Xênia Bier entrevista Huberto Rohden - 16min.
Jesus - Huberto Rohden -
A Cura pelo Espírito - 5min.
Jesus - Huberto Rohden -
Por que sofremos - 50min.
Construido o Homem Integral - 71min.
Xênia Bier entrevista Huberto Rohden -13min.
O NOVO MUNDO - Poema : Filho do Homem - Huberto Rohden
Huberto Rohden (São Ludgero, 31 de dezembro de 1893 — São Paulo, 7 de outubro de 1981) foi um filósofo, educador e teólogo catarinense, radicado em São Paulo. Filho de Johannes Rohden e de Anna Locks.Precursor do espiritualismo universalista, escreveu mais de 100 obras (ao final da vida, condensadas em 65 livros), onde franqueou leitura ecumênica de temáticas espirituais e abordagem espiritualista de questões pertinentes à Pedagogia, Ciência e Filosofia, enfatizando o autoconhecimento, auto-educação e a auto-realização. Propositor da filosofia univérsica, por meio da qual defendia a harmonia cósmica e a cosmocracia: autogoverno pelas leis éticas universais, conexão do ser humano com a consciência coletiva do universo e florescimento da essência divina do indivíduo, reconhecendo que deve assumir as conseqüências dos atos e buscar a reforma íntima, sem atribuir à autoridade eclesiástica o poder de eliminar os débitos morais do fiel.
- Traço marcante no pensamento de Huberto Rohden na Filosofia brasileira do século XX é a acentuada preocupação com controvérsias do campo da Ética e da Pedagogia, próprias da sociedade moderna, e o estudo da metafísica fundamentado na análise comparada de religiões e filosofias espiritualistas do Ocidente e Oriente.
- Atualmente publicados pela Editora Martin Claret (São Paulo), os livros foram também editados pelas editoras Vozes (Petrópolis), União Cultural (São Paulo), Globo (Porto Alegre), Freitas Bastos (Rio de Janeiro) e Fundação Alvorada (São Paulo), entre outras.
- Padre jesuíta durante o início da carreira literária, graduou-se em Ciências, Filosofia e Teologia pelas Universidades de Innsbruck (Áustria), Valkenburg (Holanda) e Nápoles (Itália).
- Fundador da Instituição Cultural e Beneficente Alvorada (1952), lecionou na Universidade de Princeton (Estados Unidos da América), American University, de Washington D.C. (EUA), e na Universidade Mackenzie (São Paulo, SP). Proferiu palestras nos Estados Unidos, Índia e Portugal.
- Tradutor do Novo Testamento, da Bhagavad Gita e do Tao Te Ching, preocupou-se em editá-los a preços populares, de modo que facilitasse a democratização do conhecimento. Ao longo da vida revisou, atualizou e reescreveu o conjunto dos escritos.
- Foi biografado por Zoraida Hostermann Guimarães em Um Pilar de Luz no Cosmo (2000), da Editora Lunardelli (Florianópolis, SC).
Pioneirismo
- Nas obras de meados do século XX, Huberto Rohden já abordava temas que só a partir do final daquele século começariam a se tornar recorrentes na literatura espiritualista brasileira: a cidadania e a consciência cósmicas; a auto-educação como principal meio de auto-iluminação; a cosmocracia (autogoverno de acordo com a Ética universal); a felicidade via exercício contínuo do autoconhecimento e auto-realização; a espiritualidade de cunho laico, temporal, ecumênico e universalista.
- A mensagem de sua obra é tornar o homem consciente de sua condição de um ser inteligente, espiritual e integral em rumo de sua evolução, sua filosofia tem um viés de uma reforma interior em que o ser para encontrar sua paz e felicidade necessita conscientizar de seu eu-crístico ou eu-cósmico,teses geradas pela Filosofia Univérsica, a qual dirijiu por muitos anos.
- Apesar de ser, como intelectual, o principal precursor brasileiro do espiritualismo universalista e de ter obras com boa distribuição e a preços populares, ainda é pouco conhecido e divulgado, na comunidade espiritualista do Brasil, o papel pioneiro de Huberto Rohden no âmbito do espiritualismo universalista.
Huberto Rohden
Postado por: Luiz Terapeuta
AS DUAS FACES DA NUVEM
Não creias, amigo ignoto, em nuvens totalmente escuras.
Por mais sinistras que pareçam, cá de baixo, não deixam de ser luminosas, vistas lá de cima.
É questão de perspectiva…
Por mais sinistras que pareçam, cá de baixo, não deixam de ser luminosas, vistas lá de cima.
É questão de perspectiva…
Quando um dia subires a estratosfera, verás que o mais espesso negror se dilui em luminosa alvura.
Não creias em vida perfeita.
Não fales em derrota completa.
A vida é tão vasta, sublime e profunda que nenhuma desgraça a pode inutilizar por completo.
Se a perfídia dos inimigos ou a traição dos “amigos” demolirem os palácios da tua opulência, levanta modesta choupana à beira da estrada.
Ninguém te pode fazer infeliz – a não ser tu mesmo.
Tu é que tens nas mãos as chaves do céu e do inferno.
“O reino de Deus está dentro de ti”…
A felicidade não está na periferia da tua vida – está no centro do teu ser.
Não é nos nervos, na carne, no sangue, no acaso ou no destino que se reside a verdadeira beatitude – mas, sim, no íntimo recesso da tua consciência.
Melhor uma choupana arraiada de sorrisos do que um palácio afogado em lágrimas…
Deus te creou1 para a felicidade – e quem pode frustrar os planos do Onipotente?
Se a tua vida não é um dia cheio de sol – por que não poderia ser uma noite iluminada de estrelas?
Por que não poderia a luz suave de miríades de astros infundir-te na alma uma felicidade que nunca te deram os fulgores solares?
Se não percebes o chilrear dos passarinhos e o chiar das cigarras da zona diurna da vida – por que não te habituas a escutar as vozes discretas com que o silêncio noturno enche a tua solidão?
Há tanto misticismo nas fosforescências da Via-Láctea…
Há tanta sabedoria na reticência da luz sideral…
Há tanta eloquência no mutismo das nebulosas longínquas.
Há tantas preces no sussurro das brisas noturnas…
Há tanta alma na argêntea placidez do luar…
Há tanta filosofia na vastidão pressaga do cosmo…
Há tanta beatitude na acerbidade da dor, quando ilumina por um grande ideal…
Há tão profunda paz em pleno campo de batalha, quando o homem compreendeu o porquê da luta e o sentido divino do sofrimento…
Por mais negra que seja a face humana das nuvens da tua vida – crê, meu amigo, que é luminosa a face voltada para as alturas da Divindade.
Huberto Rohden. De Alma Para Alma.
Filosofia da Vida para os que Pensam e Sofrem. Fundação Alvorada para o
Livro Educacional. 1976.
1- Huberto Rohden considera
distinções entre as palavras “crear” e “criar”. Para o autor, “crear” é a
manifestação da Essência em forma de existência – “criar” é a transição
de uma existência para outra existência.
FAZE UMA LIMPEZA GERAL!1
— Estamos em festa! Flores por toda a parte, nas mesas, pelas paredes, nos peitoris das janelas!…
— Esqueceste uma coisa, amigo.
— Que foi?
— Limpeza geral da casa! Olha as teias de aranhas lá no canto! Olha o cisco no chão!
— Não importa! As flores vão encobrir tudo.
— Acho que, antes de por flores, seria necessária muita vassourada, creolina, gasolina, flit, etc…
— Esqueceste uma coisa, amigo.
— Que foi?
— Limpeza geral da casa! Olha as teias de aranhas lá no canto! Olha o cisco no chão!
— Não importa! As flores vão encobrir tudo.
— Acho que, antes de por flores, seria necessária muita vassourada, creolina, gasolina, flit, etc…
* * *
Felicidade é vida em festa — e festa na vida. Mas, para haver festa e flores, é necessário fazer uma limpeza geral na casa.
Infelizmente, a nossa civilização e vida social está quase toda baseada em mentiras, fraudes, falsidades, hipocrisias e outras imundícies.
Infelizmente, a nossa civilização e vida social está quase toda baseada em mentiras, fraudes, falsidades, hipocrisias e outras imundícies.
A patroa dá ordem a empregada para dizer as visitas que a “dona não está em casa”.
O negociante tem de mentir constantemente aos fregueses para vender as suas mercadorias.
O leiteiro mente dizendo que o leite com 50% de água é leite puro.
O vinicultor põe no seu vinho, além de água e anilina, meia dúzia de drogas picantes e nocivas, para vender melhor ou atender ao gosto viciado dos consumidores.
O farmacêutico2 falsifica os seus produtos de laboratório para ganhar mais dinheiro, pondo em perigo a vida e a saúde dos que ingeriam as drogas.
O cabo eleitoral mente ao público que o seu candidato é o melhor do mundo, quando ele bem sabe que o seu patriotismo obedece à plenitude do bolso.
O orador sobe à tribuna, cônscio da sua inigualável competência e inicia a sua peça oratória com as palavras costumeiras: “Eu, apesar da minha absoluta incompetência…”, abrindo ligeira pausa para ouvir das primeiras filas um murmúrio de “não apoiado”, suavíssima carícia para a sua vaidade.
“Muito prazer em conhecê-lo” — quantas vezes não encobre essa frase estereotípica sentimentos diametralmente opostos aos que os lábios proferem?
90% do que o rádio e televisão propalam é mentira a serviço da cobiça.
Tão inveterados são estes e outros vícios sociais que é quase impossível viver em sociedade sem ser contagiado por essas mentiras e hipocrisias. Tudo isto, é sujeira moral, que torna praticamente impossível o desenvolvimento de uma verdadeira felicidade.
* * *
Certo dia, nos Estados Unidos, entrei em uma loja para comprar um
artigo. Um dos vendedores mostrou-me o artigo desejado, mas logo
acrescentou: “Não é dos melhores, mas o senhor encontrará coisa melhor
na casa tal, rua tal”.
Tive a impressão de estar presenciando um milagre, pois não deveria o vendedor garantir-me que aquele artigo que a casa vendia era o melhor do mundo, insuperável, ultrapiramidal e jamais igualado? E como é que, ainda por cima, me indica uma loja onde possa comprar coisa melhor?
Entretanto, melhor publicidade não podia o empregado fazer da casa do que a que ele fez: ser escandalosamente honesto! O fato é que, desde aquele dia, eu só comprava nesta casa, e para lá encaminhava todos os meus amigos. “Honesty is the best policy” — (honestidade é a melhor filosofia) — pura verdade que poucas pessoas compreendem.
Quando uma pessoa começa a ser escandalosamente honesta, em todos os pensamentos, palavras e atos de sua vida, descobre algo que até então ignorava completamente.
Como definir esse algo?
O fato é que essa pessoa descobre dentro de si um “lugar seguro” — vá esta palavra tosca por outra melhor — uma espécie de baluarte ou fortaleza, um ponto de refúgio nas tempestades da vida. E, por mais violentas que lá fora esbrajem as tormentas, no interior desse reduto seguro vive a alma em perfeita paz e serenidade.
Essa pessoa descobriu que “felicidade” ou “infelicidade” não é algo que lhe possa “acontecer de fora”, mas que ela “produz dentro de si”. Descobriu a enorme diferença entre “felicidade” e “prazer”, entre “infelicidade” e “sofrimento”. Prazeres e sofrimentos estão nos nervos, na carne, na superfície do Eu periférico — ao passo que felicidade ou infelicidade é algo que reside no Eu central, na alma.
De encontro a toda terminologia tradicional, essa pessoa verifica que nenhuma outra pessoa ou coisa a podem fazer feliz ou infeliz — mas que só ela mesma é autora da sua felicidade ou infelicidade.
Candidato à verdadeira felicidade! Grava bem dentro do teu coração esta verdade:
“NÃO FAREI DEPENDER A MINHA FELICIDADE DE ALGO QUE NÃO DEPENDA DE MIM”!
(Texto extraído do livro “O CAMINHO DA FELICIDADE” de Huberto Rohden.
Livraria Freitas Bastos S. A. Rio de Janeiro. 1962. Parte 6).
Reprodução: Alvorada do Estado do Rio de Janeiro.
Maledicência – Não fales mal de ninguém.
Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros
Qual a razão última dessa mania de maledicência?
É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.
Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
Qual a razão última dessa mania de maledicência?
É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.
Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.
Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros.
Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de doentes os outros para gozar a consciência da saúde própria.
As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência.
Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algoparecido com whisky, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.
A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.
Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras.
Fala-se muito por falar, para “matar tempo”. A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades.
Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões, enceguecidas, que se atiraram sobre outras nações, transformando-as em ruínas.
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel.
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio. São enfermos em demorado processo de reajuste.
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
Pense nisso!
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas.
Evitemos a censura.
A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.
Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente.
Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina.
Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, “a boca fala do que está cheio o coração”.
Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina.
Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, “a boca fala do que está cheio o coração”.
(Texto extraído do livro “A Essência da Amizade” – Huberto Rohden* – EditoraMartin Claret).
No Mundo Glorioso do Homem Cósmico
Quando o homem passar da sua presente
semi-consciência “ego” para a futura pleni-consciência “Eu”, então será o
reino de Deus proclamado sobre a face da terra; haverá um novo céu e
uma nova terra, conforme as sagradas Escrituras. Então desaparecerão
todas as seitas, igrejas e teologias obrigatórias — e só permanecerá a
Religião, que guiara os homens à felicidade.
Essa Religião única e universal não mais
dependerá de tradições e revelações do passado. Não haverá mais crença
nem descrença — mas somente a sabedoria da experiência a própria
Realidade divina.
A Religião não mais será uma parte da
vida a ser praticada em certos dias e em certos lugares, de acordo com
certos ritos — Religião será a própria essência da vida diária, porque o
homem de consciência cósmica se sentirá espontaneamente “religado” ao
Infinito Transcendente pelo Infinito Imanente, sentirá o Uno da
Divindade em todo o verso do mundo — o homem cósmico é o homem
universificado pelo próprio Universo.
O homem cósmico, assim universificado,
não procurará sua Religião em livros, cerimônias, templos, bíblias,
autoridades eclesiásticas, dogmas, sacramentos, orações, hinos ou credos
— a sua própria vida será a sua Religião, porque ele saberá que “Eu e o
Pai somos um, o Pai está em mim, e eu estou no Pai”.
E esta Religião não terá o fim de
libertar o homem dos seus pecados e salvar sua alma para a vida eterna;
de preservá-lo do inferno e fazê-lo entrar no céu — porque a certeza da
imortalidade estará em cada alma, aqui e agora, assim como a luz está
nos seus olhos.
Dúvida sobre Deus e a vida eterna será tão impossível como a dúvida na própria existência.
Já não haverá discussões sobre teísmo ou
ateísmo, sobre materialismo ou espiritualismo — porque o homem de
consciência cósmica superou todas as escolas primárias e secundárias da
vida terrestre e ingressou na Universidade da Realidade Cósmica.
Já não haverá intermediários entre o
homem e Deus – porque o próprio homem, chegado à sua adultez espiritual,
sabe diretamente que o reino de Deus está dentro dele.
A chamada morte não é, para ele, o fim
da vida, mas a transição duma semi-vida na matéria para uma pleni-vida
em outras regiões do Universo, porque o homem cósmico sabe por
experiência própria o que quer dizer “na casa de meu Pai há muitas
moradas”.
O homem cósmico realizou a mística de
Deus pela ética dos homens na estética da natureza — e por isso ele sabe
e saboreia que todos os bens do Universo estão sempre a seu dispor,
porquanto ele mesmo se sente como parte integrante do cosmos.
O mundo povoado pelos homens de
consciência cósmica será tão diferente do mundo governado pela
ego-consciência, como esta humanidade de hoje é diferente da humanidade
pré-histórica, antes do despontar da inteligência.
O homem do futuro, governado pela
consciência crística do Eu racional, será tão diferente do homem
presente governado pela ciência luciférica do ego intelectual, como a
serena claridade do sol difere das débeis fosforescências de um vagalume
em plena noite.
Quando o homem semi-consciente de hoje
entrar no mundo pleni-consciente do homem cósmico de amanhã, então será
compreendido, pela primeira vez, o Evangelho do Cristo — e tudo o que
foi dito, escrito, e excogitado pelos teólogos sobre o Cristo será
considerado como fogo pintado em telas de museu, em face do fogo real em
toda a sua verdade.
E então a segunda vinda do Cristo será uma gloriosa realidade — no mundo do homem cósmico. . .
Huberto Rohden – A Nova Humanidade – Ed. Alvorada
Da Crença Para a Experiência
Até o fim da Idade Média, prevalecia na
cristandade o período da crença em Deus, na imortalidade, no Cristo, no
mundo espiritual.
Com o fim da Idade Média, grande parte
da cristandade e da humanidade ocidental abandonou a crença, e, com o
início da Renascença, muitos proclamaram a ciência como elixir da
felicidade. A crença, que é um ato de boa vontade, foi substituída pela
ciência, que é um ato da inteligência.
Hoje, porém, após quase cinco séculos de
Renascença, e no apogeu da ciência, a nova humanidade está iniciando o
terceiro estágio da sua evolução ascensional, para além da crença e da
ciência — rumo à experiência de Deus e do mundo invisível. Se a crença
foi um ato de boa vontade, e a ciência um ato da inteligência — a
experiência é o despertar da razão, do Lógos, do Cristo.
A crença corresponde à infância.
A ciência é da adolescência.
A razão é da maturidade.
O grosso da humanidade continua no
período da crença, porque a imensa maioria do gênero humano se acha
ainda no plano da infância espiritual, em que a única atitude é a de
crer em Deus e no mundo espiritual. Nem é provável que, em tempo
previsível, haja uma humanidade que consiga ultrapassar o estágio da
crença, uma vez que a evolução progride com passos mínimos em espaços
máximos. Para esta humanidade, a crença é necessária, porque é um freio
disciplinar para conter o homem dentro de certos limites de moralidade.
Apenas uma pequena elite da humanidade
ocidental conseguiu ultrapassar a crença baseada em testemunhos alheios e
entrar na experiência própria de Deus e do mundo invisível.
Os que perdem a crença sem atingirem a experiência caem facilmente na descrença.
A elite dos experientes sabe que essa
experiência do mundo superior não é um ato transitório, mas uma atitude
permanente do homem, uma abertura ou receptividade em face do mundo
superior. Para ter experiência da Realidade invisível, deve o homem ser
invadido pela alma do Universo, que é Deus.
E, para que aconteça ao homem essa
invasão cósmica, deve ele oferecer ao invasor canais abertos; somente o
homem invadível pode ser invadido pela alma do Universo. Esta
invadibilidade ou disponibilidade cósmica do homem consiste num total
ego-esvaziamento, que, segundo leis infalíveis, preludia a
cosmo-plenificação, que certas teologias chamam “graça”.
A verdadeira meditação é idêntica a esse
ego-esvaziamento. E, na linguagem dos Mestres, é um egocídio
voluntário, após o qual nasce na alma o Cristo, ou o Reino de Deus.
Durante esse egocídio, ou
ego-esvaziamento, o homem ignora totalmente a sua personalidade humana,
mas fica perfeitamente consciente da sua individualidade divina. É um
estado 100% consciente e 0% pensante. Os Mestres da vida espiritual são
unânimes em exigir esse egocídio, para que possa nascer o Reino de Deus
no homem: “Se o grão de trigo (ego) não morrer, ficará estéril; mas, se
morrer, produzirá muito fruto”. “Eu morro todos os dias, e é por isto
que eu vivo; mas já não sou eu (ego) que vivo, é o Cristo (Eu) que vive
em mim”.
Após esse egocídio e esse nascimento do
Cristo interno, o homem tem experiência direta e imediata de Deus, da
sua alma imortalizável, e agora imortalizada. Já não é um ciente, mas um
experiente ou sapiente.
Esta experiência gera absoluta certeza
de Deus e da imortalidade, certeza essa que transforma toda a vida
individual e social do homem.
Da crença há um possível regresso para a descrença — mas da experiência não há regresso para a inexperiência.
A certeza dos verdadeiros iniciados não
vem da crença, menos ainda da ciência, mas vem da experiência. O homem
que não tem experiência de Deus e da imortalidade não realizou o destino
da sua existência.
Huberto Rohden – A Nova Humanidade – Ed. Alvorada
Sabedorias dos Séculos
Todas as coisas, mesmo as mais pequeninas, são grandes quando feitas com grandeza de alma.Nunca farei depender a minha felicidade de algo que não dependa de mim.
Envolve numa aura de benevolência universal todos os seres vivos, sem fazer mal a nenhum deles – e verás que nenhuma pessoa te é inimiga.
Consolida-te firmemente no hábito de ser absolutamente verdadeiro e sincero em tudo que fazes, dizes e pensas – e verás que todas as coisas se te oferecerão espontaneamente para serem usufruídas por ti.
Não maldigo as trevas de ódio que me cercam – acendo em minha alma a luz do amor.
Não sou melhor porque me louvam, nem sou pior porque me censuram – sou, na verdade, o que sou a Teus olhos, Senhor, e a luz de minha consciência.
Nenhum mal que os outros me fazem me faz mal, porque não me faz mau – somente o mal que eu faço aos outros me faz mal porque me faz mau.
Huberto Rohden. RUMO A CONSCIÊNCIA CÓSMICA. Fundação Educacional e Editorial Universalista. Porto Alegre
Esta página é dedicada à Huberto Rohden.
Autor de 65 livros, a maioria de
filosofia, o tubaronense Huberto Rohden (1893-1981) é um estrangeiro em
território catarinense. Pouco conhecido, o escritor acaba de ganhar uma
biografia escrita por Zoraida H. Guimarães, “Um Pilar de Luz no Cosmo”,
publicado pela Editora Lunardelli.
Filho de roceiros e lavradores em Braço
do Norte, quando o município pertencia ao distrito de Tubarão, Rohden
escreveu seus primeiros artigos aos 22 anos na revista “Eco”, em Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul, Estado para onde foi em 1905 para estudar
no Colégio São José, em Pareci Novo. Aos 27 anos foi ordenado sacerdote
e, para comemorar a data, editou seu primeiro livro, “Tu és o Cristo,
Filho do Deus Vivo”. Depois de 25 anos de dedicação à literatura cristã,
deixou o clero, sob pressão de “invejosos”, que rotulavam seus escritos
de perniciosos à fé católica.
Esta página é dedicada à Huberto Rohden.
Alvorada do Estado do Rio de Janeiro.
Local: Rua Senador Dantas 117/sala 1834. Centro. RJ/RJ.
Para maiores informações ligue: (0xx) 22-9703-6410.
Local: Rua Senador Dantas 117/sala 1834. Centro. RJ/RJ.
Para maiores informações ligue: (0xx) 22-9703-6410.
Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.