quinta-feira, 14 de agosto de 2014

QUEM SÃO OS VERDADEIROS PIRATAS?




 Os Assassinos Econômicos 16min.
Os Assassinos Econômicos 29min.
Os Assassinos Econômicos - 15min.


Terroristas do Capital -  59min.


0



15min.


 
FMI - BM - CIA - Revelação - 18min.


 
Vida e Dívida - 118min.

CIA FORNECEDORA DE ASSASSINOS - 4 min.


 
Assassinos do planeta - 16min.

 
 
A Mídia Mente - 14 min.

A QUEDA DOS EUA - 43min.



Os Assassinos Econômicos- 16min.

 
ZEITGEIST - 2 - 174min.
 
QUEM SÃO OS VERDADEIROS PIRATAS?

Os EUA pressionam o Brasil e outros países 
para que não comprem e não produzam produtos piratas...
                                                     acho isso uma grande hipocrisia!

Quem são os verdadeiros piratas?
Aqueles que produzem copias de produtos estrangeiros ou os que subornam governantes, matam presidentes de países democráticos (ou não), colocam ditadores que possam controlar, destroem a economia de países para assegurar seus próprios privilégios e sua supremacia absoluta?

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Comentários

Confissões de um assassino económico - I

Como os Estados Unidos utilizam a globalização
 para defraudar os países pobres em triliões de dólares
     

  1. " Estamos a falar com John Perkins, um ex-membro respeitado da comunidade de negócios na banca internacional. No livro " Confissões de um Assassino Económico" (Confessions of an Economic Hit Man), ele descreve como, enquanto profissional altamente bem pago, ajudou os Estados Unidos a defraudar em triliões de dólares países pobres do globo inteiro, 
  2.  
  3. emprestando-lhes mais dinheiro do que aquilo que eles podiam alguma vez pagar para depois se apossar das suas economias. [inclui reprodução sem correcções] John Perkins descreve-se a si próprio como um ex-assassino económico – um profissional altamente remunerado que defraudou em triliões de dólares países do mundo inteiro. Há 20 anos que Perkins começou a escrever um livro com o título inicial de "Consciência de um Assassino Económico" (Conscience of an Economic Hit Man). Perkins escreve, “Estava para dedicar este livro aos presidentes de dois países, homens que haviam sido seus clientes, que eu respeitava e considerava serem espíritos idênticos – Jaime Roldós, presidente do Equador, e Omar Torrijos, presidente do Panamá. Ambos morreram há pouco tempo em explosões aéreas. 
  4.  
  5. A morte deles não foi acidental. Foram assassinados porque se opuseram àquela fraternidade dos dirigentes das grandes companhias, do governo e da banca, cujo objectivo é o império global. Nós, os Assassinos Económicos não conseguimos persuadir Roldós e Torrijos, e o outro tipo de homens de golpe, os chacais sancionados pela CIA, que estavam sempre por trás de nós, entraram em acção. John Perkins continua:
  6.  
  7.  “Eu fui convencido a deixar de escrever este livro. Recomecei-o mais de quatro vezes durante os vinte anos seguintes. Em todas as ocasiões, a minha decisão de voltar a começar foi influenciada pelos acontecimentos mundiais da época; a invasão do Panamá em 1980, a primeira guerra do Golfo, a Somália e a revolta de Osama Bin Laden. No entanto, as ameaças ou os subornos acabaram sempre por me convencer a parar”.

  8. Mas finalmente Perkins publicou agora a sua história. O livro intitula-se Confessions of an Economic Hit Man. John Perkins está connosco aqui nos nossos estúdios de Firehouse. Ele trabalhou de 1971 a 1981 na firma internacional de consultoria de Chas T. Main onde era um “assassino económico”, como se descreve a si próprio. É o autor do livro Confessions of an Economic Hit Man. "

    Vale a pena ler o livro para melhor percebermos o que está por detrás do controlo da economia mundial. Publicarei num próximo post, o resumo desta história. Assim como o que está na génese desta trama.

  9. http://www.economichitman.com/pages/bookpages/author.html
    http://www.democracynow.org/2004/11/9/confessions_of_an_economic_hit_man
    http://comnexo.blogspot.com/2008/05/confisses-de-um-assassino-econm
    João Carlos Holland de BarcellosJoão Carlos Holland de Barcellos ‒ domingo, 24 abril 2011, 16:59 BRT # Link |
  10. João Carlos Holland de Barcellos escreveu:

    Confissões de um assassino econômico

    Como os Estados Unidos utilizam a globalização

     para defraudar os países pobres em trilhões de dólares

     














    Entrevista de John Perkins [*]

    Estamos a falar com John Perkins, um ex-membro respeitado da comunidade de negócios na banca internacional. No livro " Confissões de um Assassino Econômico" ( Confessions of an Economic Hit Man ) ele descreve como, enquanto profissional altamente bem pago, ajudou os Estados Unidos a defraudar em trilhões de dólares países pobres do globo inteiro, emprestando-lhes mais dinheiro do que aquilo que eles podiam alguma vez pagar para depois se apossar das suas economias. [inclui reprodução sem correções]

    John Perkins descreve-se a si próprio como um ex-assassino econômico – um profissional altamente remunerado que defraudou em triliões de dólares países do mundo inteiro.

    Há 20 anos que Perkins começou a escrever um livro com o título inicial de "Consciência de um Assassino Económico" (Conscience of an Economic Hit Man).

    Perkins escreve, “Estava para dedicar este livro aos presidentes de dois países, homens que haviam sido seus clientes, que eu respeitava e considerava serem espíritos idênticos – Jaime Roldós, presidente do Equador, e Omar Torrijos, presidente do Panamá. Ambos morreram há pouco tempo em explosões aéreas. A morte deles não foi acidental. Foram assassinados porque se opuseram àquela fraternidade dos dirigentes das grandes companhias, do governo e da banca, cujo objectivo é o império global. Nós, os Assassinos Econômicos não conseguimos persuadir Roldós e Torrijos, e o outro tipo de homens de golpe, os chacais sancionados pela CIA, que estavam sempre por trás de nós, entraram em acção.

    John Perkins continua: “Eu fui convencido a deixar de escrever este livro. Recomecei-o mais de quatro vezes durante os vinte anos seguintes. Em todas as ocasiões, a minha decisão de voltar a começar foi influenciada pelos acontecimentos mundiais da época; a invasão do Panamá em 1980, a primeira guerra do Golfo, a Somália e a revolta de Osama Bin Laden. No entanto, as ameaças ou os subornos acabaram sempre por me convencer a parar”.

    Mas finalmente Perkins publicou agora a sua história. O livro intitula-se Confessions of an Economic Hit Man. John Perkins está conosco aqui nos nossos estúdios de Firehouse. Ele trabalhou de 1971 a 1981 na firma internacional de consultoria de Chas T. Main onde era um “assassino económico”, como se descreve a si próprio. É o autor do recente livro Confessions of an Economic Hit Man.


    AMY GOODMAN: John Perkins está conosco aqui no nosso estúdio Firehouse. Bem-vindos ao programa Democracy Now!

    JOHN PERKINS: Obrigado, Amy. É óptimo estar aqui.

    AMY GOODMAN: É bom tê-lo aqui conosco. Vamos, explique-nos esta expressão, “assassino econômico” (economic hit man), e.h.m., como lhe chama.

    JOHN PERKINS: Basicamente aquilo para que somos treinados e aquilo a que o nosso trabalho se destina é construir o império americano. Provocar... criar situações em que a maior parte possível dos recursos convirjam para este país, para as nossas companhias, e para o nosso governo e, na verdade, temos sido muito bem sucedidos. Construímos o maior império da história do mundo. Isto tem vindo a ser feito durante os últimos 50 anos desde a II Guerra Mundial, de facto com muito pouco poder militar. Só em ocasiões muito raras como no Iraque é que os militares aparecem como último recurso. Este império, ao invés de qualquer outro na história universal, foi construído principalmente através da manipulação econômica, através da burla, através da fraude, através da atração das pessoas para o nosso modo de vida, através dos assassinos econômicos. Eu tomei parte nisso em grande medida.

    AMY GOODMAN: Como é que se tornou num deles? Para quem trabalhou?

    JOHN PERKINS: Bem, inicialmente fui contratado quando estava na business school, nos finais dos anos sessenta, pela National Security Agency, a maior mas menos bem conhecida organização de espionagem; mas por fim trabalhei em empresas privadas. O primeiro verdadeiro assassino económico surgiu nos princípios dos anos 50, Kermit Roosevelt, neto de Teddy, que derrubou o governo do Irão, um governo democraticamente eleito, o governo de Mossadegh que tinha sido a pessoa do ano da revista Time; e foi tão bem sucedido em fazer isso sem derramamento de sangue... bem, houve algum derramamento de sangue, mas não houve intervenção militar, apenas se gastaram milhões de dólares e substituiu-se Mossadegh pelo Xá do Irão. Nessa altura, percebemos que esta ideia de assassino econômico era muitíssimo boa. Não tínhamos que nos preocupar com a ameaça de guerra com a Rússia se o conseguíssemos fazer desta maneira. O problema era que desta forma Roosevelt passava a ser um agente da CIA. Ele era um funcionário do governo. Se fosse apanhado, ficávamos metidos num grande sarilho. Ia ser muito constrangedor. Por isso, nessa altura, a decisão foi utilizar organizações como a CIA e a NSA para recrutar potenciais homens de golpe econômico como eu e depois colocá-los a trabalhar em companhias privadas de consultoria, empresas de engenharia, companhias de construção para que, se fôssemos apanhados, não pudesse haver ligação com o governo.

    AMY GOODMAN: Bom. Fale-nos da companhia onde trabalhava.

    JOHN PERKINS: Bem, a companhia onde trabalhava era uma companhia chamada Chas. T. Main em Boston, Massachusetts. Éramos cerca de 2 000 empregados, e eu fui nomeado economista chefe. Acabei por ter cinquenta pessoas a trabalhar para mim. Mas o meu verdadeiro trabalho era fazer negócios. Ou seja, conceder empréstimos a outros países, empréstimos gigantescos, muito maiores do que aquilo que eles algum dia podiam pagar. Uma das condições do empréstimo... digamos, mil milhões de dólares para um país como a Indonésia ou o Equador... e depois esse país tinha que pagar noventa por cento desse empréstimo a uma companhia americana, ou companhias americanas, para construir infra-estruturas – uma Halliburton ou uma Bechtel. Estas eram as maiores. Depois essas companhias iam para lá e construíam um sistema de electricidade ou portos ou auto-estradas que basicamente serviam apenas algumas das mais ricas famílias desses países. Em última análise, a gente pobre desses países ficava afogada nesta espantosa dívida que nunca poderia pagar. Hoje, um país como o Equador deve mais de cinquenta por cento do seu orçamento nacional só para pagar a sua dívida. E claro que não consegue fazê-lo. Por isso, temo-los literalmente em cima dum barril. Assim, quando queremos mais petróleo, vamos ao Equador e dizemos, “Olhem, vocês não conseguem pagar a vossa dívida, portanto, dêem às nossas companhias petrolíferas as florestas tropicais do Amazonas, que estão repletas de petróleo.” E hoje chegamos lá e destruímos as florestas tropicais do Amazonas, forçando o Equador a entregá-las porque acumularam toda essa dívida. Assim, fazemos estes grandes empréstimos, a maior parte deles volta para os Estados Unidos, o país fica com a dívida mais imensos juros e, na prática, tornam-se nossos criados, nossos escravos. É um império. Não há dúvidas quanto a isto. É um império monstruoso. Tem sido extremamente bem sucedido.

    AMY GOODMAN: Estamos a conversar com John Perkins, autor de Confessions of an Economic Hit Man. Você diz que, por causa de subornos e por outras razões, deixou de escrever este livro durante muito tempo. O que é que quer dizer com isso? Quem tentou suborná-lo ou quem... que subornos é que aceitou?

    JOHN PERKINS: Bem, nos anos noventa aceitei um suborno de meio milhão de dólares para não escrever o livro.

    AMY GOODMAN: De quem?

    JOHN PERKINS: De uma das maiores companhias de construção civil.

    AMY GOODMAN: Qual delas?

    JOHN PERKINS: Legalmente falando, não era... a Stoner-Webster. Legalmente falando não foi um suborno, foi... um pagamento por eu ser consultor. Foi tudo muito legal. Mas no fundo eu não fazia nada. Era um entendimento, como expliquei nas Confessions of an Economic Hit Man, que estava... para mim estava... estava implícito, quando aceitei este dinheiro como consultor, que eu não teria muito trabalho, mas não podia escrever quaisquer livros sobre o assunto, pois eles tinham conhecimento que eu estava a escrever este livro, a que nessa altura eu chamava 'Conscience of an Economic Hit Man'. E devo dizer-lhe, Amy, que é uma história extraordinária do ponto de vista de ... É quase à James Bond, na verdade. E eu quero dizer...

    AMY GOODMAN: Bem, de facto é como se lê o livro.

    JOHN PERKINS: Pois, era mesmo, não era? Quando a National Security Agency me contratou, fizeram-me testes num detector de mentiras durante um dia inteiro. Descobriram todos os meus pontos fracos e seduziram-me imediatamente. Utilizaram as drogas mais fortes da nossa cultura, o sexo, o poder e o dinheiro para me dominarem. Eu venho duma família muito antiga de New England, calvinista, mergulhada em valores morais espantosamente fortes. Sabe, eu acho que de uma forma genérica sou uma boa pessoa e penso que a minha história mostra verdadeiramente como este sistema e estas poderosas drogas do sexo, do dinheiro e do poder podem seduzir as pessoas, porque eu fui mesmo seduzido. E se eu não tivesse vivido esta vida de assassino económico, acho que teria passado um mau bocado só de pensar que havia quem fizesse estas coisas. E foi por isso que escrevi este livro, porque o nosso país precisa mesmo de perceber, se as pessoas desta nação percebessem o que é a nossa política internacional, o que é a ajuda internacional, como trabalham as nossas empresas, para onde vai o dinheiro dos nossos impostos, tenho a certeza de que exigiriam uma mudança.

    AMY GOODMAN: No seu livro, fala de como ajudou a implementar um esquema secreto para recambiar para a economia americana milhares de milhões de dólares dos petrodólares da Arábia Saudita, e para posteriormente cimentar a estreita relação entre a Casa de Saud e as sucessivas administrações dos Estados Unidos. Explique isto.

    JOHN PERKINS: Sim, foi uma época fascinante. Lembro-me bem, você é que devia ser demasiado jovem para se lembrar, mas eu lembro-me bem de como, no princípio dos anos setenta. a OPEP exercia o poder que tinha e cortou o fornecimento de petróleo. Os nossos carros faziam fila nos postos de gasolina. O país estava com medo de se encontrar noutra crise de colapso-depressão tipo 1929; e isto era inaceitável. Então, eles – o Departamento do Tesouro, contrataram-me a mim e a outros homens de golpe económico. Fomos para a Arábia Saudita. Nós...

    AMY GOODMAN: Vocês intitulavam-se mesmo assassinos económicos... e.h.m.'s?

    JOHN PERKINS: Sim, era um termo cifrado com que nos tratávamos a nós próprios. Oficialmente, eu era um economista chefe. Tratávamo-nos a nós próprios e.h.m.'s. Era cifrado. Era como se, ninguém ia acreditar em nós se disséssemos isto, não acha? E então, fomos para a Arábia Saudita no princípio dos anos setenta. Sabíamos que a Arábia Saudita era a chave para eliminar a nossa dependência, ou para controlar a situação. E trabalhámos nesse negócio segundo o qual a Casa Real de Saud concordava em enviar a maior parte dos seus petrodólares para os Estados Unidos e investi-los nas acções do governo dos Estados Unidos. O Departamento do Tesouro utilizava os juros destas acções para contratar companhias americanas para a construção de novas cidades na Arábia Saudita, de novas infra-estruturas... o que cumprimos. E a Casa de Saud concordava em manter o preço do petróleo dentro de limites aceitáveis para nós, o que eles têm feito durante todos estes anos, e nós concordávamos em manter a Casa de Saud no poder enquanto eles cumprissem isso, o que cumprimos, e que é uma das principais razões por que entrámos em guerra com o Iraque. E no Iraque tentámos implementar a mesma política que tinha sido tão bem sucedida na Arábia Saudita, mas Saddam Hussein não foi na conversa. Quando os homens de golpe económico falham neste cenário, o passo seguinte são os chacais, como lhes chamamos. Os chacais são pessoas sancionadas pela CIA que chegam e tentam fomentar um golpe ou uma revolução. Se isso não resultar, passam aos assassinatos ou tentam fazê-lo. No caso do Iraque, não conseguiram chegar até Saddam Hussein. Ele tinha... Os guarda costas eram bons demais. Ele tinha duplos. Não conseguiram chegar até ele. Então, quando os homens de golpe económico e os chacais falham, a terceira linha de defesa, a linha de defesa seguinte são os nossos rapazes e raparigas que são enviados para morrer e para matar, que é sem dúvida o que estamos a fazer no Iraque.

    AMY GOODMAN: Pode explicar como é que Torrijos morreu?

    JOHN PERKINS: Omar Torrijos, o presidente do Panamá. Omar Torrijos tinha assinado o Tratado do Canal com o Carter muito... e, sabe, passou no congresso por apenas um voto. Era uma questão altamente polémica. Mas depois Torrijos seguiu em frente e negociou com o Japão a construção de um canal ao nível do mar. Os japoneses queriam financiar e construir no Panamá um canal ao nível do mar. Torrijos conversou com eles sobre isto, o que muito aborreceu a Corporation Bechtel, cujo presidente era George Schultz e o advogado sénior era Casper Weinberger. Quando Carter foi corrido (e esta é uma história interessante... como é que isso aconteceu na realidade), quando ele perdeu as eleições, e entrou Reagan e Schultz veio da Bechtel para secretário de Estado, e Weinberger veio da Betchel para secretário da Defesa, estavam todos muito irritados com Torrijos... tentaram convencê-lo a renegociar o Tratado do Canal e a não falar com os japoneses. Ele recusou obstinadamente. Era um homem de princípios. Tinha os seus problemas, mas era um homem de princípios. Era um homem extraordinário, Torrijos. E então, morreu numa explosão do avião, que foi provocada por um gravador com explosivos lá dentro, que... eu estava lá. Tinha estado a trabalhar com ele. Eu sabia que nós, os assassinos económicos, havíamos falhado. Eu sabia que os chacais estavam a cercá-lo e, logo a seguir, o avião explodiu com uma bomba dentro de um gravador. Não tenho a menor dúvida que foi com a sanção da CIA e mais... a maior parte dos investigadores da América latina chegaram à mesma conclusão. Claro, nunca se ouviu falar de tal coisa no nosso país.

    AMY GOODMAN: Então, onde... quando é que se deu a sua mudança?

    JOHN PERKINS: Sempre senti um sentimento de culpa, mas deixei-me seduzir. O poder destas drogas, o sexo, o poder e o dinheiro, era forte demais para mim. E, claro, eu estava a fazer coisas para as quais tinha sido estimulado com pancadinhas nas costas. Eu era economista chefe. Eu estava a fazer coisas de que Robert McNamara gostava e por aí fora.

    AMY GOODMAN: Até que ponto era a sua relação de trabalho com o Banco Mundial?

    JOHN PERKINS: Muito, muito próxima com o Banco Mundial. O Banco Mundial fornece a maior parte do dinheiro que é utilizado pelos assassinos económicos, ele e o FMI. Mas, quando houve o atentado de 11 de Setembro, senti um choque. Percebi que tinha que contar a história porque aquilo que aconteceu no 11 de Setembro é o resultado directo do que os assassinos económicos têm vindo a fazer. E a única maneira de nos virmos a sentir outra vez em segurança neste país e de nos virmos a sentir bem connosco próprios é utilizarmos estes sistemas que implementámos para criar uma mudança positiva em todo o mundo. Estou convencido que podemos fazer isso. Acho que é possível dar a volta ao Banco Mundial e a outras instituições para fazerem aquilo a que originalmente se destinavam, ajudar a reconstruir partes devastadas do mundo. Ajudar… ajudar verdadeiramente as pessoas pobres. Há vinte e quatro mil pessoas a morrer de fome todos os dias. Nós podemos alterar isso.

    AMY GOODMAN: John Perkins, quero agradecer-lhe imenso por ter estado connosco. O livro de John Perkins intitula-se Confessions of an Economic Hit Man.

    [*] Entrevista a John Perkins realizada em 09/Nov/2004 no programa 'Democracy Now'.
    Tradução de Margarida Ferreira


    Esta entrevista encontra-se em:
    http://www.democracynow.org/article.pl?sid=04/11/09/1526251#transcript
    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

    João Carlos Holland de BarcellosJoão Carlos Holland de Barcellos ‒ domingo, 24 abril 2011, 17:00 BRT # Link |
  11. João Carlos Holland de Barcellos escreveu:
    As palavras que seguem abaixo são de John Perkins, autor do livro Confessions of an Economic Hit Man (2004) (confissões de um assassino econômico). John Perkins trabalhava como consultor de negócios e foi contratado como agente secreto da National Security Agency (NSA).

    “Nós, assassinos econômicos, de fato fomos os responsáveis pela criação desse império realmente global. Trabalhamos de muitas maneiras diferentes. Talvez a mais comum seja identificar um país que tem recursos, como petróleo. E em seguida conseguir um empréstimo enorme para esse país através do Banco Mundial ou uma de suas organizações irmãs. Só que o dinheiro nunca vai realmente para o país. Ele acaba indo para as nossas grandes corporações para criar projetos de infra-estrutura nesse país. Usinas de energia, parques industriais, portos... 

    Coisas que beneficiam uns poucos ricos desse país e também as nossas corporações, mas não a maioria das pessoas. Entretanto, essas pessoas, o país inteiro acaba ficando com uma enorme dívida. A dívida é tão grande que eles não conseguem pagá-la, e isso é parte do plano... Eles não podem pagá-la! Então num certo ponto, nós assassinos econômicos, vamos lá e dizemos: “ouça, você perdeu muito dinheiro, não vai conseguir pagar sua dívida, então...” “Venda seu petróleo bem barato para nossas petroleiras” , “deixe-nos construir uma base militar no seu país...” , 

    “envie tropas para apoiar uma das nossas, em algum lugar do mundo como o Iraque, ou vote na gente na próxima cúpula da ONU”. Pedem pra privatizar sua companhia elétrica e vender seu sistema de água e esgoto para corporações americanas ou outras corporações multinacionais. Então é uma coisa que só cresce, e é muito típico, esse modo como o FMI e o Banco Mundial operam. 

     Eles colocam um país em uma dívida, aí eles se oferecem para refinanciar a dívida, e feito isso, se cobra mais juros. E eles exigem esse “escambo” que é chamado de condicionalidade ou boa governança, que basicamente significa que eles têm que vender seus recursos , incluindo muitos serviços sociais, suas empresas de serviços básicos, às vezes seus sistemas educacionais, seus sistemas penitenciários... para corporações estrangeiras. Isso é um
    ganho duplo, triplo, quádruplo!

    IRÃ, 1953

    A introdução do Assassino Econômico, começou mesmo, no começo dos anos 50, quando o Dr. Mohammad Mossadegh, escolhido democraticamente, foi eleito no Irã. Ele era considerado “A esperança da Democracia” no Oriente Médio ou no mundo. Ele foi o Homem do Ano da Revista Time. Porém... Uma das questões que ele trazia e queria implementar era a ideia de que as petroleiras internacionais deveriam pagar muito mais Ao povo iraniano pelo petroleo que estavam retirando do Irã e de que o povo iraniano deveria se beneficiar de seu próprio petróleo. “Política estranha”? 

    Claro que não gostaríamos disso, mas tivemos medo de fazer o que estávamos fazendo, que era enviar os militares... Em vez disso enviamos um agente da CIA, Kermit Roosevelt, parente de Teddy Roosevelt , e com alguns milhões de dólares, ele mostrou-se muito eficiente e em pouco tempo Mossadegh foi deposto e foi substituído pelo xá do Irã, que sempre foi favorável ao petróleo, e isso funcionou muito bem. (um noticiário de TV, da época, diz) : ‘Bombas explodem por todo o Irã, um oficial do exército anuncia que Mossadegh se rendeu e seu regime como ditador virtual do Irã acabou. Fotos do xá são exibidas pelas ruas à medida que os sentimentos mudam. O xá é bem-vindo em seu lar.’ Aqui nos EUA, em Washington, as pessoas olharam aquilo e disseram “uau, aquilo foi fácil e barato!” Então se estabeleceu um modo novo de manipular países e criar impérios. 

    O único problema de Kermit é que ele era um agente da CIA identificado e se ele tivesse sido pego, as implicações poderiam ter sido muito sérias. Então naquele momento tomou-se a decisão usar consultores privados para canalizar o dinheiro através do Banco Mundial ou uma das outras agências que treinam pessoas como eu, que trabalham para empresas privadas. Assim, se fosse-mos pegos, não haveria conseqüências governamentais.
    GUATEMALA, 1954

    Quando Jacobo Árbenz Guzmán virou presidente da Guatemala, o país estava sob jugo da empresa United Fruit e grandes corporações internacionais e, Árbenz abraçava o seguinte discurso: “Queremos devolver a terra para as pessoas”. E assim que assumiu o poder ele estava implementando políticas que fariam exatamente isto, devolver o direito à terra ao povo. A United Fruit não gostou muito disso, e então contratou uma empresa de relações públicas para realizar uma grande campanha nos EUA, para convencer o país, o povo, os cidadãos dos EUA, a imprensa e o congresso dos EUA, de que Árbenz era uma marionete soviética. Se permitissem que ele continuasse no poder, os soviéticos teriam uma brecha neste hemisfério. 

    Naquela época havia um grande temor na cabeça de todos, do terror vermelho comunista... Para encurtar a história, a partir dessa campanha de relações públicas surgiu um comprometimento da parte da CIA e dos militares, de derrubar esse homem. E de fato conseguimos! Enviamos aviões, enviamos soldados, enviamos chacais, enviamos tudo o que podíamos para derruba-lo. E conseguimos. Assim que ele deixou seu gabinete, o sujeito que o sucedeu basicamente devolveu tudo para as mãos das corporações internacionais, incluindo a United Fruit.

    EQUADOR, 1981

    O Equador, por muitos anos havia sido governado por ditadores a favor dos EUA, normalmente muito violentos. Decidiu-se que haveria uma eleição realmente democrática e Jaime Roldós se candidatou declarando que sua meta como presidente seria garantir que os recursos do país fossem usados para
    ajudar o povo. E ele venceu com folga, com uma vantagem jamais vista no Equador, e começou a implementar suas políticas para que os lucros do petróleo fossem para ajudar as pessoas. Bem, nós nos EUA não gostamos muito disso. Fui enviado com outros assassinos econômicos para “dar um jeito” em Roldós, corrompê-lo, cerca-lo, para dizer a ele: “bem, você sabe, você e sua família podem ficar muito ricos se você jogar nosso jogo, mas se você continuar com essas políticas, promessas... você vai ter que sair”. Ele não quis nos ouvir. Ele foi assassinado. Assim que o avião em que estava caiu, toda a área foi cercada e as únicas pessoas autorizadas no local foram os militares dos EUA que vieram de uma base próxima dali., e os militares do Equador. 

    Quando começaram uma investigação, duas das testemunhas chave morreram em acidentes de carro antes de dar depoimento. Aconteceram muitas coisas estranhas em relação ao assassinato de Jaime Roldós. Quem investiga o caso como eu não tem dúvidas de que ele foi assassinado e, claro, na minha posição de assassino econômico eu sempre imaginava que algo aconteceria com Jaime, fosse um golpe ou assassinato, mas ele seria tirado de cena porque, ele não era corrupto, ele não se deixava corromper da forma que queríamos.

    PANAMÁ, 1981

    Omar Torrijos, presidente do Panamá, era um dos meus favoritos, eu realmente o admirava. Ele era um homem que realmente queria ajudar seu país. Quando eu tentava suborná-lo, corrompê-lo, ele dizia: ‘Olha, John – ele me chamava de Juanito – Olha, Juanito, eu não preciso do dinheiro, o que eu preciso é que o meu país seja tratado com justiça. Preciso que os EUA paguem as dívidas que possuem com meu país, por toda a destruição que vocês causaram aqui. Preciso estar em uma posição onde eu possa ajudar outros países latino-americanos a se tornarem independentes e se libertarem desta presença terrível do norte, com a qual vocês vêm nos explorando tão terrivelmente. Preciso que o Canal do Panamá esteja de volta às mãos do povo, é disso que eu preciso’. 

    ‘Me deixem em paz, parem de tentar me subornar’. Isso foi em 1981, e em maio daquele ano Jaime Roldós foi assassinado. Omar sabia muito bem o que era isso, então juntou sua família e disse: ‘provavelmente sou o próximo, mas tudo bem, porque eu fiz o que vim fazer, renegociei o canal, agora ele estará em nossas mãos’. Ele tinha acabado de fazer um acordo com Jimmy Carter. Em junho de 1981, apenas dois meses depois, ele também morreu em um acidente aéreo, que certamente foi realizado por chacais apoiados pela CIA. Há evidências de que um dos agentes entregou ao presidente quando ele embarcava, um pequeno gravador que continha uma bomba.
    VENEZUELA, 2002

    É interessante ver como esse sistema continua, e mesmo através dos anos, com a diferença de que os assassinos estão ficando cada vez “melhores”. Temos também o que aconteceu recentemente na Venezuela em 1998, Hugo Chávez foi eleito presidente, depois de uma longa seqüência de presidentes muito corruptos, que haviam basicamente destruído a economia do país. Chávez foi eleito nessa época. Ele enfrentou os EUA, exigindo que o petróleo venezuelano fosse usado para ajudar ao povo venezuelano. Bom, nõs não gostamos muito disso nos EUA. 

    Então, em 2002, foi organizado um golpe e para mim e outras pessoas, não há dúvida de que a CIA estava por trás desse golpe em um nível ou outro, e novamente as políticas do governo basicamente são criadas pela CORPORATOCRACIA e apresentadas pelos líderes políticos, criando uma relação muito profunda. Isso não é uma teoria de conspiração, essas pessoas não se reúnem e ficam tramando. Todos eles trabalham a partir de uma premissa básica, que é a maximização de lucros sem considerar os custos sociais e ambientais. Maximizar lucros, independente do impacto social e ambiental.”

    Esse processo de manipulação corporativa através de dívidas, corrupção e golpes também é chamado de GLOBALIZAÇÃO. Assim como a RF mantém o povo americano em uma posição de servidão incondicional através de dívidas infinitas, inflação e juros, o Banco Mundial e o FMI cumprem esse papel em nível global. A farsa é simples: Coloque um país em dívida, seja por sua própria imprudência ou seja pela corrupção do líder desse país. E então imponha “condições” ou “políticas de ajuste estrutural” que frequentemente consistem em: 

    Desvalorização da moeda; Quando o valor de uma moeda cai, o mesmo vale para tudo avaliado através dela. Isso torna os recursos nativos disponíveis para países predadores, por uma parcela de seu valor real. Cortes no financiamento de programas sociais que normalmente incluem Educação e Saúde, comprometendo o bem-estar e a integridade da sociedade e deixando as pessoas vulneráveis à exploração. Privatização de empresas públicas; Isso significa que sistemas com importância social podem ser comprados e controlados por corporações estrangeiras que visam lucro. Por exemplo; em 1999 o Banco Mundial insistiu que o governo boliviano vendesse o sistema de água e esgoto da terceira maior cidade, à uma subsidiária da americana Bechtel. 

    Assim que isso aconteceu, as contas de água dos moradores locais já empobrecidos dispararam. Foi só depois de uma intensa revolta popular que o contrato com a Bechtel foi anulado. E existe também a liberalização do comércio ou a abertura da economia. Isso dá margem a uma série de manifestações de abuso econômico, como; corporações transacionais trazerem seus produtos de fabricação em alta escala, prejudicando a produção nativa e arruinando economias locais. Um exemplo é a Jamaica, que depois de aceitar empréstimos e condições do Banco Mundial, perdeu seus maiores mercados de safras por causa da competição com importados ocidentais. 

    Hoje muitos agricultores estão sem trabalho porque não podem competir com as grandes corporações. Outra variação é a criação aparentemente desapercebida, de várias exploradoras desumanas e nãofiscalizadas, que se aproveitam das dificuldade vigentes. Além disso, devido à produção descontrolada, a destruição do meio ambiente é contínua, uma vez que os recursos de um país são frequentemente explorados por corporações diferentes, que também emitem enormes quantidades de poluição proposital.

    (Segue falando, John Perkins) :

    “O maior processo em Direito Ambiental da história mundial está ocorrendo em favor de 30 mil pessoas do Equador e da Amazônia, contra a Texaco, agora propriedade da Chevron, logo, é contra a Chevron, mas sobre atividades realizadas pela Texaco. Estima-se que a quantidade de poluição seja 18 vezes o que o Exxon Valdez depejou na costa do Alasca. No caso do Equador, não se tratou de um acidente; As petroleiras agiram de propósito, eles sabiam que estavam fazendo isso para ECONOMIZAR em vez de fazer o escoamento correto.”
    Indo além, uma rápida observação do histórico de desempenho do Banco Mundial, revela que a instituição que declara publicamente ajudar países e reduzir a miséria, não fez nada além de aumentar a pobreza e as diferenças sociais enquanto os lucros corporativos só sobem. Em 1960, a desigualdade de renda entre o quinto país mais rico e o mais pobre do mundo era de 30 para 1. Em 1998, era de 74 para 1. Enquanto o PIB global cresceu 40% entre 1970 e 1985, a margem de pessoas na faixa de pobreza cresceu 17%. Entre 1985 e 2000, o número de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia cresceu 18%. Mesmo a Comissão Conjunta de Economia do congresso americano, admitiu que a taxa de sucesso dos projetos do Banco Mundial é de meros 40%.

     No fim dos anos 60, o Banco Mundial interveio no Equador, com grandes empréstimos. Nos 30 anos seguintes a pobreza cresceu de 50% para 70%. O desemprego foi de 15% para 70%. 

    A dívida pública saltou de 240 milhões para 16 bilhões, enquanto a parcela de recursos destinados aos pobres caiu de 20% para 6%. Em 2000, 50% do orçamento nacional do Equador estavam sendo alocados para pagamento de dívidas. É importante entendermos que o Banco Mundial é na verdade um banco americano, atendendo a interesses americanos, pois os EUA têm poder de veto sobre as decisões, já que é o maior fornecedor de capital. E de onde eles tiram esse dinheiro? Acertou: Ele foi criado do nada pelo sistema bancário de reservas fracionadas. Das 100 maiores economias do mundo, com base no PIB, 51 são corporações, das quais 47 ficam nos EUA. 

    A Wal-Mart, a General Motors e a Exxon têm mais poder econômico que a Arábia saudita, a Polônia, a Noruega, a África do Sul, a Finlândia, Indonésia e muitos outros. E à medida que as barreiras comerciais são quebradas, moedas são unificadas e manipuladas nos mercados de especulação, e as economias dos governos. Poucos têm sido capazes de controlar ao “ajustes estruturais” e “condições” do Banco Mundial, ou do FMI, ou das decisões da Organização Mundial do Comércio, que mesmo inadequados determinam o significado de globalização econômica... 

    O poder da globalização é tão grande que durante nossas vidas provavelmente veremos a integração, mesmo que desigual, de todas as economias nacionais do mundo, num único sistema de mercado livre global. O mundo está sendo dominado por um punhado de negócios poderosos que controlam os RECURSOS NATURAIS que precisamos para viver, enquanto controla o dinheiro que precisamos para obtê-los. 

    O resultado final será um monopólio mundial, baseado não na vida humana, mas em poder corporativo e financeiro. Conforme a desigualdade cresce, claro, mais e mais pessoas se desesperam. Então o sistema foi forçado a criar um novo modo de lidar com quem desafia este sistema. Assim nasceu o “TERRORISTA”. O termo “terrorista” é uma descrição vazia, dada a qualquer pessoa ou grupo que escolhe desafiar o “establishment”. Isso não deve ser confundido com a fictícia Al Qaeda, que é na verdade o nome de um banco de dados criado pelo Mujahadeen com apoio americano nos anos 80.

    “Na verdade NÃO EXISTE nenhum exército terrorista islâmico chamado Al Qaeda. E qualquer oficial da inteligência bem informado sabe disso. Mas existe uma campanha de propaganda para que o povo acredite na presença de uma entidade identificada... O país por trás dessa propaganda é os EUA.” Pierre-Henry Bunel (especialista francês de inteligência militar)

    Em 2007 o departamento de defesa recebeu 161,8 bilhões de dólares para a chamada guerra global contra o terrorismo. De acordo com o Centro Nacional Anti-terrorismo, em 2004 cerca de 2000 pessoas tinham sido mortas intencionalmente em razão de supostos atos terroristas. Desse número, 70 eram americanos.

    Usando esse número como uma média, o que já é muito generoso, é interessante notar que o dobro de pessoas morrem de alergia a amendoim por ano, comparando com o terrorismo. Ao mesmo tempo, a causa principal de mortes nos EUA são doenças coronárias, que matam cerca de 450 mil pessoas por ano. Em 2007 os fundos destinados pelo governo para pesquisa nessa área foram cerca de 3 bilhões de dólares. Isso quer dizer que em 2007, o governo dos EUA gastou 54 vezes mais dinheiro prevenindo o terrorismo do que prevenindo a doença que mata 6600 vezes mais pessoas por ano, que o terrorismo. Ainda assim os nomes; terrorismo e Al Qaeda estão obrigatoriamente estampados em todos os jornais. 

    O mito se expande! No meio de 2008 o Procurador Geral dos EUA chegou a propor que o congresso americano declarasse oficialmente GUERRA À FANTASIA, para não falar que até julho de 2008 existia mais de 1 milhão de pessoas na lista de terroristas monitorados pelos EUA. Essas “Medidas Anti-Terrorismo”, naturalmente não têm nada a ver com proteção social e tudo a ver com a preservação do sistema. Enquanto cresce o sentimento anti-americano dento do país e internacionalmente, o que é legitimamente baseado na expansão gananciosa do império corporativo que está explorando o mundo. 

    Os verdadeiros terroristas do nosso mundo não se encontram no escuro, à meia-noite, ou gritam “Allah Akbar” antes de um ato violento. Os verdadeiros terroristas usam ternos de 5 mil dólares e trabalham nos mais altos cargos das finanças, do governo e das empresas. E então, o que fazer? Como paramos um sistema de ganância e corrupção que tem tanto poder e impetuosidade? Como paramos esse comportamento grupal aberrante, que não tem compaixão por, digamos, os milhões de massacrados no Iraque e no Afeganistão, para que a corporatocracia controle recursos energéticos e a produção de ópio e gere lucro em Wall Street? Antes de 1980, o Afeganistão produzia 0% do ópio mundial. Depois que Mujahadeen ganhou a guerra com a URSS com apoio da CIA e dos EUA, eles passaram a produzir 40% da heroína mundial em 1986. Em 1999 eles estavam produzindo 80% do total no mercado. Então algo inesperado aconteceu. 

    Os talibãs subiram ao poder e em 2000, já haviam destruído a maioria dos campos de ópio. A produção caiu de 3 mil toneladas para apenas 185, uma redução de 94%. Em 9 de setembro de 2001, os planos de invasão ao Afeganistão estavam na mesa do presidente Bush. Dois dias depois eles tinham uma desculpa ou uma justificativa para isso; os atentados de 11 setembro. Hoje a produção de ópio no Afeganistão controlado pelos EUA fornece mais de 90% da heroína do mundo, quebra recordes de produção todo ano. Como paramos um sistema de ganância e corrupção que condena populações popbres à escravidão nas fábricas em benefício da Avenida Madison? Ou que arquiteta ataques terroristas falsos com o propósito de manipular?

     Ou que cria “Modos Embutidos” inerentemente explorados de operação social? Ou que reduz sistematicamente as liberdades civis e viola os direitos humanos para se proteger das consequências de seus próprios atos?

     Como lidamos com as inúmeras instituições encobertas, como o Conselho de Relações Internacionais, a Comissão Trilateral, o Clube de Bilderberg e outros grupos eleitos de forma não-democrática, que às portas fechadas, se reúnem para controlar os elementos políticos, financeiros, sociais e ambientais de nossas vidas? Para encontrar a resposta, primeiro devemos encontrar a causa principal, pois o fato é, que os grupos corruptos e famintos de lucro não são a fonte do problema.


    Eles são SINTOMAS.

     “A ganância e a competição não são o resultado de um temperamento humano imutável... Ganância e medo da escassez, na verdade são criados e ampliados... A conseqüência direta disso é que temos que lutar uns com os outros para sobreviver.”

     (Bernard Lierter – Fundador do sistema monetário dos EUA) 



    João Carlos Holland de BarcellosJoão Carlos Holland de Barcellos ‒ domingo, 24 abril 2011, 17:54 BRT # Link |
  12. João Carlos Holland de Barcellos escreveu: 

  13. "As posições defendidas no II PND estimularam o debate sobre o papel do capital estrangeiro no país. O industrial Severo Gomes, titular da pasta da Indústria e Comércio e conhecido defensor do capital nacional, chegou a afirmar que o governo estava "atento para o perigo que representa a vinda das indústrias estrangeiras melhor equipadas para concorrerem com as empresas aqui estabelecidas". "
    http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/governo-ernesto-geisel/governo-ern

  14. O helicóptero de propriedade do Moinho São Jorge, em que viajavam o deputado Ulysses Guimarães, sua mulher Mora, o ex-senador Severo Gomes e sua mulher, Ana Maria Henriqueta, pilotado por Jorge Comeratto, caiu no mar, na tarde do dia 12 de outubro de 1992
    Helicóptero que matou Ulisses Guimarães pode ter sido sabotado?
    Autor: Suébster Neri | Categoria: Blog Suébster Neri

    Numa entrevista para a Globo News o ex-presidente Fernando Collor....
    ..
    Ulisses Guimarães morreu (desapareceu) em 12 de outubro de 1992, num acidente de helicóptero nos mares do Rio de Janeiro. Era uma segunda-feira, feriado nacional, dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. O helicóptero Esquilo, prefixo PT-HMK, que transportava os casais Ulisses Guimarães e Severo Gomes caiu 30 minutos depois de levantar vôo em Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro, com destino a São Paulo.
    http://www.sneri.blog.br/?p=9028


    Mistério sobre o desaparecimento de Ulisses Guimarães será tema de livro
    Da redação

    O presidente da Ordem dos Parlamentares do Brasil (OPB), Dennys Serrano (foto) disse, em entrevista à imprensa, que lançará um livro com indagações e narrativas sobre o desaparecimento do parlamentar Ulisses Guimarães, em 12 de outubro de 1992, num acidente aéreo.

    O livro será lançado em comemoração aos 35 anos da OPB fundada pelo ex-parlamentar. O helicóptero que transportava os casais Ulysses Guimarães e Severo Gomes caiu após sair de Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro, com destino a São Paulo. O corpo de Ulisses Guimarães nunca foi encontrado, mas sua morte foi oficialmente reconhecida.
    http://www.bjd.com.br/detalhe_noticias.php?codigo=37085

    ....
    João Carlos Holland de BarcellosJoão Carlos Holland de Barcellos ‒ segunda, 25 abril 2011, 08:39 BRT # Link |
  15. João Carlos Holland de Barcellos escreveu: Foguete brasileiro explode na Base de Alcântara, matando 21 de pessoas

    "...Ainda são desconhecidas as causas da explosão, mas é certa que a mesma ocorreu em um dos quatro propulsores do foguete, de 20 metros de altura.
    Devido à importância extratégica e complexidade do lançamento, autoridades ligadas ao projeto não descartam a possibilidade de sabotagem. ..."

    http://www.apolo11.com/vls.php

    Sabotagem do Tio MACACOSam

    Os Estados Unidos estariam por trás das explosões de foguetes na base maranhense de Alcântara. Motivo:evitar que outros países entrem na corrida espacial.

    por Carlos Chernij

    TEORIA - Base de Alcântara foi sabotada
  16.  

    OBJETIVO - Impedir que o programa espacial brasileiro saia do papel
    Desde a década de 1980, o Brasil trabalha na construção de um foguete nacional capaz de colocar satélites em órbita. Em 1997, foi testado o primeiro protótipo do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1). Explodiu poucos segundos após a decolagem. Em 1999, outro teste e mais uma explosão. Na terceira tentativa, em 22 de agosto de 2003, nem deu tempo de começar a contagem regressiva. O foguete explodiu três dias antes do lançamento, quando estava sendo preparado na base de Alcântara, no Maranhão. O comando da Aeronáutica investigou e concluiu que o acidente foi causado por uma falha elétrica. O problema é que o relatório oficial não convenceu todo mundo. Especialistas em pesquisas espaciais desconfiam que o programa brasileiro foi sabotado. Um complô estrangeiro teria completado a sua missão em território nacional? Alguns fatos indicam que sim, segundo a teoria verde-amarela. E, certamente, você já encontrou o nosso principal suspeito em outras páginas deste livro.

  17. Para entender o nascimento da teoria, é preciso voltar a agosto de 2003. Logo depois do incidente, enquanto os destroços ainda queimavam, já havia fontes militares descartando a hipótese de sabotagem. Oficialmente, o defeito no foguete ocorreu sozinho. Os mais desconfiados rapidamente alertaram que uma detonação espontânea seria difícil, pois ainda faltavam três dias para o lançamento e o combustível fora escolhido de forma a minimizar o risco de explosões. Até aqui, tudo é fato. Os conspirólogos trabalham em cima das próximas informações, uma mistura de episódios reais e especulações. Embora tenha eliminado a possibilidade de sabotagem, a Aeronáutica havia cancelado o lançamento algumas vezes, sem dar nenhuma explicação. Dias antes, os militares brasileiros também fizeram um levantamento sobre estrangeiros registrados em hotéis de São Luis. Há quem diga que cerca de 20 americanos estavam hospedados em Alcântara naquela semana, algo incomum na pequena cidade.
    O súbito interesse turístico por Alcântara apontaria o país de origem dos prováveis conspiradores: os Estados Unidos. Os americanos não simpatizam com iniciativas estrangeiras de desenvolvimento de foguetes. Se você já brincou com o Google Earth na internet, deve ter sacado que as imagens de satélite permitem xeretar o quintal alheio com uma qualidade bastante boa. Do mesmo modo, quem consegue colocar sozinho seus satélites em órbita pode espiar onde quiser. Mais ou menos como os Estados Unidos e a Rússia, pioneiros da corrida espacial, fazem desde a década de 1960. 
  18.  
  19. A tecnologia de um foguete como o VLS é essencialmente a mesma usada em mísseis de longa distância, como os que carregam armas nucleares. Isso também não interessa aos americanos, que pregam o desarmamento, mas não abrem mão dos seus arsenais.
    Atualmente, a base de Alcântara é considerada o melhor espaçoporto do mundo em localização geográfica. Por estar próxima à linha do Equador, permite uma economia de até 30% de combustível nos foguetes. Na prática, isso significa gastar menos ou poder mandar para o espaço cargas mais pesadas. Como os Estados Unidos são os donos da maior parte do lucrativo mercado de lançamento de satélites comerciais, eles tentaram, em 2001, fechar um acordo para “alugar” a base brasileira para seus lançamentos. Mas havia vários detalhes importantes no acordo de salvaguardas tecnológicas proposto. Um deles determinava que nenhum brasileiro poderia fazer inspeções no que estivesse sendo trazido dos Estados Unidos para Alcântara. A proposta gerou muitos debates no Congresso e foi engavetada como violação da soberania nacional.

  20. Menos de uma semana após a explosão em Alcântara, a tese de sabotagem tomou vulto em duas notinhas da coluna do jornalista Cláudio Humberto – publicada em vários jornais do país. No dia 27 de agosto, foi citado Ronaldo Schlichting, pesquisador da corrida espacial e perito em armas. Dizia a nota: “Schlichting sugere bala do fuzil Barret .50, que alcança 3 quilômetros, como possível ‘impacto de objeto no foguete’”. No dia seguinte, outra referência à sabotagem, desta vez nas palavras de um professor do Centro Tecnológico da Aeronáutica. “O cientista Edison Bittencourt nega ‘ignição espontânea’ num dos quatro motores do foguete que explodiu em Alcântara. Sugere onda eletromagnética disparada do espaço ou de pequeno dispositivo, inserido no motor e controlado a distância”, escreveu o colunista.

  21. É possível destruir um foguete com o apertar de um botão, aproveitando uma falha de segurança na informática? Pedro Antonio Dourado de Rezende, professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília, acredita que sim. “Bastaria uma rápida e certeira transmissão, até por radiofreqüência de um ponto escondido em algum canto da base, neste caso indevassável, para que um serviço de inteligência estrangeiro pudesse ‘crackear’ a comunicação brasileira visando uma sabotagem dessa magnitude, sem deixar pistas”, disse em um artigo publicado no site Observatório da Imprensa.

  22. Como não puderam transformar Alcântara em seu playground espacial, os americanos teriam radicalizado. A explosão do terceiro VLS matou 21 técnicos e engenheiros altamente especializados – gente que não existe aos montes aqui nem em qualquer lugar do mundo. Estima-se que serão necessários dez anos para formar uma nova geração brasileira de cérebros tão capacitados. Mas o programa espacial brazuca continua. O governo prometeu para 2006 o próximo lançamento do VLS. Será uma excelente oportunidade de testar a tese conspiratória.
  23.  
    http://super.abril.com.br/ciencia/sabotagem-tio-sam-446333.shtml
    João Carlos Holland de BarcellosJoão Carlos Holland de Barcellos ‒ quinta, 28 abril 2011, 08:50 BRT # Link |
  24. João Carlos Holland de Barcellos escreveu:

    Carta O Berro..........................................................repassem

    WikiLeaks do golpe de 64

    via Viomundo – O que você não vê na mídia de Luiz Carlos Azenha em 20/03/11

    Este é o WikiLeaks do golpe de 1964, que devemos ao The National Security Archive. Tradução de telegrama de 27.03.1964, do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, a superiores em Washington:
    TOP SECRET

    Pessoal do embaixador Gordon. Favor passar imediatamente para o secretário de Estado Rusk, o secretário-assistente Mann, Ralph Burton, secretário de Defesa McNamara, secretário-assistente de Defesa McNaughton, general Maxwell Taylor, diretor da CIA John McCone, coronel J.C. King, Desmond Fitzgerald, na Casa Branca para Bundy e Dungan, passar na zona do Canal (onde ficava o Comando Militar Sul dos Estados Unidos) ao general O’Meara. Outra distribuição só com aprovação dos acima citados.

    1. Desde que retornei ao Rio em 22 de março eu tenho estudado a situação brasileira profundamente com assessores civis e militares daqui, convocando os chefes de missão em São Paulo e Brasília para ajudar e fazendo alguns contatos com brasileiros bem informados.
    2. Minha conclusão é de que Goulart está definitivamente engajado em uma campanha para assumir poderes ditatoriais, aceitando a colaboração do Partido Comunista Brasileiro e outros grupos revolucionários da esquerda para esse fim. Se ele for bem sucedido é mais do que provável que o Brasil caia sob controle completo dos comunistas, ainda que Goulart possa ter a esperança de se voltar contra os apoiadores comunistas e adotar um modelo peronista, o que pessoalmente acredito que ele prefere.

    3. As táticas imediatas da guarda palaciana de Goulart estão concentradas em pressões para garantir no Congresso reformas constitucionais inalcançáveis por meios normais, usando uma combinação de manifestações nas ruas, ameaças de greve ou greve, violência rural esporádica e abuso do enorme poder financeiro discricionário do governo federal. Isso vem junto com uma série de decretos executivos populistas, de legalidade qüestionável, e uma inspirada campanha de rumores sobre outros decretos, calculada para amedrontar elementos da resistência. Especialmente importante nessa conexão é a habilidade do presidente de enfraquecer a resistência no nível estadual ao segurar financiamento federal essencial. O governo também tem submetido emissoras de rádio e TV à censura parcial, aumentado o uso da agência de notícias nacional e requisitado tempo para transmitir propaganda reformista, fazendo ameaças veladas contra a imprensa de oposição. O propósito não é só de assegurar reformas econômicas e sociais construtivas, mas desacreditar a atual Constituição e o Congresso, assentando as bases para um golpe de cima para baixo que pode ser ratificado por um plebiscito fraudado e a reescrita da Constituição por uma Assembléia Constituinte fraudada.

    4. Eu não descarto inteiramente a hipótese de que Goulart seja amedrontado a desistir dessa campanha e que termine normalmente seu mandato (até 31 de janeiro de 1966), com eleições presidenciais sendo realizadas em outubro de 1965. Essa seria a melhor saída para o Brasil e para os Estados Unidos, se acontecer. Os compromissos de Goulart com a esquerda revolucionária são agora tão profundos, no entanto, que as chances de alcançar esse resultado através da normalidade constitucional parecem ser de menos de 50%. Ele pode fazer recuos táticos para tranquilizar a oposição novamente, como fez no passado. Há alguns sinais de que isso aconteceu nos últimos dias, como resultado da maciça manifestação da oposição nas ruas de São Paulo no dia 19 de março, a hostilidade declarada de governadores de estados importantes e ameaças e descontentamento de oficiais, especialmente do Exército. Mas a experiência passada mostra que cada recuo tático permite ganho considerável de espaço e o próximo avanço vai além do anterior. Com o tempo do mandato acabando e os candidatos à sucessão entrando ativamente em campo, Goulart está sob pressão para agir mais rapidamente e com menor cálculo dos riscos. O desgoverno também acelera a taxa de inflação a ponto de ameaçar a quebra da economia e a desordem social. Um salto desesperado por poder ditatorial pode acontecer a qualquer momento.

    5. O movimento Goulart, incluindo seus afiliados comunistas, representa a minoria – não mais de 15 a 20 por cento do povo ou do Congresso. Sistematicamente assumiu o controle de muitos pontos estatégicos, notavelmente na Petrobras (que sob um decreto de 13 de março agora assumirá as cinco últimas refinarias privadas ainda não sob seu controle), no Departamento de Correios e Telégrafos, na liderança de sindicatos do petróleo, das rodovias, dos portos, da marinha mercante, das recém-formadas associações de trabalhadores rurais e de algumas outras indústrias-chave, a Casa Civil e Militar da Presidência, unidades importantes dos ministérios da Justiça e Educação e elementos de muitas outras agências de governo. Nas Forças Armadas, há um grande número de oficiais esquerdistas que receberam privilégicos e posições-chave de Goulart, mas a grande maioria é de legalistas e anti-comunistas e há um antigo grupo de apoiadores de um golpe na direita. A esquerda tem tentado enfraquecer as Forças Armadas através da organização subversiva de oficiais da reserva e de pessoal alistado, com resultados significativos especialmente na Força Aérea e na Marinha.

    6. No dia 21 de março eu tive uma conversa com o secretário (de Estado) Rusk para avaliar a força e o espírito das forças de resistência e as circunstâncias que podem causar violência interna e um confronto. Acredito que desde o comício de Goulart com os sindicalistas no Rio, em 13 de março (o comício da Central do Brasil) houve uma polarização de atitudes, com apoio à Constituição e ao Congresso, para reformas apenas dentro da Constituição e a rejeição do comunismo, que vem de um grupo de governadores: Lacerda da Guanabara, Adhemar de Barros de São Paulo, Meneghetti do Rio Grande do Sul, Braga do Paraná e, para minha surpresa, Magalhães Pinto, de Minas Gerais. Eles foram fortalecidos pela clara declaração do ex-presidente marechal Dutra e pelo discurso de Kubistchek em sua indicação como candidato (à presidência). O grande comício pró-democracia em São Paulo, no dia 19 de março, organizado principalmente por movimentos de mulheres, deu um importante elemento de demonstração de massa pública, com reações favoráveis no Congresso e nas Forças Armadas.

    7. Existe uma interdependência recíproca de ação entre o Congresso e as Forças Armadas. A resistência do Congresso a ações ilegais do Executivo e às exigências abusivas para mudança constitucional do presidente depende da convicção dos congressistas de que eles terão cobertura dos militares se assumirem posição. A tradição legalista das Forças Armadas é tão forte que elas desejariam, se possível, cobertura do Congresso para qualquer ação contra Goulart. A ação do Congresso é uma chave importantíssima da situação.

    8. Enquanto uma clara maioria do Congresso desconfia das propostas de Goulart e despreza a sua evidente incompetência, o consenso presente dos líderes congressistas anti-Goulart é de que a maioria absoluta da Câmara dos Deputados não será obtida para um impeachment. Eles também se opõem à mudança do Congresso de Brasília acreditando que isso diminui o prestígio já abalado, embora mantenham aberta a possibilidade de um recuo dramático para São Paulo ou outro lugar como último recurso no caso de se aproximar uma guerra civil ou de uma guerra civil em andamento. Eles agora focam a aprovação de algumas reformas amenas como forma de enfrentar a campanha de Goulart contra o Congresso e avaliam outras maneiras de mostrar resistência ativa. Há pequena possibilidade de aprovação de uma lei de plebiscito, delegação de poderes (ao presidente), legalização do Partido Comunista, direito de voto para os analfabetos ou outras mudanças buscadas por Goulart.

    9. De toda forma, a mudança mais significativa é a cristalização de um grupo de resistência militar sob a liderança do general Humberto Castello Branco, chefe de estado-maior do Exército. Castello Branco é um oficial altamente competente, discreto, honesto e respeitado, que tem forte lealdade aos princípios legais e constitucionais e até recentemente evitava qualquer aproximação com conspiradores anti-Goulart. Ele se associou com um grupo de outros oficiais bem colocados e está assumindo agora o controle e a direção sistemática de uma ampla mas ainda descentralizada organização de resistência de grupos militares e civis em todas as partes do país.

    10. A preferência de Castello Branco seria de agir somente em caso de provocação inconstitucional óbvia, isso é, uma tentativa de Goulart de fechar o Congresso ou intervenção em um dos estados da oposição (Guanabara ou São Paulo sendo os mais prováveis). Ele reconhece, no entanto (e eu também) que Goulart pode evitar uma provocação óbvia, enquanto continua a se mover em direção a um fait accompli irreversível através de greves manipuladas, 

    enfraquecimento financeiro de estados ou um plebiscito – incluindo voto para os analfabetos – para dar apoio a um tipo de poder bonapartista ou gaulista. Castello Branco está se preparando, portanto, para um possível movimento no caso de uma greve geral comandada pelos comunistas, outra rebelião dos sargentos, a convocação de um plebiscito que enfrente oposição do Congresso ou mesmo alguma grande medida governamental contra líderes democráticos militares ou civis. Neste caso, a cobertura política deve vir em primeira instância de um grupo de governadores, declarando-se o legítimo governo do Brasil, com apoio do Congresso em seguida (se o Congresso ainda puder agir). Também é possível que Goulart renuncie sob pressão de sólida oposição militar, ou para “fugir” do país ou para liderar um movimento “populista” revolucionário. As possibilidades claramente incluem guerra civil, com alguma divisão horizontal ou vertical nas Forças Armadas, agravadas pela posse disseminada de armas nas mãos de civis dos dois lados.

    11. Ao contrário dos vários grupos anti-Goulart que nos procuraram durante os últimos dois anos e meio, o movimento de Castelo Branco demonstra a perspectiva de apoio amplo e liderança competente. Se nossa influência for usada para evitar um grande desastre aqui – o que pode transformar o Brasil na China dos anos 60 – nesse grupo é que tanto eu quanto meus assessores acreditamos que nosso apoio deve ser colocado (os secretários Rusk e Mann devem notar que Alberto Byington* está trabalhando com esse grupo). Nós temos essa visão mesmo que Castello Branco seja afastado de sua posição no Exército.

    * Alberto Byington era um industrial paulista que ajudou a articular o golpe
    12. Apesar de sua força entre os oficiais, o grupo de resistência está preocupado com as armas e a possível sabotagem do abastecimento de combustível. Dentro da próxima semana vamos avaliar as estimativas das armas necessárias através de um contato com o general Cintra*, o braço direito do Castello Branco. As necessidades de combustível incluem combustível para a Marinha, que agora está sendo buscado por Byington, além de gasolina para motores e para a aviação.

    * General Ulhoa Cintra
    13. Dada a absoluta incerteza quanto ao timing de um possível incidente-gatilho (que poderia ocorrer amanhã ou a qualquer momento), recomendamos (a) que sejam tomadas medidas o mais rapidamente possível para preparar uma entrega clandestina de armas que não sejam de origem americana a apoiadores de Castello Branco em São Paulo, assim que as necessidades sejam definidas e os arranjos feitos. A melhor possibilidade de entrega parece ser em um submarino sem identificação a ser descarregado à noite em algum ponto isolado da costa do estado de São Paulo, ao sul de Santos, provavelmente perto ou em Iguape ou Gananeia (Cananéia); (b) isso deveria ser acompanhado por combustível (a granel, embalado ou ambos), também evitando a identificação do governo dos Estados Unidos, com entrega que espere o início ativo de hostilidades. A ação (DEPTEL 1281*) deve proceder.

    *Telegrama enviado à Embaixada desde Washington: “Defesa (o Departamento de) providenciou a lista dos materiais solicitados e outras informações sobre o navio-tanque de petróleo discutidas com você. Urgentemente esperando sua avaliação da situação para dar os passos seguintes nesta ação e definir próximos passos vis-à-vis Brasil.”

    14. O atendimento às sugestões acima pode ser suficiente para assegurar a vitória de forças amigáveis sem qualquer participação aberta, logística ou militar, dos Estados Unidos, especialmente se politicamente nossa intenção é dar reconhecimento imediato ao novo governo do Brasil. Deveríamos nos preparar sem demora para a contingência de uma intervenção aberta em um segundo estágio e também contra a possibilidade de ação soviética para apoiar o lado dos comunistas. Para minimizar as possibilidades de uma guerra civil prolongada e assegurar a adesão de um grande número de “band-wagon jumpers” (os que ficam em cima do muro), nossa habilidade em demonstrar compromisso e algum tipo de demonstração de força com grande rapidez pode ser crucial. Com esse objetivo e conforme nossas conversas em Washington, no dia 21 de março, uma possibilidade parece ser o envio de uma força-tarefa naval para manobras no Atlântico Sul, a poucos dias de distância de Santos. A logística deve seguir as especificações do South Brazil Contingency Plan (USSCJTFP-BRAZIL*), revisado aqui em 9 de março. Um porta-aviões seria muito importante pelo efeito psicológico. O contingente de fuzileiros navais poderia cumprir tarefas de performance logística definidas no South Plan. Instruções são aguardadas nesse ou em métodos alternativos, desde que com os objetivos acima mencionados.
    * Planos de contingência militar que o Pentágono mantém em relação a todas as regiões do mundo, que passam por revisões constantes

    15. Nós reconhecemos o problema de incerteza quanto ao período da necessidade dessas forças na área. Com crises quase diárias de intensidade variável aqui, no entanto, e a violência a ponto de se tornar epidêmica através de invasões de terra, confrontos entre grupos comunistas e democráticos nas ruas e com o crescendo das ações de Goulart com o objetivo de “atingir as reformas-de-base” até 24 de agosto (décimo aniversário do suicídio de Vargas), perigo real existe da irupção de guerra civil a qualquer momento. O único sinal convincente (em contrário) seria uma limpeza dos extremistas da guarda civil e militar do grupo palaciano. O episódio atual dos marinheiros rebeldes demonstra a fragilidade da situação e possível iminência de um confronto.

    16. Estamos, enquanto isso, tomando medidas complementares com nossos recursos para fortalecer as forças da resistência. Isso inclui apoio clandestino a manifestações de rua pró-democracia (o próximo grande evento será no dia 2 de abril, no Rio, com outros ainda sendo programados), a difusão discreta de que o governo dos Estados Unidos está profundamente preocupado com os acontecimentos e o encorajamento de sentimento democrático e anti-comunista no Congresso, nas Forças Armadas, grupos amigáveis de estudantes e sindicalistas, igreja e empresas. Poderemos requisitar modestos fundos suplementares para outros projetos de ações clandestinas em futuro próximo.

    17. Também acredito que seria útil, sem entrar em detalhes, uma resposta em entrevista coletiva do secretário de Estado ou do presidente indicando preocupação com informações sobre a deterioração econômica e a inquietude política no Brasil e a importância para o futuro do Hemisfério de que o Brasil, comprometido com suas raízes democráticas e tradições constitucionais, vai continuar seu progresso social e econômico sob a democracia representativa. Recomendamos que isso seja feito nos próximos dias.

    18. Essa mensagem não é alarmista ou reação apavorada a um único incidente. Reflete as conclusões conjuntas da equipe da embaixada baseadas em uma longa corrente de ações e informação de inteligência que nos convenceram de que existe um perigo real e presente para a democracia e a liberdade no Brasil, que poderia conduzir esta nação enorme ao campo comunista. Se este fosse um país de menos importância estratégica para os Estados Unidos – tanto diretamente quanto no impacto que tem na América Latina – poderíamos sugerir um período de acompanhamento esperando que a resistência brasileira, sem ajuda, cuidasse do problema. Nós acreditamos que há uma grande possibilidade de que ela consiga fazer isso, dados os sentimentos básicos e as atitudes da maioria das pessoas e a força da democracia organizada, especialmente na metade Sul do país. O poder de Goulart e da presidência de enfraquecer e abalar a resistência é tão grande, no entanto, que nosso apoio manifesto, tanto moral quanto material e até a um custo substancial, pode ser essencial para manter a coluna da resistência brasileira. Não podemos perder tempo nos preparativos para tal ação. A alternativa de arriscar um Brasil comunista parece inaceitável, causando custos potencialmente muito maiores tanto em dinheiro quanto em vidas.”
    Este e outros documentos em inglês sobre o golpe de 1964 estão aqui.

    Publicado no Viomundo antigo,  originalmente em 17 de dezembro de 2007
    João Carlos Holland de BarcellosJoão Carlos Holland de Barcellos ‒ domingo, 15 maio 2011, 18:23 BRT # Link |
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Veja o seguinte vídeo na posicao 25:10 hs ( "Os Assassinos Econômicos" em :
http://video.google.com.br/videoplay?docid=-1459932578939373300#

e tbm:

"Invasões e golpes dos EUA pelo mundo "
http://dir.groups.yahoo.com/group/Nacionalismo-br/message/545

Nossos aliados são os vizinhos
http://dir.groups.yahoo.com/group/Nacionalismo-br/message/550


Palavras-chave: assassinos econômicos, 
 CIA, egoísmo, Guerras, hipocrisia, Pirataria, privilégios, supremacia


 
ECONOMIA: o suicídio econômico do Brasil e a ameaça dos EUA.89min.


Publicado em 06/03/2013
 
Nesse vídeo você saberá porque eles escondem a CPI da dívida. 
Você saberá quem é o Guido Mantega e como ele foi parar lá. 
Você descobrirá que, pagamos altos impostos por que nós sustentamos os EUA.


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