Pachelbel Canon in D Major Perfect Version - 6min
Filho,
Sei que é difícil de acreditar mas quando você tinha 10 anos,exatamente na terça-feira de carnaval de 1981 eu,euzinha,sua mãe,fui passar o carnaval na Missão Ramacrisna ,não me lembro se vocês também tinham ido comigo,só sei que fui à Missão para fugir da barulheira da cidade e principalmente para cuidar dos meninos.
Lembro-me que no primeiro dia,sábado,passou um filme sobre um gatinho que caiu de uma nave espacial e ele trazia numa coleira, no pescoço, nada mais que o seu planeta inteirinho dentro de uma gota de cristal.
O filme começou alegre e muito interessante e já no meio dele,alguns cientistas malvados começaram uma caça ao gatinho que trazia o tesouro de outra civilização.....e por causa das maldades repetitivas,comuns nesse tipo de mentalidade perversa,preferi voltar para o quarto e dormir mais cedo,pois eu pretendia acordar bem cedinho,pra ir pra cozinha fazer o café das crianças
Chegando ao quarto , retirei da casa da minha blusa um raminho de hortênsia murcho que eu peguei de um grande vaso de barro que estava no templo durante a reunião que assisti antes de ir ver o filme do Gatinho - Não me lembro o nome do filme se você esta lá comigo,talvez se lembre.
Pois é, automaticamente,sem pensar, enchi um copo com água e ali coloquei meu prisma e o galhinho cinzento,em cima de um móvel grande e distante uns três metros da minha cama. Apaguei a luz e pensei dormir rápido como sempre me acontece. Engraçado é que pelejando pra dormir fiquei até lá pelas duas da manhã e já sentia dor no pescoço de tanto esticá-lo para olhar o galhinho cinzento de tão murcho. Foi quando tive a brilhante idéia de colocá-lo perto de mim , no tamborete junto a cama.
Aí, notei algo extraordinário: o raminho murcho se transformara num galhinho todo florido,com flores azuis, novinhas como se tivesse sido colhido naquela hora.Como eu tinha levado um caderno para anotações, emocionada escrevi um versinho registrando minha alegria por aquela transformação . Escrevi, dei um beijinho nela e neste momento vi a florzinha envolta numa massa redonda de luz e dentro da luz um enorme sorriso , telepaticamente dizendo: - Obrigada !
Senti um baque e me virando para a parede eu disse depressa:
E foi com a cara pra parede que senti uma batidinha no meu ombro direito.
Automaticamente me virei ,quando o galhinho de hortência azul bem forte e firme falou::
Mas foi você quem me botou na água .!..
Automaticamente me virei ,quando o galhinho de hortência azul bem forte e firme falou::
Mas foi você quem me botou na água .!..
Aí mesmo foi que vi que não dormiria mais.
Este foi o primeiro dia de mais três - -
Resumindo, foram 04 noites e dias sem dormir .
Nunca em toda minha vida eu perdera uma só noite de sono,ao contrário,apago antes de um minuto,penso que durmo mais do que a maioria.
Quando amanheceu e consegui exausta sair da cama,ao passar perto do latão de lixo,vi ali amontoadas todas as outras hortênsias que enfeitavam o templo. Confesso que tive um certo medo de cada galho se escancarar pra mim e falar coisas.... Sai depressa pra não correr o risco de me envolver em outra historinha fantástica .
E tentando dormir passei todo o carnaval, envergonhada por não trabalhar conforme planejara e foi neste clima que na terça-feira, com o rabo entre as pernas fui me desculpar com o Sr.Arlindo.(o dono do orfanato onde desenvolvia ali o culto de Ramacrisna) e ele disse poucas coisas, mas afirmou bem devagarinho:ela ainda está dormindo..........Com as palavras dele na cabeça,desci as escadas e lentamente me encaminhei para o antigo pomar, cheio de tocos das árvores frutíferas que ele mandara cortar, porque as crianças viviam fugindo pra roubar as frutas....
Deitei numa grama rala e ali fiquei longo tempo olhando pro Sol do fim da tarde e me perguntando: por que?...por quê?.. (por que não cumprira meu desejo de cuidar das crianças,conforme planejei?)
Este foi o primeiro dia de mais três - -
Resumindo, foram 04 noites e dias sem dormir .
Nunca em toda minha vida eu perdera uma só noite de sono,ao contrário,apago antes de um minuto,penso que durmo mais do que a maioria.
Quando amanheceu e consegui exausta sair da cama,ao passar perto do latão de lixo,vi ali amontoadas todas as outras hortênsias que enfeitavam o templo. Confesso que tive um certo medo de cada galho se escancarar pra mim e falar coisas.... Sai depressa pra não correr o risco de me envolver em outra historinha fantástica .
E tentando dormir passei todo o carnaval, envergonhada por não trabalhar conforme planejara e foi neste clima que na terça-feira, com o rabo entre as pernas fui me desculpar com o Sr.Arlindo.(o dono do orfanato onde desenvolvia ali o culto de Ramacrisna) e ele disse poucas coisas, mas afirmou bem devagarinho:ela ainda está dormindo..........Com as palavras dele na cabeça,desci as escadas e lentamente me encaminhei para o antigo pomar, cheio de tocos das árvores frutíferas que ele mandara cortar, porque as crianças viviam fugindo pra roubar as frutas....
Deitei numa grama rala e ali fiquei longo tempo olhando pro Sol do fim da tarde e me perguntando: por que?...por quê?.. (por que não cumprira meu desejo de cuidar das crianças,conforme planejei?)
.E foi aí que algo maravilhoso aconteceu:
De olhos fixos no Sol vi brotar do seu centro algo leitoso um foco a encorpar-se,crescer movente e se desenrolando em espiral em minha direção até mergulhar dentro dos meus olhos que viam e analisavam a beleza da composição da espiral ,toda ela formada de filetes do tamanho de um dedo indicador e os filetes eram compostos de mini quadradinhos ( ou pares de triângulos) semelhantes a cristal... e os filetes transparentes eram também mini espirais.......Maravilhoso !!!
A IMENSA ESPIRAL (em diagonal,apontada para mim) ERA COMPOSTA DE MILHARES DE ESPIRAlZINHAS verticalizadas.
O mais fantástico desta história ainda estava por acontecer:
Á medida que a grande espiral que brotara do Sol se aproximava ,toda a paisagem se comprimia como que revelando ser a Terra inteira uma única célula - eu ia diminuindo,diminuindo até que chegou o instante que de tão pequena eu já nem mais me via, só sabia que existia porque sentia aquela incrível felicidade .
Não sentia mais este corpo pesado cheio de órgãos , células, moléculas..e concomitantemente na mesma proporção, minha tristeza e dúvida ia se transformando numa felicidade como eu nunca pensara que pudesse existir.
Nesta hora eu não estava feliz, EU ERA A PRÓPRIA FELICIDADE..Eu me via uma ENZIMA,que navegava, deslizava plena, incrivelmente integrada numa corrente coesa com outras enzimas plenas, extremamente eficiente em penetrar,deslizando ao ritmo da harmonia nos labirintos....de uma MITOCÔNDRIA.
Eu era naquela hora uma ENZIMA,COMPLETA,EFICIENTE ou mesmo um fragmento de enzima a deslizar feliz, absurdamente feliz !!!
Esta historinha não imaginei e pelo que há de mais sagrado,sinto ter sido premiada - a PRESENÇA REAL DA ORIGEM DA VIDA (se é que a vida começa com uma enzima ja formada,pronta e atuante)
Mas há nesta experiência algo inacreditável a qualquer mente científica sensata e que eu me arrisco a dizer,pela nitidez e clareza como tudo se deu, arrisco a dizer, que os filetes transparentes como cristal em quadradinhos empilhados e do tamanho de um dedo indicador ,era nada mais nada menos que a imagem trilhões de trilhões de vezes ampliadas das super cordas, hoje objeto de estudo dos mais sérios e geniais cientistas............
Tenho outra história de 'ampliação de molécula(?) da cor, mas esta eu lhe conto outro dia e me aconteceu exatamente na noite de 01/09/1998
É também extraordinária,absurdamente Real.
Então..."nosso Compasso" quero fazê-lo reproduzindo as espiral que brotou do núcleo do Sol qual um presente,quem sabe para ser usado e revelado justamente no GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO ???!!!
O QUE VOCÊ JA SABE SOBRE AS SUPER CORDAS ? ?
FELICIDADE E SOFRIMENTO
FELICIDADE
O carnaval de 1981 resolvi passá-lo em um orfanato, na M.Ramacrisna , cuidando das crianças e meditando.No sábado,após a meditação no templo peguei um raminho murcho,cinzento, do grande vaso de hortênsias,coloquei na casa da minha blusa e desci para meu quarto,antes de todos, pois eu queria acordar bem cedinho pra fazer o café das crianças.
Instintivamente coloquei o raminho de hortênsia num copo d'água e fui dormir.Geralmente apago nos primeiros minutos e naquele dia toda hora eu me virava e olhava na direção do copo onde eu colocara o galhinho da flor.Já eram duas da madrugada e meu pescoço doía de tanto torcê-lo para olhar o galhinho sobre a cômoda a uns três metros da cama.
Decidida a dormir,levantei-me,peguei o copo com o galhinho para colocá-lo num tamborete junto a minha cama,quando me dei conta de que o galhinho de hortênsia estava naquela hora todo florido,como se tivesse acabado de ser colhido.Fiquei emocionada com aquilo,peguei meu caderno e escrevi um versinho,para segurar o encanto daquele momento.
Já ia virar-me pra parede quando quis dar a última olhada de boa noite e vi em toda a flor uma enorme sorriso iluminado e dentro do sorriso entendi algo como: "Obrigado"
E porque tudo que eu queria era dormir para levantar cedo, enquanto me virava de novo para a parede eu disse: Ah,agradece a água!
Instintivamente coloquei o raminho de hortênsia num copo d'água e fui dormir.Geralmente apago nos primeiros minutos e naquele dia toda hora eu me virava e olhava na direção do copo onde eu colocara o galhinho da flor.Já eram duas da madrugada e meu pescoço doía de tanto torcê-lo para olhar o galhinho sobre a cômoda a uns três metros da cama.
Decidida a dormir,levantei-me,peguei o copo com o galhinho para colocá-lo num tamborete junto a minha cama,quando me dei conta de que o galhinho de hortênsia estava naquela hora todo florido,como se tivesse acabado de ser colhido.Fiquei emocionada com aquilo,peguei meu caderno e escrevi um versinho,para segurar o encanto daquele momento.
Já ia virar-me pra parede quando quis dar a última olhada de boa noite e vi em toda a flor uma enorme sorriso iluminado e dentro do sorriso entendi algo como: "Obrigado"
E porque tudo que eu queria era dormir para levantar cedo, enquanto me virava de novo para a parede eu disse: Ah,agradece a água!
Falei depressa e cobri minha cabeça.Nisto,algo me bateu no ombro e de novo instintivamente me virei e juro, ela respondeu:
"mas foi você quem me colocou na água!"
Depois dessa,aí mesmo que não dormi mais e por mais incrível que pareça,passei todo o carnaval sem dormir, sem aguentar levantar e envergonhada ,pois eu não conseguia me arredar do quarto e ir cuidar das crianças.
Terminado o carnaval eu não tinha cara para olhar as pessoas, então fui para um antigo pomar,deitei-me na grama e só me perguntava,por quê,por quê não fui capaz de fazer o que planejara.
Era tardinha,depois das quatro e olhando para o sol eu repetia,por quê,por quê...
Depois dessa,aí mesmo que não dormi mais e por mais incrível que pareça,passei todo o carnaval sem dormir, sem aguentar levantar e envergonhada ,pois eu não conseguia me arredar do quarto e ir cuidar das crianças.
Terminado o carnaval eu não tinha cara para olhar as pessoas, então fui para um antigo pomar,deitei-me na grama e só me perguntava,por quê,por quê não fui capaz de fazer o que planejara.
Era tardinha,depois das quatro e olhando para o sol eu repetia,por quê,por quê...
E foi aí que aconteceu a coisa mais fantástica.
Fitando o Sol, eu vi uma imensa espiral de agulhas de luz ,vinda na minha direção e quanto mais se aproximava dos meus olhos menor eu me sentia e uma paz extraordinária foi se apoderando de mim e,ali no pomar onde eu estava deitada,tinha uma geografia interessante - um platô arredondado limitado na frente pela rodovia e lá em baixo à direita corria um riachinho.
A medida que a paz me dominava e eu diminuía, senti,magicamente vi que todo o planeta se aconchegava ali,e diminuía até se tornar uma única célula.
Eu,naquela hora já não via mais o meu corpo,eu só sabia que existia porque a paz se transformou num estado de felicidade e a felicidade me revelava ser uma enzima feliz,integrada,acorrentada a uma multidão de outras enzimas ativas, operantes,deslizando no labirinto de uma mitocôndria.
Eu,naquela hora já não via mais o meu corpo,eu só sabia que existia porque a paz se transformou num estado de felicidade e a felicidade me revelava ser uma enzima feliz,integrada,acorrentada a uma multidão de outras enzimas ativas, operantes,deslizando no labirinto de uma mitocôndria.
O Sol naquela hora era apenas o ponto de ligação da célula a outras células do Universo.
Nunca em toda a minha vida senti tanta felicidade como naquela hora.
SOFRIMENTO
Terminado o carnaval voltei pra cidade e aos meus afazeres normais.
Ao varrer a casa cheia de brinquedos espalhados,peguei uma bolinha de gude que estava debaixo da cama.Ainda ajoelhada,deixei a bolinha rolar na minha mão e de repente aproximei-a dos olhos e algo extraordinário aconteceu.
Ao mirar bem a bolinha de gude azul claro,observei dentro dela dezenas de pontinhos luminosos dispersos faiscando e a medida que eu encantada olhava, sentia que cada pontinho de luz dentro da bolinha era uma estrela que crescia e se tornava uma galáxia .
Quanto mais olhava a multidão de estrelas crescendo, mais eu crescia e mais triste eu ficava.
Ao mirar bem a bolinha de gude azul claro,observei dentro dela dezenas de pontinhos luminosos dispersos faiscando e a medida que eu encantada olhava, sentia que cada pontinho de luz dentro da bolinha era uma estrela que crescia e se tornava uma galáxia .
Quanto mais olhava a multidão de estrelas crescendo, mais eu crescia e mais triste eu ficava.
- O universo estava e rolava na minha mão.
Cresci tanto que me senti deus.Um deus terrivelmente infeliz.
Eu deus, não estava dentro do mundo!
O mundo rolava alheio a mim em minha mão.
E eu deus, que varria a casa ia jogar o universo numa caixa de brinquedos...
Se você puder encontrar algo nestas historinhas
,eu adoraria saber o que elas escondem.
Um grande abraço .Adeir
Terminado o carnaval (de 1981),volto para meu apto. e ali recomeço na lida.
Talvez porque ainda estava sob 'efeito' das quatro noites sem dormir, com a sensibilidade à flor da pele,diante da gritaria dos meus dois filhos,de 12 e 10 anos,fui para o Parque Municipal,próximo de onde morava,pra encontrar algum silêncio.
Sentei-me no chão,numa das quinas de um retângulo cimentado,onde antes havia um belo carro de boi, tendo em cada ângulo um pezinho de café.
Escolhi sentar-me entre o pezinho de café junto a um frondoso eucalipto.
Poucos minutos depois de banhar-me no silêncio,peguei na grama uma frutinha amarelada.
Rolei-a na mão e pensei: parece veludo.
Vi que ela estava picada de passarinho e ali na cicatriz,abri-a,quando outro pensamento me veio: parece uma flor.
Olhei a frutinha aberta como uma flor de quatro pétalas ,aproximei-a dos olhos e vi que ela estava cheiinha de sementinhas,e de novo outro pensamento chegou: parece figo.
De repente,pra minha surpresa ouvi: Eu não quero ser figo de passarinho,queria ser doce!
E porque sou determinada e estava ali no Parque para encontrar silêncio,atirei longe a frutinha que me fazia pensar,quando escutei um choro forte e nítido.Virei-me instintivamente para a esquerda onde eu quase roçava no pezinho de café, de menos de um metro de altura.
Engraçado é dentro do choro havia uma pergunta:
-"O que é melhor,frutificar muito no tempo certo,ou um só antes da hora?"
Eu olhava meio pasma para a árvorezinha e ela repetia a pergunta dentro do choro.
Enquanto ela repetia chorando,vi que se tratava de um fruto nela e eu olhava-a de cima em baixo,sem nada ver além de algumas folhas nas pontas das galhas faltando pedaços.Como se soubesse que eu notara suas folhas machucadas ela afirmou: São os homens,eles passam, arrancam pedaços,espremem e depois jogam no chão,mas já estou acostumada, quero é saber:
"O que é melhor,frutificar muito no tempo certo,ou um só antes da hora"!
"O que é melhor,frutificar muito no tempo certo,ou um só antes da hora"!
Aí então a coisa ficou brava naquele meu silêncio interrompido.
Primeiro pensei que era a minha imaginação me armando um desafio,depois ,se o choro vinha realmente da arvorezinha, era brincadeira,mas continuava olhando todos os galhinhos pra ver se encontrava algum grãozinho de café,que justificasse aquilo que mais parecia lorota - nenhum grãozinho se via na arvorezinha . E ela parecia que lia meu pensamento e insistente, ainda chorando dizia: " tem sim...tem sim..."
Longo tempo fiquei ali olhando,à procura de um grão, até que tive a ideia de olhar debaixo de unas folhas secas no seu tronquinho a uns 30 cm do chão.
Eureka! Encontrei um frutinho. Um frutinho vermelho,quase gritei de alegria e ela continuava a chorar.
Eureka! Encontrei um frutinho. Um frutinho vermelho,quase gritei de alegria e ela continuava a chorar.
Agora a coisa mudava de figura,não era imaginação minha,havia de fato um frutinho e era apenas um,único!
Olhei pra ela meio decepcionada por não compartilhar da minha alegria,e ela mais chorona ainda disse: "Olha aquela ali"
De novo ,instintivamente olhei na direção que apontava, na frente dela,exatamente nas minhas costas,na outra quina do retângulo,outro pé de café ,este robusto,cheio de galhas pesadas de frutos juntinhos,mas todos verdinhos.
Foi quando tomei um choque e por causa do choque, saí da dimensão da arvorezinha chorona,infeliz,porque queria saber e ser tão produtiva como a sua companheira de Parque.
Depois dessa,muitas e muitas vezes fui visitá-la.
Puxava conversa com ela e nada.
Engraçado que por uns sete anos matutava,pensava e não encontrava uma resposta que fosse coerente,satisfatória para mim e também para ela.
Aí,vendo-me incapaz de respondê-la,deu na telha escrever um livrinho infanto-juvenil contando minhas historias maluquinhas e nele eu ia deixar esta questão para os leitores me ajudarem encontrar a melhor resposta.
Aí,vendo-me incapaz de respondê-la,deu na telha escrever um livrinho infanto-juvenil contando minhas historias maluquinhas e nele eu ia deixar esta questão para os leitores me ajudarem encontrar a melhor resposta.
Por coincidência,num dia que fui de novo buscar silêncio,ela já estava crescidinha e naquela hora cheia de frutinhas vermelhas.Peguei algumas, chupei-as,porque adoro café,e sem pensar joguei as sementinhas num vaso com terra, que ficava bem debaixo da minha pinguenta pia do banheiro.
Distraída da vida eu escrevia o tal livrinho,cujo título era "O Menino Sonhador", lascava nele minhas aventuras,apropriadas para uma criança destemida, quando,vi debaixo da minha pia,uma mudinha do pezinho de café.
Já não precisava gritar Eureka.
Eu tinha encontrado a resposta ,sete anos depois e esta era a mais perfeita.
Eu tinha encontrado a resposta ,sete anos depois e esta era a mais perfeita.
Vejamos:
- se eu fosse um jardineiro naquela época, e estivesse procurando um grão maduro,era só eu colher aquele único grãozinho ,plantá-lo.E até podia consolá-la dizendo, que seu filhinho,digo frutinho ia se tornar um lindo cafezal, enquanto a outra que invejara,no máxima daria uma porção de bons cafezinhos.
Alguns anos depois,os administradores ' levaram o carro-de-boi para conserto' e nunca mais foi devolvido ,depois cortaram o eucalipto gigantesco que fora testemunha desta historinha maravilhosa e mais poucos anos se passaram e ao visitar meu cantinho mágico do Parque Municipal de BH, quase chorei por não encontrar o meu querido pezinho de cafe chorão.
O retângulo do carro de boi foi coberto com terra e grama e só resta ali a rodela enorme do Eucalipto,rodeado de umas cinco azaléas cor de rosa, aonde subo,como num altar-mor e olhando pro céu, silêncio e me abasteço de novíssima energia.
Só quem duvida pode aprender .
György Sandor Ligeti - " Lontano"
Lígeti : Compositor húngaro judeu - vivia na Áustria
György Sandor Ligeti - " Lontano"
Lígeti : Compositor húngaro judeu - vivia na Áustria
Outra historinha do arco-da-velha aconteceu por causa de "Lontano" de Ligeti.
Conheci o Frederico de Lery na Discoteka ,quando lá entrei para comprar de novo o LP "Titã" de Mahler, a Sinfonia N* 1, pois eu queria conferir o andamento da sinfonia com o meu enredo da Suite O Titã , escrito pra mais de três anos. Não havia lá o tal disco , mas outro freguês escutou-me pedindo ao vendedor e disse conhecer a obra e que inclusive possuia um livro sobre o Titã e nele uma curiosa atitude de Mahler , exatamente no dia da estreia.
Reza no volume que Mahler fez uma descrição da obra e foi entregue a todos antes da audição um libreto para facilitar a compreensão da sinfonia,mas minutos antes ele mandou recolher dizendo algo assim:
"A Sinfonia é completa por si mesma."
Fechou a loja e fomos para a casa dele ali pertinho - eu feliz da vida por saber que de fato havia um Texto anexo ao Titã de Mahler , pois quando a conheci me apaixonei e a ouvia repetidamente enquanto pintava. E foi assim que um dia, sem mais nem menos eu comecei "a ver" cenas inteiras,coloridas, repleta de personagens - como se eu estivesse diante do palco . Vários anos depois resolvi descrever o que vira durante toda a sinfonia , era um modo de segurar a beleza que vira e ao mesmo tempo limpá-la da minha cabeça. Escrevi a suite O Titã por volta de 1988. Vou postá-la em seguida, agora é a historinha de Lontano.
Então, por causa de Mahler ficamos amigos e um dia lá ele disse que eu precisava ampliar meu gosto musical ,mandou-me sentar e prestar atenção em cada movimento - sentei-me no carpete, fechei os olhos e já nos primeiros acordes me senti dentro de uma nave em deslocamento certeiro à uma região completamente diferente das que conheço. A nave e eu dentro dela, movia-se em ondas contornando montes pontiagudos, coloridos na base de marrom claro , num degradê de alaranjado até ao amarelo na ponta dos picos.
Um estado de liberdade super novo conheci e vivi naquela minha primeira audição de Lontano - que por sinal significa , "Ao longe"
Maravilhoso - Inesquecível!
O Universo é uma máquina de fazer deuses.
Bergson e Eu
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Vivam em paz todos os seres. Sejam abençoados todos os seres.
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