terça-feira, 12 de junho de 2012

[Filósofos & Educação] Santo Agostinho + Santo Tomás de Aquino (Vol. 5)


 

Publicado em 12/06/2012 por
Produção da TV Escola sobre Filosofia e Educação.
 Apresentação 
Antônio Joaquim Severino.
 

Santo Agostinho e São Tomás de Aquino

Santo Agostinho, um reconhecido filósofo cristão viveu entre os séculos IV e V. Estudou na África e inicialmente foi um intelectual que tinha orientação religiosa pagã, aderiu ao maniqueísmo e posteriormente sob grande influência de sua mãe e de diversos autores que lera converteu-se ao catolicismo sendo considerado como pertencente à patrística.

A patrística, em síntese, é o esforço para se criar uma filosofia cristã a qual atribui às práticas tradicionais católicas um arcabouço teórico para que se apresentem como “um conjunto de idéias produzidas e sistematizadas pela razão em um todo lógico” (PESSANHA, 1980 p.XII). 

Porém as primeiras tentativas de se consolidar tal filosofia cristã que tentava conciliar a fé e a revelação divina com a razão e o raciocínio lógico não obtiveram grande êxito. Somente até Santo Agostinho, que conseguiu elaborar uma verdadeira síntese sistematicamente organizada da filosofia cristã baseada num conhecimento de natureza neoplatônica que adequava o pensamento de Platão as concepções Católicas.

São Tomás de Aquino, segundo Maria da Glória de Rosa, é considerado um dos mais famosos filósofos da escolástica, viveu no século XIII e precocemente recebeu o título de Mestre em Teologia devido à sua genialidade.
A escolástica é marcada pelas idéias de Santo Agostinho, além de também procurar uma conciliação entre a fé e a razão, o catolicismo e a filosofia e ser bastante influenciada pelo pensamento neoplatônico. 

Entretanto, aprofunda mais no método dialético e sob São Tomás de Aquino ela receberá fortes influências aristotélicas a fim de buscar respostas às novas questões que eram impostas a fé e a razão em meados do século XIII e que o pensamento agostiniano não conseguia abarcar.

Os dois filósofos convergiram e divergiram em variados aspectos de seus pensamentos. Ambos se preocuparam em pensar sobre as essências das “coisas” (Deus, a natureza, o ser humano, a verdade, o conhecimento, etc.) essas idéias metafísicas procuravam justificar através da razão a conduta e a moral da tradição cristã. 

Porém Agostinho acreditava existir, como Platão, um mundo das idéias que era a perfeição, a verdade e um mundo real que era a representação imprecisa deste mundo ideal apreendida pelos sentidos sob diferentes formas. Santo Agostinho defendeu a idéia do mestre interior em que todo o conhecimento é alcançado dentro do próprio ser e somente através da iluminação divina pode-se chegar à verdade:
A teoria agostiniana estabelece, assim, que todo o conhecimento verdadeiro é o resultado de um processo de iluminação divina, que possibilita ao homem contemplar as idéias, arquétipos externos de toda a realidade. (PESSANHA, 1980 p.XVI).
Para Agostinho a filosofia era a busca da felicidade e essa, para ele, era uma ”indagação da condição humana em busca da beatitude” (PESSANHA, 1980 p.XIII).Porém Agostinho não encontrou na filosofia helênica esta beatitude e sim nas Sagradas Escrituras de Paulo de Tarso, é daí que surge o seu esforço de unir a razão à fé. A primazia entre fé e razão, uma sobre a outra não fica clara em Agostinho e existem diversos debates sobre o assunto, porém convém deixar claro que seu objetivo era o de conciliar os dois:
A razão relaciona-se, portanto, duplamente com a fé: precede-a e é sua conseqüência. É necessário compreender para crer e crer para compreender. (PESSANHA, 1980 p.XIV).
Já Tomás de Aquino, não acreditava em um mundo das idéias e sob influência do naturalismo aristotélico defenderá a existência de um mundo real, material. Esse mundo seria a criação divina – esta é uma das questões que surge ao seu tempo, a criação. Ele aponta a apreensão do divino através da verdade da razão que não pode ser negada pela verdade revelada da fé, ambas precisam ser idênticas, do contrário a fé ou a razão não foram adequadamente empreendidas.

 A teologia e a filosofia não se opõem. Fé e razão estão unidas em um único sentido: a perfeição, ou seja, o conhecimento de Deus. Para Tomás de Aquino a verdade e o conhecimento também são alcançados através de um mestre interior, porém, não há a intervenção de uma luz divina para que se dê o conhecimento, ele já existe como potencialidade no interior do ser e cabe a este descobri-lo através do aprendizado, do estudo, da educação religiosa, da pedagogia.

Portanto concluímos que ambos procuraram conformar razão e fé, filosofia e religião. Também defendiam que a busca do conhecimento dado através de ambas citadas acima tinha um sentido comum: a verdade divina, o conhecimento da perfeição, ou seja, o entendimento de Deus. 

Seus pensamentos 
se distanciaram quanto ao processo 
que se dá esse conhecimento apesar de concordarem
 em sua origem no ser interior. 

Tomas de Aquino sob influência aristotélica defendia idéias mais “materialistas” enquanto Santo Agostinho sob influência neoplatônica manteve seus pensamentos mais ligados ao mundo das idéias.
Referências Bibliográficas
OS PENSADORES, “São Tomás de Aquino” São Paulo: Abril Cultural 1980.
OS PENSADORES, “Santo Agostinho” São Paulo: Abril Cultural 1980.
PESANHA, José de Américo Motta. “Santo Agostinho (354-430) Vida e Obra” p. VI – XXIV in “Os Pensadores, Santo Agostinho” São Paulo: Abril Cultural 1980.
ROSA, Maria da Glória de. “A História da Educação através dos textos”. São Paulo: CULTRIX, 2002
 
Fonte:
 http://www.sobrehistoria.org/santo-agostinho-e-sao-tomas-de-aquino/
 24 de outubro de 2011Publicado em: Medieval
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