Bergson via a intuição como o principal caminho para o conhecimento, que vem através de percepções primárias, imediatas, de acordo com nossas experiências.
Para ele, chegaria um dia onde desenvolveríamos a intuição como importante aliada e amplamente executada, aplicando-a em nossas posturas e reações.
Bergson é um dos precursores do inconsciente.
Acreditava que a razão não poderia ser inimiga da intuição. Caminhando juntas, são como ciência e filosofia, uma, o conhecimento do absoluto, outra a relatividade do conhecimento.
Para chegarmos ao conhecimento, em primeira estância, intuímos, posteriormente refletimos e a razão chega como conseqüência última, através das explicações lógicas.
Todos temos momentos onde não explicamos porque pensamos de determinada forma ou intuímos que certa prática deveria ser adotada.
Assim, a intuição nasce por uma série de fatores em nossos históricos experimentais e a conseqüência disso é ligarmos determinadas percepções a tais sensações, através da razão.
Sendo assim, a intuição pode ser julgada como uma forma de conhecimento?
Quando a razão não é suficiente e os limites do conhecido impedem de ir além?
Muitos sucessos empresariais surgem através da intuição, que motiva a insistência e, por conseqüência, permite o ir além, ainda que a racionalidade seja um fator limitante.
Inúmeros casos são observados no mundo corporativo. Além dos fracassos provocados pela néscia insistência dos despreparados, vemos situações onde um posicionamento, contrário ao de muitos é mantido e, contra tudo e todos, a postura é executada, correndo um grande risco.
Por quê alguém arrisca o sucesso na insistência de uma crença subjetiva originada de uma sensação?
O que é a intuição e como se forma?
Tem, como matéria prima, conceitos metafísicos ou são experimentos vividos, armazenados e em determinado momento, lembrados?
A minha postura seria a de minimizar sempre as intuições em uma empresa.
Um empreendimento e todas as práticas envolvidas não devem ser baseados em reações sensitivas, crenças de “eu sinto”, “eu acho”. Acredito que determinados caminhos podem e devem ser pautados em uma razão com fatos e experimentos racionais, mas note que eu apenas “minimizo” a intuição e não a elimino.
Em determinados momentos, a razão não será suficiente e nos deixará sem a resposta que necessitamos para determinadas atitudes, nessa situação, a intuição pode ser uma grande aliada.
Há ainda, situações, onde a intuição vai além da razão, principalmente nos casos de lançamentos de novos produtos e determinados serviços.
No mundo da tecnologia vemos a Apple de Steve Jobs como grandes aliados da intuição em todos os seus lançamentos inovadores e práticas originais.
Tudo, embasado com evidências matemáticas, sem esquecermos que a intuição pode ser um tempero a mais, um diferencial em determinadas ações ou o impulso vital para que determinada idéia seja colocada em prática.
A vida moderna, o contexto cultural, social e racional, nos afastam da intuição, por medos da falha.
Naturalmente, se você executou determinado projeto que fracassou, mas sua base teve sólidos conceitos experimentais e referências concretas, sofrerá menos riscos que se falhar, baseado em sua intuição.
Mas não se esqueça que grandes descobertas e práticas só podem ser viabilizadas com o uso da intuição.
Saiba ser racional no apoio do intuitivo.
Permita-se intuir, racionalmente.
Doses variáveis de cada uma dessas práticas serão necessárias de caso a caso, sabendo quando ser mais, menos, onde insistir ou passar adiante.
Experimentamos, conhecemos, armazenamos e na totalidade somatória de nossa vivência, intuiremos. Saiba, nesse momento, racionalizar se tal intuição tem fundamento lógico e deve ser levada em consideração ou é apenas fruto de seus desejos emocionais, anseios projetivos e percepções irracionais.
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.