado todas as quintas-feiras no Portal de Notícias Barbacena On Line. Mande sua colaboração para ricardo@barbacenaonline.com.br.



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NOTA DA REDAÇÃO:
Barbacena, eu me lembro... será publicado 
todas as quintas-feiras no Portal de Notícias Barbacena On Line. 
Mande sua colaboração para
Li
 Fonte:
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres. 
 Sejam abençoados todos os seres.
 
 

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