quarta-feira, 15 de junho de 2011

PAUL RICOEUR


Paul Ricœur

Paul Ricoeur
Paul Ricoeur
 Paul Ricoeur
 
Nascimento 27 de Fevereiro de 1913
Valença  França
Morte 20 de Maio de 2005 (92 anos)
Châtenay-Malabry  França
Campo(s) Filosofia
Prêmio(s) Prêmio Kyoto (2000)
Paul Ricoeur (Valença, 27 de Fevereiro de 1913 - Châtenay-Malabry, perto de Paris, 20 de Maio de 2005) foi um dos grandes filósofos e pensadores franceses do período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial.
  • "Nós somos hoje responsáveis 
  • pelo futuro mais longínquo da humanidade."
- nous sommes aujourd'hui responsables 
du futur le plus lointain de l'humanité 
- Lectures‎ - vol. 1, Página 282, de Paul Ricœur - Seuil, 1991

No pós-guerra foi acadêmico na Universidade da Sorbonne. Passou também pelas universidades de Louvaina (Bélgica) e Yale (EUA), onde fez uma importante obra de filosofia política. Ricoeur participou em debates sobre a lingüística, a psicanálise, o estruturalismo e a hermenêutica, com um interesse particular pelos textos sagrados do cristianismo.

Paul Ricoeur - entre os mais conhecidos filósofos franceses descreve assim (em 1991) suas raízes filosóficas: "Se reflito, dando um passo para trás de meio século [...], sobre as influências que reconheço ter sofrido, sou grato por ter sido desde o início solicitado por forças contrárias e fidelidades opostas: de uma parte Gabriel MarceI, ao qual acrescento Emmanuel Mounier; de outra, Edmund Husserl". 

Portanto:
Ricoeur forma-se 
em contato com as idéias do existencialismo,
do personalismo e da fenomenologia

Suas obras importantes são: A filosofia da vontade (primeira parte: O voluntário e o involuntário, 1950; segunda parte: Finitude e culpa, 1960, em dois volumes: O homem falível e A simbólica do mal). De 1969 é O conflito das interpretações. Em 1975 apareceu A metáfora viva.

Em "O voluntário e o involuntário" 
Ricoeur dirige a atenção sobre a relação recíproca 
entre voluntário e involuntário, assim como 
esta relação se configura na tríplice dimensão 
do decidir, do agir e do consentir.

Em poucas palavras: necessidades, emoções, hábitos premem sobre o querer que replica a eles por meio da escolha, do esforço e do consentimento. Escreve Ricoeur: "Eu suporto este corpo que governo". Descendo ainda mais em profundidade no interior da existência humana, Ricoeur vê que o homem concreto é vontade falível e, portanto, capaz de mal. 

A antropoloqia de Ricoeur delineia um homem frágil, "desproporcionado", sempre sobre o abismo entre o bem e o mal.

A fim de entender o mal e a culpa, o filósofo deve ouvir e interpretar os símbolos que representam a confissão que a humanidade fez de suas culpas; ou seja, deve compreender os mitos que veiculam símbolos como a mancha, o pecado, a culpabilidade etc. 

E, entre esses mitos, central,
no pensamento de Ricoeur, é o mito de Adão: 
a figura de Adão mostra a universalidade do mal 
enquanto Adão representa toda a humanidade.

Eis, a propósito, um pensamento do próprio Ricoeur (1983):

"Se a pessoa voltar,
isso se dará porque ela continua o melhor candidato 
para sustentar as batalhas jurídicas, 
políticas, econômicas e sociais". 

A problemática da simbólica do mal leva Ricoeur ao tema da linguagem, ou melhor, ao projeto da construção de uma grande filosofia da linguagem. Projeto que encontra seus inícios com um escrito sobre Freud: Da interpretação. Ensaio sobre Freud (1965).

A psicanálise interpreta a cultura e simultaneamente a modifica; assim como marca duravelmente a própria idéia de consciência. A realidade é que Freud, junto com Marx e Nietzsche, é um dos três mestres da suspeita, que levaram a dúvida para dentro da fortaleza cartesiana da consciência:

• para Marx 
não é a consciência que determina o ser, 
mas é o ser social que determina a consciência; 

• para Nietzsche 
a consciência é a máscara da vontade de poder;

• para Freud, 
finalmente, o Eu é um infeliz submisso 
aos três patrões que são o "Isso", o "Supereu" 
e a "Realidade" ou "Necessidade".

A humanidade objetiva nos símbolos, nas diversas formas simbólicas, os significados e os momentos mais importantes da vida e de sua história. Daí, se quisermos compreender o homem, a necessidade da interpretação. 

E justamente a multiplicidade de modelos interpretativos em conflito torna urgente um escrupuloso trabalho que, enquanto de um lado bloqueia as pretensões totalizantes das interpretações particulares, de outro lado dá razão do efetivo, embora limitado, valor de tais interpretações particulares. Mais em particular será necessário pesquisar, nos símbolos, o vetor arqueológico e o teleológico, ou seja, as razões de suas raízes no passado e as motivações que os tornam úteis ou necessários para o futuro.

A reconquista da ideia de "pessoa"

O sentido do trabalho filosófico de Ricoeur deve ser visto em uma teoria da pessoa humana; conceito - o de pessoa - reconquistado no termo de longa peregrinação dentro das produções simbólicas do homem e depois das destruições provocadas pelos mestres da "escola da suspeita". Eis, a propósito, um pensamento do próprio Ricoeur (1983): "Se a pessoa voltar, isso se dará porque ela continua o melhor candidato para sustentar as batalhas jurídicas, políticas, econômicas e sociais".

Se a esta altura quiséssemos tentar captar o sentido de todo este trabalho hermenêutica de Ricoeur, poderíamos dizer que ele é "o longo caminho" da reconquista da pessoa humana por meio de uma peregri-nação fatigante na floresta das produções simbólicas do homem, e depois das devastações produzidas na idéia de consciência pelos mestres da "escola da suspeita".
Ricoeur disse em 1983: 

"Se a pessoa retoma, isto verifica-se porque ela continua sendo o melhor candidato para sustentar as batalhas jurídicas, políticas, econômicas e sociais". Com efeito, no confronto com a "consciência", com o "sujeito" ou o "eu", a pessoa é um conceito que sobreviveu e que hoje voltou a viver com força.

Ainda Ricoeur: 
"Consciência? 
Como se poderia ainda crer na ilusão de transparência associada a este termo, depois de Freud e da psicanálise? 

Sujeito?  
Como se poderia alimentar ainda a ilusão de uma fundação última em algum sujeito transcendental, depois da crítica das ideologias efetuadas pela Escola de Frankfurt? 

O eu? 
Mas quem não sente com força a impotência do pensamento para sair do solipsismo teórico [ ... ]? Eis a razão - conclui Ricoeur - pela qual prefiro dizer pessoa em vez de consciência, sujeito, eu". 

E a pessoa é atenazada na dialética entre liberdade e culpa, e se sente só diante de Deus, como o cavaleiro da fé de que fala Kierkegaard, cavaleiro que, diante de Deus, "não dispõe em todo caso a não ser de si próprio, em um isolamento infnito.

 Ligações externas




Fonte:
 Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Ric%C5%93ur
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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