Conclusão
As obras de Cioran não são, definitivamente, um apanhado de sistemas, não fazem uma investigação científica da realidade. Isto se dá pelo fato de que, acima de tudo, a subjetividade é preservada pelo autor. O mundo exterior, habitat das utopias, é falso, segundo o seu parecer. Não se pode, portanto, ver o pensamento cioraniano como linear, “coerente”. Ao contrário, suas idéias são fragmentadas, seu estilo, paradoxal.
A crítica que Cioran faz a toda forma de utopia, tudo o que for constituído de método, tem as suas raízes na experiência interior. Quem possui tal experiência, não a reconhece como “conhecimento”, pois isto seria afirmar que existe um sujeito que conhece e um objeto a ser conhecido. O filósofo franco-romeno chama de lucidez é o “sentir” a realidade crivada em um tempo que não passa e sob um céu eternamente cinza.
A fisiologia e a meteorologia são elementos constitutivos das ações humanas. Para Cioran, este conceito não advém de uma empiria, porém, sobretudo, da negação. Negar, no entanto, é abstinência e, como tal, não requer ação. Pode-se, portanto, se escolher a negação? A reposta é não! Lendo-se com atenção as obras do autor franco-romeno, se verá que o “ato” de negar é justamente “desaparecer” por causa dos órgãos que regem o corpo e natureza. São eles que, na verdade, que impedem que o homem aja, para darem-lhe a lucidez. Desse modo, negar não é “agir”, senão ser envolvido por esta força maior e anônima que escolhe uns lúcidos, para verem a real perdição do mundo caído, e outros, utópicos, iludidos, para pensarem chegar ao paraíso.
O mundo é, portanto, no entender de Cioran,
um lugar onde se busca a fuga do trágico destino
em que todos estão destinados.
Todas as formas institucionalizadas de pensamento (Filosofia, Sociologia, Psicologia etc.) são medidas utópicas tomadas pelo ente em busca de sair do tormento que está ao seu redor. Não se pode, no entanto, fugir da natureza caída do homem, não há fuga para isso. Nenhum mecanismo, nenhum sistema, livra o gênero humano de tamanha tragédia.
Desta forma, se conclui que a relevância de Cioran para a Filosofia e o modo de pensar que se desencadeia na atualidade é o fato de as suas obras exprimirem como o modo de pensar progressista, utópico, possui um fim falho. Com esta revelação, os já lúcidos e os que tendem ao subjetivismo são convocados a deixarem que o Nada, que já de antemão começava a se lhes apresentar, os domine por completo!
Fontes:
Vídeo: ATEUS.NET
Texto: CONSCIÊNCIA:.ORG
http://ateus.net/artigos/filosofia/o-mito-de-sisifo-ensaio-sobre-o-absurdo/
Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
ABENÇOANDO SOMOS ABENÇOADOS
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