Great Composers:
"Mozart Wolfgang Amadeus"
Biografia - Capítulo 1:
A família
Mozart (1719-1761)
CAPÍTULO 1 |
CAPÍTULO 2 |
CAPÍTULO 3
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CAPÍTULO 4 | CAPÍTULO 5
Leopold
Mozart (1719-1787) descendia de uma família de artesãos que estava
estabelecida há décadas na cidade de Augsburgo, no sul da Alemanha.
Filho de Johann Georg Mozart (1679-1736), um artesão, e Anna Maria Sulzer
(1696-1766), Leopold deixou sua cidade natal aos 18 anos e foi a Salzburgo
para completar seus estudos. Mas alguns anos depois ele acabou sendo
expulso da
universidade por faltas e desatenção, e eventualmente dedicou-se à música. Leopold era ator e cantor
(participou de oito peças teatrais entre 1722 e 1736, ainda em Augsburgo), e
tornou-se violinista e compositor reconhecidamente talentoso.
Leopold
Mozart Anna
Maria Mozart
Dez anos
depois de chegar a Salzburgo, Leopold casou-se, em 21 de novembro de 1747,
com Anna Maria Pertl (1720-1778), nativa de S. Gilgen. Ela tinha
vindo a Salzburgo acompanhada por sua mãe Eva Rosina (Euphrosina) Pertl (1681-1755) e
pela sua irmã Maria Rosina Gertrud (1719-1728), após a morte de seu
pai Wolfgang Nikolaus Pertl (1667-1724).
Sete filhos
nasceram do “mais belo casal de Salzburgo”. Apenas dois sobreviveram:
Maria Anna (1751-1829), carinhosamente chamada de Nannerl, e Wolfgang
Amadeus Mozart (Joannes Chrysostomus
Wolfgangus Theophilus), nascido em 27 de janeiro de 1756, que foi o último filho
do casal.
A música
rodeava a família Mozart. Em julho de 1756, Johann Jacob Lotter publicava o
Versuch einer gründlichen
Violonschule, ou Ensaio sobre o ensino do violino, de
Leopold, que foi escrito por
ele em 1755, e que se tornaria um método bastante utilizado pelos
violinistas de sua época. Leopold foi nomeado compositor de câmara
da corte de arcebispo Sigismund von Schrattenbach (1698-1771) em 1757,
segundo violinista em
1758, e vice-kappelmeister em 1763.
Nannerl
começou a aprender cravo com o pai aos sete anos de idade. Leopold
certamente ficou
muito satisfeito com o talento que a criança demonstrava e um ano depois
organizou uma série
de exercícios para ela em um caderno intitulado Pour le clavecin, ce Livre appartient à Mademoiselle Marie-Anne
Mozartin 1759. Segundo as memórias de Nannerl (1792), seu irmão, então com quase quatro
anos, esperava que a lição de cravo terminasse para ficar lá durante
horas, tocando terças. Algum tempo depois, Leopold começou a fazer anotações, no livro de Nannerl,
do dia e da hora exata em que Mozart aprendia as peças. A primeira
delas foi um Scherzo de Georg Christoph Wagenseil, aprendido em meia hora,
em 24 de janeiro de 1761, quando ele tinha quase 5 anos.
"Wolferl"
e "Nannerl"
Ainda em 1761, o pequeno Mozart surpreendeu enormemente seu pai. Segundo Johann Andreas Schachtner (1735-1795), trompetista da corte de Salzburgo e amigo da família, em uma carta a Nannerl datada de abril de 1792:
Certa vez acompanhei seu Papa à casa de vocês, após o serviço religioso da quinta-feira. Encontramos Wolfgangerl, que tinha então quatro anos, às voltas com uma pena. Papa: "O que você está escrevendo?" Mozart: "Um concerto para cravo; estou quase acabando a primeira parte." Papa: "Deixe-me ver; isso deve ser algo realmente notável!" Seu Papa pegou a folha e mostrou-me uma lambuzada de notas, escritas na maior parte sobre manchas de tinta apagadas com um lenço [...]. A princípio rimos daquele aparente absurdo, mas aos poucos seu pai começou a perceber o principal, as notas, e a música. Durante um longo tempo ele ficou examinando atentamente aquela folha de papel e, finalmente, lágrimas, lágrimas de admiração e de deleite, tombaram-lhe dos olhos. "Veja isso, Herr Schachtner", disse, "como tudo está composto tão corretamente e em boa ordem; só que é inútil, pois é tão extraordinariamente difícil que ninguém seria capaz de tocá-lo". Mozart interrompeu-o:
"É por isso que é um concerto;
é preciso praticar até conseguir tocá-lo.
Veja, é assim que deve ser."
E tocou, mas só conseguiu produzir o suficiente para que percebêssemos o que ele visava. Naquela ocasião ele tinha a concepção de que tocar um concerto era a mesma coisa que realizar um milagre.
Em fevereiro e abril de 1761, Mozart escreveu suas primeiras composições, K.1a até K.1e. Em 1 e 3 de setembro, Mozart participou de peça latina Sigismundus Hungariae Rex. Sua parte na peça não foi especificada no libreto. Mais surpresas estavam por vir. Leopold começou a ensinar a seus dois filhos quase por tempo integral, afastando-se consideravelmente da composição. Em breve os frutos de seu trabalho amadureceriam.
Em
fevereiro e abril de 1761, Mozart escreveu suas primeiras composições,
K.1a até K.1e. Em 1 e 3 de setembro, Mozart participou de peça latina Sigismundus
Hungariae Rex. Sua parte na peça não foi especificada no libreto.
Mais
surpresas estavam por vir. Leopold começou a ensinar a seus dois filhos
quase por tempo integral, afastando-se consideravelmente da composição.
Em breve os frutos de seu trabalho amadureceriam.
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A morte de Mozart
Um dos maiores mitos acerca de Mozart é
o da causa de sua morte. Vários motivos surgiram, e inúmeras histórias começaram
a circular logo após seu falecimento, entre elas a de que ele teria sido
envenenado por Antonio Salieri.
Salieri ainda em vida teve de conviver
com as acusações de assassinato, mas quando ainda estava lúcido ele as negou
veementemente. É interessante notar que, mesmo tendo sido invejoso de Mozart
(como o próprio compositor confessara ao pai), ele foi professor do filho mais
novo do compositor, Franz Xaver "Wolfgang Amadeus Sohn" Mozart. Além disso, no final
de 1791, os compositores parecem ter dado uma trégua às hostilidades, tendo
Mozart levado Salieri e sua suposta amante, Katherina Cavalieri, para uma
apresentação de Die Zauberflöte K.620, que foi devidamente admirada pelo
italiano. Porém, à beira da
morte, este realmente teria tentado cometer suicídio e em seu delírio confessara
ser o assassino de Mozart. O presente relato vem tirar a limpo esse velho mito.
É certo que Mozart viveu uma infância
extenuante, repleta de apresentações, intermináveis jornadas e exposição a
diversos climas, multidões e uma alimentação não muito regular. Além disso, ele
tinha que trabalhar duro para viver, dormindo pouco, dando muitas aulas e
compondo até a exaustão. Esses fatores contribuíram para que ele contraísse um
notável número de doenças sérias que infalivelmente desencadeariam num processo
de debilitação imunológica favorecendo o surgimento da doença que o matou tão
prematuramente em 1791, com apenas 35 anos. Portanto se faz necessário enumerar
as doenças que ele adquirira desde muito pequeno.
Antes de qualquer doença, Leopold
Mozart, seu pai, relata que seu recém-nascido Wolfgang teve um nascimento
complicado, mas que tudo terminara bem. Mal passara o período crítico da
primeira infância, na qual a mortalidade infantil era extremamente alta, o jovem
"Wolferl" desenvolvera habilidades musicais tão surpreendentes que levaram seu
pai a exibi-lo, juntamente com sua irmã Nannerl (Maria Anna Walburga), por quase
toda a Europa, trazendo fama para seu filho, mas também debilitando seu sistema
imunológico.
Segundo o relato do Dr. Davies1,
quando tinha apenas 6 anos, em 1762, Wolfgang contraiu uma infecção respiratória causada
por estreptococos. Ainda naquele ano, o menino adquiriu uma doença que seu médico
vienense pensou ser febre escarlatina, mas que na verdade seria eritema nodoso, também
causado por estreptococos. Ainda naquele ano, Wolfgang sofreria de uma nova
infecção causada pelo mesmo bacilo e "sofreu de um ataque brando de febre
reumática". Em 1764, durante a Grande Viagem para Paris e Londres, Wolfgang
sofreu de amidalite, que o incomodaria novamente no ano seguinte, juntamente com
sinusite.
Em 1765, na Holanda, Wolfgang adoeceu
seriamente, tendo certamente contraído uma febre tifóide endêmica, que o deixou
em estado comatoso e o fez perder uma grande quantidade de peso. Os sintomas
incluíam "toxemia severa, pulso lento, delírio, erupções cutâneas, pneumonia e
sangramento da mucosa oral." Nannerl também sofreu da mesma doença e foi
considerada moribunda por alguns dias, tendo mesmo recebido a extrema-unção. O
pequeno Wolfgang e sua irmã felizmente se recuperaram. Em novembro de 1766, os
Mozart estavam em Munique, quase no final da Grande Viagem; lá, Wolfgang sofreu
do que seria um "segundo ataque de febre reumática", e, como o primeiro,
teria sido aparentemente ameno e com pouco ou nenhum dano ao coração. Em 1767,
Wolfgang (e também Nannerl) contraiu varíola durante uma violenta epidemia em
Viena que fez inúmeras vítimas, inclusive a Arquiduquesa Maria Josepha Gabriella
(fora por causa das festividades de seu casamento com o Rei Ferdinand IV de Nápoles e Sicília que
os Mozart tinham ido a Viena) e a segunda esposa do Imperador Joseph II, Maria
Josepha da Baviera. Wolfgang e Nannerl se recuperaram dessa variação amena de varíola em Olomuc (Olmütz),
perto de Viena. Durante suas viagens italianas, Wolfgang sofreu em 1770 de
ulcerações nas extremidades (mãos, pés e orelhas) causadas pelo frio, e em 1771
ele contraiu uma infecção respiratória e traqueo-bronquite, e talvez também de
icterícia ou hepatite A.
Durante os anos seguintes até 1784,
Wolfgang sofreu de algumas infecções respiratórias leves.
Em 1784, em Viena, já casado com
Constanze, Wolfgang sofreu de uma certa doença que já começa a nos dar algumas
pistas da causa de sua morte. Novamente atacado de febre reumática e sem
conseguir passar muito tempo sem vomitar, Wolfgang teria contraído uma nova
"infecção de estreptococos, complicada pelo desenvolvimento da Síndrome de
Schönlein-Henoch. Acúmulos de partículas e fluidos em seus rins causaram
glomerulonefrite
crônica. Apenas 10% dos casos desenvolvem doença renal crônica que, sem
tratamento, pode causar falência renal e morte do paciente." Wolfgang
infelizmente se encontrava dentro dessa porcentagem; essa doença não era
conhecida pela medicina da época e foi diagnosticada muito vagamente como febre miliar.
Em 1787 (ano da morte de Leopold Mozart),
Wolfgang contraiu uma nova infecção de estreptococos, que causou um segundo
ataque da Síndrome de Schönlein-Henoch, que por sua vez, causou novos e sérios
danos a seus rins.
Em 1791, portanto, Wolfgang estava
fisicamente muito debilitado pela doença renal e pelo reumatismo que o
perseguira por toda a vida. Naquele fim de ano o tempo estava inclemente,
especialmente na segunda metade do mês de outubro. Wolfgang sofreu um novo
ataque de febre reumática, assim como muitos outros vienenses. Ocorreram
intermináveis tempestades de neve e ventos agudos, embora em dezembro, quando
Wolfgang faleceu, o clima estava um pouco mais ameno. Durante aquele clima
apocalíptico, Wolfgang trabalhava muito, inclusive no famoso Réquiem. A história
do misterioso anônimo encomendando a missa afinal de contas era verdade,
e o impressionou sobremaneira2. Relatos de seus contemporâneos atestam que ele
estava possuído da idéia de que tinha sido envenenado por seus inimigos; esses
sintomas psicológicos são explicados pelo Dr. Davies como resultado de sua
falência renal crônica complicada pela hipertensão arterial (também desconhecida
na época).
Dr. Davies situa o momento crucial do
início da doença terminal de Wolfgang no dia 18 de novembro de 1791 quando ele
foi à Loja Maçônica. Tal exatidão é justificada por alguns relatos
contemporâneos de uma epidemia de estreptococos. Seu sistema imunológico
permitiu nova "exarcebação da Síndrome de Schönlein-Henoch e iniciou a falência
renal", cujos sintomas incluíam poliartrite e inchaços. Esse sintoma em
particular ajudaria a espalhar o boato de que Mozart tinha sido envenenado: na
verdade, esse inchaço foi provocado pela retenção de sais e fluidos em seu
organismo. A Síndrome também aumentou a hipertensão, que afinal lhe causou um
derrame. Este lhe paralisou um dos lados de seu corpo. Cerca de duas horas antes
de sua morte, Wolfgang sofreu convulsões e entrou em estado comatoso. Uma hora
depois ele acordou, olhou em volta e virou o rosto para a parede. Então ele
sofreu paralisia do nervo facial, também conseqüência do derrame. Desde o dia
anterior Wolfgang provavelmente também estava sofrendo de bronco-pneumonia, que
é, em geral, a causa da morte de pacientes com uremia.
Portanto, neste relatório nada
romântico, não há evidências de envenenamento, que o próprio Wolfgang, ainda em
vida, acabou descartando. Ele morreu de uma doença ainda desconhecida que se
alastrou rapidamente. Seus dois médicos, Dr. Closset e Dr. Sallaba, eram muito
experientes para os padrões da época, mas nada podiam fazer para conter a
estranha doença. Eles não merecem, portanto nenhuma culpa pela morte prematura
daquele gênio. Nem Salieri, aliás.
1 Estudo do Dr. Peter J.
Davies, registrado no excelente livro de H. C. Robbins Landon, 1791 -
Mozart's last year.
2 Tratava-se de um enviado do
Conde Walsegg, que costumava encomendar obras e executá-las como se fossem suas.
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Li-Sol-30
Fontes:
Enviado em 25/02/2012
http://mozart.infonet.com.br/Bio1.htm
Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres
.Sejam abençoados todos os seres.
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