segunda-feira, 20 de maio de 2013

CONTAT0 - CARL SAGAN - Filme 1997 - pt - 2:29:41


CONTATO - CARL  SAGAN

 1997   -  2:20:41m



Baseado no livro homônimo de Carl Sagan,
conta a história de uma astrônoma (Jodie Foster) 
que descobre um sinal de rádio inteligente vindo do Espaço. 
Desvendando o sinal, ela e outros cientistas descobrem 
que aquilo são instruções para a construção de uma enorme máquina, 
que os possibilitaria o contato com as formas de vida extra-terrestres.


  -O filme conta a história de uma cientista do SETI e sua incessante busca por contato com alguma civilização extraterrestre. Eleanor Arroway (Ellie) é uma radioastrônoma que consegue, depois de muita dedicação pessoal e anos de luta, descobrir um sinal extraterrestre transmitido a partir da estrela Vega. 

Este sinal contém um conjunto de informações entre as quais se destacam a primeira grande transmissão televisiva realizada na Terra (dos Jogos Olímpicos de Berlim, na qual Hitler aparece) assim como instruções para construção de uma máquina de transporte espacial. Depois de alguns anos, a máquina é construída e Ellie, apesar de todo o mérito que possa ter pela descoberta, deve lutar contra mais adversidades para que possa ser escolhida para realizar a viagem. 

O filme mostra em muitos momentos as divergências de pensamentos existentes entre a religião e a ciência e como elas influem na vida de Ellie e no processo de construção da máquina. No final do filme, Ellie tem ainda que provar perante todos que realmente realizou a viagem.

 A adaptação do livro foi relativamente fiel, 
no entanto os finais são relativamente diferentes. 


Contato
 
(Contact, 1997)
• Direção: Robert Zemeckis
• Roteiro: Carl Sagan (romance e argumento), 
Ann Druyan (argumento), James V. Hart (roteiro),
 Michael Goldenberg (roteiro)
• Gênero: Drama/Ficção Científica
• Origem: Estados Unidos
• Duração: 2h 29minutos
• Tipo: Longa-metragem

Eu gostaria que conhecessem 
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Obrigado 


O contato de Carl Sagan com os extraterrestres


O único livro de ficção do Carl Sagan é um dos mais realísticos relatos de como seria o contato com uma civilização extraterrestre.

Alpha Lyrae (α Lyr), Vega -



Vega / Spitzer Space Telescope / NASA
 Alpha Lyrae (α Lyr), Vega -

O que falar do único romance que o grande mestre Carl Sagan escreveu? Já o li duas vezes e toda vez que fecho a última página fico dias refletindo sobre o livro, que traz reflexões pertinentes sobre a ciência e a religião, os caminhos que o ser humano está tomando como espécie e as pesquisas em busca de inteligência extraterrestre.
   
 Esse é o ponto de partida de Carl Sagan, que, aliando as tensões da melhor literatura ao conhecimento científico mais avançado, compõe um romance que pode provocar em nós todas as reações – menos a indiferença. Em Contato, o que está em jogo é um mundo tal como conhecemos. Como quem faz uma aposta, Sagan nos convida a uma viagem assustadoramente fascinante pelo buraco negro que é a inteligência humana.

– Em tempos passados, na Turquia, o noivo e a noiva tinham de prometer um ao outro nunca deixar de providenciar café nas suas vidas.

O livro é dividido em três partes: A primeira que conta um pouco a infância de Ellie, a personagem principal, até a recepção de uma mensagem de seres inteligentes vinda da estrela de Vega. Eles descobrem que nessa mensagem há um projeto para a construção da máquina, e todas as complicações que a possível construção dessa máquina é contada na segunda parte. Já a terceira, e mais incrível, conta da viagem que Ellie e mais quatro tripulantes fazem ao centro da galáxia. Vamos esmiuçar cada parte? :D

Primeira parte: A mensagem

contato-ellie-arroway

Quem é Ellie Arroway? Uma apaixonada pelo espaço desde criança? Uma garota que precisou quebrar preconceitos, sendo um deles de mulher na ciência? A cientista mais importante da história, a partir da descoberta dos sinais extraterrestres de Vega? Talvez… talvez. Mas querem saber o que eu realmente penso? Temos aqui nesse livro o alter-ego de Carl Sagan.

Oras, vemos uma mulher (Carl Sagan era feminista) apaixonada pelo universo desde criança, aos moldes da infância que Sagan contou em O mundo assombrado pelos demônios. Ellie é uma ferrenha defensora do SETI (porcamente traduzido para PIET no livro), que busca sinais extraterrestres em radiotelescópios (isso realmente existe), assim como Carl. Sobre religião, Ellie e Sagan são agnósticos, não afirmam com veemência a inexistência de Deus, e olham sem desdenho para as religiões e seu papel no mundo. Além de serem obcecados pela possibilidade de vida fora do planeta Terra. Eles não são parecidos?

Apesar de todos os conflitos dentro da própria comunidade científica sobre o SETI, Ellie tornou-se diretora do radiotelescópio de Arecibo. E lá, ela pode focar suas pesquisas na varredura das estrelas do céu. Surpreendentemente, em um dia qualquer, sinais composto de números primos começam a vir da estrela de Vega.

Poderia alguma força natural do universo produzir números primos? Aqueles números que só são divisíveis por 1 e ele mesmo só podiam ser produzidos por outra civilização inteligente.
Mas nem só de números primos constituía-se a mensagem, em uma modulação diferente (não sei muito bem explicar essa parte científica) eles descobriram que tinha uma transmissão de televisão terrestre. O grupo logo concluiu que seria uma forma de dizer: “Hey, vocês estão transmitindo ondas de rádio, vamos mandar pra vocês a primeira de sua transmissão televisiva para verem que recebemos, que atendemos a chamada.” Mas sabe o problema desta parte? A primeira transmissão televisiva forte o suficiente para se propagar pelo espaço foi de Hitler na abertura dos Jogos Olímpicos de 1936. Não preciso nem dizer que isso foi um baque forte para a humanidade. O nosso embaixador para os extraterrestres era logo ele? Era o sonho do louco.

Mas não acabava por aí, em outra modulação continha OUTRA mensagem, desta vez, depois de várias análises, entenderam que era um manual para a construção de uma máquina.

Segunda parte: A máquina

contato-maquina

A humanidade deveria construir a máquina? E se ela fosse um cavalo de troía? Ou uma máquina do juízo final? Nesse instante a humanidade já tinha virado ao avesso. Começava a surgir um sentimento de unificação, que éramos um planeta. Estados Unidos e Rússia diminuíram os arsenais nucleares, mas ao mesmo tempo, religiões surgiam, e outras estavam tentando se adequar a nova realidade. O que me faz pensar se realmente teríamos uma unificação ou um colapso total.

A máquina, então, foi construída. Nesse instante da história surge Hadden, um bilionário dono de uma empresa muito controversa nos Estados Unidos: ele criava dispositivos que fazia a televisão mudar de canal quando havia comerciais e até para quando houvesse programas religiosos. Segundo ele, era o único capaz de construir uma máquina como a descrita, pois detinha os melhores cientistas do mundo.
E voilá, a máquina ficou pronta: e tinha lugar para cinco pessoas, um deles era de Ellie. Para onde a máquina os levaria?

Terceira parte: A galáxia

contato-galaxia

Melhor do que vocês lerem, vejam uma cena do filme, sobe a viagem:
Essa é a parte mais incrível do livro. Eles chegam até o centro galáctico, onde existem muitos atracadouro de máquinas, e a deles era apenas uma. O universo estava cheio de vida, e eles finalmente foram convidados a irem até o centro galáctico.

Logo que eles saíram da máquina, uma surpresa: era uma praia idêntica a uma tropical da Terra, mas tudo não passava de uma simulação. Cada um dos tripulantes encontrou alguém que amava muito. Ellie encontrou seu pai falecido, mas logo perceberá que era uma simulação, mas muito bem feita.
Carl Sagan arranjou uma maneira muito perspicaz de evitar ter que descrever como eram os seres extreterrenos: eles estavam falando pelas simulações humanas.

Ellie perguntará como era o sistema de transporte deles, o que achavam da espécie humana e como eram seus mitos e religiões. Apesar de já ter dado spoiler demais nesse artigo, não vou contar todas as respostas, deixo a curiosidade.

Logo depois eles voltaram à Terra e todas as fotos que eles tiraram foram apagadas (ou nem gravadas). Para a Terra, não se passará mais do que alguns minutos e, sem nenhuma prova, ninguém acreditou no que os tripulantes tinham visto, e foram obrigados a esquecer a história. O governo cancelou a construção da máquina e obrigou que todos eles mantivessem silêncio. Em um ato de piedade presidencial (dos EUA), Ellie tem a permissão de voltar a trabalhar no radiotelescópio de Arecibo, e quem sabe, conseguir provas.

Sua mãe morrerá na volta, devido as complicações de um derrame que ela teve quando Ellie não tinha tempo para visitá-la no asilo. E uma carta que deixou pós-mortem, sua mãe contava que seu pai, na verdade, era seu padrasto, a quem ela nunca deu uma chance de um bom relacionamento. Ela concluiu que “Toda sua carreira tentara fazer contato com os mais remotos e exóticos dos estranhos, enquanto em sua própria vida não fizera contato com praticamente ninguém. Mostrara-se feroz em desmascarar os mitos de criação de outras pessoas, esquecida da mentira que constituía a essência do seu próprio mito. Durante toda a sua vida, estudara o universo, mas desprezara sua mais clara mensagem: para criaturas pequenas como nós, a vastidão só é suportável através do amor.”

E no fim, se descobrirá a assinatura do criador. O número π, depois de muitos aleatórios números, chegava-se a uma sequência binária de 0′s e 1′s. E nessa sequência havia claramente um círculo. A prova de que o universo foi construído por algum criador, que julgava que seres inteligentes, em qualquer parte do universo, descobririam sua assinatura dividindo a circunferência de um círculo pelo seu diâmetro.

“Desde que vivas neste universo, e tenhas um modesto talento para a matemática, mais cedo ou mais tarde o encontrarás.”


Ellie encontrará o que buscava.
Você já leu Contato? Ou já assistiu ao filme? O que você achou? E com certeza ele traz muitas perguntas. Será que é possível uma viagem como a Ellie fez? Será que realmente podemos encontrar padrões geométricos no π ou é só ficção? Essas perguntas serão levantadas em um artigo futuro, portanto, fique de olho no Alimente o Cérebro :-)

Alpha Lyrae (α Lyr), Vega - Vega (estrela)

Vega / Spitzer Space Telescope / NASA

Lyra constellation map.png

 

Dados observacionais (J2000)
Constelação
Asc. reta
Declinação
Magnit. apar.
Tipo espectral
Distância
Outras denominações

Alpha Lyrae (α Lyr), mais conhecida como Vega, é a estrela mais brilhante da constelação de Lira e a 5ª estrela mais brilhante do céu noturno, separada do nosso sistema solar por 25 anos-luz, o que a torna uma das estrelas mais próximas do nosso Sol.

Considerada uma estrela nova, com pouco mais de 455 milhões de anos desde sua formação1 , 1/10 do tempo do nosso Sol, tem 2,5 vezes a massa, 3 vezes o diâmetro e cinquenta vezes mais intensidade de brilho que nossa estrela. Astrônomos calcularam a temperatura da estrela em cerca de 10.000 Kelvin nas regiões polares e 7.600 Kelvin na linha equatorial.

Vega tem um anel de poeira e gases a sua volta, o que na época de sua descoberta, nos anos 80, imaginou-se ser um início de formação planetária, mas estudos mais recentes chegaram a conclusão de que mais provavelmente se trata de detritos de massas celestes, devido exatamente a idade relativamente jovem de Vega. Mesmo que ali existam planetas, é pouco provável que exista vida neles, devido ao pouco tempo de formação da estrela.

O famoso cientista e escritor Carl Sagan, ao escrever um de seus maiores sucessos literários, Contato - estrelado no cinema pela atriz Jodie Foster – coloca Vega como ponto de encontro de uma civilização infinitamente mais adiantada que a nossa.

Etimologia: Vega é uma palavra de origem árabe e significa "águia mergulhando".

 


 SUPERINTERESSANTE- agosto-2008

ETs: Não estamos sozinhos
Nunca estivemos tão perto de pôr um fim na nossa solidão cósmica. Pesquisas recentes mostram que boa parte dos planetas de fora do sistema solar é a cara da Terra. E agora astrônomos contam com um arsenal de novas tecnologias para buscar vida em clones do nosso planeta.
por Pedro Burgos

Você mora na periferia de uma cidade do interior. Em termos cósmicos, pelo menos. Sua casa é uma rocha cheia d’água que gira num cantinho da galáxia, bem longe do movimentado centro. O Sol, esse reator nuclear com diâmetro de 1,4 milhão de quilômetros, é só uma entre os 300 bilhões de estrelas da Via Láctea. Uma galáxia bem pacata, por sinal. A verdadeira megalópole deste pedaço do Universo é Andrômeda, nossa galáxia vizinha, com 1 trilhão de sóis.

Não, não estamos nada sozinhos no Cosmos. Além de Andrômeda, há pelo menos outros 125 bilhões de galáxias no Universo visível. E, se respeitarmos a lógica, o que não falta em cada uma delas são planetas, muitos planetas. Como disse o astrônomo Carl Sagan sobre a vida lá fora: “Deve haver bilhões de trilhões de mundos. Então por que só nós, jogados aqui num canto esquecido do Universo, seríamos afortunados?”

A descoberta de que estamos no meio de um Universo tão vasto e rico é relativamente recente: começou na 2a metade do século 20. E as provas de que, sim, existem mesmo planetas em outras estrelas se trata de algo mais novo ainda. Isso tudo deu uma guinada na ciência, a ponto de a exobiologia, que estuda a possibilidade de vida fora da Terra, ter subido de status. “Quando cunharam o termo exobiologia, [nos anos 60] ele foi ridicularizado como uma ‘ciência sem objeto de estudo’.? Mas a maré científica mudou e hoje há um entusiasmo crescente em tentar achar vida em outros lugares do Universo”, diz a astrônoma Jill Tarter, da Universidade da Califórnia, no livro The Search for Life in the Universe, (“A Busca da Vida no Universo”), inédito em português.

Outros vão mais longe e apostam que não só a vida é inevitável lá fora mas civilizações tão ou mais avançadas que a nossa também. Como já disse o físico de Harvard Paul Horowitz: “Vida inteligente no Universo? Garantido. Na nossa galáxia? Extremamente provável”.

De onde vem tanta empolgação?

Condições para a vida
As apostas de que, sim, há muita vida lá fora começam com duas novas certezas. Primeiro, a de que não faltam planetas fora do sistema solar.

Até anteontem não havia prova de que outras estrelas, fora o Sol, tivessem mesmo planetas. A astronomia dizia que sim: estudos sobre a formação de estrelas mostram que elas costumam nascer carregando um séquito de pequenos astros. Mas o ponto final na questão só veio em 1995, quando astrônomos da Universidade de Genebra detectaram um planeta gigante feito de gás, como Júpiter, em volta de uma estrela parecida com o Sol, a 51 Pegasi.

De lá para cá a década de 1990 teve uma média de 3,4 planetas extra-solares descobertos por ano. E agora, com instrumentos mais precisos, o ritmo explodiu. No ano passado, foram mais 61. Em 2008, só até julho, outros 36. Total: 307. E a conta não pára de crescer.

A segunda certeza é ainda mais determinante: a de que dois ingredientes fundamentais para a vida, água e moléculas orgânicas, são comuns no Universo. Essas moléculas são fáceis de achar no espaço sideral – elas ajudam a formar as nuvens de gás e poeira que dão à luz qualquer estrela (e conseqüentemente qualquer planeta) no Universo. Quanto ao H20, ele também é arroz-de- festa no Cosmos: a própria água que enche os oceanos da Terra chegou aqui na forma de bolas de gelo que caíram do céu (os cometas) durante a formação do sistema solar. E isso pode ter acontecido em qualquer outro ponto do Universo.

Para completar, em 2007 o telescópio Hubble detectou pela primeira vez a existência de água num planeta extra-solar, ainda que em forma de vapor. E neste ano encontrou água e moléculas orgânicas em mais outro. Isso não indica que algum desses dois tenha vida. Ambos são gigantes feitos de gás, como Júpiter – um tipo de planeta pouco amigável a seres vivos. Mas, se houver um planeta parecido com a Terra na região, aquilo que aconteceu aqui pode ter acontecido lá.

“Estamos tão, tão perto de encontrar vida em outros planetas que é só uma questão de continuar procurando. Parece que é só uma questão de tempo”, diz o astrônomo Marc Kuchner, do Laboratório de Exoplanetas da Nasa. Mas como Kuchner e seus colegas estão procurando?

Guia do caçador de planetas
Buscar um astro em volta de uma estrela é como tentar achar um pernilongo ao lado de um prédio em chamas. A olho nu. Simplesmente não dá para ver. O que os astrônomos fazem, então, é detectá-los de formas indiretas. Por exemplo: se o brilho de uma estrela diminui um pouco num ponto da superfície dela, em intervalos regulares, significa que tem um planeta girando ali. Outro jeito de procurar é observar o “balanço” de uma estrela. A gravidade de um planeta é forte o bastante para chacoalhá-la um pouco. Se os observadores apontarem seus equipamentos por muito tempo para ela dá para analisar essas balançadas e deduzir que há um planeta passando por ali. Mais: pelo movimento, dá para calcular a massa do planeta e sua órbita.

Muito bom, mas tem um problema: desse jeito os mundos mais fáceis de detectar acabam sendo os muito grandes e próximos das estrelas. Só que planetas grandes são sempre bolas de gás como Júpiter, um monstro de hidrogênio com massa igual à de 317 Terras. E isso é um tanto frustrante na busca pelo que interessa, que é a vida fora da Terra: a atmosfera desses gigantes gasosos é tão maciça que a pressão lá dentro fica insuportável – seres complexos simplesmente estourariam em ambientes assim. E pior ainda se o planeta recém-descoberto estiver perto de sua estrela. Assim as temperaturas lá dentro ultrapassam 100 ºC, e a água só tem como existir na forma de vapor. Aí não adianta.

Procurar por planetas com vida significa buscar por um que tenha água líquida. Isso não é egocentrismo de cientista terráqueo, achando que a vida em outros planetas tem que ser igual à daqui. É respeito pelas leis da química, que valem para o Universo inteiro. Funciona assim: para ter algo que dê para chamar de vivo, precisamos de moléculas que se juntem para formar coisas complexas. As que melhor fazem isso são as moléculas orgânicas, estruturas que têm átomos de carbono como pilares e que, por sinal, formam o seu corpo. Só que moléculas não andam. Elas precisam de um solvente, de um meio fluido para se locomover e encontrar umas às outras. E a água líquida é a melhor coisa que tem para isso no Universo – não é à toa que a vida por aqui começou nos oceanos.

Isso não quer dizer que ausência de água seja evidência de planeta morto. “A vida como conhecemos é feita de carbono. Mas eu facilmente acreditaria que um ser fosse formado por outro elemento básico, como silício, ou que tivesse amônia como solvente em vez de água. Tenho certeza de que a vida no Universo é bastante diversificada”, diz a astrobióloga mexicana Graciela Matrajt, da Universidade de Washington.

Mesmo assim, os cientistas preferem o certo ao duvidoso, e vão atrás de planetas parecidos com o nosso – relativamente pequenos e com uma temperatura amena, que deixe a água correr.

Só que achar planetas assim por aí é difícil, justamente por causa do tamanho. A própria Terra, em pessoa, seria invisível para os instrumentos que os astrônomos usam hoje. Mas existe um alento: as “super-Terras”, mundos com a cara deste aqui, só que grandes o suficiente para entrar na mira dos equipamentos mais modernos.

A precisão desses instrumentos deu um salto nos últimos anos. A “sintonia fina” na hora de detectar as balançadas nas estrelas, por exemplo, melhorou. Já dá para perceber oscilações mais sutis, causadas por planetas menores. E isso abriu as portas para encontrarmos mundos com massa 10 vezes menor que a de Júpiter – planetas Terra muito, muito grandes. Mas ainda assim amigáveis para a vida.

Já encontraram 11 desses, de 2006 para cá. E a grande notícia veio no ano passado: dois gêmeos da Terra com possibilidades reais de terem água líquida. São os planetas Gliese 581 c e Gliese 581 d (não, os nomes não são nada poéticos: sempre colocam a denominação da estrela que eles orbitam – no caso, a Gliese 581 – seguida de uma letra). O que esses dois têm de mais especial em relação aos outros 9 planetas terrestres é a localização. O 581 c, por exemplo. Ele é o primeiro planeta pequeno, com “apenas” 5 vezes a massa da Terra, dentro daquilo que os astrônomos chamam de “zona habitável”: uma distância em relação à estrela que não deixa o astro nem frio nem quente demais. Ele fica mais perto de Gliese que Mercúrio fica do Sol. Se fosse no nosso sistema solar, isso significaria temperaturas de quase 500 ºC, só que a estrela Gliese é pequena e fria, com 10% da luminosidade do Sol. Então o planeta pode ter um clima equivalente ao da Terra. E só isso já é um indício de que existe água líquida por lá.

Quando o 581 c apareceu, foi uma festa. No mundo da astronomia a sensação era que, se existisse vida em algum lugar, seria ali. Mas então alguns astrônomos teorizaram que, se a atmosfera do planeta for grossa demais, os “raios de sol” de Gliese podem ficar presos no planeta. É o efeito estufa, que pode elevar demais o termômetro e acabar com a idéia de água líquida. A desconfiança ainda perdura entre os especialistas. E, se for isso mesmo, o grande candidato a abrigar seres vivos automaticamente passa a ser o 581 d. Ele fica um pouco mais distante de Gliese, numa região mais fria que a da zona habitável, com temperaturas sempre abaixo de zero. Mas aí o efeito estufa por lá seria um bom negócio. Ele poderia deixar a temperatura tão amena quanto a daqui.

Tudo isso é hipótese, claro. Quando você encontra um planeta pelo efeito que ele causa em sua estrela, como aconteceu com os dois de Gliese, o astro não “aparece na foto”. Então não dá para deduzir como ele é de fato, muito menos cravar que pode existir vida lá ou não. Mas essa limitação está para acabar. Quer dizer: acabou.

Como desvendar as novas Terras
Em fevereiro do ano que vem a Nasa lançará a missão Kepler, um telescópio em órbita que se dedicará exclusivamente a buscar planetas na nossa vizinhança galática. Ele tem duas grandes melhoras em relação ao Hubble. Primeiro, consegue observar mais estrelas em detalhes. Enquanto o telescópio veterano só tem foco para analisar uma de cada vez, o Kepler foi projetado para fazer isso com dezenas ao mesmo tempo. Segundo, fará imagens mais nítidas. Suas lentes ganharam uma espécie de máscara para filtrar o brilho das estrelas. Isso diminui as interferências de luz e permite detectar pelo menos algumas cores dos exoplanetas.

E isso pode dizer mais sobre eles do que parece. Cada elemento químico reflete a luz de um jeito diferente. É graças a isso que sabemos o que tem na atmosfera dos planetas mais distantes do sistema solar sem nunca termos pousado uma nave naquelas bandas.

Mas fazer isso com planetas a anos-luz de distância é outra coisa. O Hubble até fez aquela detecção de água e de moléculas orgânicas, mas só porque se tratavam de planetas gigantes. Agora, com o Kepler, o objetivo é desvendar a atmosfera dos exoplanetas menores. Se encontrarmos bastante oxigênio em algum, por exemplo, teremos um bom indício de vida. Quem encheu a Terra de oxigênio, afinal, foram coisas bem vivas: as algas.

Só com o Kepler, esperam achar e analisar a atmosfera de pelo menos 50 planetas do tamanho da Terra em zonas habitáveis. E vem mais por aí: a Agência Espacial Européia (ESA) prepara 3 telescópios espaciais que trabalharão juntos para encontrar lugares habitáveis, com lançamento agendado para 2015. E a Nasa planeja o sucessor do Hubble, também para a próxima década. Ele será 4 vezes maior e 10 vezes mais preciso. A esperança é que, com ele, consigamos fotos detalhadas de planetas extra-solares.

Mas e aí? E se encontrarmos um planeta com uma atmosfera recheada de oxigênio, sinais de moléculas orgânicas, temperatura amena, oceanos e o escambau? Vamos mandar uma sonda espacial nos moldes dos jipinhos marcianos para ver se existem aliens mesmo no lugar?

Vida no sistema solar
Enviar sondas espaciais é o melhor jeito de entender o que acontece fora da Terra. Que o diga a nave Phoenix. Ela chegou a Marte em junho, ainda está coletando e analisando informações do solo marciano e de cara confirmou que existe água em forma de gelo no pólo norte de lá. A temperatura marciana é muito fria (chega a -140 °C), mas, se essas calotas fossem derretidas, seriam capazes de formar uma camada de 11 metros de profundidade no planeta inteiro, pelos cálculos da Nasa. Outra análise da Phoenix mostrou que o solo do planeta não é tão morto assim: nutrientes importantes para a vida, como magnésio, sódio e potássio, estão presentes nas amostras. É muito difícil haver vida lá? Hoje, é. Mas ontem, nem tanto: fotos aéreas mostram erosões que, ao que tudo indica, são leitos secos de rios que corriam numa época em que o planeta era mais quente. A probabilidade de que Marte tenha tido água líquida é real. Por isso estamos longe de desistir de achar indícios de que já houve pelo menos micróbios lá – e, em última instância, de que a vida é comum em qualquer lugar que ofereça as condições. Uma nave ainda mais equipada que a Phoenix pousará lá no ano que vem, enquanto a Agência Espacial Européia vai lançar em 2013 o ExoMars, carrinho capaz de perfurar profundamente o solo em busca de vestígios orgânicos. Para fechar, tanto os europeus como a Nasa planejam missões tripuladas com humanos antes de 2040.

Outro alvo na busca pela vida é Europa, uma lua de Júpiter. Ela tem uma fina atmosfera com oxigênio e, ao que tudo indica, uma surpresa embaixo de sua camada de 200 quilômetros de gelo: água líquida. É que a forte gravidade de Júpiter pode ter feito o gelo mexer e remexer tanto que ele acabou esquentado, só pela fricção. E onde há água líquida, há chance de vida.

Para ver se tem mesmo, a Nasa planeja mandar uma sonda para a órbita de Europa na próxima década. E a Agência Espacial Russa (Roscosmos) vai mais longe: quer pousar uma nave (não tripulada) em Europa até 2020. Tudo isso, porém, só dá para fazer porque Marte e a lua de Júpiter são logo ali. Se quisermos mandar uma sonda para algum planeta extra-solar, temos um problema. A estrela mais próxima daqui, Alpha Centauri, fica a 4,3 anos-luz da Terra. Isso significa que um raio de luz demora 4,3 anos para chegar lá. Não parece grande coisa, mas são 40 trilhões de quilômetros de distância. Demais para as nossas sondas.

E olha que elas são até rápidas. A Voyager, que já atravessou o sistema solar inteiro, hoje rasga o espaço a 1,4 milhão de quilômetros por hora, 1 000 vezes mais rápido que o som. Só que isso não é nada em termos espaciais: representa apenas 0,000058 da velocidade da luz.

Nesse pique ela demoraria 80 mil anos para chegar a um eventual planeta na órbita de Alpha Centauri. Dureza: nem se os neandertais tivessem lançado uma sonda espacial ela teria chegado...

Se é tão difícil mandar algo ou alguém para conversar, o que poderíamos fazer, então? “Telefonar” para eles é claro! Ou, pelo menos, ficar a postos para uma ligação interplanetária, ouvindo se chega alguma mensagem alienígena aos nossos radiotelescópios, as antenas que captam ondas de rádio vindas do espaço. Só que aí entramos em outro terreno.

Em busca da vida inteligente
Até agora estávamos falando da busca por seres vivos. Aí qualquer bactéria está valendo. Mas, se já é difícil encontrar sinais de vida pura e simples, como uma atmosfera cheia de oxigênio, topar com seres capazes de criar tecnologia é mais ainda. Se a história da vida na Terra, da primeira célula até hoje, fosse um jogo de futebol, o homem só teria entrado em campo faltando 3 segundos para o apito final. Quer dizer, se alguma civilização nos últimos bilhões de anos mandou mensagens para cá para ver se achava algum ser inteligente do outro lado da linha, pode ter cansado de esperar.

E, se a vida inteligente é só uma piscada na história deste planeta, o mais provável é que ela também seja extremamente rara lá fora. Mesmo assim, quem espera pelas chamadas de outros planetas mantém as esperanças.

Quem faz isso é o Seti, sigla em inglês para Procura por Inteligência Extraterrestre. Eles jogam todas as fichas na espera de receber sinais de rádio dos alienígenas. Mesmo com a possibilidade de que haja pouca vida inteligente lá fora, faz sentido: ondas de rádio viajam à velocidade da luz (1,08 bilhão de quilômetros por hora, a maior possível pelas leis da física). Não é o ideal para tentar falar com Andrômeda, a galáxia mais próxima, já que o sinal demoraria 2 milhões de anos para fazer a viagem. Mas dá para tentar aqui pela Via Láctea. Se uma mensagem partisse de um planeta na órbita da estrela Alpha Crucis, a base do Cruzeiro do Sul, levaria 321 anos para chegar aqui. Caso eles tenham mandado uma quando a Terra estava no ano de 1687, o sinal estaria chegando agora. E consideremos: captar um sinal assim nos colocaria em contato com uma civilização extraterrestre de um jeito até mais eficiente do que se tivéssemos mandado sondas.

“Trocar fotos e textos já é suficiente para quem se relaciona via internet, não? Então. Você pode aprender muito sem ter de ir a um planeta extra-solar”, diz o astrônomo americano Seth Shostak, diretor do Seti. O que o instituto faz, então, é alugar radiotelescópios para captar ondas do espaço e ver se aparece alguma que siga algum padrão, que só possa ter sido feita por alguma coisa inteligente. O romance Contato, de Carl Sagan, dá um exemplo prático: lá o Seti detecta uma espécie de código Morse vindo da estrela Vega.

Agora Shostak e sua turma esperam que isso vire realidade logo. É que está em fase final de construção o Allen Telescope Array (Campo de Telescópios Allen), bancado pelo bilionário Paul Allen, co-fundador da Microsoft. É um campo de 350 radiotelescópios todo dedicado ao Seti. “Não que isso seja caro. Manter os telescópios por um ano é menos do que o governo gasta para comprar um helicóptero militar de última geração [US$ 20 milhões]”, diz Seth. Com o batalhão de radiotelescópios de ouvidos abertos, a busca por vida inteligente será pelo menos 100 vezes mais rápida do que hoje. “Simplesmente por podermos usar o negócio o tempo inteiro, 24 horas por dia, nos próximos 20 anos teremos checado 1 milhão de estrelas.” Além disso, o Seti ficará de olho nas pesquisas das agências espaciais. E os planetas exosolares que podem ter vida serão alvos prioritários dos novos telescópios.

A outra maneira de fazer contato é, em vez de esperar por mensagens, mandá-las ao espaço para ver se algum alienígena capta. A humanidade tentou isso 4 vezes. As últimas foram enviadas pelo astrofísico canadense Yvan Dutil. Ele é uma espécie de porta-voz dos terráqueos e, junto com o colega Stephane Dumas, desenvolveu duas mensagens mandadas para os ETs em 1999 e 2003. A linguagem delas é a matemática (afinal, em qualquer lugar do Universo 1+1=2) e lá estão alguns dos últimos algarismos conhecidos de pi e o maior número primo pra mostrar que, se nós ainda não tivemos chance de viajar pela galáxia, pelo menos já temos uma capacidade computacional bem razoável (veja mais na página 68). No final das mensagens, Yvan propõe algumas questões para os aliens: “Nós nos baseamos na idéia de que, se quisermos sobreviver aqui na Terra, temos de gerenciar eficientemente nossos recursos. As civilizações mais avançadas teriam tido o mesmo problema e poderíamos aprender com elas. Os ETs que responderem podem ser um povo que já viveu por muito tempo, ou seja: que soube manejar a sustentabilidade”.

Não é só Yvan que acredita nisso. Existem modelos sérios de “exo-sociologia” que tentam explicar como seria, afinal de contas, uma civilização anos-luz à frente de nós – em ambos os sentidos. A teoria exo-sociológica que ficou mais famosa, e serve para guiar astrônomos até hoje, foi criada pelo astrofísico russo Nikolai Kardashev. Para ele, as civilizações extraterrestres poderiam ser divididas em 3 tipos. O primeiro, que ele chama de K1, seria o nosso: relativamente primitivo, e confinado em termos cósmicos – ou seja, só consegue usar os recursos de seu planeta natal para obter energia.

O segundo estágio seria uma civilização que dominasse a energia de sua estrela – o físico americano Freeman Dyson sugeriu que algum povo avançado poderia usar uma espécie de cobertor sobre as estrelas para absorver energia e, de quebra, controlar melhor a luminosidade de seu sol.

Uma civilização K3 seria mais ou menos como o Império de Darth Vader, de Star Wars: uma potência que reina sobre os recursos de várias estrelas e planetas.

Tudo isso é mais ficção do que teoria científica para valer, mas tem sua lógica. Tanto que um grupo de astrônomos japoneses procura distúrbios na luminosidade de algumas estrelas para verificar a existência de um desses “cobertores” de Dyson. Sem sucesso ainda – como tem sido toda e qualquer tentativa de acabar com a nossa solidão, seja buscando vida em planetas parecidos com a Terra, seja em nossos vizinhos, seja com radiotelescópios. Frustrante? Talvez não.

A verdade, lá fora
Mesmo que seja infrutífera para sempre, a busca por vida e por inteligência extraterrestre não deixa de revelar alguma coisa. Se daqui a centenas de milhares de anos jogarmos a toalha, dizendo “Já vimos tudo. Acabou. Somos únicos na Via Láctea”, vamos saber que somos privilegiados por uma série de eventos fortuitos. Primeiro, o Sol mantém basicamente a mesma luminosidade há 4,5 bilhões de anos, algo raro; vivemos em uma vizinhança tranqüila da nossa galáxia, sem estrelas explodindo o tempo todo, como acontece em outras áreas; temos um planeta grande como Júpiter por perto para atrair cometas e meteoros que, de outra forma, bateriam aqui o tempo todo... Seria sorte demais? Essa é a hipótese da “Terra Rara”, batizada pelos astrônomos americanos Peter Ward e Donald Brownlee.

Outra linha para explicar por que não fizemos contato até agora vai por um caminho oposto. Defende que a vida pode, sim, ser bem comum. Inclusive a inteligente. Mas que talvez as civilizações tecnológicas não sobrevivam por muito tempo: mais hora menos hora acabam se autodestruindo. Foi o que imaginou o astrônomo Frank Drake: o Universo tem 13,8 bilhões de anos; a fase tecnológica da nossa civilização, só 100. E já temos armas nucleares para acabar com essa festa a qualquer momento. Se for assim em outros lugares, outras civilizações já tiveram tempo mais do que suficiente para dar cabo de si mesmas (veja aqui em cima). E não teríamos muita “gente” para conversar na galáxia. Pense nisso quando ouvir o silêncio da noite.

“Na verdade a absoluta falta de certeza sobre o que vamos encontrar em outros planetas é o que faz a procura especialmente interessante”, diz Yvan Dutil, que tem uma citação favorita para explicar o seu interesse. “Cristóvão Colombo viajou para o Novo Mundo disposto a achar especiarias, ouro e diamantes. Voltou com batata, tomate e milho. E isso é 50% de nossa alimentação hoje. O que nos impactou não foi o que procurávamos”, dizia o ex-diretor da Nasa Daniel Goldin sobre por que gastar dinheiro procurando vida extraterrestre. A verdade, seja ela qual for, está lá fora.

Uma lua especial


Distância: 44 anos-luz.
O astro grandão ali atrás é o Cancri 55 f, uma bola de gás inóspita. Mas ele pode ter um satélite com água líquida. E vida.

Planeta “vizinho”

Distância: 4,3 anos-luz.
Simulações de computador indicam que pode haver um planeta com as características da Terra na estrela mais próxima daqui, Alpha Centauri.

Trio de super-terras
Distância: 41,3 anos-luz.
Descobertos em 2008 na estrela HD 40307, estes 3 planetas terrestres são quentes demais para a vida, mas indicam que astros como o nosso são comuns por aí.

Terra gigante

Distância: 20,5 anos-luz.

Um planeta igual a este aqui, só que com 5 vezes mais massa e diâmetro 50% maior. Eis o principal candidato a abrigar alienígenas.


As outras terras
Uma viagem por dentro de alguns dos astros com mais chances de abrigar vida

1. Pôr-do-sol eterno
Ele é 13 vezes mais próximo de sua estrela que a Terra do Sol. Mas Gliese 581 c pode ter vida porque sua estrela é mais fria. A gravidade, um pouco mais que o dobro da nossa, permitiria poucas montanhas. Por ser tão próximo da estrela, a atração gravitacional prende sua posição, e só um lado do planeta é iluminado. Então dia e noite duram para sempre em cada lado. E nos pólos o pôr-do-sol é eterno.

2. Sol das 3 da manhã
Os habitantes de um suposto planeta em volta de Alpha Centauri, um sistema com duas estrelas, veriam no céu, de manhã, um sol parecido com o nosso. Mas uma espécie de lua gigante, mil vezes mais clara que a daqui, apareceria durante o dia numa metade do ano e à noite na outra, eliminando a escuridão. Ainda não foi comprovado se há planetas ali – o sistema será alvo dos astrônomos a partir de 2009.

3. Terra mirim
Água abundante, um ano de 240 dias e temperatura amena. Quase como a Terra. Só que, no céu de lá, o astro dominante não é uma estrela, mas um enorme planeta, do tamanho de Saturno, o 55 Cancri f. A gravidade do gigante sacodiria o subsolo, criando erupções vulcânicas com quilômetros de altura. A esperança de vida é grande: já mandamos uma mensagem para lá em 2003, que chegará em 2044.


Carta de apresentação da humanidade
Em 1999, astrônomos mandaram esta mensagem para algumas estrelas. Agora esperam uma resposta dos Ets

Como falamos
A primeira parte explica o vocabulário da mensagem. São códigos que mostram os números de 1 a 9 como quadradinhos, e depois uma tradução em código binário (tipo, 2=0010), que será usada no resto da mensagem.

O que sabemos
Explicamos a eles como estabelecemos comprimento, área e volume. Mais os 15 primeiros números de pi e os últimos dos 51 539 600 016 algarismos que conhecemos da dízima, mostrando que temos computadores com potência para calcular isso.

Onde estamos
Aqui indicamos nossa localização, dando a posição da Terra no sistema solar. Para que eles nos achem mais facilmente, damos a massa e o raio do Sol e de Júpiter, os dois astros mais detectáveis para quem está longe.

Do que somos feitos
Aqui vão detalhes do que os humanos são feitos. Depois de mostrar os desenhos dos 4 ácidos nucléicos que compõem as bases do nosso DNA (timina, adenina, guanina e citosina), damos a estrutura básica das células e o tamanho delas: 10-5 metro.

Oi!
Dizemos a altura e o peso das pessoas na Terra. Outros gráficos apresentam as freqüências de som e de luz que nossos sentidos percebem. Assim, no caso de os ETs mandarem alguma mensagem de volta, eles terão certeza de que poderemos vê-la e ouvi-la.


Quantos vizinhos nós temos?
O astrônomo Frank Drake bolou uma equação para determinar quantas civilizações existiriam na galáxia neste momento. Veja os resultados otimistas (= O) e os conservadores (= C).

Número de estrelas
Como a comunicação com outras galáxias ainda é impossível – elas ficam tão longe que um sinal demoraria entre milhões e bilhões de anos para chegar –, a equação se restringe ao número de estrelas na Via Láctea: 300 bilhões.

Estrelas com planetas
Estrelas gigantes ou muito pequenas não têm condições de ter planetas habitáveis. Estrelas novas demais também estão fora. O que sobra é a fração de estrelas propícias a ter vida em volta. C: 0,005% O: 100%

Temperatura amena

Toda estrela tem uma zona habitável em sua órbita, onde a temperatura permite a vida. Pegando o exemplo do sistema solar (Marte estaria nessa zona), estimamos o número de planetas viáveis nessa zona. O: 3. C: 1.

Vida
Não é porque o planeta tem condição de abrigar vida que seres vivos irão aparecer. Como não sabemos o que provoca o aparecimento dela estimamos uma fração dos planetas favoráveis que produzam vida de fato. O: 100%. C: 50%

Inteligência


Alguns desses planetas com vida podem ter apenas bactérias e animais – a própria Terra teve só isso por mais de 99,9% do tempo. Aqui entra a fração de planetas onde a vida teria evoluído para uma civilização. O: 100%. C: 33%

Fator autodestruição
É preciso considerar que os seres inteligentes talvez não durem para sempre. Neste último fator dividimos o tempo de vida de uma civilização com capacidade de se comunicar com outras estrelas. O: 10 000 C: 450.

Civilizações aqui e agora
Acabou. Agora dividimos o resultado de todas as variáveis pela idade da Via Láctea (10 bilhões de anos). E o resultado é uma estimativa de quantas civilizações existem na galáxia neste momento. O: 900 000 C: 4
Fontes - Astrônomos Donald Goldsmith e Tobias Owen


 

 


Alimente o Cérebro :-)http://alimenteocerebro.com/contato-carl-sagan/
 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.REV.SUPERINTERESSANTE
 http://super.abril.com.br/tecnologia/ets-nao-estamos-sozinhos-447657.shtml


Publicado em 04/09/2012 - Licença padrão do YouTube
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