Barbacena,
eu me lembro...
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Estamos começando uma gostosa
brincadeira para buscar as reminiscências de gerações
de barbacenenses. E acho que consegui, neste primeiro
momento, alcançar este intento, haja vista os
mais de 30 e-mails que recebi até agora. Cada
um a seu modo, cada um revisitando a sua época.
Geralmente as lembranças relatadas se voltam
para a adolescência.
Perguntei à minha mulher, Luciane Miranda Salim,
psicóloga, o porquê desta opção
da grande maioria, por recordar a adolescência.
Segundo ela, as pessoas guardam na memória aquilo
que lhes foi muito bom, ou aquilo que lhes foi muito
ruim. Sempre os extremos. E na adolescência, a
primeira experiência em vários casos, marca
para sempre a personalidade de cada pessoa.E assim as pessoas lembraram do Sovon’s, do Jardim dos Macacos, das Padarias Mug e Trieste, coisas do carnaval... num exercício de memória daquilo que ficou marcado na história desta cidade, particularizado pela visão de cada um de nós. Questões técnicas à parte, a verdade é que a história do “” nasceu de um papo agradabilíssimo com o meu amigo e jornalista Ivanir Yasbeck. Ele, que já foi editor geral do Jornal do Brasil e hoje está aposentado, morando em Juiz de Fora, foi o precursor da idéia e meu maior incentivador. Ivanir juntou-se a um grande némero de amigos e escreveu “Eu me lembro”, percorrendo a história quase recente de Juiz de Fora. E lançou-me o desafio de fazer o mesmo em Barbacena. Então meu bom amigo, aqui está a primeira leva de publicações que o Portal de Notícias Barbacena On Line começa a partir de hoje e promete se estender pelos próximos meses. É obvio que, nesta segunda-feira, quando nossos leitores estiverem lendo a primeira edição do “Barbacena, eu me lembro...”, estaremos, eu e o Ivanir, tomando aquela cerveja gelada e comemorando o sucesso de mais uma intervenção do Barbacena On Line na cultura e na história desta cidade.
Sem esticar demais a nossa conversa,
gostaria de deixar
o convite para você
participar deste sonho coletivo.
Basta enviar um e-mail para
Vale o exercício
da memória.
![]() (Bárbara Magalhães) ![]() (Ricardo Tollendal) ![]() (Elisabeth Costa Nobre) ![]() (Rosana Oliveira) ![]() (Anna Maria de Freitas Ede Oliveira) ![]() (Mariana Gonçalves) ![]() (Maria Lucia Bergamini Mitsuichi) ![]() (Luiz Augusto Filardi) ![]() (Carlos José Fortes) ![]() (Demilson Vigiano) ![]() (Newton Siqueira de Araújo Lima) Barbacena, eu me lembro... ARTHUR BERNARDES
Dos domingos, no início da década de 50 (séc. XX) em que saíamos toda a família, do Bairro Boa Morte e íamos, a pé, passar o dia, na casa do vovô Alfredo, na Rua do Campo. Isso incluía almoço e café da tarde, por lá.
Para poupar a vovó Lilinda nos trabalhos na cozinha, a mãe Totoca levava a Maria, dedicada doméstica de tantos anos. A volta para casa era de “Táxi”, naquela época chamado de “carro de praça” e o motorista era “chauffeur”, que podia ser escolhido. Para nós era sempre o Srº Celestino Discacciatti ou então o Sr. Chico Padeiro, ambos muito amigos de meu pai, o “velho” Álvaro Coutinho. Os automóveis eram verdadeiras preciosidades, hoje peças inestimáveis de colecionadores particulares: Chevrolets, Fords, Plymounts, Dodges, Studebakers, carrões americanos impecavelmente limpos por dentro e reluzentes latarias por fora. Bem, o vovô Alfredo passava as tardes sentado à janela da sala, observando o movimento na rua. Certo domingo a Maria me pegou pela mão (ali pelos meus 7 ou 8 anos) e, passeando para cima e para baixo na calçada em frente à casa, cada vez que cruzava pela janela cumprimentava cerimoniosamente, sempre no mesmo tom de voz: “boa tarde, “seu” Alfredo”! E o vovô Alfredo, distraída e educadamente respondia: “boa tarde, minha senhora”! A brincadeira se arrastou por cerca de meia-hora e, lá pela sexta ou sétima saudação o vovô desconfiou e “se ligou”. Quando a Maria passou e disse “boa tarde, “seu” Alfredo”, ele estrilou: “isso não se faz! Pare com isso! Você está debochando de mim! É uma falta de respeito”! Barbacena, eu me lembro...: foi a primeira e única vez que vi o vovô Alfredo brabo e também, como foi difícil acalmá-lo. ![]() (Regina Oliveira – Brasília) ![]() (Regina Ramalho - Salvador Bahia) ![]() (Henrique Sergio Discacciati -Campinas SP) ![]() (Ramon Tellado – Brasília/DF)
NOTA DA REDAÇÃO:
Barbacena, eu me lembro... será publicado todas
as quintas-feiras no Portal de Notícias Barbacena
On Line. Mande sua colaboração para ricardo@barbacenaonline.com.br |
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