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As "Leis" de Teilhard
e o Sentido da Evolução
e o Sentido da Evolução
Precisamos remontar ao livro O Fenômeno Humano para entender a idéia original de uma Evolução que se processa por etapas, organizando-se em leques, que produzem novos galhos para a Árvore da Vida. Cada leque sendo o resultado de um paroxismo que forma um nó, criando em sua potencialidade de Vida. Interiorizada nesse nó, a raiz estruturada de um novo galho sob a forma de um novo leque, o qual se expande lateralmente, em um movimento ascendente, até a máxima especialização de cada ramo, e quando alcança essa especialização última, tende - como todos os outros leques - a se inclinar sobre si mesmo, em um movimento curvo em torno do eixo central, seguindo a direção geral de um mundo que se inclina sobre si mesmo.
A Noosfera, pari passu com a Evolução da Vida e do Homem, desenvolve-se em harmonia ao lado do pensamento humano. Ela também inclina-se sobre si mesma, seguindo a evolução do cérebro humano e em uma tendência generalizada de um mundo que se enrola sobre si mesmo. O pensamento humano, cada vez mais especializado e mais interiorizado, cria uma curvatura na Noosfera, enquanto podemos dizer que tudo o que sobe, converge.
Lei Principal:
o eixo central de "Complexidade-Consciência"
o eixo central de "Complexidade-Consciência"
Essa lei é o núcleo da visão de Teilhard sobre a Evolução do Cosmos, a qual compreende a Evolução planetária e a da Terra, ao mesmo tempo, paralelamente uma com a outra, como ele nos explica com alguns gráficos, em O Grupo Zoológico Humano mas mais extensamente em O Fenômeno Humano.
O eixo de Complexidade-Consciência rege o ritmo da Evolução, desde o microcosmos até o macrocosmos. Para cada progresso em algum nível celular, corresponde o mesmo progresso estelar, ao nível da constituição planetária.
Foto ao lado: O Meio Divino do Perigo. "...Se eu não pudesse tornar a descer lá de cima, gostaria que meu corpo ficasse petrificado na argila dos fortes, como um cimento lançado por Deus entre as pedras da cidade nova." Douaumont. (Escritos de 1916)
Desde os seres vivos unicelulares até os seres vivos multicelulares, há uma flecha que regula a Evolução e essa flecha é o eixo de Complexidade-Consciência. Quanto mais um animal é complexo, tanto mais ele é consciente. No caso do Homem, ele é o mais complexo em estrutura física e também o mais consciente ser vivo da Natureza, porque seu cérebro vem se desenvolvendo desde o cérebro primitivo do peixe, seguindo o ramo dos mamíferos, depois o dos grandes primatas e finalmente o dos seres humanos - os mais complexos e os mais conscientes seres vivos da Terra.
Lei Complementar:
"Cerebralização-Individuação"
À medida em que a Evolução progride, desde os primeiros seres vivos, existe também o desenvolvimento cerebral, seguindo o grau de complexidade até o aparecimento do Homem.
Foto ao lado: O Meio Divino do Exílio: na China. "Sinto-me bem entre as mãos do Senhor, e jamais, talvez, eu não tenha desfrutado tanto da alegria de me deixar cair no futuro, como nas profundezas de seu Ser em pessoa."
(Carta a um amigo.)
Teilhard de Chardin sempre analisou o exterior das coisas e o interior delas. Ele salientou que todo o mundo material, como o vemos, tem um interior eEle salientou que todo o mundo material, como o vemos, tem um interior e encontramos esse ponto de vista em seu livro O Coração da Matéria.(Carta a um amigo.)
No entanto, desde que o Homem reina sobre a Natureza - em busca da satisfação de suas necessidades - sua mente e seu cérebro não pararam de evoluir. O homem de hoje tem o cérebro muito mais desenvolvido do que o homem primitivo, estruturalmente e intelectualmente. Teilhard fez um desenho da evolução do cérebro humano, partindo dos homens primitivos até o cérebro do Homo Sapiens. Em seu livro O Grupo Zoológico Humano, que salienta esse fato, estuda a escala segundo a qual o Homem evoluiu através das Idades. E ele marcou a expansão dos homens primitivos pelo mundo, primeiro em uma direção dispersiva e depois, com o aparecimento do Homo Sapiens, com uma tendência aglomerativa, em um movimento de socialização.
A socialização conduziu o Homem a uma etapa posterior, quando o intercâmbio da experiência e o apelo da civilização o tornaram mais consciente de si mesmo e sua mente se tornou mais e mais complexa, fazendo-o sentir a necessidade de interiorização, para fazer face às vicissitudes da civilização moderna. Então, estruturalmente e conscientemente, ele sofreu um processo de cerebralização que, conforme a lei geral de complexidade-consciência, tornou-se a "lei" complementar de Cerebralização-Individuação e, segundo a grande linha da Evolução, um mundo que se recurva sobre si mesmo. O Homem busca sua individualidade em meio à multidão de homens civilizados, como ele próprio. O Homem de hoje procura sua identidade, única e insubstituível.
Lei Resultante: "Tudo o que Sobe, Converge"
O que observamos em sua obra é uma surpreendente unidade de visão, que compreende todos os aspectos evolucionários, mesmo na pequenez de uma pedra, ou na imensidão das galáxias. O que dizer sobre o grande fenômeno humano? Toda a Evolução segue a mesma linha de ação, desde o microcosmos até o macrocosmos. A tendência da Árvore da Vida é inclinar-se sobre si mesma, como o mundo e como o Homem.
Foto ao lado: Uma das solidões onde "O Meio Divino" foi elaborado. O Deserto de Gobi, China. (Cidades mortas)
A etapa humana segue essa linha, com a Cerebralização-Individuação. E com a Individuação, nós chegamos ao pensamento do homem. Mas quando Teilhard fala sobre o pensamento do homem, ele nos apresenta uma nova etapa evolucionária e um novo fenômeno abstrato, invisível mas coerente, a Noosfera, uma camada acima da Biosfera, na qual nós vivemos e respiramos, formada pelo Pensamento Humano, a qual ele chama de A Alma da Terra.
Parece que nós já estamos no Meio Divino, e nessa etapa, a Noosfera segue a linha inteira da Evolução, a qual é uma curvatura feita pelo pensamento humano em si, alcançando a mesma curvatura nessa camada acima da Biosfera. E essa curvatura é a soma de todo o pensamento humano, unificando e convergindo no fim, no mesmo lugar. Tudo o que sobe, converge.
Sejam felizes todos os seres.
Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
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