terça-feira, 25 de setembro de 2012

OS MUNDOS VISÍVEL E INVISÍVEIS - Bach - Cantate BWV 71 'Gott ist mein König'


Johann Sebastian Bach

Cantate BWV 71
Gott ist mein König

Concentus musicus Wien
Nikolaus Harnoncourt

Dieu le Père (Paolo Veronese dit Véronèse)

OS MUNDOS VISÍVEL E INVISÍVEIS, 
SEUS HABITANTES E SEU RELACIONAMENTO COM A HUMANIDADE
PARTE I – A REGIÃO QUÍMICA DO MUNDO FÍSICO 
  1. INTRODUÇÃO
A presente palestra integra as atividades de comemoração do Centenário da Edição do CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS (CONCEITO). Ela tem por base esse livro texto da Filosofia Rosacruz, bem como outras obras editadas pela Fraternidade Rosacruz. Será aconselhável reler os Capítulos citados nesta palestra, para obter um melhor entendimento de seu conteúdo.

O tema da palestra enfoca os Mundos nos quais evoluem as ondas de vida de nosso Sistema Solar, bem como os seus habitantes, dando ênfase ao relacionamento desses seres que habitam os diferentes mundos com a humanidade e as conseqüências mais destacadas desse relacionamento.

Durante a evolução das várias ondas de vida, percebe-se, pelo estudo da literatura Rosacruz, que há um ponto singular nessa evolução, quando a onda de vida atinge sua individualidade e passa a ser responsável por sua própria evolução. Os relacionamentos com outras ondas de vida, iniciados no período da Evolução em que se atinge a individualidade, continuam nos períodos evolutivos seguintes, em forma compatível com as novas condições do processo evolutivo.

A necessidade de relacionamentos é uma das forças do Universo de Deus que faz os Espíritos interagirem para o crescimento de cada um e da própria Divindade. Fomos diferenciados em Deus como Espíritos Virginais, adquirimos a individualidade para nos tornarmos responsáveis por nossa própria evolução, mas dependemos desse relacionamento com outros indivíduos para evoluirmos, algo que nos lembra nossa própria origem, em que estávamos juntos no seio de Deus, em uma grande unidade. Ao final do Dia de Manifestação, voltaremos todos a essa nossa origem, para compartilharmos nossas conquistas individuais e coletivas, já como parte integrante da Grande Consciência Divina.
  1. O UNIVERSO DE DEUS
A Região Química do Mundo Físico é, atualmente, a única parte do Universo de Deus, da qual tem consciência a grande maioria da humanidade. Essa percepção limitada traz conseqüências, já que o Mundo Físico é o mundo dos efeitos e esses efeitos só podem ser entendidos a partir do conhecimento das causas que residem nos Mundos Supra-Físicos.
Segundo os Ensinamentos Rosacruzes, o Universo se divide em sete mundos, a saber:

      Mundo de Deus
      Mundo dos Espíritos Virginais
      Mundo do Espírito Divino
      Mundo do Espírito de Vida
      Mundo do Pensamento
      Mundo do Desejo
      Mundo Físico.

Cada um desses mundos é subdividido em sete regiões, conforme mostrado no Diagrama 2 do CONCEITO e descrito em seu Capítulo I.
É uma lei do Universo que qualquer ser, para funcionar em um dado mundo ou região, necessita de um veículo construído a partir de matéria ou substância desse mundo ou região. O Diagrama 2 do CONCEITO  mostra os veículos do ser humano, formados a partir da matéria do mundo ou região correspondente.
  1. O MUNDO FÍSICO – A REGIÃO QUÍMICA
A Região Química do Mundo Físico é a única região que a maioria da humanidade percebe e tem conhecimento. É a região objeto de estudo da Ciência Oficial, que tem desenvolvido poderosos instrumentos que ampliam os sentidos físicos do ser humano para observar tanto o macrocosmos quanto o microcosmos. A observação dos mundos invisíveis depende ainda, no entanto, de que o homem desenvolva sua capacidade de perceber esses mundos, iniciando com seu primeiro passo – a visão etérea, que adiante será analisada. 

Quando um número significativo de cientistas der esse primeiro passo, haverá, em conseqüência, uma mudança significativa dos paradigmas da ciência, pois muitos dos fenômenos que escapam da observação humana por ocorrerem nos chamados mundos invisíveis, passarão a ser observáveis, podendo ser assim estudados pela ciência. Um dos exemplos mais marcantes deverá ser o momento da partida deste mundo. Um vislumbre dessa mudança pode ser inferido a partir dos impactos que vêm se registrando sobre a medicina com as experiências de quase morte (near death experiments)..

O relacionamento da humanidade com os demais reinos é sobejamente conhecido por todos, bem como os inúmeros problemas que afetam todo o nosso eco-sistema. Esses problemas são resultantes da intervenção humana desordenada em nosso planeta, afetando os demais reinos, feita sobre uma base de valores distorcida, não só quanto ao relacionamento inter-reinos, com dentro do próprio reino humano, em que a falta de amor, o egoísmo e o desrespeito pelos demais têm prevalecido.

Os demais reinos são usados pelo ser humano, na maioria das vezes sem respeito, transgredindo sua dignidade e alterando significativamente seu sistema de vida, para atender, de acordo com suas conveniências, suas necessidades alimentares, de vestuário, de saúde e de lazer. Felizmente, a humanidade está reagindo e se tornando mais sensível a essas questões, principalmente agora que o planeta se encontra ameaçado de grandes mudanças climáticas resultantes do desequilíbrio dos ecossistemas. A Ciência tem também feito pesquisas sobre a dieta alimentar humana mais saudável, tendo descoberto que a carne vermelha deve ser consumida com bastante parcimônia. A Filosofia Rosacruz recomenda o dieta vegetariana como a ideal, baseada não em critérios nutricionais, mas pelo amor que deveríamos ter para com nossos irmãos menores. De qualquer modo, analisando a questão em contexto maior, observa-se, de forma já comprovada pela ciência, que a criação de gado é uma das grandes responsáveis pelo efeito estufa, não só pela derrubada de florestas para a formação de pastos para o gado, como pela eliminação de gás metano. Do ponto de vista econômico, a produção de carne é também muito pouco eficiente, pois para a produção de um quilograma de carne são consumidos cerca de sete quilogramas de cereais, que de outro modo poderiam ser mais bem utilizados para saciar a fome do mundo.

O desconhecimento do Plano Divino para a evolução dos demais reinos conforme descrito no CONCEITO contribui também para essa atitude equivocada no relacionamento com nossos irmãos menores. O Capítulo II do CONCEITO faz um estudo comparativo dos quatro reinos, mostrando suas diferenças de estrutura de veículos e de consciência.

A humanidade é o único reino que atingiu a individualidade no atual Período Terrestre. A descrição dos Períodos Evolutivos é feita, no CONCEITO, em sua PÀRTE II – Cosmogênese e Antropogênese, onde se pode ter uma idéia de como foi concebido o Plano Divino da Criação. Os períodos evolutivos são em número de sete, a saber: de Saturno, Solar, Lunar, Terrestre (o atual), de Júpiter, de Vênus e de Vulcano. Os três primeiros períodos e a metade do quarto constituem a chamada Involução, fase em que os veículos dos seres humanos estavam sendo constituídos até que, na metade do Período Terrestre, foi adquirida a individualidade do ser humano. A metade final do Período Terrestre e os três períodos restantes são chamados de Evolução, quando o ser humano transformará seus poderes latentes em poderes dinâmicos, extraindo da essência de suas experiências seu crescimento anímico e incorporando-o ao seu patrimônio espiritual, bem como uma mente criadora. As demais ondas de vida também realizarão suas conquistas, que dependem do estágio evolutivo em que encontrem. A leitura da parte II do CONCEITO pode esclarecer esse aspecto.

A humanidade está em seu quarto período evolutivo, o Período Terrestre. Nesses quatro períodos pôde adquirir essa cadeia completa de veículos, que vai desde o Espírito Divino ao Corpo Denso. Os demais reinos iniciaram sua evolução há menos tempo: os animais há três períodos atrás, os vegetais há dois períodos e os minerais neste período atual. 

O diagrama 3 do CONCEITO mostra a constituição dos vários reinos, no tocante aos veículos que possuem.

Como dissemos na introdução, no período em que uma onda de vida atinge a individualidade e passa a se tornar responsável por sua evolução, é estabelecido um relacionamento marcante entre esta onda de vida e a outra que inicia seus primeiros passos na Evolução.
A humanidade atual é um exemplo claro, pois está trabalhando sobre os minerais, no período em que atingiu sua individualidade. Esse trabalho terá continuidade nos períodos seguintes, culminando no Período de Vulcano, quando teremos o privilégio de dar aos atuais minerais, uma mente germinal, como os Senhores da Mente, a Hierarquia de Sagitário, fizeram conosco durante o Período de Saturno. Recorde-se que os Senhores da Mente eram humanos quando estávamos em um estágio equivalente ao mineral, nesse período. O mesmo aconteceu com os Arcanjos, que trabalharam sobre os atuais animais, em seu estágio mineral, quando adquiriram a condição de humanos, no Período Solar. Por processo idêntico passaram os Anjos, trabalhando sobre os atuais vegetais quando eram humanos no Período Lunar. Os Arcanjos trabalham agora sobre o corpo de desejos dos animais atuais e dos homens, já que estão em seu terceiro estágio desde que se tornaram indivíduos. Os Anjos trabalham agora sobre os corpos vitais dos seres vivos, já que estão em seu segundo estágio de individualidade.

Os níveis de consciência dos quatro reinos também são diferentes e podem ser correlacionados com a constituição de veículos de cada reino, conforme mostra o diagrama 4 do CONCEITO.

O ser humano desceu com sua consciência até a Região Química, possuindo uma consciência de vigília. Ainda está aprendendo a controlar seus veículos, pois os veículos com a mente e o corpo de desejos não possuem ainda órgãos e, portanto, não podem ser usados como veículos de consciência. O Ego, que é triplicidade espiritual que envolve o Espírito Virginal, entra no corpo físico e conecta esses veículos ainda desprovidos de órgãos com os centros sensoriais do corpo físico.

O Ego do animal desceu apenas até o Mundo do Desejo e não está ainda em condições de entrar no corpo denso. Ele possui um Espírito Grupo que o dirige de fora. Esse Espírito Grupo é um Arcanjo, responsável pelo controle de toda a espécie.
O Diagrama 4 mostra também que o Espírito Grupo do Reino Vegetal tem seu foco de consciência na Região do Pensamento Concreto e o Espírito Grupo do Reino Mineral tem seu foco de consciência na região do Pensamento Abstrato. 

Daí os diferentes níveis de consciência que cada um desses reinos possui em seu estágio atual de desenvolvimento, desde o ser humano, com consciência de vigília, ao mineral, com consciência equivalente ao transe profundo..

Como reino que lidera as ações no Mundo Físico, cabe ao homem uma grande responsabilidade de usar corretamente seus talentos e capacidades no relacionamento com os seus semelhantes e com os outros reinos. A humanidade acumula um grande passivo em relação a suas realizações e necessita de um grande esforço para resgatar esse passivo.
O Mundo Físico é o mundo em que as coisas são realizadas, as experiências são feitas, com o correspondente aprendizado. Esse aprendizado é consolidado durante o processo post-mortem, quando a essência das experiências é transformada em consciência e em virtudes.

É válido ser um sonhador e idealizar projetos. Mas mais importante é tentá-los transformar em realidade, pois o Mundo Físico é, atualmente, o local criado no Plano Divino para as nossas realizações e onde se aprende a criar de forma correta, a partir de nossos erros e acertos.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz!


PARTE I I – A REGIÃO ETÉREA DO MUNDO FÍSICO

I.              INTRODUÇÃO
A Região Etérea é a responsável pela manutenção da vida nos reinos vegetal, animal e humano. O clarividente treinado pode ver que as forças que dão vida às formas minerais dos seres humanos, dos animais e das plantas, fluem através dessas formas, por meio dos éteres.
Os éteres são em número de quatro: o químico, o vital, o luminoso e o refletor, conforme descrito no Capítulo I do CONCEITO.

Resumidamente, o Éter Químico é o meio de assimilação e excreção dos seres vivos. É o único éter ativo nos minerais, sendo o meio de atuação das forças químicas nos minerais. O Éter de Vida é o meio de propagação das espécies. O Luminoso é o meio de percepção sensorial e o meio através do qual é gerado o calor nos animais de sangue quente e promovida a circulação do sangue nos animais de sangue frio. Por meio dele são também construídos e nutridos os olhos. O Éter Refletor é o meio através do qual funciona a memória e através do qual o pensamento é impresso no cérebro humano.

  1. A REGIÃO ETÉREA E OS ANJOS
A Região Etérea é considerada o lado interno da matéria. Os clarividentes voluntários percebem a região com a visão etérea, que é uma extensão da visão física e que funciona como se fosse um raio X. São capazes de ver o interior das coisas e como elas são constituídas. Os que têm essa visão são capazes de perceber também outros habitantes da região e que são grupos de seres no início de sua evolução, como as Fadas e os Espíritos da Natureza – os gnomos, as ondinas, os silfos e as salamandras. As fadas, na realidade, pertencem à ordem dos Gnomos, os Espíritos da Terra que trabalham sob a orientação da Hierarquia Angélica.

Os corpos dos gnomos são formados principalmente de éter químico e, portanto, são terrenos, podendo ser queimados no fogo e capazes de envelhecer de modo semelhante ao ser humano, embora vivam mais.

As ondinas que vivem na água, os silfos que vivem no ar e as salamandras que manipulam o fogo, os raios e os trovões,  têm seus corpos formados por éter de vida, éter luminoso e éter refletor, respectivamente, e costumam viver mais que os gnomos. 

Os Espíritos da natureza realizam importantes trabalhos na natureza, nas profundezas da Terra, em sua superfície, sobre as plantas e as flores, no ar e na água, no ciclo de evaporação da água e em sua liberação como chuva, de valor incomensurável para a economia da natureza.

A onda de vida dos Anjos tem como seu veículo mais denso o corpo vital, tendo atingido a individualidade em um período anterior ao atual Período Terrestre, ou seja, o Período Lunar, conforme descrito na Parte II do CONCEITO, em seu Capítulo VIII, “O Trabalho da Evolução”, quando o Sistema Solar se achava em uma condição equivalente à atual condição etérea. Eles trabalham com as forças etéreas sob a regência de Jeová, o mais alto Iniciado dessa onda de vida.

Eles são guardiões da família e de cada indivíduo, mas seu trabalho não é igual ao desenvolvido pelos Senhores de Vênus e de Mercúrio, que pertencem à nossa onda de vida humana. Os seres que habitam Vênus e Mercúrio são muito mais avançados que os humanos que vivem na Terra. Alguns dos habitantes desses planetas foram enviados à Terra para ajudar à nascente humanidade e são conhecidos como os “Senhores de Vênus” e os Senhores de Mercúrio”. Os Senhores de Vênus foram líderes das massas, ajudando a construir nossa civilização e os Senhores de Mercúrio trabalham com os indivíduos, quando alcançam um estágio mais avançado de seu desenvolvimento.

Os Anjos trabalham sobre todos os seres vivos. Trabalham sobre os vegetais, como guardiões dos campos e dos bosques, das flores, dos frutos e das plantas dos rios e oceanos. Cuidam também do reino animal, como guardiões das sementes da vida, mas não atuam como Espírito Grupo das espécies animais, trabalho que é feito pelos Arcanjos, mas agem como Espíritos Grupo do reino Vegetal.

Os Anjos estão em um degrau acima ao da humanidade no que diz respeito à sua evolução. Se no Período Lunar trabalharam sobre os éteres, no atual Período Terrestre estão aprendendo a funcionar no Mundo do Desejo, do mesmo modo que nós, no Período de Júpiter, aprenderemos a trabalhar com os éteres, já que a atual onda vida mineral terá chegado ao seu estágio vegetal. Os Anjos estão trabalhando, pois, como diz Max Heindel, com úmidas emoções, onde formosos e puros sentimentos estejam sendo experimentados por seres vivos conscientes. Eles intensificam os sentimentos puros e santos, as expressões de beleza e o gozo espiritual.

  1. A REGIÃO ETÉREA E OS ANJOS LUCÍFERES
Se a humanidade tivesse permanecido sob a liderança de Jeová, o mais alto Iniciado do Período Lunar, e de seus Anjos, não teria havido a dor e o sofrimento que tem caracterizado a evolução humana. A vinda dos Senhores de Vênus e de Mercúrio tinha sido planejada para uma época determinada, de modo a os Mistérios serem estabelecidos e a humanidade ser ajudada a criar a civilização sobre a Terra. Os Lucíferes trouxeram a liberdade aos seres humanos antes dessa época determinada, o que fez com que fosse necessário chamar os Senhores de Mercúrio muito antes do planejado, de modo a se contraporem à influência dos Lucíferes.

Os Anjos, no Período Solar, ainda não tinham adquirido a individualidade, que conseguiram no Período seguinte. Nesse Período Solar, estavam juntos com os Arcanjos, que eram a “humanidade” desse período. Max Heindel nos diz, no CONCEITO, que os globos, no Período Solar, eram de um calor luminescente, enquanto que, no Período Lunar, a principal característica dos globos pode ser mais bem descrita pelo termo “umidade”. A dificuldade teve início quando a onda de vida dos Anjos, guiada por Jeová, desceu aos úmidos éteres do Período Lunar, em preparação para a descida ao frio e à escuridão do espaço material. Um grupo de Anjos, os Lucíferes, rebelou-se contra esse plano, pois tinham se acostumado ao fogo durante o Período Solar.

Essa duas classes de Anjos estão, portanto em posições opostas: os Anjos ligados ao elemento água, que seguiram a evolução dentro dos padrões estabelecidos pelo Plano Divino e que agora trabalham com as “úmidas emoções” no Período Terrestre e os Anjos Lucíferes, que trabalham com as “ígneas” paixões, sendo atraídos pelo elemento fogo. 

Os Lucíferes rebelados contra Jeová, para poderem continuar em sua evolução, encontraram um meio caminho entre a evolução dos Anjos, que não tinham cérebro, porque a Sabedoria Divina fluía através deles, e a humana,  que tinha desenvolvido um cérebro a partir da divisão das forças criadoras. Os Lucíferes necessitavam do conhecimento e usaram a humanidade para tal. Insinuaram-se junto às mulheres, de imaginação mais avançada e as induziram a fazer uso das forças criadoras para criar novos corpos quando quisessem, desobedecendo à orientação de Jeová e de seus Anjos, que regulavam a função criadora, unindo os sexos somente sob condições astrológicas adequadas. 

Os Lucíferes estavam assim promovendo a auto-afirmação dos seres humanos e, a partir de suas expressões, podiam induzi-los às paixões, que eram mais fortes na infante humanidade que outras expressões auto-afirmativas. A atitude dos Lucíferes é desafiante e sua nota chave é a intensidade, tanto mental quanto emocional, de atividade extrema. Incitam à liberdade sem qualquer tipo de limitação e o impulso de ousar ou de realizar torna-se tão intenso que passa a ser irresistível.

Antes de os seres humanos serem iluminados pelos Anjos Lucíferes não conheciam as enfermidades, nem a dor e nem a morte, que foram o resultado do emprego ignorante das forças criadoras e de seu abuso na gratificação dos sentidos. Além de incitar o emprego das forças criadoras a seu bel-prazer, os Lucíferes instigaram também as atividades mentais humanas, já que as forças usadas para a criação do cérebro eram de mesma natureza das usadas para a procriação. Sendo instigadores das atividades mentais, o uso da razão foi estimulado, bem como o foco sobre a ação objetiva, levando os seres humanos ao domínio e ao poder sobre as forças da natureza. Assim, desenvolveram eles a Ciência e habilitaram-se nas Artes e Ofícios do mundo. Foi a compensação que recebemos, em contrapartida ao conhecimento da dor e da morte, causado pela aquisição prematura de nossa independência e de nossa consciência cerebral, resultantes da iluminação proporcionada pelos Espíritos Lucíferes, os “dadores da luz”, mesmo sendo uma falsa luz.

Max Heindel diz que, em sua opinião, um grande número de Lucíferes poderá não conseguir alcançar sua própria evolução e, possivelmente, terão de voltar ao Caos. Porém, segundo ele, há alguns que estão trabalhando com os Senhores de Mercúrio para ensinar lições de regeneração e assim poderem voltar posteriormente à sua onda de vida e prosseguir em sua evolução até o final.

Sabe-se que os Arcanjos habitam o Sol e os Anjos têm a seu cargo as luas, mas os Espíritos Lucíferes não podem habitar nenhuma das Luminárias, porque não foram capazes de ajudar o processo de geração de forma pura e inegoísta. Foram então transferidos para outro planeta, o planeta Marte. Astrologicamente, esse planeta tem a regência de Áries, que rege por sua vez a cabeça e sobre Escorpião, que rege por sua vez os órgãos reprodutores. É bom lembrar que a força criadora original foi dividida em duas partes, sendo que a parte que ascendeu foi usada para a construção do cérebro e da laringe. Há, portanto, um forte vínculo entre esses dois signos, estando ambos relacionados às forças criadoras, com a influência do planeta Marte sobre as duas formas de expressão dessas forças. O signo de Escorpião é um mistério, mas parece bastante significativo que, além de reger um signo de fogo (Áries), Marte tenha regência sobre o signo aquoso de Escorpião, que rege os órgãos reprodutores. Essa regência de Marte sobre um signo aquoso, na realidade, aponta para um caminho de volta, abrindo a oportunidade de que precisavam os Lucíferes para retornar ao seu processo evolutivo, por meio da transmutação da geração em regeneração. 

Há outro fato significativo relacionado à Hierarquia de Escorpião – os Senhores da Forma, fato esse registrado de forma quase imperceptível no CONCEITO, talvez para seguir a tradição de mistério que envolve aquele signo. No índice alfabético do CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS, no tópico “Senhores da Forma” é dito que “eles reconstruíram o corpo denso, dando o gérmen do cérebro” (pg 550 da Edição do CONCEITO em língua inglesa). Seria mais um ponto de identificação entre as forças criadoras e o cérebro, a de que ambos tenham estreita ligação com a Hierarquia de Escorpião. Essa Hierarquia não só é responsável pela evolução no Período Terrestre, como também corresponde ao signo da regeneração, o aspecto primordial para fazer o processo evolutivo de a humanidade retornar do desvio ao qual foi induzido pelos Anjos Caídos.

O Plano Evolutivo sempre apresenta novas oportunidades aos perdidos, para recuperarem o estado evolutivo que teriam alcançado se não tivessem se desviado do caminho e há mais júbilo nos Céus quando um perdido volta a trilhar o verdadeiro caminho que quando noventa e nove justos percorrem esse caminho. 

É o que nos diz a parábola do filho pródigo, em que o filho mais moço, a quem o Pai deu sua parte dos bens, representa a onda de vida humana. A saída do filho mais moço da casa de seu Pai representa a queda da humanidade do Jardim do Éden, ou estado espiritual da humanidade no início de sua evolução na Terra, para o mundo físico. Em sua jornada no mundo material a humanidade, ou o filho pródigo, desperdiçou a Força Vital em uma vida dissoluta, ou seja, usou a força criadora a seu bel prazer.

Diz a parábola que depois de ter consumido tudo, o filho pródigo começou a passar necessidades. A fome que sobreveio era de natureza espiritual, que resultou da perda de contato da humanidade com o mundo espiritual.
Então, o filho pródigo se arrependeu e foi ao encontro de seu Pai. Vinha ele ainda longe, quando seu Pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou e o beijou. Ele finalmente reconhece a miséria de tal existência e resolve retornar à casa do Pai, os mundos celestiais. O Pai naturalmente corre a seu encontro. Deus sempre percorre mais de metade do caminho para nos buscar quando resolvemos voltar a trilhá-lo.

O Pai disse a seus servos que trouxessem a melhor roupa, que representa o traje dourado de bodas, o veículo espiritual que todos construiremos com os éteres superiores e usaremos no futuro para retornar à casa do Pai.

O filho mais velho, ao saber do ocorrido, se indignou. O Pai procurava conciliá-lo. Mas ele respondeu a seu Pai que há anos que ele servia ao Pai sem jamais transgredir uma ordem dele e nunca dele recebeu um agrado. O irmão mais velho representa a onda de vida angélica. Ela se queixa que o Pai nunca se regozijou por ela. O Pai responde que assim procedeu porque o filho mais velho (a hierarquia dos Anjos) sempre esteve junto a Ele. Isto significa que os Anjos sempre estiveram junto ao Pai nos mundos espirituais. Nunca desceram ao mundo material como fez a humanidade com sua queda. Naturalmente assim, tudo o que era do Pai  pertencia também a eles.

Acreditamos que a parábola possa se aplicar, por extensão, aos Anjos Caídos, se vistos como filhos pródigos também. Assim, esse trabalho que estão fazendo na regeneração, além da ajuda que é proporcionada aos seres humanos, é o caminho de volta para prosseguirem em sua evolução.

PARTE I I I – O MUNDO DO DESEJO E AS ATIVIDADES EM VIGÍLIA 
  1. INTRODUÇÃO
O Mundo do Desejo tem sete divisões, como os demais, e é através das forças cósmicas nelas presentes que é proporcionado aos seres vivos  o incentivo para a ação. Desejos, emoções, aspirações, paixões e sentimentos expressam-se na matéria das diferentes regiões do Mundo do Desejo, como as formas se expressam na Região Química do Mundo Físico. Só que no Mundo do Desejo não é fácil a distinção entre força e matéria. Se a lei que rege a matéria na região Química é a inércia, tal não ocorre no Mundo do Desejo, em que a matéria está em movimento incessante e fluídico. O Mundo do Desejo é luz e cores sempre cambiantes. As forças geradas pelos seres humanos e animais se misturam com as forças de inúmeras hierarquias que não aparecem no Mundo Físico.  

O Mundo do Desejo está em constante movimento. Não seria diferente para o Corpo de Desejos humano,  que se move incrivelmente rápido. A matéria de desejos que, em um momento, está na cabeça, encontrar-se-á nos pés no instante seguinte e continuará a mover-se sempre. O corpo de desejos humano, em virtude de seu tempo evolutivo, não possui órgãos como o corpo físico ou o vital. Há, no entanto, centros de percepção, que parecem vórtices e que permanecem sempre na mesma posição, embora a matéria de desejos esteja passando por eles em contínuo movimento. Na grande maioria da humanidade, esses centros não passam ainda de redemoinhos, sem utilidade ainda como meios de percepção.

 Esses centros são mais desenvolvidos nos clarividentes, voluntários ou involuntários, como os médiuns. É o sentido de rotação dos vórtices que diferencia os clarividentes voluntários dos involuntários. O corpo de desejos está radicado no fígado, assim como o corpo vital está radicado no baço. A matéria de desejos está continuamente fluindo em correntes que viajam ao longo de linhas curvas para todos os pontos da periferia do corpo de desejos, que forma um ovóide, e voltam ao fígado através de um certo número de vórtices. Isso ocorre para todos os seres de sangue quente, que possuem sentimentos, paixões e emoções.

 Essas linhas curvas formadas pela matéria de desejos em contínuo movimento se tingem de cores de acordo com a natureza das emoções, sentimentos ou paixões  de seu possuidor. As emoções aquosas que comentamos na palestra anterior parecem-se a nuvens cheias, com cores de matizes delicados e cintilantes. As emoções inferiores se mostram com cores pesadas e obscuras, com relâmpagos de fogo no caso de cólera ou ódio. No caso de gratificação dos apetites o vermelho prevalece, em matizes que variam de acordo com a natureza desses apetites, podendo chegar ao escarlate. 

O sentimento que reduz as vibrações do corpo de desejos e pode congelá-lo, levando a criar uma espécie de paralisia, é o medo. Seus efeitos são sentidos imediatamente no corpo de desejos, criando linhas de cor cinza que ondulam través da aura da pessoa. Com a continuação do processo, a luz e a beleza das cores normais parecem ficar cobertas ou escondidas por uma névoa pesada e cinzenta. Em casos de pavor extremo, a matéria de desejos congela inteiramente, formando redemoinhos em torno dos vórtices. Max Heindel nos diz que o medo é um grande obstáculo ao crescimento anímico. 

O Mundo do Desejo encontra-se sob o domínio de duas forças, a de Atração e a de Repulsão, que atuam, nas três regiões superiores, diferentemente do que atuam nas três regiões inferiores, sendo a quarta região, a central, uma região que pode ser considerada como neutra, a Região do Sentimento. Nessa região, o interesse ou a indiferença por alguma idéia ou objeto é que provoca ou não a inclinação para uma das forças mencionadas. O leitor pode visualizar as regiões do Mundo do Desejo no Diagrama 2 do CONCEITO. 

Só a Força de Atração atua na substância mais sutil das três regiões superiores do Mundo do Desejo. A Força de Atração também é encontrada nas regiões inferiores, para contrabalançar a ação destrutiva da Força de Repulsão ali presente. Na região mais densa do Mundo do Desejo a Força de Repulsão é mais forte. Na segunda região, a da Impressionabilidade, o efeito das forças de atração e repulsão é equilibrado. As impressões geradas por um fato são neutras e resultam das percepções sensoriais proporcionadas pelo Corpo Vital. Na terceira região, a Região dos Desejos, a Força de Atração supera a Força de Repulsão. Os desejos gerados na terceira região são de natureza egoísta. 

Todas as formas do Mundo do Desejo tendem a atrair as de natureza semelhante e, desse modo, crescer. Nas regiões superiores do Mundo do Desejo, essa tendência encontra condições adequadas para que isso ocorra, já que só a Força de Atração ali atua e assim o Bem é fortalecido e cresce sem limites. Na  primeira região, o mal tenderia a crescer sem limites não fosse a ação destrutiva da Força de Repulsão, que ali predomina e promove a desintegração das formas de mesma natureza mas que são intrinsecamente desarmônicas em suas vibrações. Um exemplo bem ilustrativo descrito no CONCEITO é a ação destrutiva provocada pela mentira. Tudo quanto sucede no Mundo Físico tem reflexos no Mundo de Desejo, em função dos sentimentos, emoções e desejos relacionados ao fato ocorrido. Se a descrição do fato não é correta, a forma construída no Mundo do Desejo desse mesmo fato não correspondente à forma que foi gerada pelo fato em si. Uma atrai a outra, mas como as vibrações são diferentes, cada uma age sobre a outra de modo mutuamente destruidor. 

Por essa razão, o Mal não pode ser combatido se a intenção é de destruí-lo, pois outra forma é gerada nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, onde a Força de Repulsão irá atuar.  O Mal deve ser combatido por meio de emoções formadas a partir de matéria das regiões superiores do Mundo do Desejo, onde a intenção é sempre a de buscar o bem em todas as coisas, onde só a Força de Atração atua. A intenção manifestada pela pessoa está intimamente ligada à matéria que é despertada na quarta região do Mundo do Desejo, a Região do Sentimento. Se o sentimento for de indiferença, nenhuma intenção é manifestada e o assunto desaparecerá de nossa consciência. Se for de interesse, a natureza de nossa intenção é que determinará a qualidade da matéria de desejos que irá intervir no processo. A intenção de destruir levará a uma forma de desejo das regiões inferiores. A intenção de construir e de buscar o bem levará a uma forma de desejo das regiões superiores.  

Uma das características marcantes de nossa evolução é a forte presença da dualidade, fazendo com que, a cada momento, tenhamos que fazer escolhas. Não seria diferente com o sentimento da indiferença, que pode contribuir para nossa evolução, tanto de forma negativa como positiva. A indiferença pode ter efeito negativo, quando desperdiçamos oportunidades de fazer o bem e aí pecamos por omissão. Pode contribuir de forma positiva quando somos tentados e a indiferença se apresenta como a forma mais eficaz de não cedermos à tentação, em vez de lutarmos contra ela, conforme já comentamos no parágrafo anterior. 

Diagrama 2 -Os Sete Mundos.
  1. ATIVIDADES DA VIDA, MEMÓRIA E CRESCIMENTO ANÍMICO
As atividades do Ego Humano, em vigília,  têm lugar de forma intensa no Mundo do Desejo, especialmente na atual fase da evolução humana, conforme está descrito no Capítulo III do CONCEITO, do qual extraímos os aspectos principais.

Nós, como Egos, observamos, através dos nossos sentidos, as impressões produzidas pelo mundo exterior sobre o Corpo Vital. Observamos também os sentimentos e emoções gerados por essas mesmas impressões no Corpo de Desejos. Todas essas impressões, sentimentos e emoções, refletidas através da mente, chegam à consciência do Ego.

Das imagens mentais assim produzidas e também com o auxílio da mente formamos as nossas conclusões. Tais conclusões são idéias. Pelo poder da vontade projetamos essas idéias através da mente. Revestidas da matéria mental extraída da Região do Pensamento Concreto, essas idéias concretizam-se como formas de pensamento.
A mente funciona, portanto, como as lentes de um projetor de cinema. A imagem é projetada em uma das três direções, de acordo com a vontade do pensador que anima o pensamento-forma.
1 - Pode projetar-se sobre o corpo de desejos a fim de despertar o sentimento que impele à ação imediata. O sentimento despertado pode ser de interesse ou de indiferença. Se for de indiferença, a energia espiritual que o pensador imprimiu através de sua vontade tende a se enfraquecer, até que essa energia se dissipe, e duas coisas podem ocorrer: a vontade do pensador se cumpre, apesar do desinteresse ou apenas um registro do fato é gravado no corpo vital.

Se o pensamento desperta Interesse, 
uma das forças gêmeas - Atração ou Repulsão - deverá atuar.
Se a Atração for a força despertada, ela toma o pensamento, impele-o para o corpo de desejos, acrescenta vida à imagem e envolve-a em matéria de desejos. Então o pensamento está apto a atuar sobre o cérebro etéreo impelindo, através dos centros cerebrais apropriados e dos nervos, força vital aos músculos voluntários, os quais executarão a ação necessária. 

Se a Repulsão for a força despertada pelo pensamento, haverá uma luta entre a força espiritual (a vontade do homem) e o corpo de desejos. Essa batalha trava-se entre a consciência e o desejo, entre a natureza superior e a inferior. Apesar da resistência, a força espiritual procurará envolver a forma de pensamento na matéria de desejos necessária para manipular o cérebro e os músculos. A força de Repulsão tentará dispersar essa matéria e expulsar o pensamento. Mas, se a energia espiritual é forte, pode romper caminho através dos centros cerebrais e envolver o pensamento com matéria de desejos enquanto põe em movimento a força vital, compelindo-a desse modo à ação. Então deixará na memória uma impressão bem vivida da batalha e da vitória. Se a energia espiritual se esgotar antes de produzir a ação, a força de Repulsão prevalecerá. Então será arquivada na memória, como todas as demais formas de pensamentos quando esgotam sua energia.

O domínio do corpo de desejos pela vontade humana é tratado na parábola da cura do paralítico, no Cap. 5 do Evangelho de João, de grande interesse para os que seguem preferencialmente o caminho do misticismo, mas igualmente importante para todos.
Na parábola existia um tanque, chamado em hebraico de Betesda, com 5 pavilhões. Em intervalos, um anjo vinha agitar suas águas. A primeira pessoa que entrava no tanque, uma vez agitadas suas águas, curava-se de qualquer doença. Havia ali um homem enfermo há 38 anos, que nunca tinha sido capaz de ser o primeiro a entrar no tanque. Sempre outro homem entrava no tanque antes dele. Cristo curou o homem e disse para seguir seu caminho e não pecar mais, para que coisas piores não lhe acontecessem. 

Os 5 pavilhões representam os 5 sentidos através dos quais há o contato com o Mundo Físico e, conseqüentemente, são despertadas emoções, como resultado desse contato. O anjo que agita a água representa a força espiritual superior que, enquanto fizer parte de nossa natureza emocional, nos cura de todos os males. Assim, enquanto nosso tanque interior de Betesda estiver sendo agitado com altas vibrações ou emoções superiores, nossos males gradualmente desaparecem. Mas o homem na parábola não consegue chegar ao tanque cedo o suficiente. Ele tem momentos de atividade emocional superior, mas antes que disso possa se beneficiar, uma emoção mundana, ligada à sua personalidade, simbolizada por outro homem, chega antes dele ao tanque. Isso é comum de ocorrer conosco. 

Temos um elevado ideal, uma emoção sublime, mas gradualmente uma emoção inferior, relacionada a esse ideal, mas vinculada à nossa personalidade, toma seu lugar e assim voltamos à nossa condição original de esperar que novamente o anjo agite o tanque. Daí, a importância de analisarmos sempre a natureza e a intenção real de nossos desejos. Max Heindel representou essa situação como a de pensarmos que temos ouro puro, mas na realidade temos muitas vezes uma liga de menor valor. Quando, entretanto, o Cristo interno se forma em nós, Ele cura nossos pecados, como na parábola, mas nos adverte que, se não cessarmos de cometê-los, coisas piores poderão ocorrer, fazendo referência à Lei de Causa e Efeito, que diz que colhemos tudo o que semeamos, pois devemos caminhar em harmonia com as leis de Deus.

2 - Quando as imagens mentais dos impactos externos não provocam uma ação imediata, podem projetar-se diretamente sobre o éter refletor, junto com os pensamentos por elas originados, para serem utilizadas no futuro. 

3 - A terceira maneira de empregar o pensamento-forma é quando o pensador o projeta na direção de outra mente, para atuar como sugestão, proporcionar informações, etc., como na telepatia. 

Quando o trabalho projetado para uma forma de pensamento foi realizado ou sua energia foi exaurida em tentativas vãs de alcançar seu objetivo, ele gravita em torno de seu criador, deixando com ele um registro indelével de sua jornada. O sucesso ou insucesso é impresso nos átomos negativos do éter refletor, onde passa a fazer parte dos registros da vida do pensador, a chamada memória subconsciente. Essa memória serve de árbitro do destino do homem em seu estado post-mortem, no qual as Forças de Atração e de Repulsão têm também um papel preponderante, conforme será analisado na palestra a seguir.
As memórias, tanto a consciente quanto à subconsciente, dizem respeito às experiências de uma dada vida. Há também uma memória super-consciente que reúne todas as faculdades adquiridas e os conhecimentos ganhos em vidas prévias. Essa memória é gravada indelevelmente no Espírito de Vida. Ela se manifesta em nossa vida como consciência e caráter.

Das experiências vividas pelo ser humano decorre a construção de uma alma tríplice:
Alma Emocional – extrato do Corpo de Desejos - alimenta o Espírito Humano.
Alma Intelectual – extrato do Corpo Vital – alimenta o Espírito de Vida.
Alma Consciente – extrato do Corpo Físico – alimenta o Espírito Divino.

Fonte: Conceito Rosacruz do Cosmos de Max Heindel
  1. O MUNDO DO DESEJO E OS ARCANJOS
Os Arcanjos são a Hierarquia que atua predominantemente no Mundo do Desejo, onde atuam também os Anjos, conforme já comentado na palestra anterior, sobre a Região Etérea, bem como a própria humanidade, que se encontra ali à noite, durante o sono do corpo, e no intervalo entre renascimentos, em sua existência post-mortem.

Os Arcanjos são a humanidade do período Solar, o segundo Dia Cósmico da Evolução do nosso Sistema Solar. Como em toda onda de vida, há alguns mais avançados em sua evolução, outros menos, a todos sendo dadas oportunidades para completarem sua evolução. Alguns Arcanjos se tornaram Espíritos de Raça guiando e aperfeiçoando povos ou nações humanas, outros trabalham como Espíritos Grupo, encarregados das várias espécies animais em evolução. 

Os Arcanjos que guiam os povos o fazem tanto em dias de paz como na guerra e a literatura sagrada registra casos em que um Arcanjo leva seu povo a lutar com outro povo guiado por um Arcanjo diferente e um deles permite que o outro seja vencedor porque essa é uma lição necessária para esses povos. Sempre, em última instância, se procura o bem. 

O grupamento da humanidade em nações e povos, necessária para formar grupos evolutivos mais homogêneos, trouxe o inconveniente de promover  divisões entre a humanidade e fomentar as lutas, a inveja e o ódio. Cabe registrar que, no passado, as Regiões de Vida, Luz e Poder Anímicos estavam muito pouco povoadas por seres humanos, pois raramente o ser humano cometia uma boa ação. 

Cristo é o mais alto Iniciado entre os Arcanjos e foi encarregado de uma missão especial em relação à nossa humanidade, o que será tratado em nossa última palestra. O tremendo impacto espiritual ocasionado por Cristo, que difundiu Seu próprio Corpo de Desejos por todo nosso planeta, purificou a Terra de todas as más influências desenvolvidas até Sua vinda. Ao serem impulsionados por Ele ao longo dos caminhos do amor e do serviço, os seres humanos tornaram-se capazes de funcionar conscientemente nas regiões superiores do Mundo do Desejo depois da morte e de vez em quando durante o sono. Cristo deixou um mandamento, essencial para a redenção humana e capaz de permitir, de forma abrangente, a união entre todos os seres humanos: pregar o Evangelho e Curar os enfermos, que simbolizam os dois pólos de desenvolvimento que a humanidade poderá seguir, respectivamente: o racional, através da mente e o devocional, pelo coração.
 Li-Sol-30
Fontes: Conceito Rosacruz do Cosmos
 http://www.fraternidaderosacruz.org/rgc_centenario_crc1.htm
Publicado em 21/03/2012 por
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