domingo, 17 de fevereiro de 2013

REALIZAÇÃO - OS AVATARAS E AS RELIGIÕES





REALIZAÇÃO

A Yoga é como a prece; 
sem sentir Deus em si mesmo, jamais o discípulo se tornará um Adepto.
 Quereis uma prova mais definidora do que acabamos de expor?
 Ela está na sentença filosófica...
Por Henrique José de Souza


Não falta quem julgue que REALIZAÇÃO não é mais do que empregar métodos (ou Yogas) apropriados a alcançar poderes para ser feliz, quando a verdadeira felicidade está em encontrar a Deus em seu Homem interno.

Não fez Ele o homem a sua semelhança? Logo, o homem deve se igualar a Deus em Perfeição e Inteligência. Adepto ou Homem Perfeito é o nome que se dá àquele que está em condições de guiar os demais à Suprema Síntese que é a SUPERAÇÃO da Alma, ou que a liga ao Espírito. Na Mitologia Grega Psyké anda em busca do seu bem amado Eros. Psyké ou alma tanto vale. E Bem-Amado o Espírito, a Consciência Imortal, o Deus feito carne e transformado em Espírito. Sim, “Busca dentro de ti mesmo o que procuras fora”.

A Yoga é como a prece; sem sentir Deus em si mesmo, jamais o discípulo se tornará um Adepto. Quereis uma prova mais definidora do que acabamos de expor? Ela está na sentença filosófica: “Aquele que ultrapassa o Akasha é fonte de toda Riqueza".
Mas que vem a ser Akasha?

Dá-se o nome de Akasha ao segundo Trono
 ou a parte que separa o mundo divino do terreno. 
Na Cabala é o “Quod superius sicut quod inferius”.
Nesse caso, atravessando discípulo o mundo que medeia o terreno do divino, neste se acha. O termo KAKIM, que se divide em três e não em dois, como julgam certas escolas decadentes, apresenta-nos: o KA para o mundo terreno, o AK para o Akasha como sua própria radical. E o KIM, o mundo Divino. Esse exemplo também equivale às 3 Gunas ou qualidades de matéria: TAMAS, Rajas e SATVA, cujas cores são: Vermelho, Azul e Amarelo. Com elas também se forma a Divina Tríade obedecendo às mesmas cores: Atmã (amarelo), Budhi (azul) e Manas (vermelho).
Quando se diz que Moisés atravessou, com seu povo, e a pé enxuto o Mar Vermelho, não passa de uma alegoria. Sim, porque o Manu, que foi Moisés, como Guia de um Povo, não podia permitir que aquele tocasse na matéria vermelha ou tamásica do mundo, por isso devia passar a pé enxuto.

As más interpretações dos livros sagrados, inclusive a Bíblia, o Corão, o Talmud e outros muitos, conduzem à Superstição e ao Fanatismo.

Um verdadeiro Iniciado nos Grandes Mistérios da vida (que é a verdadeira Eubiose), não interpreta as cousas através da letra que mata, e sim, do Espírito que vivifica. Jesus que era um Iniciado ensinava tamanha verdade.

Ensinava também que 

“Quanto à Ciência do Bem e do Mal 
não é dado aos homens entender 
mas tão somente ao meu Pai”.
Fora disso, acontece como ao poeta patrício ao dizer: 
Deus, ó Deus onde estás que não respondes?

Em que mundo, em que estrela tu te escondes Embuçado nos céus.
Há dois mil anos te enviei meu grito, etc. ...
Sim, há dois mil anos, referindo-se ao Cristianismo, que não soube ensinar onde encontrar a Deus. E assim, o grito fica sem resposta.
Do mesmo modo aquele outro poeta francês ao dizer:

Sicrate Ia cherché au beaux de le Grèce
Platon a Sunium, Ia cherché aprés lui
Deux mille ans sont passes
Je Ia cherche auj'ourdui
Deux mille ans passeront et les
engants des hommes Ia chercheront encore
Quantos saíram das fileiras de nossa Obra para encontrarem a Realização fora e não dentro de si mesmo, deixando-se levar por filósofos fanáticos pouco importa a fama que ainda levam, morrendo todos enigmaticamente.  

Sim, uns gritando por Kundalini. Outros, por Fohat, dezenas deles se unindo à Mãe Divina, sem saberem interpretar, a palavra, quando se trata do segundo Trono, onde se acha a Grande Maia ou Mãe Divina.

Infelizes dos que preferem subir a escada da Vida por degraus tortuosos em vez de o fazer, pelos retos e luminosos em cujo final se acha o Mágico Triângulo da Iniciação, que é o da Mônada Divina, a Consciência Imortal, o Deus de cada Homem, que o mesmo Jesus quando a Ele se referia, assim dizia: “O meu Pai e o vosso”. Porque não dizia ele, nosso Pai?
Publicado em nºs 07 e 08 – Julho a Fevereiro de 1959 – Ano XXXIV
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Os Avataras e as Religiões

"Spes Messis in Semine"
 é o nosso lema:

 A esperança da colheita está na semente.
 A semente do ciclo atual' está' no Brasil 
como em outras épocas esteve com outras nações.
 O Brasil não deve nem pode fracassar em sua missão ...


OS AVATARAS E AS RELIGIÕES

Por Ary Telles Cordeiro


 É com prazer que aproveitamos a oportunidade que nos oferece esta XII Convenção da Sociedade Teosófica Brasileira(Sociedade Brasileira de Eubiose) para analisar em rápidos comentários a causa fundamental que tem dado origem ao aparecimento das várias e diferentesreligiões que atualmente existem e se digladiam.

Abordando o tema da missão dos avataras, o que são e o que representam naevolução da humanidade, daremos a chave para que haja melhor entendimento entre todas, ao mesmo tempo que mostraremos o por que da incompreensão entre os homens.

Helena Petrovna Blavatsky, a mártir do século XIX na expressão do grande Roso de Luna, jamais se cansou de repetir que "Não há religião superior à verdade", verdade  que já foi transmitida diversas vezes aos homens que, infelizmente, sem compreendê-la a transformaram sempre em religião e, .quase poderíamos afirmar que tantas vezes recebeu a humanidade a revelação divina quantas são as religiões existentes na face da terra.

É preciso de início que nos libertemos do grande erro de julgar os homens e fatos do passado com a nossa mentalidade presente. Cada homem e cada acontecimento é fruto de sua época, de seu meio, duma série de circunstâncias enfim que jamais poderão ser bem analisadas à distância de séculos ou mesmo de algumas dezenas de anos, se forem tomados isoladamente.

A Essência Divina quando toma forma humana para se manifestar na face da terra o faz sob diferentes aspectos atendendo também ao meio e  à  época e, quando os homens aceitam, isoladamente, uma destas manifestações negando a legitimidade das demais, automaticamente, escolheu uma religião para renegar as outras.

Atente-se para o fato de que na origem e estabelecimento de todas as grandes religiões encontramos um ser cuja elevação espiritual é tremendamente superior a dos demais de sua época e aí já teríamos uma falta de lógica na aceitação duma religião em detrimento das outras, se não soubéssemos que na maioria das vezes o que faz com que  um homem aceite uma ou outra religião são fatores independentes de seu livre arbítrio pessoal, e entre estes fatores ou influências citamos a família e o pais de nascimento que,  podendo ser católico, budista ou israelita, quase sempre determina a religião a ser seguida.

Para que a humanidade se liberte do sectarismo torna-se necessário o estudo de  conjunto de todas as manifestações da Essência Divina, ou seja dos Avataras, para que, compreendendo a missão de cada um, se compreenda também que todos têm sido portadores da mesma verdade, ainda que cada um a tenha transmitido de modo diverso em função do tempo, do lugar e do caráter de sua própria missão.

Tais variáveis, determinantes da diferença aparente entre os Avataras, dificultam aos homens o correto. entendimento que só a Teosofia oferece como Ciência Divina ou Sabedoria Iniciática das Idades, Alfa e Omega, princípio e fim, síntese e análise de todos os mistérios do Universo.

Quem, sem conhecer a ciência Eubiótica, pode, por exemplo, supor que estamos na 5ª  raça-mãe – a criança – e que cada raça-mãe se divide em 7 sub-raças e cada subraça se divide em 7 ramos raciais, e assim por diante até atingir ao indivíduo? É difícil para quem não tem tais conhecimentos compreender os Avataras em toda a sua majestade e grandeza, eis que eles vêm como orientadores de uma raça-mãe ou de uma sub-raça ou de um ramo racial sendo integrais portadores da essência divina no primeiro caso e parciais nos demais tendo a sua missão ligada à função do grupo humano do qual é o chefe espiritual.

Sri Aurobindo muito nos pode ajudar no mistério dos Avataras, pois não só os analisou em sua missão como também apontou as várias causas que têm impedido aos homens de compreendê-los. São do grande mestre hindu as palavras que seguem:

"Os homens vêem as coisas e fazem as coisas com o mental e aquilo que vêem é uma perfeição mental humana. Quando pensam na manifestação da divindade crêem que esta deve ser uma perfeição extraordinária para executar as coisas humanas ordinárias, uma faculdade extraordinária para os negócios, para a política, a poesia ou a arte; uma memória exata, jamais se enganar e não estar sujeito a imperfeições nem reveses. Ou ainda pensam em coisas a que chamam de sobre-humanas como não comer, de predizer a duração duma dificuldade, de deitar sobre pregos ou de comê-los. Tudo isto nada tem a haver com a manifestação do Divino. 

A divindade age segundo uma outra consciência e não segundo as. idéias dos homens sobre o que ela deve ou não fazer. Um avatara não é de forma alguma obrigado a ser um profeta espiritual. De fato ele não é jamais unicamente um profeta mas um realizador, um fundador e, não apenas de coisas exteriores, si bem que ele realize qualquer coisa no mundo exterior, qualquer coisa de essencial e necessária para a evolução terrestre que é a evolução do espírito encarnado  através. das etapas sucessivas em direção ao Divino.
O avatara
 não teria grande significação 
se não estivesse ligado  à  evolução. "
A sucessão hindu dos 10 avataras é, ela mesma, por, assim dizer, uma parábola da evolução. De inicio o avatara peixe, depois o animal anfíbio entre a água e a terra, depois o animal terrestre, depois o avatara homem-leão que faz a ponte entre o homem e o animal, depois o homem como anão, pequeno, não desenvolvido e físico mas contendo o Divino e tomando possessão da existência, depois os avataras rajásico, sátvico e nirguna que conduzem o desenvolvimento humano do homem rajásico vital ao homem mental sátvico e em seguida ao super-homem mental".

Tais considerações, meditadas como merecem, levam a conclusão que a essência divina, isto é, o Deus de cada religião que em verdade é o Deus único de todas, não se limitou a uma única aparição na face da Terra, deixando seus filhos – os homens – antes e depois de sua aparição, entregues  à  sua própria sorte e imperfeição. Não.  Deus é infinitamente bom e sábio e em sua grandeza e sabedoria acompanha sem descuido a evolução da humanidade. 3.500 anos antes de Cristo Krishna dizia ao seu discípulo Arjuna, conforme vem relatado no Bagavad-Gita:

"Todas as vezes 
que Dharma (a lei justa) declina
 e Adharma (o contrário) se levanta,
 Eu me manifesto para salvação dos bons e destruição dos maus.
 Para o restabelecimento da Lei Eu nasço em cada Yuga 
(isto é, em cada ciclo ou idade) ".
E foi assim e por isto, que durante séculos e séculos, através da evolução da humanidade, e principalmente nas fases de transição ou mudança de ciclo em que novo impulso evolucionista deveria ser dado, que apareceram Ram, Buda, Cristo e muitos outros portadores da essência divina e que, por isso mesmo, são denominados com o excelso título de avatara.

A veste externa, ilusória, de cada um é diferente, mas o conteúdo interno, sublime é o mesmo. Portadores da verdade todos a distribuíram por parábolas ao povo e por ensinamentos secretos aos discípulos de maior entendimento. As parábolas de cada um diferem das dos demais mas os homens de boa vontade poderão reconhecer nas parábolas de todas a identidade de intenção e a fonte comum de origem.

A propósito, diz o incomparável Roso de Luna: “Krishna, Buda, Jesus, etc. foram Seres Superiores que nos deram doutrinas eficazes, para que nós  – com os nossos próprios esforços  – nos reassumíssemos.

Nenhum deles fundou a religião, que se lhes atribui. Quem logo fundou-a foi o imperialismo de seus pretensos discípulos, os quais, escravos do inerte dogma que criavam, esqueceram que religião não é “crença”, e sim uma dupla ligadura de fraternidade entre os homens, segundo a sua etimologia latina”.

E assim tem caminhado a humanidade, qual filha de extremoso Pai que sempre se faz presente nas horas de indecisão, de dor ou de dúvida.
Para nossos irmãos do Oriente, quando se tornou necessário, fez-se presente no corpo de um príncipe que hoje todos conhecem sob o nome de Gautama, o Buda, e os ensinamentos foram revestidos de forma a que pudessem germinar na mentalidade do povo a que se destinava.

Para seus filhos do Ocidente o Pai apresentou-se na excelsa figura de Jesus e aqui, também, atendendo à natureza do solo onde deveria jogar a semente, solo diferente  do oriental, deu nova forma às suas lições.
Mas não começou há 2.000 anos nem parou nessa época o desvelo carinhoso do Pai. De modo mais ou menos perceptível tem Ele sempre ajudado a seus filhos em sua evolução e nos últimos cem anos, por serem os mais recentes, torna-se para nós mais fácil localizar a manifestação de Sua Vontade.

Assim, no século passado tivemos Ramakrishna, cujos ensinamentos primorosos muito ajudaram ao povo asiático, sendo oportuno citar aqui em abono da tese que defendemos, as seguintes palavras de seu Evangelho que, além do mais, bem demonstra  o alto grau do estado de sua consciência:

“Aquele que foi Rama,
 Buda, Cristo e Chaitanya
 é  agora Ramakrishna. 
Minha Divina Mãe afirmou que minha próxima encarnação
 seria no Ocidente".
Ainda no século passado, tivemos como ponte de ligação entre o Oriente e o Ocidente e, também, possivelmente, como preparadora da nova manifestação da Essência Divina, a grande mestra da Teosofia que foi Helena Petrovna Blavatsky.

Blavatsky, que passaremos a denominar simplesmente como HPB, como é conhecida nos círculos teosóficos, encontrou grande dificuldade para o cumprimento de  sua missão, como soe acontecer çom todos os grandes seres espirituais.

O espiritismo, que deveria ser chamado com mais propriedade de animismo por tratar de coisas astrais, ou da alma, florescia e cumpria o papel para o qual apareceu, originado que foi pela fraternidade jina de Chitzen-Itza, de Yucatan, no México, com a finalidade de arrancar a humanidade das trevas do materialismo em que ameaçava cair.

Os fios desta fase psico-astral foram tomados por HPB com a fundação do Clube dos Milagres, onde ainda se fazia sentir a influência da doutrina espirita, para em seguida, passando para a fase mental, sacudir o mundo lembrando aos homens a existência de uma ciência antiquíssima, conhecida já dos antigos gregos como provam os escritos de Platão e Pitágoras, e muito antes até, chamada pelos orientais de Gupta-Vidya e pelos ocidentais de Teosofia.

Foi assim que nos tempos modernos os homens conheceram a possibilidade de compreensão das religiões através do estudo, usando o mental e reconhecendo a verdade divina que a todas une. Ao impulso evolucionista dado por HPB desta maneira as teósofos chamam de manas-taijasi, ou seja, do mental taijásico, um grande passo dado em continuação à fase espírita, psico-astral.

HPB morreu, mas o nosso extremoso Pai, antes de seu desenlace e para que seus filhos não se alarmassem com o seu desaparecimento, escreveu pela sua mão, na introdução de sua Doutrina Secreta, a  indicação do caminho próximo futuro: 

"No princípio do século XX 
um discípulo melhor informado e com qualidades
 muito superiores poderá ser mandado pelos Mestres da Sabedoria 
para dar provas definitivas e irrefutáveis 
de que existe uma ciência chamada Gupta-Vidya 
(ou seja a Teosofia ou Sabedoria Iniciática das Idades)".

O verdadeiro teósofo deve estar sempre alerta para cumprir os desígnios de Deus, conforme aconselhava a própria HPB que dizia, combatendo as preces e orações dos homens que solicitam favores divinos: 

"É mais  importante que os homens saibam 
o que Deus deseja deles do que pretender
 fazer saber a Deus o que os homens desejam".
Assim, cumpre que todos descubram quem apareceu no principio do século XX, melhor informado e com qualidades superiores, para dar maiores ensinamentos.

Segundo Ramakrishna a procura deve ser no Ocidente e tal afirmativa é corroborada pelos estudos tesóficos que já provaram que o Ecce Oriente Lux de Swedenborg, ou seja, a Luz vem do Oriente, foi substituído pelo Ex Ocidente Luz do Professor Henrique José de Souza.
Outrossim, sabemos que está em atividade a Missão Y, ou seja, a da 6ª  e 7ª  sub-raças da 5ª  raça-mãe ariana, tendo sido o trabalho de HPB ligado  à  6ª sub-raça na América do Norte, enquanto que o desenvolvimento da 7ª  sub-raça pertence à América do Sul, especificamente ao Brasil, passando a característica de manas-taijasi para o superior de budi-taijasi.

E é nesta grandiosa missão que está empenhada a Sociedade Brasileira de Eubiose, preparando a semente da nova civilização, já prevista inclusive pelo intuído sociólogo mexicano Vasconcelos quando afirmou que será, "dentre as bacias do Amazonas e do Prata que sairá a raça cósmica que realizará a concórdia universal, porque será filha das dores e das esperanças da humanidade".

Nós, os brasileiros que temos consciência de que o Brasil é o santuário do gênero humano a caminho da humanidade futura, saudamos aos nossos irmãos americanos do norte aos quais sempre temos procurado ajudar em sua missão espiritual, e saudamos,dizíamos. pelo trabalho despendido segundo os ensinamentos recebidos em prol da 6ª sub-raça, cumprindo assim os desígnios de Deus.

E nesta saudação incluímos o nosso respeito e admiração por HPB, sentimentos que foram diversas vezes exteriorizados, inclusive quando o nosso Mestre materializou a mantilha da mesma, em que, com verdadeira veneração, diversos irmãos puderam contemplar vários fios do cabelo vermelho da mestra, ainda presos à mantilha que mais tarde serviu de travesseiro no sepultamento de uma de nossas irmãs cuja vida anterior esteve profundamente ligada à da HPB.

"Spes Messis in Semine" é o nosso lema: 
A esperança da colheita está na semente.

A semente do ciclo atual' está' no Brasil 
como em outras épocas esteve com outras nações.

O Brasil não deve nem pode fracassar em sua missão e todos os brasileiros, sem exceção, precisam contribuir para que os altos destinos. espirituais e também, porque não dizer, materiais, sejam cumpridos.
Desde o mais humilde até os componentes das mais altas esferas sociais devem se compenetrar do preponderante papel que nos está reservado.
São os nossos votos...

Publicado em Dhâranâ No. 13 e 14 - Ano XXXV

Aos que me compreendem

Dois caminhos estão abertos aos olhos do mundo:
 Um, é estreito e cheio de espinhos; o outro é largo e liso. 
São as duas Veredas, do Bem e do Mal, 
de acordo com a estreiteza de muitas consciências 
ou da sublimidade de outras.

AOS QUE ME COMPREENDEM

(Palavras de um Mestre 
àqueles que procuram perturbar a Obra do Bem)

Luz, sempre Luz.

Dois caminhos estão abertos aos olhos do mundo: Um, é estreito e cheio de espinhos; o outro é largo e liso. São as duas Veredas, do Bem e do Mal, de acordo com a estreiteza de muitas consciências ou da sublimidade de outras.

Os tempos são chegados. As correntes do Bem e do Mal em choque terrível, como duas nuvens carregadas de eletricidade, fazem desencadear sobre o mundo, a horrível tempestade que se vê por toda a parte. A sombra quer empanar o brilho da Luz; os pequenos satélites disfarçados em estrelas de primeira grandeza querem ofuscar a própria Luz do Sol.

Rechaçados por todos os lados; espoliados dos buracos onde ocultavam-se avaramente, os representantes da Sombra fogem e espalham-se por todo o globo; mas nós não lhes damos trégua. Eles procuram guarida aqui, ali, acolá, na certeza da posse de terrenos férteis. Porém, cuidado; eles contaminam cidades, vilas, aldeias inteiras, com o vírus pestilencial de uma epidemia oculta. Judas encontrou êmulos fiéis que muito bem têm sabido reproduzir a Tragédia do Gólgota.

Aproxima-se o representante do Bem para salvar o mundo. Os sabedores disso empregam todos os esforços ao contrário. As estradas estão floridas e os jardins ostentam-se em cores multiformes, emprestando um cenário festivo à Vinda do Senhor.

Toda a natureza em festa procura saudar essa Aproximação grandiosa do Filho de Parabrahm. Mas, desgraçadamente, os formigueiros espoucam de todos os lados, como brechas vulcânicas e deixam sair das suas entranhas úmidas e escuras, os animais daninhos e perversos que desejam destruir todo o trabalho do Bom Jardineiro.

O lobo faminto disfarçado em ovelha, vem rastejando-se em busca do redil para devorar as pobres ovelhas indefesas. Como outrora, na última ceia do Senhor, nós não poderíamos apontar com o dedo, todos os traidores. Mas, por misericórdia, preferimos silenciar a palavra acusatória. Se eles tivessem a estultice de perguntar-nos: “Serei eu o traidor?”, então, nós o diríamos: “Tu o dizes”...Porém, os Judas modernos apanham, simplesmente, o saco dos “trinta dinheiros” e deixam-se ficar impávidos, tranquilos e disfarçados nas suas cadeiras, embora remoendo-lhes a consciência, se é eles a conhecem.

Ei-los a penetrar nos lares, nos santuários, nos templos de todos os credos, repetindo e profanando os pestos e sentimentos de todos, mas calando a razão desse proceder infame. Hipócrita e ridícula intrepidez, digna de um castigo imediato! Eles espalham germens, dores e aflições, prometendo tesouros e riquezas, o seu único deus, o seu único bem. São conhecedores das riquezas divinas, mas preferem as riquezas terrenas. Nós plantamos boas sementes; eles colhem os frutos desperdiçando-os, esmagando-os com os pés ou atirando-os ao monturo da sua consciência. 

 Flagelo humano, eles passam como um cometa, cuja cauda, ao em vez de bela e inofensiva, é um cortejo de infâmias, de formas satânicas e indignas, verdadeiro rastro de lama, que emporcalha o caminho por onde passam.

No momento mais doloroso para o mundo, fase terrível que obriga o próprio Criador a enviar para o mesmo a Sua própria Centelha, a fim de o resgatar do compromisso tomado inconscientemente com a deusa Maya, eles, os representantes da “Mão esquerda” formam um exército à parte, para apupar o próprio Deus, por ser Justo e Bom, formando, portanto, causa comum com o mal existente, retirando, enfim, ao homem o último Raio de Esperança.

Vilania tremenda! Injusta inconcebível!

Porque agis deste modo, quando um só gesto de vossa parte, uma só idéia, um só desejo bastaria para que fosseis tocado por esse Raio de Luz, que transformaria as trevas que vos ensombram e, então, uma Nova Aurora viria iluminar os vossos dias futuros?

Sois bondosos e vos fingis de maus. Sois deuses pequenos e vos fingis de demônios gigantescos, sem vos lembrardes que a queda será mais elevada.

A missão gloriosa que nós, os apóstolos do Budha moderno, o Novo Senhor das Raças e das Religiões, levamos a termo, jamais será desviada do Caminho em que desliza docemente, embora todos os obstáculos que se nos antepõem.
 JUSTUS

Publicado originalmente em Dhâranâ 1 – Janeiro a março de 1926
© Sociedade Brasileira de Eubiose ®
 Li-Sol-30
 Fontes:
© Sociedade Brasileira de Eubiose ®
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

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