Renato Reis II
Em maio de 1798, o popular e ambicioso general Napoleão Bonaparte, aos 28 anos de idade, arquiteta a conquista do Egito - após suas vitórias militares na Itália nos dois anos anteriores -, onde ele pretendia emular os feitos de seu herói, Alexandre, o Grande, realizando a sua própria conquista do país.
Ele parte para a desconhecida e milenar terra dos faraós, levando consigo mais de 40 mil soldados, 10 mil marinheiros, 400 navios de transporte, 13 de navios de linha, 14 fragatas, 7 mil cavalos, 1.000 peças de artilharia e 167 cientistas, engenheiros, pintores, botânicos, matemáticos e escritores - que ele pretendia usar para explorar e documentar a terra do Nilo, revelando-a ao Ocidente, e reconstruir a cultura e a economia do Egito, difundindo os valores e ideais iluministas no Oriente, unindo campanha militar à expedição acadêmica.
Foi o início de uma grande epopeia - e de uma derrota ainda maior. No fim da campanha, a Armée d'Orient estava dizimada vítima da peste e do malsucedido Cerco de Acre, os navios estavam afundados nas profundezas de uma baía do Mediterrâneo, e Napoleão tinha abandonado seu exército, fugindo na calada da noite, retornando para a França. Menos de três depois de sua fuga do Egito, através do 18 Brumário, ele se tornaria o governante de facto da França, como Primeiro Cônsul.
Atualmente, poucas pessoas sabem sobre a campanha de Napoleão no Egito. Entretanto, apesar de Bonaparte ter perdido a guerra pela França, ele ganhou muito mais para o mundo do que qualquer um poderia ter imaginado. Seus cientistas descobriram o Antigo Egito. Eles registraram, descreveram e revelaram de forma minuciosa todos os aspectos possíveis da vida egípcia - arte, arquitetura, fauna, flora, artesanato, monumentos e etc -.
O resultado mais importante desses esforços de curta duração foi a descoberta da Pedra de Roseta. Este bloco de basalto negro e seus enigmáticos escritos forneceram a chave para a decifração final da escrita hieroglífica egípcia.
Em última análise, foi a ambição e o espírito visionário de Napoleão, através da Campanha do Egito (1798-1801), que deram à luz a Arqueologia e a Egiptologia modernas, que provavelmente são alguns dos maiores legados de Napoleão, ao lado de seu Código Civil.
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