domingo, 15 de agosto de 2010

PARALELO ENTRE EPICURO E ZENÃO



PARALELO ENTRE EPICURO E ZENÃO
por José Geraldo Vidigal de Carvalho

EPICURISMO
·Os alunos não tiveram em Epicuro um mestre no estilo tradicional, pois: na verdade formavam um grupo de amigos que filosofam juntos.
·Epicuro era uma personalidade marcante que exercia uma notável influência pessoal.

·O perfil caracterológico de Epicuro revela uma bondade irradiante, uma natureza terna e amável, o que o levava a tratar com delicadeza os escravos.

·Uma terrível doença  lhe foi paralizando as forças, mas ele jamais perdeu o fair play, o auto domínio, o self control.

·É impressionante que dois séculos depois de sua morte, ocorrida em 270 a C. era ainda exaltada sua figura. O poeta romano Lucrécio, epicurista, assim o louvou: “Foi um deus, sim, um deus, aquele que primeiro descobriu esta maneira de viver que agora se chama sabedoria, aquele que por sua arte nos fez escapar de tais tempestades e de tais noites, para colocar nossa vida numa morada tão calma e tão luminosa”.

·As tempestades e a noite a que se refere o poeta Lucrécio significam os temores e as perturbaçõess que agitam o espírito humano e que, segundo ele, Epicuro teria ensinado como vencer.

·A filosofia, para Epicuro, deveria  servir ao homem como instrumento de libertação e como via de acesso à verdadeira felicidade.

·Devido aos fragrantes erros filosóficos de sua doutrina Epicuro não conseguiu  levar nenhum de seus discípulos à felicidade completa.

·A teoria do conhecimento dos epicuristas é empirista, isto é, reduz toda a origem do conhecimento à experiência sensível.

·A conjugação do conhecimento sensível e do conhecimento racional levou Epicuro a aderir ao atomismo criado por Leucipo e Demócrito.

·A experiência da vontade livre seria o fato experimentado que, através do critério da não-infirmação, encontraria explicação no desvio (clinamen)  que deve também ocorrer nas trajetórias atômicas.

·Com esta doutrina do desvio Epicuro tenta explicar a espontaneidade da alma, autonomia da vontade, a liberdade humana, fugindo ao fatalismo que impera no universo.

·Para Epicuro fugir da dor significa se sustentar de recordações agradáveis e de esperanças de futuros prazeres.

·O prazer para Epicuro era  a ausência de perturbação e a superação da dor, mas seu hedonismo espiritualizados de base materialismo lançou seus seguidores na dissolução moral.

ESTOICISMO
·Os estóicos utilizam amplamente materiais de todas as filosofias anteriores.

·Na Física se inspiram em Heráclito, combinando-o com o hilemorfismo aristotélico.

·Na Teodicéia se firmam nas provas de Platão e Aristóteles

·Na ética prolongam a atitude dos cínicos, ou seja, de uma das escolas socráticas, para a qual o único fim do homem é a felicidade e a felicidade consiste na virtude.

·Os cínicos ensinavam também  o desprezo das comodidades, das riquezas e dos prazeres.
·O estoicismo, porém, não tem um caráter eclético, pois constitui uma síntese com destacada característica própria.

·Quase nenhum dos representantes do estoicismo são gregos, mas de regiões distantes e daíum caráter cosmopolita que é comum às escolas helenísticas após Alexandre Magno.

·Na filosofia dos estóicos o fim supremo do homem é a virtude, como meio para a felicidade, que é a felicidade da quietude, fruto da virtude negativa da indiferença universal.

·A  paixão  segundo os estóicos é substancialmente má, porquanto perturba a quietude da alma.

·A verdadeira virtude estóica é a indiferença e a renúncia a todos os bens do mundo, os quais não dependem de nós, porquanto nos podem ser tirados e, por conseguinte, nos amargurar.

·É preciso enunciar a tudo, fora a sabedoria que consiste substancialmente nesta indiferença absoluta.

·Trata-se de uma moral ascética, uma moral de renúncia: de renúncia  absoluta, porque após ter o h0mem renunciado a todos os bens do mundo, não lhe resta mais nada ( a alma, na filosofia estóica, é perecível como o corpo, e deus se desfaz na matéria, no fogo universal); e de renúncia egoísta, porque a renúncia não é feita por amor a Deus e aos homens, mas por amor de si mesmo da própria tranqüilidade.

ASPECTOSEPICUROZENÃO
Lugar de ensinoEnsinava em um JARDIMEnsinava num PÓRTICO
AlimentoÁgua e pãoVinho e pão
SaúdeSaúde  delicada, tendo enfermidade  renal e talvez hidropsiaGozou sempre de ótima saúde
Tempo de vida72 anos98 anos
Mudanças na doutrina por parte de seus epígonosPoucas mudançasMuitas mudanças
Divisão da FilosofiaLógica, Física e MoralIdem
LógicaTeoria sensista do conhecimento: sensação único critério de certezaIdem: conhecimento intelectual combinação de elementos sensíveis
Imortalidade da AlmaNegaApenas a alma do mundo é imortal
PaixõesProcurar o  prazer  (bem), fugir da dor  (mal) Mal é fruto da desordem da razão: o ignorante obra mal.
MatériaComposta de átomosMatéria princípio primordial, penetrada pelo Fogo à maneira de forma
DestinoNão há que o temerSubmissão total a ele
Locus
Deus
Os deuses residem em vergeis maravilhosos alheios ao mundoFogo que tudo penetra
Providência
Não admite a ProvidênciaAdmite a Razão Universal e a Providência imanente
Preces
As orações são inúteisDeterminismo finalista
MundividênciaMatemática moralFatalismo
Objetivo  básicoArte do bem viverArte de ser feliz
FelicidadeEstá na paz e tranqüilidadeEstá na total impassibilidade
SábioAquele é o dono de si mesmoAquele que se basta a si mesmo
LemasVoluptas expetenta, fugiendus dolorSustine et abtine
Termos sintéticosAponiaApatia
Influências marcantesLeucipo ,Demócrito e Sócrates através de AristipoSócrates, através de Aristipo, Aristóteles e Heráclito
RegraCalcular as sensaçõesNaturam sequere
Fundo filosóficomaterialismoIdem
Legado do nomeEpicureu: dissoluto, sensualEstóico: firme, inabalável
MorteNada a temerAceitá-la por inevitável
DestinoNão existeExiste
   
   
ASPECTOSEPICUROZENÃO
RiquezaDeixou tudo para seus discípulosDe família rica, se dedicou ao comércio e morreu pobre
Homenagens dos epígonosConsideravam-no um ser divinoFizeram-lhe estátua em Chipre, sua terra natal; em Atenas e em Sidon.

Si fractus illabatur orbis impavidum ferient ruinae  Se sobre ele caísse o mundo, (o estóico) seria ferido pelas ruínas, sem se intimidar(Horácio,
 Odes livro III, v.8

Fonte:
CONSCIENCIA:.ORG
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

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