domingo, 17 de agosto de 2014

AGARTHA: MISTICA, MITO e HISTÓRIA




Agartha: Mística, Mito ; História - 52:09 min.

A mensagem de Agartha é de renovação, apontando os caminhos reais para tal, permitindo superar a
etapa do sonho e do desejo para colocarmos enfim as mãos na obra necessária em nome da recriação do mundo e do homem.

A Geografia sagrada representa uma ciência-de-consumação relacionada à manifestação
do reino de Deus ou à recriação do paraíso terreal, recebendo um especial desenvolvimento em contextos setenários como é o brasileiro.

Segue o texto do vídeo, cabendo não obstante observar que:

1. A narrativa abaixo pode conter pequenos trechos entremeados não incluídos no vídeo;
2.
Algumas imagens necessárias (geralmente indicadas ou sugeridas no
texto) não estarão presentes, cabendo pois buscá-las próprio vídeo.
3.
O texto poderá estar incompleto em função das restrições de espaço
"para descrição" fornecido pelo Youtube, estando neste caso assinalado
ao final como "segue nas mensagens abaixo" onde continua -é a melhor
forma que o Youtube pode aceitar para textos mais longos em ambas as
situações.

AGARTHA: MÍSTICA, MITO & HISTÓRIA

A grande Lenda de Agartha ou Shambala, atravessa os séculos irradiando a sua luz norteadora sobre as nações.

De essência versátil dada a sua riqueza e profundidade, o "Lugar das Origens" possui diferentes significados.

Mito, ioga e localidade sagrada segundo os antigos sábios tibetanos, os
mistérios da Agartha tem sido revelados ao Ocidente a partir das
descrições de grandes viajantes, tais como Helena P. Blavastky,
Alexandra David Neel e o casal Nicholas e Helena Roerich.

A partir dos relatos de Saint Yves d'Alveydre e do viajante F. Ossendowsky, o
assunto recebe novas riquezas e acepções na cultura ocidental. Se o
Marquês descreve a "sociedade agarthina" ao modo de uma utopia, o
viajante traz a palavra dos sábios da Mongólia por onde passou, tratando
dos mundos subterrâneos e das profecias do Rei do Mundo. Por fim, o
tema é acolhido pela pena do célebre perenialista René Guenón, para se
consolidar como mais um tema clássico dos nossos tempos.

Estas são as quatro obras ocidentais "clássicas" da lenda agarthina, por ordem de
aparecimento, envolvendo todas as formas originais de abordagem ao tema.

a. "A Missão da Índia", Saint Yves d'Alveydre, 1886 ("realismo fantástico")
b. "A Raça Futura", E. Bulwer Lytton, 1871 (romance esotérico)
c. "Bestas, Homens e Deuses", F. Ossendowsky, 1922 (mítico-científico)
d. "O Rei do Mundo", René Guenón, 1927 (exegético-filosófico)

Assim,
podemos observar a construção (ou a "progressiva revelação") desta
grande Lenda, que traz afinal a eterna Busca pela Terra Prometida, pois
se relaciona ao duplo-fator fundador de unificação espaço-temporal de
Centro e de Origens.

Analisemos agora sumariamente as três grandes
"correntes" agarthinas de Mito, História e Mística, que não obstante
acham-se sempre bastante interligadas. Na verdade, podemos analisar
estes grandes mitos geográficos tríplices sob diferentes aspectos. Há
por exemplo os três níveis da Agartha Eterna, relacionados à Sinarquia
Trina e aos Centros de consciência da Divindade, da Hierarquia e da
Humanidade.

Os símbolos acima, correspondem aos valores 3-6-9 e
à geometria da Árvore Sefirotal, mas poderia ser também a de um stupa
budista, que costuma ser relacionado aos cinco elementos mas apresenta
nitidamente três degraus principais associados às raízes da geometria
cósmica. O tema também se acompanha pelos preceitos da Sinarquia
agarthina, o regime social orgânico, próprio para as três iniciações da
raça árya.

Todas estas esferas de consciência, estão bem representadas na tanka tibetana a seguir, havendo:

a. no centro o Templo trino do Senhor do Mundo: Shambala,
b. em volta do primeiro círculo de montanhas os sete Templos médios da Hierarquia de Luz (a Loja Branca): Agartha,
c. e na base destes os doze pequenos Templos da humanidade conectados às raças-raízes: Vaikuntha.

Em
função disto, podemos dizer também que existem três modalidades de
sistemas geográficos, sempre para compor a triple evolução árya:

1. Tradição Terciária (Vaikuntha): Raça-raiz = Câmara de Aprendizado ("Onipresença")
2. Tradição Secundária (Agartha): Hierarquia = Câmara de Discipulado ("Onisciência")
3. Tradição Primária (Shambala): Deidade = Câmara de Iniciação ("Onipotência")

E
assim, Shambala (Deidade) manifesta as Idéias arquetípicas originais
que os videntes de Agartha (Hierarquia) captam como Ideais para plasmar
através de seus discípulos junto à Vaikuntha (Raça-Raiz) como Ídolos nas
instituições sociais humanas.

Stream

luis augusto weber salvi
(continuação do texto do vídeo iniciado na "descrição do vídeo", acima)

Contudo,
na atualidade também começa a amadurecer o Quarto Aspecto de Deus, que é
o poder da “Onisenciência” Iluminada e Todo-Amorosa, através da Câmara
de Iluminação, desta vez efetivamente voltado para a humanidade em
geral. O Quarto Sistema Geográfico proposto para Alto Paraíso estaria
relacionado a isto, e portanto a sua natureza já não é apenas
recapitulatória e sim efetivamente evolutiva!

Outro enfoque central
nosso será adescrição de Shambala como mito, ioga e história, como
afirma a obra “O Caminho para Shambala” do IIIo Panchem Lama. E também
agregaremos a abordagem do tema como uma mística popular, comumente
descrito como “realismo fantástico”, para além do símbolo e do próprio
mito. Ao final, consagraremos um segmento para uma abordagem americana
das tradições de Agartha.

a. A AGARTHA MÍTICA

“Mito
geográfico” é uma das descrições existentes em “O Caminho para
Shambala”, do IIIo Panchem Lama (1505-1568). Aqui se mostra o País dos
Imortais como uma terra sagrada, ornada de uma geografia central,
simbólica e arquetípica. O caráter “inacessível” de Agartha (na
descrição original do Marquês de Saint Yves d’Alveydre), se reflete bem
na áspera geografia tibetana, ao modo de uma Shangri-la perdida.

Podemos
exemplificar o mito através da geografia simbólica, que alguns também
designam por “ioga geográfica”, capaz de organizar o mundo e a
consciência ao modo das mandalas, como é o caso deste mapa de G.
Mercator (1512-1594), dispondo uma fictícia montanha axial no centro do
Pólo Norte, à semelhança das narrativas dos mitos hindus sobre o Monte
Meru, cercado por quatro terras-Elementos. O Monte Kailas tibetano,
situado no mesmo paralelo 30 da capital Lhasa, ocupa um papel semelhante
no universo budista.

A visão de Shambala como ioga também advém
deste clássico tibetano, pois como não se trata apenas de um lugar
físico, não são menos importantes que os viajantes naturais, aqueles
“filósofos puros” que abordaram o tema com profundidade, tal como pode
ser verificado nas obras da grande esoterista Alice A. Bailey ou no
trabalho do importante exegeta tibetano moderno Chogyan Trungpa, em
“Shambala – o Caminho do guerreiro sagrado”. 

O próprio Saint Yves
d’Alveydre tratou de uma geografia simbólica, ao descrever a terra
sagrada cercada por 21 montanhas que cercam o “zero absoluto” da
inacessível Agartha.  René Guenon, por sua vez, enfatizou a questão do
Rei do Mundo, situado ao centro da cidadela mística, tema ao qual
retornaremos adiante para falar das profecias agarthinas.

Muitas
doutrinas espirituais têm sido atribuídas a Shambala, tal como o
Kalachakra (“Roda do Tempo”), que abrange o estudo de várias
astrologias, a ritualística e a senda espiritual, e que o atual Dalai
Lama considera uma senda veloz apropriada aos tempos atuais e ao homem
ocidental. Atisha levou o sistema Kalachakra de Shambala para o Tibet,
sendo o principal responsável pela restauração do Budismo após a
“heresia” de Langdarma, e colocando as bases do sistema Lamrim ou da
“Escola Gradual” que originou a tradição Kadampa.

Pois nem sempre
estes autores se limitaram a uma única abordagem apenas, como a viajante
Helena Roerich que enfatizou a Agni Ioga e a vinda do tempo da Mãe do
Mundo, quais signos do futuro planetário e do tempo da cultura do
coração e do elemento fogo, como rezam as profecias e a escatologia do
nosso tempo.

A fórmula alquímica do VITRIOL (“visita o interior da
terra e retificando encontrarás a pedra oculta”), que na prática também
se traduz pelo mantra tibetano OM MANI PADME HUM e pelo nome divino
IHVH, contém alusões ao mundo espiritual e à geografia central, e os
místicos também pretendem ver nisto os mistérios da sua “terra oca”.

b. A AGARTHA HISTÓRICA
A
ideia de Shambala como uma “cidade sagrada” é outra acepção do termo,
segundo “O caminho para Shambala”. Ao longo dos tempos, muitos têm sido
os “centros sagrados” das nações, e é fácil relacionar inúmeras destas
localidades às leis da geografia sagrada - mesmo dentre as cidades
consideradas místicas no Brasil. Centros geodésicos, geográficos,
hemisféricos, planetários e até políticos, costumam se revelar como
polos místicos por abrigar sínteses e um universalismo de qualquer
dimensão. De modo que várias ciências podem ser usadas para avaliar a
questão agarthina, e através disto podemos aduzir toda uma hierarquia de
centros (ver a nossa obra “Os Centros Espirituais Brasileiros”).


Um
dos recursos mais simples e também tradicionais, diz respeito à idéia de
centralidade geográfica, no sentido mediterrâneo do termo. Regiões e
nações centrais, teriam uma expressa “vocação agarthina”. O isolamento
dos países sem mar (Bolívia e Paraguai, na América do Sul) e dos estados
ou províncias centrais nos grandes países (Goiás e Tocantins, no
Brasil), lhes confere também um caráter agarthino.

A ideia de centro
tem sido sempre buscada pelos mitógrafos, e neste mapa simbólico podemos
equiparar a ideia de uma Jerusalém “central” com um dos símbolos
agarthinos tradicionais. Veremos porém, que a verdadeira posição
horizontal desta cruz não seria equatorial, e sim intermediária entre o
Equador e o Polo –como cabe aliás ao próprio Mar Mediterrâneo que o mapa
representa. 

Por esta razão, outro símbolo que deriva disto é o da
Árvore do Mundo, a mesma árvore na qual todos os avatares são
sacrificados ou sob as quais eles se iluminam (como reza o acróstico
INRI do madeiro do Cristo crucificado, que significa “A natureza se
renova através da ação do fogo”, sugerindo a ação de fênix na quarta
iniciação), como Odin, Buda e Osíris.

Esta cruz especial “triangular”
ou assimétrica, possui grande importância na simbologia axial, pois
incide sobre o paralelo 30 do globo, situado no exato centro dos eixos
da circunferência, onde temos em decorrência as Quatro Estações em
perfeita simetria, à imagem de um mandala ou de uma pirâmide climática,
como vemos nesta imagem de Shambala como um equilíbrio elementar, mas no
sentido do rodízio e não da neutralidade. Por isto a cruz agarthina
mais acima também tem quatro volutas explícitas, já que a energia de
quintessência de Shambala dinamiza e alquimiza os Quatro Elementos. 

E
esta seria uma das razões para se colocar pirâmides perfeitas sobre o
paralelo 30 do globo, no Cairo, onde foi fundada a Alta Cultura do Egito
e a própria raça-árya em decorrência. Pois esta harmonia e diversidade,
habilita a síntese da Quintessência que dá provisão e sustento às
Civilizações, simbolizada pelo ápice da pirâmide onde as quatro energias
elementares se fundem.

Nisto, percebe-se que a métrica agarthina
tende a enfatizar a simetria do valor 8, coisa bastante comum, aliás, na
arte muçulmana (ver a Mesquita Al-Aqsa ou do Domo da Rocha, construída
já no século VII no Monte Moriah sobre o antigo Templo de Salomão), que
os templários depois também adotariam, relacionando-o porém à “cruz
grega” da cavalaria. Através disto temos o valor 64, que remete aos
aminoácidos e aos códons do DNA humano e à estrutura divinatória do I
Ching. Deste modo, podemos dizer que esta forma possui o poder de afetar
o nosso código genético, e uma das razões é que os sistemas geográficos
estão diretamente relacionados à evolução racial.

Os conceitos de
pirâmide e de mandala são rigorosamente os mesmos, como demonstra estas
figuras arquitetônicas tradicionais, a stupa budista de cinco elementos e
a fantástica arquitetura de Borobodur, em Java.

Um dos autores que
tratou desta coordenada foi o sábio francês Serge Raynaud de La
Ferrière, o fundador da Grande Fraternidade Universal-GFU, declarando
que, tal como aconteceu no passado, a renovação do mundo também se dará a
partir ou através desta zona planetária, porém desta vez no Hemisfério
Sul do globo.

Ao fazer tal afirmação sobre a renovação do papel desta
faixa meso-hemisférica, La Ferrière extrapola contudo a função desta
zona como uma simples região racial, relacionada à Aryavartha antiga,
para lhe dar um status superior, da natureza de Shambala mesma. O
desenho abaixo reúne ambas as leis em questão, a transitória das raças
como temperamentos regionais, segundo teoria muito difundida em meados
do século passado, e o centralismo geográfico do paralelo 30
relativamente fixo através dos tempos sob a base triangular da Tau,
aquela cruz geográfica, enfim, na qual todos os avatares são afixados
para desde ali irradiar as suas missões através do mundo.

Aqui
temos outra imagem da Jerusalém central, situada no paralelo 33, onde a
percepção de haver três continentes conflui com a noção de haver também
três raças acumuladas até então, como simboliza ademais os Reis Magos
que trouxeram as suas dádivas raciais ao Cristo nascido nas proximidades
deste axis mundi que também centraliza três grandes religiões.

Outro
autor que revelou coisas importantes sobre o paralelo 30 foi José
Arguelles, em sua obra "A Terra em Ascenso", ao demonstrar que as
manchas solares nascem nestas zonas solares e entre elas realizam o seu
percurso completo de 22 anos. Estendendo estas leis à Terra, declarou
que esta zona se caracteriza como sendo de “culturas hierárquicas”
(também se poderia dizer “hieráticas”?), ao passo que as zonas
exteriores seriam de “culturas xamânicas” (ou “elementais”, dir-se-ia).
Num sentido naturalista, também ocorre nos limites desta faixa a
conversão dos ventos atmosféricos e, em decorrência, a criação das
grandes correntes marítimas que impulsionam as navegações ultramarinas.

O
mito da Arca em busca do Monte Seguro, o Ararat, ou a Terra dos Arhats
ou dos Iniciados, se volta sempre para estas regiões centrais, como
núcleos de encontro com o Sagrado, e como mito universal de redenção e
renovação dos tempos. No contexto euro-asiático, a Turquia tem sido um
centro face seu caráter de transição continental. Além do monte onde
pousou a nau de Noé, ali também estava situada a mítica e histórica
Tróia, pivô de uma guerra épica e mitológica que H. P. Blavatsky
relacionou ao Ramayana hindu.

Assim, a questão histórica das origens,
sempre relacionada ao mito áureo, nos induz a um realismo geográfico
também. Nesta imagem “geodésica” do Extremo Oriente, encontramos uma
centralização na Mongólia, onde o viajante Ossendowsky recolheu a sua
história do Rei do Mundo.

Contudo, o fato de haver muitas
localizações de Agartha, Shambala, Tula e outros tantos centros sagrados
na Terra, não significa nenhuma contradição, por várias razões. Numa
delas, jaz a questão básica de que existe uma irradiação e um
fracionamento das energias, de modo que podemos falar de centros
primordiais, secundários e até terciários, como temos visto nas divisões
de consciência da Agartha ou de Shambala, caracterizando-se também como
Escolas para iniciados, para discípulos e para noviços,
respectivamente, assim como para a Hierarquia, para a Raça-raiz e para a
humanidade em geral.

Nesta outra imagem que reúne a Ásia completa,
por assim dizer, a centralização já recai nas proximidades do norte do
Afeganistão, a chamada Báctria onde vários autores como Alexandra David
Neel identificam Shambala, talvez inspirados nas antigas tradições
budistas sobre as origens de Padma Sambhava, quem introduziu o budismo
no Tibet.

O grande artista, viajante e mensageiro Nicholas Roerich,
retratou com vivacidade a natureza, a cultura, a história e as lendas
dos Himalayas.

c. A AGARTHA MÍSTICA
Por fim, trataremos da
Agartha Mística,  que representa a visão de certa forma mais moderna e
ocidental do tema, prevendo a versão da terra oca ou subterrânea,
alimentada pelos romances de viajantes e esotéricos de renome. À parte
uma inegável influência literária de Júlio Verne, iniciou sobretudo com
Bulwer Lytton, mais conhecido como o autor do célebre romance ocultista
“Zanoni”, e que em ‘A Raça futura’ trata de um interlóquio “entre um
homem da superfície com uma entidade dos mundos subterrâneos que lhe
mostra como está organizada a sociedade em que vive e a sua extrema
evolução a nível tecnológico e espiritual.” (www.imagick) Décadas
depois, o viajante F. Ossendowsky trará os relatos dos budistas mongóis
sobre assunto semelhante.

Aparentemente, a teoria da “terra oca”
seria de origem new age e não encontraria respaldo nas tradições
antigas. Ossendowsky não foi exatamente um iniciado, ao passo que a obra
de Bulwer Lytton é claramente ficcional. Porém, não custa equiparar a
energia vril citada por este, ao Fohat ou a “eletricidade esotérica”
manejada pelos iniciados de terceiro grau. Na imagem dada, do famoso
livro de Raymond Bernard, temos algumas das chamadas “embocaduras para
os mundos intraterrenos, especialmente aquelas existentes nas regiões
mais elevadas do planeta, conectando assim com a visão budista
geográfica ou mediterrânea do tema. 

No entanto, tudo isto ainda
contém muitas verdades, e a célebre “profecia do Rei do Mundo” trazida
por Ossendowsky sobre a vinda dos povos da Agartha, os quais um dia
deixariam os mundos internos quando o caos total se implantasse na
superfície, para trabalhar pela redenção do mundo, possui uma base
histórica muito profunda.

Por esta mesma razão, a tradição mongol
possui uma forte veia tradicional, e as lendas da Agartha (Agartthi em
mongol) do “Rei do Mundo” são belas e profundas. As austeras estepes
centrais dos continentes, têm abrigado muitas vezes nações guerreiras
perseguidas pelos impérios, e que chegada certa altura dão início à
invasão das civilizações decadentes, visando reintegrar e renovar as
coisas. É o que se lê no Édito de Gengis Khan quando invadiu uma China
decadente por “excesso” de civilização e materialismo, e começou uma
linhagem de grandes conquistadores mongóis encerrada por Tamerlão, que
deram abertura ao ecumenismo e adotaram em especial a religião de
compaixão tibetana.

Também se podem mencionar os partos, medas e
citas, os bárbaros da Europa (celtas, germânicos), os hunos (Átila, o
“Flagelo de Deus”) e os próprios áryos caucasianos que invadiram a Índia
para renovar em definitivo aquela civilização!

Não muito diferente
fizeram os toltecas quando chegaram ao Planalto central mexicano,
protagonizando uma revolução cultural que daria início ao ciclo
aristocrático do Anahuac, consolidando assim a nobre legenda de
Quetzalcóatl, quem aboliu os sacrifícios humanos e implantou uma
religião de amor. Porém, depois vieram os astecas que levaram quase tudo
isto a se perder.

Estes “bárbaros” das estepes, como eram chamados
pelos romanos e pelos chineses, eram geralmente povos explorados e
oprimidos pelos grandes impérios, que tudo lhes exigia e nada lhes dava
em troca, mantendo esta “política externa” opressiva por detrás de
muralhas como as da China (construída ao longo de dois milênios) e da
Escócia (duas muralhas asfixiantes: de Antônio e de Adriano), coisa que
ainda hoje se repete nas muralhas do México e de Berlim, e recentemente
também a de Israel, simbolizando os muros internos que colocamos em
nosso próprio espírito e cultura.

A mensagem de Shambala porém é de
renovação, apontando os caminhos reais para tal, permitindo superar a
etapa do sonho e do desejo para colocarmos enfim as mãos na obra
necessária em nome da recriação do mundo e do homem.

AGARTHAS NAS AMÉRICAS
As
Américas antigas também tiveram as suas Agarthas, que recebem em
Meso-América o cognome geral de Tula (Tollan), como Tula Teotihuakan ou
Tula Tenochtitlan, assim como a própria Tula (de Quetzalcóatl), todas
elas no Planalto central do México, além da La Venta olmeca, relacionada
às fundações atlantes locais, e no final de tudo a bela Chichén Itzá no
Yucatan como síntese das culturas maia-nahuas. 

René Guenon
posicionava a Atlântida em região tropical. O termo Tula significa o
signo de “Libra” nas línguas do Oriente, denotando o equilíbrio. Este é
um ideal atlante, até certo ponto burguês, de bem viver que atrai para
as regiões tropicais do globo. A Atlântida árya dos mexicanos, se acha
distribuída na área tropical ou no “centro do centro” desta região, no
paralelo 20, numeral que regula ademais toda aquela cultura binária, uma
vez que a raça atlante almejava realmente alcançar duas iniciações,
donde a sua ênfase na religião.

Na América do Sul se destacam a Ilha
da Páscoa, Tiwanaku e Cuzco, mas também a notável Macchu Picchu nos seus
arredores, típico “laboratório” racial inca, dada a necessidade de
sempre se contar com ambientes especiais para formar seres humanos
realmente íntegros e avançados. 

A cidade de Cuzco era o centro do
Tawantinsuyo, o Império das Quatro Direções, e como uma “cidade solar”
centralizava uma espécie de calendário geográfico chamado “seques”, onde
a cada semana o Inca se dedicava a uma parte do Império relacionada à
regiões onde o Sol estivesse iluminando mais... Hoje também se dá
destaque a cidades com grandes pirâmides como as dos Chimus e à Caral
por sua exuberância grande antiguidade.

O tema agarthino recebeu um
forte acolhimento no Brasil, pois a Geografia sagrada representa uma
ciência-de-consumação relacionada à manifestação do reino de Deus ou à
recriação do paraíso terreal. Pois enquanto a América do Sul está
relacionada à sétima sub-raça árya, que é uma “energia” de manifestação,
o Brasil se encontra sob o direto afluxo progressivo das energias da
Era de Aquário (também setenária), quando o eixo polar “ilumina” em
especial a faixa geográfica que vai dos 30 aos 60 graus de longitude
Oeste.

Por esta razão a Geografia Sagrada, como
ciência-de-consumação, tem encontrado um especial desenvolvimento em
terras brasileiras.

Vale fazer aqui a menção de que, apesar da
SBE (Sociedade Brasileira de Eubiose) endossar fortemente a “teoria da
terra oca”, esta sociedade tem feito esforços importantes no sentido de
organizar “sistemas geográficos” em contextos que se poderia dizer
agarthinos, e cada vez mais, merecendo destaque os seus trabalhos
pioneiros na Serra do Roncador (MT), ainda que o centro de São Lourenço
(MG) seja o mais exaltado, por envolver os principais esforços do seu
idealizador, Henrique José de Souza e a construção do templo dedicado a
Maitreya, além de exaltar o papel étnico-fundador da região de Salvador
na Bahia onde nasceu. 

O sistema geográfico é uma tradição universal,
expressando um mesocosmos ou uma versão social ou civilizatória do
sistema solar (macrocosmos) e do sistema de chakras (microcosmos). Aqui
temos pois uma visão renascentista do sistema geográfico romano,
diretamente comparado a um conhecido símbolo agarthino.

Os
sistemas geográficos que a Eubiose está buscando implementar são
semelhantes a isto, ainda que não enfatizem diretamente as Capitais
Federais passadas, presentes e futuras. A Eubiose trata antes de
construir templos nas cidades-núcleos destes sistemas para irradiar a
partir dali os seus ensinamentos, sempre através de cidades já
constituídas nas regiões. O Quarto Sistema Geográfico proposto mais
recentemente para Alto Paraíso de Goiás por membros destacados, estaria
quiçá relacionado à energia racial quaternária, e portanto sua natureza
já não seria apenas recapitulatória e sim efetivamente evolutiva!
Trata-se inclusive de uma visão ampla e comprometida, na medida em que
visa beneficiar a Capital Federal atual da nação.

Podemos dizer daí
que a SBE tem feito um trabalho mais propriamente místico e quiçá
esotérico, voltado para a Alma cujo símbolo tradicional é o Templo. A
Eubiose trabalha aliás também com a trilogia Escola-Teatro-Templo, ao
que creditamos ser necessário acrescentar todavia o Palácio como Quarto
Princípio para evocar o efetivo trato social.

Caberia pois reforçar o
impacto social da atuação agarthina, coisa que temos buscado solucionar
sugerindo a inclusão de medidas populares de geografia sagrada e de
urbanismo solar, como a criação de novas cidades eco-sociais para
ancorar um novo tempo numa nova terra, buscando assim menos consertar o
velho do que criar o novo, e a partir disto sim poder chegar a mudar o
antigo, coisa esta que pode começar com uma pequena cidade ou até com
comunidades menores.

Nosso próprio trabalho entra, assim, como uma
espécie de exegese, continuidade e complemento de tudo o que tem sido
aqui apresentado. No caso, se relaciona também a um calendário
geográfico chamado Cronocrator, que regula a formação e a evolução das
civilizações através das “Idades Metálicas” de Ouro, Prata, Bronze e
Ferro. 

Este Calendário é também astrológico e se identifica com a
Jerusalém celeste do Apocalipse, que é uma imagem da Terra Prometida
descida dos céus, seja como revelação ou como fator astral, na perfeita
unidade espaço-temporal, trazendo novas fórmulas para um convívio
sócio-conjugal perfeito e profundo, renovando as instituições esvaziadas
pelo final do velho ciclo.

Tem sido demonstrado que o Brasil
expressa uma raça-raiz em organização, e suas Capitais mudam de região a
cada 200 anos para formar novas estruturas sociais. Isto corresponde a
uma visão do chamado ‘Itinerário de IO’ eubiótico dentro da própria
nação do arco-íris – o Bras-IO! A letra phi grega resume estas letras
soli-lunares que expressam a contínua alternância das polaridades no
universo. 

Afinal, também é preciso equilibrar a demografia do país, e
isto sempre representa uma oportunidade para gerar novas culturas e
obras sociais. A Obra eubiótica ou da Teosofia Brasileira, tem
notavelmente acompanhado as dinâmicas do nosso país, enriquecendo e
exaltando as regiões historicamente integradas através das sucessivas
Capitais Federativas, por ser esta uma das funções históricas dos
sistemas geográficos de evolução: compor um arco-íris universalista em
torno e em favor das grandes Capitais nacionais, para que todo o Poder
central resulte enfim como num cristal capaz de iluminar a tudo e a
todos.

O objetivo é pois tratar da Cultura do Arco-Íris, tal como nas
Sete Artes Liberais dos renascentistas, comum nas Instituições solares
da Antiguidade. Pois esta é a Premissa sagrada do Império solar ensinada
pelos mestres áryos nos albores da raça, da busca pela cultura da Paz
em nome da paz da Cultura.

Por isto, atualmente a Capital Federal se
interioriza, numa cidade em forma de pássaro ou de avião, Brasília, para
simbolizar o elemento da Nova Era além de ter como lema “aos ventos que
virão”, ficando ademais sujeita a um forte contexto agarthino, evocando
as aristocráticas energias das estepes e das savanas centrais dos
Continentes. Integra este processo criador a ida dos iniciados para
estas regiões centrais, a fim de depurar o poder político com a energia
sinárquica unificadora e constituir a força peculiar das nações
agarthinas. 

E assim prosseguirá esta jornada agarthina da nova
nação, através de centros históricos sagrados, até a sua culminação no
Sul, no paralelo 30, berço da Shambala Meridional para dar nascimento à
Nova Albion, a Terra da Luz, como nova Sweta Dwipa do simbólico
“Continente Branco” das origens na Índia. E aqui vale lembrar das
profecias hindus sobre o último avatar, o guerreiro sagrado Kalki que
virá de Shambala, imagem que se identifica às do Logos do Apocalipse.
Sim, longa é a espera e grande é a semeadura. 

Porém, o iniciado sabe que não trabalha para si e nem para o tempo,
mas sim para a sua alma que é eterna, com destemor e grandeza.

E assim ele assume uma tarefa grandiosa que transcende uma ou poucas vidas,
Unicamente para enlaçar a sua consciência com as daqueles que vêm e pensam
para além das limitadas aparências e dos pequenos desejos do homem carnal,
ensaiando passo a passo a grandiosa e imortal unidade do tempo e do espaço.

OM SHANTI OM
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Informações gerais: www.agartha.com.br
luis augusto weber salvi

Publicado em 09/04/2014-Licença padrão do YouTube
Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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