segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O ESPECTRO DA CONSCIÊNCIA - Ken Wilber



A PSICOLOGIA TRANSPESSOAL
por Carlos Antonio Fragoso Guimarães
 
"Não apenas é o homem parte da natureza - e esta é
parte sua -, como deve ser minimamente isomórfico
(semelhante a) com ela para nela ser viável. Ela
o gerou. Sua comunhão com aquilo que o transcende
não precisa ser definida, portanto, como não-natural
ou sobrenatural. Pode ser vista como uma experiência
'biológica'."
Abraham Maslow
[...]
 
O Espectro da Consciência 
Ken Wilber

    Um dos sistemas didáticos, em psicologia, que procura
integrar os diferentes insights das várias escolas
psicoterapêuticas do ocidente entre si, e estas com as
várias abordagens orientais, é a Psicologia do Espectro,
proposta por Ken Wilber, como um modelo da compreensão
transpessoal das diferenças entre psicoterapias. Nele,
cada uma das diferentes escolas é vista como uma faixa que
se dedica a um aspecto específico do total a que se pode
apresentar a consciência humana.

Cada uma dessas escolas aponta para um estado de consciência que se caracteriza por possuir um diferente senso de identidade, indo da
pequena identidade restrita ao ego até à suprema identidade
com todo o universo, que é o nível extremo da consciência
transpessoal. 

Este espectro pode ser entendido a partir
de qutro níveis: o do ego, o biossocial, o existencial
e o transpessal.

    No nível do ego, a pessoa não se indentifica, a rigor,
com o seu organismo, mas com uma representação mental, ou
com um conceito do mesmo, como uma auto-imagem construida,
ou egóica. É, pois, um problema de identificação com um
modelo que a pessoa aceita, num investimento, como sendo
seu "eu". Existe - para ela - um "eu" que é diferente e
independente de tudo e de todos. 

A pessoa não se interessa muito em cultivar relações interpessoas sem que haja uma vantagem específica para o ego, e muito menos se preocupa
com aspectos ecológicos ou sociais.

    O nível biossocial já envolve a consciência e a preocupação
com o nível e com os aspectos do ambiente social da pessoa.
A influência preponderante é a de padrões culturais e sociais.
A pessoa sente como fazendo parte - e tendo alguma
responsabilidade - pelo seu meio-ambiente social e natural.

    O Nível existencial é o nível do organismo total, caracterizado
por um senso de identidade corpo/mente auto-organizador. É o nível
dos ideais humanistas e do pensamento mais sofisiticado, em termos
de filosofia de vida. Emoção e rezão estão mais ou menos associadas
para o crescimento e o desenvolvimento das potencialidades do homem,
desde que os meios sejam razoavelmente propícios. Quando não, ainda
assim a pessoa luta para se auto-atualizar e a ajudar seus semelhates.
Alto grau de desenvolvimento moral é frequentemente associado a este
estágio.

    O nível transpessoal é o nível da expansão da consciência
para além das fronteiras do ego, correspondendo a um senso de
indentidade mais amplo. Elas podem encolver percepções do meio
ambiente, onde tudo está, de uma forma sutil mas muito presente,
ligado - de forma NÃO LINEAR - a tudo. É o nível do inconsciente
coletivo e dos fenômenos que lhe estão associados, tal como
descritos por Jung e seguidores. 

É também neste nível de percepção que podem - mas não necessariamente ocorrem ou são regra geral próprias de uma percepção transpessoal - surgir, como eventos secundários, certos fenômenos parapsicológicos, como telepatia,
precognição ou - o que não tipifica um fenômeno parapsicológico,
mas sim psicológico - lembranças de vidas passadas. 

É uma forma extremamente sofisticada e não ordinária de consciência em que
a pessoa não aceita mais a crença uma separação rígida entre ela
e todo o universo, a não ser como uma forma de atuar praticamente
sobre o meio em que vive com outras pessoas. Essa forma de
consciência transcende, e muito, o raciocíonio lógico convencional,
e aproxima-se das assim chamadas experiências místicas. E é este
estado que é objeto mais íntimo de estudo da Psicologia Transpessoal.
    
Enfim, para terminar, é preciso definir o relacionamento
entre a prática da psicologia transpessoal e os enfoques
tradicionais de psicoterapia. 

O que caraceteriza um terapeuta transpessoal não é o seu conteúdo, mas o contexto.  O conteúdo é determinado pela relação terapêutica em si, entre cliente e terapeuta, como bem o estabeleceu Carl Rogers.

Um terapêuta transpessoal lida com os problemas que emergem durante o
processo terapêutico, incluindo acontecimentos mundanos, fatos biográficos e problemas existenciais.

O que realmente define a orientação transpessoal é um modelo da psique humana que reconhece a importância das dimensões espirituais e o
potencial para a evolução da consciência.

O terapeuta transpessoal deve ser consciente do espectro total e deve
sempre acompanhar o cliente a novos campos experienciais,
quando há oportunidade, não importando qual o nível que o
processo terapêutico esteja focalizando.

Wilber, Ken 
- O Espectro da Consciência,
Ed. Cultrix.

 Fonte:
 TRANSCONHECIMENTO
Esta é uma página de um site indicado no "Favoritos"
( http://br.groups.yahoo.com/group/transconhecimento/links ):
Um abraço,
Gustavo Gitti
 Grupo Yahoo - Transconhecimento

http://br.groups.yahoo.com/group/transconhecimento/message/298
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

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