domingo, 12 de janeiro de 2014

A ARTE DA MEDITAÇÃO - Krishnamurti




 
MEDITAÇÃO
 "Concentração não é meditação... Só porque conseguimos concentrar-nos num pensamento escolhido, num determinado objeto, pensamos que finalmente tivemos sucesso na meditação... mas não tivemos. Meditar não é um processo de exclusão, no sentido de afastarmos, construirmos uma barreira contra ideias invasoras... A concentração é egoísta, a meditação não. Meditação é compreensão. Oração não é meditação. Meditação é tranquilidade, súplica não. Compreensão é a base da meditação. Concentração e oração levam à obstinação e à ilusão, nunca à compreensão, que gera liberdade, luz e integração.

Compreensão quer dizer dar o correto significado, o correto valor a todas as coisas; ser ignorante/estúpido é atribuir valores errados. Como vamos estabelecer o valor correto do que se possui, dos relacionamentos, das ideias? Temos de nos conhecer a nós próprios sempre cada vez mais, não é? Temos de nos autoquestionar." K e J - " O Sentido da Liberdade", da Presença   A Arte da MEDITAÇÃO, por Krishnamurti   “Numa tentativa de se evadir dos seus conflitos, o homem tem inventado diversas formas de meditação, porém todas elas se baseiam quer em desejo, na vontade ou na ânsia para obter algo, o que implica conflito e o emprego do esforço a fim de alcançar determinados resultados. Esta luta consciente e deliberada sempre se circunscreve nos limites de uma mente condicionada, que não possui liberdade. Todo o esforço empregue na meditação constitui a sua própria negação. A meditação consiste no término da ação do pensamento; só então pode chegar a existir toda uma dimensão intemporal.” Tradução de A Duarte 2002 MEDITAÇÃO

Toda a meditação que envolve esforço deixa de  ser meditação. Não se trata de nenhum acto de realização nem algo que deva ser praticado diariamente (mas sim a todo o momento) de acordo com um sistema ou método qualquer, para obtermos um fim almejado. Ao contrário, toda a imaginação e medida devem cessar. A meditação não é um fim em si mesma.No entanto, aquele que medita deve deixar de existir (sem atentar contra a vida) para que a meditação possa ocorrer.A meditação não é uma experiência nem lembrança erguida em torno de um dado prazer futuro. Aquele que experimenta move-se sempre dentro dos limites das suas próprias projecções de tempo e pensamento. Uma vez inserida nos limites do pensamento, a liberdade não passará de uma ideia e uma fórmula.

O pensador jamais poderá alcançar o movimento da meditação.A meditação diz sempre respeito ao presente enquanto que o pensamento pertence sempre ao passado. Toda a consciência é pensamento, porém, o estado de meditação não ocorre dentro das suas fronteiras. A meditação consciente é somente o ato de redefinir ainda mais esses limites, destruindo assim a liberdade.Mas somente em liberdade poderá haver meditação.Se não meditardes sereis sempre um escravo do tempo, cuja sombra é a dor.

 O tempo é sofrimento.A meditação não é via para experiências únicas nem excepcionais. Essas experiências conduzem ao isolamento e aos processos autoencarceradores da memória, e estão sujeitos ao tempo, o que constitui a negação da liberdade.O vale mais parecia um campo de flores… Lá estavam tão ricas e tão belas quanto o próprio vale; todavia, tanto a abundância da natureza como o homem estão destinados a morrer e a surgir de novo.A abundância da meditação não é reunida pelo pensamento nem pelo prazer que o pensamento gera, mas acha-se para além da flor e da nuvem. A partir disso a abundância torna-se tão imensurável quanto a flor e a beleza…Sem amor não pode existir silêncio. Para o poderdes compreender permanecei imóveis.A mente meditativa é aquela que se encontra em silêncio.

Não se trata do silêncio de um entardecer calmo, mas o silêncio que sobrevém quando o pensamento com todas as suas imagens, palavras e percepções cessa completamente Essa mente meditativa é a mente religiosa (que religa), a mente da religião que não é tocada pela igreja, pelos templos nem pelos cantos. A mente RELIGIOSA é a explosão (profusão) do amor; esse amor não comporta qualquer separação. Para essa mente, longe é perto. Não é “um” nem “muitos” mas sim esse estado de amor em que toda a divisão cessa. Da mesma forma que a beleza, não cabe na avaliação das palavras. Só a partir deste silêncio é que a mente meditativa pode atuar.Meditar é tornar-se vulnerável. Essa vulnerabilidade não tem passado nem futuro- ontem ou amanhã. Somente o que é novo (ó bendito o novo que é amado, não destruído! Benditos nossos pais!) pode ser vulnerável.A meditação é uma das maiores artes na vida, talvez mesmo a maior, mas provavelmente não pode ser ensinada. Nisso reside toda a sua beleza. Não possui técnica alguma nem autoridade alguma…

(E, extraordinariamente, K. dispensa toda a autoridade, a sua incluída... Apesar de compreender quem ainda precisa de autoridades...)  Quando nos observamos e por meio dessa observação aprendemos acerca de nós próprios sobre o modo como caminhamos, comemos, aquilo que dizemos, toda a bisbilhotice, ódio, ciúme (inveja, ambição, competição, avidez, aberrações, perversões…) se de tudo isso ficarmos cientes, sem escolha, tal processo fará parte da meditação.

Assim a meditação pode ocorrer quando nos sentamos no autocarro ou caminhamos pelos bosques com sua luz e sombra, ou então quando escutamos o canto dos pássaros e olhamos para o rosto da nossa esposa(o) ou filho(a) (ou no emprego, com ou sem chefe ou patrão presente, ou mesmo meio a dormir…)É curioso como a meditação se torna de todo importante. O seu processo não conhece começo nem fim. Assemelha-se a uma gota de chuva, que conglomera todas as correntes de água e os oceanos. Essa gota de água alimenta a terra e o homem; sem isso a terra tornar-se-ía um deserto. Sem a meditação o coração torna-se um deserto, um terreno baldio.Meditação é descobrir se o cérebro, com todas as suas actividades e experiências, pode ficar em absoluto silêncio.Não de modo forçado, porque  no momento em que o forçamos passará a haver dualidade.

A entidade que diz: “ para poder fazer/ter experiências espantosas tenho de observar a tranquilidade”, tal entidade jamais o conseguirá. Mas se começarem a pesquisar, a observar e a escutar todos os movimentos do pensamento, com as suas condicionantes, as suas buscas, os seus medos, o seu prazer e observarmos o modo como o cérebro opera, perceberemos de que modo o cérebro se torna absolutamente silencioso (pelo amor e ação da inteligência). Esse silêncio não é um sono mas uma coisa tremendamente actica e imóvel. É um enorme (incrível) dínamo que trabalha na perfeição. O ruído só existe quando há frição." A procura de experiências transcendentais, mais amplas e mais profundas, é sempre um modo de escape à realidade de "o que é", do que nós próprios somos - a nossa própria mente condicionada. Por que razão haverá uma mente inteligente e desperta, liberta, de ter uma experiência qualquer? Luz é luz; ela não pede por mais. (E,segundo K. o grande propósito da vida...é VIVer.)

Se vos preparardes deliberadamente para meditar isso deixará de ser meditação. Se fizerdes por se bons, jamais a bondade poderá florescer. Se cultivardes a humildade, ela deixará de o ser. Meditação é a brisa que entra quando deixais a janela aberta; porém, se o fizerdes deliberadamente, e a convidardes a entrar, ela jamais surgirá (embora não tenha de ser sempre assim, mesmo em K., suponho).

Em meditação temos de descobrir se existe um fim para o conhecimento e também se existe libertação do conhecido.

Coisa extraordinária é a meditação. Se existir algum tipo de compulsão ou esforço, a fim de se ajustar o pensamento, tratar-se-á de imitação, o que tornará tudo um fato fastidioso. O silêncio que é desejo, deixa de ser esclarecedor. (o desejo, o desejo!) “E quando a meditação se torna busca de visões e experiências, então conduz à ilusão e à auto-hipnose. Somente por meio do florescimento do pensamento e do seu consequente término, a manifestção pode ter significado. ( também é raro K. falar de justiça. Não será que em K.  a justiça se manifesta precisamente neste florescimento do pensamento?)O pensamento só pode florescer em liberdade e não através dos padrões sempre crescentes do conhecimento. O conhecimento pode conferir novas experiências e uma enorme sensação, porém uma mente que procura experiências de qualquer tipo é imatura. Maturidade é ser\estar livre de toda a experiência, e deixarmos de nos sujeitar à influência do ser/ter e do não-ser/ter. A maturidade da meditação consiste em libertar a mente do conhecimento, porque este molda e controla toda a experiência.

A mente que é uma luza para si mesma não necessita passar por nenhuma experiência. Imaturidade é ânsia por experiências mais elevadas e vastas, enquanto a meditação é o errar pelo mundo do conhecimento e estar\ser livre dele para poder mergulhar no desconhecido. Temos de descobrir por nós mesmos e não através de quem quer que seja. Tivemos a autoridade de mestres e salvadores mas, se realmente quiserdes descobrir o que é a meditação tereis de abandonar completamente toda a autoridade.”    “ Não sei se alguma vez notastes que quando prestais completa atenção, ocorre um estado de silêncio. Nessa atenção não existe fronteira nem centro algum, como aquele que se acha atento e consciente.

 Essa atenção, esse silêncio, é um estado de meditação.Meditar é transcender o tempo, tempo esse que é a distância que o pensamento percorre na sua realização. Esse percurso está sempre confinado ao “velho” modo, sendo feito com uma vestimenta nova, com umas novas vistas, porém sendo sempre a mesma estrada que conduz a lado nenhum - exceto à dor e ao sofrimento. Somente quando a mente transcende o tempo é que a verdade deixa de ser uma abstração. Então a bênção (o prazer máximo, eterno, espiritual) deixa de ser uma ideia derivada do prazer (comum) e torna – se uma ideia não verbal (não descritível por palavras somente). O esvaziamento dos conteúdos temporais da mente constitui o silêncio da verdade, e percebê-lo ( entendimento rápido ou percepção total imediata,outro dos grandes princípios|fatos de vida de K) é agir; desse modo não há divisão entre o ver e o fazer.” "Desse modo não há divisão entre o ver e o fazer, pois nesse intervalo nasce todo o conflito, tristeza e confusão. Aquilo que não possui tempo é Eterno.

A meditação não é um meio para um fim, mas ambos: meio e fim.

A meditação, que é a destruição da segurança (comum), possui uma enorme beleza - não a beleza das coisas reunidas pelo homem (comum) nem pela natureza (da seleção natural), mas a beleza do silêncio. Esse silêncio é o vazio (não o nada), a partir do qual todas as coisas ocorrem e em que passam a existir. Ele é incognoscível (só às mentes). Nem com a sensação só o inteleto pode abrir caminho para o atingir e todo o método para esse efeito é invenção do espírito de cobiça. Todos os caminhos e meios do "eu" calculista devem ser completamente destruídos; todo o avanço e recuo - cujos procedimentos pertencem ao tempo - deve terminar sem conhecimento do amanhã."

"Meditação é destruição - é um perigo para todos quantos desejam levar uma vida superficial, uma vida de imaginação e mito.
A meditação da mente que se encontra completamente silenciosa constitui a bênção que o homem sempre procurou. Nesse silêncio ocorre a verdadeira diferença.

A meditação não tem começo nem fim. Nela não existe realização nem insucesso, nem arrecadação nem renúncia. É um movimento sem finalidade além do espaço e do tempo. Experimentá-la equivale a negá-la, porque aquele que experimenta está ligado è memória e ao reconhecimento. O terreno para a verdadeira meditação está nessa consciência passiva que é libertação total da autoridade e da ambição, da inveja e do medo. A meditação não possui qualquer sentido - qualquer que seja o significado que se lhe dê - sem esta liberdade nem auto-conhecimento.

Enquanto subsistir uma forma de escolha não poderá existir auto-conhecimento.
A escolha implica conflito, conflito que impede a compreensão dO QUE É.

Vaguear em torno de fantasias ou de credos românticos não é meditação. O cérebro deve despir-se de todo o mito, de toda a ilusão e segurança, e enfrentar a realidade da falsidade de tudo isso. Não existe distração; tudo é um movimento de meditação. A flor está tanto na forma, como no perfume, na cor e na beleza;"

 “Agora despedaçai a flor em pedaços, seja verbalmente ou por via de fato e ela deixará de ser uma flor, somente a lembrança do que era (mas/e, uns restos, imediatamente a serem uma nova coisa…) – o que certamente (É  e ) não é a flor.A meditação é a ausência da consciência, não pode de forma nenhuma provocar este silêncio. O término desse intrincado e subtil mecanismo deve ser espontâneo, sem depender de nenhuma recompensa nem garantia. É o único modo de o cérebro permanecer sensível, vital e sereno.Faz parte da meditação o cérebro compreender as suas atividades superficiais e ocultas; nisso consiste a base da meditação, sem o que ela se torna uma actividade vazia de significado, conducente à auto-ilusão e à auto-hipnose.

O silêncio é essencial para que ocorra a explosão da criação.A meditação floresce na bondade. Sem ser propriamente virtude – cujo lento cultivo exige tempo – nem ser expressão de respeitabilidade social e sem representar a chancela da autoridade, a beleza da meditação está na beleza do perfume do seu desabrochar. Como poderá haver alegria na meditação se ela provier do desejo e do sofrimento? Como poderá ela florir se a procurarmos através do controle, da repressão ou do sacrifício? Como poderá desabrochar das sombras do medo ou da ambição, do desejo de fama? Como poderá florescer à sombra da esperança ou do desespero? Tudo isso deve ser abandonado  de modo espontâneo e natural, sem remorsos.A meditação não se presta a erguer muros de defesa ou de resistência, para em seguida fenecerem; tampouco é ela talhada segundo um método ou sistema.

 Qualquer sistema padroniza o pensamento, mas todo o conformismo impede o florescimento da meditação. Para que ela desabroche é preciso haver liberdade e FINDAR DAQUILO QUE É. Sem liberdade não há auto-conhecimento, e sem auto-conhecimento a meditação não pode ocorrer. Por mais vasto que seja o alcance do pensamento na sua busca de conhecimento, ele continuará a ser estreito e medíocre. A meditação não reside no processe aquisitivo e expansivo do saber, mas viceja na liberdade total, e termina no desconhecido.

A meditação não tem assento no tempo, o tempo não pode produzir a mutação.” “ o tempo pode produzir uma mudança, mas toda a mudança necessita, por sua vez, de nova mudança; do mesmo modo que toda a reforma. A meditação que brota do tempo é sempre fator de limitação, e nisso não pode haver liberdade nenhuma; mas sem liberdade sempre haverá necessidade de escolha e conflito.

Perceber é fazer. O intervalo existente entre o perceber e o fazer é perda de energia – de que necessitamos para perceber – que em si mesmo é fazer.
Ser mundano é evitar o mundo (não nos prendermos muito ao mundo é a maneira de lhe sermos mais úteis)

Morrer significa amar. A beleza do amor não reside nas recordações do passado nem nas imagens do amanhã. O amor não tem passado nem futuro, aquilo que o tem é a memória.
O pensamento é prazer, coisa que não é amor. O amor e a paixão residem bem para além do alcance da socieade, que sois(somos) vós(nós) – não nos podemos separar. Morram(morramos – psicologicamente. Sobre a morte (págs. 220 a 222 de “O Sentido da Vida”: de um lado a vida, a cas, o emprego, a família…e, no outro a morte, que põe fim a tudo. Mas, o novo, o eterno, a paz, o amor, a beleza, a felicidade… não podem manifestar-se onde há continuidade). (Morrer é continuar noutra forma, é mudar…)

A meditação é aquela luz da mente que clareia o caminho para a ação. Sem essa luz não pode haver amor.

A meditação é um movimento no e do desconhecido. Nós não estamos presentes mas somente o seu movimento. Somos demasiado insignificantes ou grandiosos, muito ou pouco sigificativos para o seu movimento. Ele não possui nada na retaguarda nem na sua frente. È essa energia que o pensamento, enquanto matéria, não pode tocar. O pensamento é perversão, pois é um produto do ontem; preso na labuta dos séculos é, consequentemente, confuso e obscuro. Façam o que quizerem, o conhecido não poderá esticar o “braço” para tocar o conhecido.
Meditar é perceber o que é, e transcendê-lo.

Olhem e escutem em silêncio. O silêncio não é o término do ruído; o clamor incessante da mente e do coração não sofre término no silêncio.”     Fonte: http://www.esnips.com/doc/1088413e-9239-4fe1-973d-0d00b4047884/Krishnamurti---A-Arte-da-Medita%C3%A7%C3%A3o     MEDITAÇÃO -  totalidade

“Estamos interessados na totalidade da vida, não apenas numa parte dela, dando atenção a tudo o que fazemos, ao que pensamos, ao que sentimos, a como procedemos. Estamos em relação com a totalidade da vida, portanto, não podemos tomar apenas um fragmento dela que é o pensamento, e através dele procurar resolver todos os nossos problemas. O pensamento pode atribuir a si próprio autoridade para juntar todos os outros fragmentos, mas é o pensamento que cria fragmentação.
Estamos condicionados para pensar em termos de progresso, de um aperfeiçoamento gradual. As pessoas acreditam na «evolução psicológica», mas será que o «eu» consegue realizar, psicologicamente, alguma outra coisa que não seja uma projeção do pensamento?

Para descobrir se há algo que não seja projectado pelo pensamento, que não seja uma ilusão, um mito, temos de investigar se o pensamento pode ser controlado, se pode ser reprimido, para que a mente esteja completamente serena.

Controle implica a existência de controlador e controlado, não é assim? Mas quem é o controlador? Não é ele também criado pelo pensamento, não é ele uma parte do pensamento que assume a autoridade como «controlador»? Se vemos a verdade disto, então o «controlador» é o controlado, o experienciador é o experienciado, o pensador é o pensamento. Não são entidades separadas. Se compreendemos isto, então não há qualquer necessidade de controlar. Se não há controlador porque o controlador é o controlado, então o que acontece? Quando há uma divisão entre o controlador e o controlado, há conflito, há um desperdício da energia.

Mas quando vemos que o controlador é o controlado não há dissipação de energia. Há então a acumulação de toda essa energia que é dissipada na repressão, na resistência produzida pela divisão em controlador e controlado. Quando não há divisão, tem-se toda a energia necessária para ultrapassar aquilo que se pensava que precisava de ser controlado.

É preciso compreender claramente que na meditação não há que controlar nem disciplinar o pensamento, porque aquele que disciplina, que controla o pensamento é um fragmento do próprio pensamento. Se vemos a verdade disso, então temos toda a energia que é dissipada através da comparação, do controle, da repressão, (imaginemos, somos capazes?, então a energia ao nosso dispor, para viagens não só interplanetárias como intergaláticas, para curas, para… com o fim de todas as comparações, controles, e repressões, não só das psicológicas!), para podermos ultrapassar a agitação causada pelo pensamento. (Que absurdo, não é, o desperdício de carradas e carradas, infinitas carradas de tanto pensamento e de tanta acção !! E, uma ignorância do tamanho do mundo! –: “Aquietemo-nos, sosseguemos, e, saibamos que Deus é Deus”!!!)

Assim, perguntamos se a mente pode estar em completa quietude, porque aquilo que está sereno tem grande energia, uma energia imensa.

Poderá a mente – que está sempre a tagarelar interiormente, sempre em movimento (e a fugir da verdadeira inteligência!); com o pensamento sempre a olhar para o que já passou, sempre a lembrar e a acumular conhecimentos, em constante alteração – ficar completamente serena (inteligente)? Já teremos tentado alguma vez descobrir se o pensamento pode ficar quieto? Como é que vamos descobrir como dar origem a esta quietação (infinitamente poderosa) do pensamento? Porque pensamento é tempo (e espaço) e tempo (e espaço) é (são) movimento, é (são) medida, o que significa compararar.

… Podemos deixar completamente de comparar… na vida diária (a cada momento)?... Quando essa comparação cessa, como é preciso que cesse, seremos então capazes de manternos inteiramente sós, sem sermos influenciados, e termos completa lucidez? É isso o que acontece quando não nos comparamos com outros – o que não significa que fiquemos a «vegetar»… Portanto, seremos nós capazes, no dia-a-dia, (momento a momento, segundo a segundo…) de viver sem nos COMPARARMOS com alguém (ninguém)? Façamos isso uma (duas, três, quatro…) vezes e descobriremos o que isso traz consigo: libertamo-nos então de um fardo tremendo; e quando nos libertamos de um fardo (completamente) desnecessário, temos uma (incrível) ENERGIA!!!!

In: Pág. 20 a 22 de: “MEDITAÇÃO a luz dento de nós”, de J. Krishnamurti, da Dinalivro, Lisboa - 2004


   MEDITAÇÃO é atenção total  “Já alguma vez tereis dado a alguma coisa uma atenção total? Estareis a dar atenção ao que este orador/escritor está a dizer? Ou estareis a ouvir com uma mente comparativa que já adquiriu certos conhecimentos e está a comparar o que está a ser dito com o que já conheceis?... Nesta atenção não há fronteiras e, portanto, não existe direção alguma. Só há atenção e, quando essa atenção existe não há eu e tu, não existe dualidade, não há separação entre observador e observado.… Somos/fomos educados e condicionados para… irmos em direcção a determinados objectivos.

Temos uma ideia, … uma crença de que há uma realidade, uma bem-aventurança, algo para além do PENSAMENTO, e fixamos isso como um ideal, uma meta a atingir, e caminhamos nessa direção.. Quando estamos concentrados e caminhamos  ou pensamos numa determinada direção, não temos espaço na mente. E não temos espaço quando a nossa mente está cheia de coisas a que estamos apegados, de medos, de busca de prazeres, de desejo de posição e poder. A mente está então completamente cheia, não tem espaço. Mas ele é necessário, e onde há atenção não há direção, mas sim espaço.Ora, a meditação implica uma total ausência de movimento, de agitação da mente, o que significa que ela está em completa quietude, não se está a mover em direcção alguma.

Não há movimento… do pensamento. Se percebemos profundamente a verdade disto – não (só) a descrição verbal, mas a verdade (que é muitíssimo mais do que o descrito), então existe realmente essa mente tranquila, silenciosa. E é preciso ter uma mente tranquila – mas não com o objetivo de dormir mais tempo, de fazer melhor o trabalho ou de conseguir ganhar mais dinheiro (embora isso possa acontecer).As vidas da maior parte das pessoas são vazias, interiormente pobres. Embora grande parte delas possa ter acumulado muitos conhecimentos, as suas vidas são sem profundidade, contraditórias, incompletas, infelizes. Tudo isso é pobreza, e muitos gastam as suas vidas a tentarem esforçar-se por adquirir qualidades, cultivando várias formas de de virtude – mas a virtude não se cultiva… O que não quer dizer que a virtude não seja necessária. Virtude é ordem, e a ordem só pode ser compreendida quando se observa a desordem em nós mesmos. Na realidade levamos vidas desordenadas.

 Essa desordem é a confusão e a falta de lucidez, a pressão dos vários desejos, a contradição – dizendo uma coisa e fazendo outra – o fato de termos ideais, que criam conflito, divisão, entre o que realmente somos e esses ideais. Tudo isso é desordem. Mas quando tomamos consciência dela e lhe damos toda a nossa atenção nasce a ordem, que é integridade, virtude – uma coisa viva e não algo artificial, praticado deliberadamente e que por isso perde toda a sua beleza.A meditação na vida diária é a transformação da mente, uma revolução psicológica que nos leva a viver uma vida – não em teoria, não como um ideal, mas plenamente – com amor por todos os seres, e uma energia que transcende toda a mesquinhez, estreiteza e superficialidade.

Quando a mente está em silêncio – verdadeiramente tranquila, não obrigada a aquietar-se pela vontade – há nela um movimento, uma atividade totalmente diferente, que não é do tempo.Abordar esse assunto seria absurdo. Seria uma descrição verbal e, portanto, não seria real. O que é importante é a arte da meditação. Um dos sentidos da palavra arte é o de pôr tudo no seu lugar certo, na nossa vida diária, de tal modo que não há confusão mas lucidez. E quando no dia a dia há ordem, uma conduta reta e uma mente completamente serena, então esta descobre, por si mesma que o Imensurável existe. Até descobrirmos isto, que é a mais alta forma do sagrado, a vida é monótona, rotineira, sem sentido. É por isso que a meditação correta é absolutamente necessária para que a mente seja jovem, fresca, inocente. Inocente no sentido de não ser capaz de ferir ou de sentir-se ferida. (Efetivamente, não basta não ferirmos: também temos de cessar de nos sentir feridos; senão,  o sofrimento nunca termina, não é?).

Tudo isto está implicado na meditação, que não está divorciada do nosso viver quotidiano (momento a momento), e é indispensável para a compreensão desse viver. Dar completa atenção ao que estamos a fazer – ao modo como falamos (olhamos, lidamos)com alguém, ao modo como andamos, como pensamos, (como desejamos)…dar atenção a tudo isso, faz parte da meditação.A meditação não é uma fuga à realidade. Não é uma coisa misteriosa. Da meditação nasce uma vida que é sagrada. E que leva portanto a tratar todos os seres como sendo sagrados.” In: Pág. 22 a 24 de: “MEDITAÇÃO a luz dento de nós”, de J. Krishnamurti, da Dinalivro, Lisboa - 2004  

BONDADE “…O que é que impede os seres humanos de serem realmente bons? Qual é a barreira? Qual é o obstáculo? Por que é que nós, seres humanos, não somos verdadeiramente, lucidamente bons? Aquele que é capaz de observar compreende o que o mundo é, e que ele é o mundo, que o mundo não é diferente dele: é ele que (como ser humano) tem criado esta sociedade, que tem criado as religiões com os seus inumeráveis dogmas, crenças e rituais, com as suas separações, com as suas fações. Os seres humanos têm criado tudo isto.Será tudo isto que nos impede de sermos verdadeiramente bons?

Será porque temos crenças, ou porque somos tão egocêntricos, tão preocupados com os nossos problemas de sexo, medo, ansiedade, isolamento, sempre a querermos obter sucesso pessoal, a querermos identificar-nos com isto ou com aquilo? Se são estas coisas que de facto impedem um ser humano de ser realmente bom, então não as podemos deixar ter qualquer influência na nossa vida. Se percebemos que, para fazer nascer a bondade, todas as pressões, vindas de qualquer direção – incluindo as nossas próprias crenças, os nossos princípios, os nossos ideais – impedem totalmente que essa bondade exista em nós, então naturalmente pomos de lado todas essas pressões, sem qualquer hesitação ou conflito, porque não têm sentido.O enorme caos e a grande desordem existentes em todo o mundo são um perigo para a vida. Estão a espalhar-se por todo o lado.

 Assim, todo o sério observador de si mesmo e do mundo precisa de pôr estas questões.Os políticos, os cientistas, os filósofos, os psicanalistas, os gurus (quer venham da Índia, do Tibete ou de outro país qualquer) não têm resolvido os nossos problemas humanos; têm oferecido todas as espécies de teorias, mas não têm realmente resolvido os problemas que temos. E ninguém a não sermos nós os resolverá. Temos de ser nós mesmos a resolvê-los, porque quem tem criado esses problemas somos nós. Infelizmente, porém, não nos dispomos a olhar para os nossos próprios problemas e a examina-los profundamente, para investigarmos por que é que vivemos as nossas vidas egoisticamente, totalmente centrados em nós próprios.Perguntamos então se cada um de nós será capaz de viver uma vida de bondade, com a sua beleza e o seu carácter sagrado. Se não formos capazes, então aceitaremos o crescente perigo de caos nas nossas próprias vidas, nas vidas dos nossos filhos, e tudo o mais de degradará.Estaremos dispostos a investigar a questão do autoconhecimento? Porque cada um de nós é o mundo.

Os seres humanos por todo o lado – qualquer que seja a sua cor, a sua religião, as suas crenças, a sua nacionalidade – sofrem psicologicamente, interiormente. Passam por grandes ansiedades e grande isolamento, têm um desespero e uma depressão intensos e um sentimento da ausência de sentido da vida, tal como a vivemos.Em todo o mundo as pessoas são psicologicamente semelhantes. É uma realidade, é um fato.

Assim, psicologicamente somos o mundo e o mundo é nós. E quando nos compreendemos a nós mesmos, estamos a compreender toda a estrutura e toda a natureza humanas. Não se trata de uma mera investigação egoísta, porque quando nos compreendemos a nós mesmos passamos para além de nós, e surge uma dimensão diferente.O que é que nos fará mudar? Mais choques? Mais catástrofes?

 Outras formas de governo? Ideias diferentes? Temos tido uma grande variedade de tudo isso e no entanto não temos mudado. Quanto mais sofisticada é a nossa civilização, quanto mais civilizados nos tornamos – civilizados no sentido de mais afastados da natureza – mais desumanizados vamos ficando. Págs. 28 e 29 de: “MEDITAÇÃO a luz dento de nós”, de J. Krishnamurti, da Dinalivro, Lisboa - 2004  " PARA UMA SOCIEDADE DIFERENTE (melhor)

Por que é que o ser humano não tem sido capaz de mudar (ser bom)? Só muda (melhora) um pouco num ou noutro aspecto, e no entanto deseja que haja uma sociedade boa. Deseja ordem, não apenas em si mesmo, nas suas relações, íntimas ou outras, mas deseja também paz no mundo; deseja que o deixem viver em plenitude, ter alguma espécie de felicidade.

Ao longo da história, se repararmos, tem sido isso o que a humanidade tem procurado, desde os tempos antigos. E, contudo, quanto mais o homem se torna civilizado, mais cria desordem, mais guerras existem. Não tem havido na terra nenhum período em que não tenha havido guerras – os homens matando-se uns aos outros, uma religião (ou pessoa) reprimindo (ou pressionando) outra, instituições e organizações dominando e destruindo outras.

Conscientes desta luta constante, será que não perguntamos se é possível neste mundo, sem fugirmos dele, sem nos refugiarmos numa comunidade ou nos tornarmos eremitas ou monges, mas viver neste mundo de modo equilibrado, feliz, inteligente, sem toda esta batalha dentro e fora de nós? Se fazemos esta pergunta – e espero que a estejamos a fazer agora, porque estamos a refletir juntos – então temos de fazer o possível para que haja uma sociedade boa.

Criar uma sociedade boa foi o sonho dos antigos hindus, dos antigos gregos e epípcios. E uma sociedade boa só pode existir quando os seres humanos forem bondosos, porque sendo bondosos criam bondade nas suas relações, nas suas actividades, na sua maneira de viver.

O bem também significa beleza, também significa o que é sagrado (imensurável, inominável, verdadeiro, autêntico, sem contradição alguma, vivo…); está relacionado com Deus, com os mais elevados princípios. Esta palavra bem precisa de ser claramente compreendida. Quando há bondade em nós, então o que quer que façamos será bom, o nosso relacionamento, as nossas ações, a nossa maneira de pensar. Pode-se captar instantaneamente todo o significado dessa palavra, a sua extraordinária qualidade. Vamos refletir junto sobre tudo isto muito atentamente, porque se o examinarmos com muita profundidade, isso afeta a nossa consciência, afectará a nossa maneira de pensar, a nossa maneira de viver. Assim, demos atenção à compreensão desta palavra.

A palavra não é a realidade: posso descrever uma montanha de modo muito belo, ou escrever um poema sobre ela, mas a palavra, a descrição, o poema não é o real. Geralmente, porém, somos afastados emocionalmente e emocionalmente, da realidade, pela descrição, pela palavra.
A bondade não é o oposto do mal, porque não tem nenhuma relação com ele, tal como não tem com o que é feio, com o que não é belo. A bondade existe por si mesma. Se dissermos que o bem pode vir do mal, do feio, então o bem teria em si o mau, o feio, o brutal; portanto, o bem tem de estar, e está, totalmente separado daquilo que não é bem. ( Por vezes gostava muito de poder dialogar com Krish, mas, se calhar dialogo. Grande amigo: mas, no caso das fezes, não só fisiológicas, como psicológicas, mentais, sociológicas, espirituais e tecnológicas..., algo que em dado momento não é bom e cheira mal e está separado do bem – benditos separadores e também os misturadores! - depois de tratadas naturalmente ou pelo homem, passam a sê-lo…)

O bem não pode existir quando há a aceitação de qualquer autoridade psicológica. A autoridade é algo muito complexo. Há a autoridade da lei que o homem tem criado através dos séculos. Há a lei da natureza. Há a lei da nossa experiência a que obedecemos, a lei das nossas próprias reações mesquinhas que dominam as nossas vidas. Há ainda a lei das instituições, a lei das crenças organizadas chamadas religiões, a lei dos dogmas. Estamos a dizer que a bondade não tem relação alguma com qualquer forma de autoridade. Examinemos isto, observemo-lo.

A bondade nada tem a ver com conformismo. Se a pessoa se ajusta a uma crença, a um conceito, a uma ideia, isso não é bom, porque cria conflito. A bondade não pode desabrochar por intermédio de outra pessoa, de uma figura religiosa, de um dogma, de uma crença; só pode florescer no solo de uma atenção total, e nesta atenção não existe autoridade alguma. A essência da bondade reside na mente que não está em conflito. E a bondade traz consigo uma grande responsabilidade. Não se pode ser bom e aceitar a guerra. Assim, uma pessoa verdadeiramente boa é totalmente responsável por todos os aspectos da sua vida.

Perguntaremos se uma pessoa que vive numa sociedade, com a pressão das instituições, das crenças, do autoritarismo das pessoas «religiosas», pode ser boa, porque só quando, como seres humanos formos bons, inteiramente bons – inteiramente e não parcialmente – criaremos uma sociedade diferente. Será possível, vivendo neste mundo, sendo casados e com filhos, trabalhando num emprego, sermos verdadeiramente bons? Estamos a usar a palavra bons no sentido de ter grande sentido de responsabilidade, interesse  afetuoso, atenção, empenhamento, amor. A palavra bondade contém tudo isso. E será isso possível para vós, que estais interessados em escutar?

 Se não for possível, então aceitareis a sociedade como ela está. Criar uma sociedade diferente, uma sociedade essencialmente boa, no contexto em que estamos a usar esta palavra, exige grande energia. Tudo isto precisa da nossa atenção, ou seja da nossa energia. Os seres humanos têm enorme energia – quando querem fazer uma coisa, conseguem de fato fazê-la."

In: Pág. 25 a 27 de: “MEDITAÇÃO a luz dento de nós”, de J. Krishnamurti, da Dinalivro, Lisboa - 2004     

A Meditação é o desabrochar do entendimento.

25 de setembro A MEDITAÇÃO É O DESABROCHAR DO ENTENDIMENTO.

Ela atua prontamente e nega o lento e gradual processo de acumulação. Sempre inadiável, a compreensão só existe no presente e sua fulminante e avassaladora ação é motivo de temor consciente ou inconsciente. A compreensão pode alterar o curso de nossa vida, nossa maneira de pensar e agir. Agradável ou não, ela põe em risco todas as nossas relações, mas, em sua falta, persiste o sofrimento. Este só pode cessar através do autoconhecimento, da clara percepção de todo pensamento e sentimento, de cada manifestação do consciente e do inconsciente.

A meditação está na revelação da consciência e daquele movimento inexprimível que transcende o pensamento e o sentimento.

O especialista é incapaz de conceber o todo; vive para a sua especialidade, ocupação mesquinha do cérebro condicionado para ser religioso ou técnico. O talento e a aptidão do homem tendem a fortalecer o egocentrismo e sua ação é sempre fragmentada e conflitante. A capacidade humana só tem significado quando a mente atinge a compreensão global da vida. Caso contrário, a eficiência, um dos subprodutos da aptidão individual, torna seu portador implacável e indiferente à totalidade da vida.

O orgulho, a arrogância, e a inveja, decorrentes da eficiência em determinada função, nos levam à competição, à desordem, à discórdia e à infelicidade. A plena compreensão da vida traz um novo significado à atividade humana. Reduzir a vida ao nível estreito e fragmentado da luta pelo pão, pelos prazeres do sexo, da riqueza, da ambição, é fomentar o desespero e o interminável sofrimento.

O cérebro opera na área especializada do fragmento, nas atividades egocêntricas, dentro do estreito limite do tempo. Por ser um fragmento e incapaz de ver o todo da vida, por hábil e refinado que seja, o cérebro desenvolve uma ação limitada, parcial.

É a mente que contém o cérebro e não ao contrário, e só ela poderá compreender o todo. A capacidade de ver o todo deriva do ato de negar.

Este não é o oposto do pensar positivo visto que todo oposto contém o seu contrário. Portanto, o ato de negar não admite oposto. Ao negar, o cérebro torna-se apto a perceber o todo e cessa de interferir, com suas condenações e resistências no curso da vida. Deve ser espontânea a imobilidade do cérebro, pois qualquer espécie de esforço concorre para destruí-lo através da imitação e do conformismo.

Do estado de negação surge a passiva imobilidade do cérebro, capaz de perceber o todo; nesse estado, de pura percepção, não existe o observador ou aquele que experimenta; só existe o ver. Então, a mente está desperta, livre da contradição e do conflito, gerados pela divisão entre o pensador e o pensamento. Existe apenas luz e claridade. Livro: Diário de Krishnamurti (páginas 102, 103 Tradução de Alexandre Trifler Editora Cultrix

Vacuidade.

 
 
Caso façamos o mesmo, teremos sempre o mesmo resultado. Mudando alguma coisa, também mudaremos o resultado. Vivendo no paradígma existencial espaço/tempo, estaremos dando continuidade ao nascimento e morte das formas (quantidade). A Mente estará sempre ocupada pelo conteudo conhecido.

Se acrescentarmos a vacuidade que é ao mesmo tempo silencio cerebral e esvaziamento mental, somos invadidos pela Plenitude que na realidade é a Mente sem conteúdo, ou melhor: pura Consciência/Inteligência/Criatividade/Mental (qualidade).

A coisa é muito simples; não há complexidade. Nós sim, complicamos procurando explicações através do ego. Enquanto existimos estaremos curtindo a serenidade, sanidade, sabedoria, compaixão e contentamento na harmonia e equilíbrio do universo. Assim é o eterno/infinito. O resto é blá, blá, blá.



 Li-Sol-30
 http://www.krishnamurti.org.br/?q=node/718
 
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.
 

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