Mônada
(gnosticismo)
Em muitos sistemas gnósticos (e heresiológicos), o Ser Supremo é conhecido como Mônade, o Uno, o Absoluto Aiōn teleos (O Perfeito Aeon, αἰών τέλεος), Bythos (Profundidade, Βυθός), Proarchē (Antes do Início, προαρχή, Hē Archē (O Início, ἡ ἀρχή) e Pai inefável. O Uno é a fonte primal do Pleroma, a região de luz. As várias emanações do Uno são chamados "Aeons".
Dentro de algumas variações do Gnosticismo, especialmente as inspiradas por Monoimus, o Mônade
era o mais alto deus, que criou todas as demais divindades inferiores
ou os elementos (similares aos Aeons).
Algumas versões mais antigas do
Gnosticismo, especialmente as da escola valentiana, uma divindade inferior chamada Demiurgo teve um papel central na criação do mundo material, complementar ao papel do Mônade. Nestas tradições, o Deus do Antigo Testamento é frequentemente considerado como sendo o Demiurgo e não o Mônade, sendo que em algumas passagens ele pode se referir a ambos.
Histórico
De acordo com Hipólito, esta visão foi inspirada pelos pitagóricos, para quem a primeira coisa que existiu foi chamada de Mónade, que então deu existência da díade, que por sua vez pariu os números, e este o ponto, daí a linha e assim por diante.[1]
Filósofos pitagóricos e platônicos como Plotino e Porfírio condenaram o Gnosticismo por seu tratamento dado ao Mônade ou o Uno.
Por um longo tempo, uma lenda persistiu sobre um jovem chamado Epifanes
que teria sido o líder do Gnosticismo Monádico e que teria morrido aos
17 anos. Porém, estudiosos acreditam que lenda teria surgido de uma má
interpretação da palavra grega epiphanēs, que deve ter sido entendida como um nome próprio num texto, quando de fato significa distinto, como em distinto amigo'.[2]
Aeon
(gnosticismo)
Éon, eão, eon ou ainda aeon significa, em termos latos, um enorme período de tempo, ou a eternidade. A palavra latina aeon, significa "para sempre". Ela é derivada do grego αιών (aión), cujo um dos significados é "um período de existência" ou "vida".
Significado
Platão usou a palavra aeon
para denotar o mundo eterno das ideias, que ele concebia como se
estivesse "atrás" do mundo perceptível, como demonstrado em sua famosa alegoria da caverna. Assim, em termos filosóficos ou em história da religião, no gnosticismo e no neoplatonismo, refere-se à entidade intermédia entre a divindade suprema e o mundo perceptível ao pensamento.
Este Ser primordial também era um aeon e tinha um ser dentro de si mesmo chamado Ennoea (Pensamento), Charis (Graça), ou Sige (Silêncio). O ser perfeito dividido concebeu o segundo aeon, Caen (Poder) em si mesmo. Junto com o aeon masculino Caen veio o aeon feminino Akhana (Verdade, Amor).
Os aeons frequentemente aparecem em pares masculino/feminino chamados Sizígias e são bastante numerosos. Dois frequentemente listados são Jesus e Sophia. Juntos, os aeons constituem o Pleroma, a "região da Luz".
As regiões abaixo do pleroma
estão mais perto da escuridão,
como o mundo físico.
Quando o aeon chamado Sophia emanou sem o seu "aeon parceiro", o resultado foi o Demiurgo, ou semi-criador (às vezes chamado de Yaldaboth nos textos gnósticos), uma criatura que nunca deveria ter existido. Ele nunca pertenceu ao pleroma, e o Uno emanou dois aeons, Cristo e o Espírito Santo, para salvar o homem do Demiurgo. Cristo então tomou a forma de homem, Jesus, para poder ensinar aos homens como adquirir a gnosis, e assim retornar ao Pleroma.
Pleroma
Pleroma (Grego πλήρωμα) geralmente se refere à totalidade dos poderes divinos. A palavra significa plenitude (do grego πληρόω, "Eu preencho"), comparável a πλήρης que significa "cheio"[1] e é usada em contextos teológicos cristãos, tanto Gnósticos quanto por Paulo de Tarso em Colossenses 2:9.
Pleroma no Gnosticismo
O Gnosticismo ensina que o mundo é controlado por Arcontes, dentre os quais está, segundo algumas versões do Gnosticismo,a divindade do Antigo Testamento,
que mantém cativos alguns aspectos humanos, acidentalmente ou de
propósito.
O Pleroma celeste
é a totalidade de tudo o que é considerado
pela nossa compreensão como "divino".
O Pleroma
é muitas vezes referido
como sendo a luz
que existe "acima" do nosso mundo,
ocupado por seres
espirituais
que se emanaram do Pleroma.
Estes seres são descritos como Aeons (seres eternos) e, algumas vezes, como Arcontes. Jesus é interpretado como um Aeon intermediário que foi enviado, juntamente com a sua contraparte Sophia (gnosticismo),
do Pleroma. Com a ajuda deles, a humanidade seria capaz de recuperar o
conhecimento perdido de suas origens divinas e assim recuperar a unidade
com o Pleroma. O termo é, portanto, um elemento central da cosmologia religiosa Gnóstica.
Textos Gnósticos enxergam o Pleroma como aspectos de Deus, o eterno
Princípio Divino, que só pode ser parcialmente compreendido através do
Pleroma. À cada Aeon (aspecto de Deus) é dado um nome (às vezes vários) e
uma contraparte feminina (o Gnosticismo enxerga a divindade e a
plenitude em termos da unificação masculino / feminino - veja Sizígia).
O mito de criação Gnóstico
continua contando como Sophia (Sabedoria)
se separou do Pleroma e formou o Demiurgo,
dando à luz assim ao mundo material.
Uso contemporâneo
Pleroma também é utilizado na língua grega em geral e pela Igreja Ortodoxa Grega, pois aparece na Epístola aos Colossenses. Proponentes da visão de que Paulo seria de fato um gnóstico, como Elaine Pagels da Universidade de Princeton, entendem que a referência na Epístola como algo a ser interpretado no sentido gnóstico.[2]
Carl Jung
Carl Gustav Jung
Carl Jung utilizou a palavra no trabalho místico não publicado de 1916, Sete Sermões aos Mortos, que finalmente foi publicado em Resposta a Jó (1952) e depois num apêndice da segunda edição de sua autobiografia, Memórias, Sonhos, Reflexões (1962)[3].
De acordo com Jung, Pleroma é
"ao mesmo tempo o tudo e o nada.
É
infrutífero pensar sobre o Pleroma.
Nisto, tanto pensar quanto ser
cessam,
pois o eterno e o infinito não possuem atributos.
Neoplatonismo e Gnosticismo
John M. Dillon, no seu "Pleroma and Noetic Cosmos: A Comparative Study" (sem tradução em português) declara que o Gnosticismo importou o seu conceito de "reino ideal" ou Pleroma do conceito platônico de Cosmos e Demiurgo em Timeu e o conceito de Cosmos Noético de Fílon de Alexandria em contraste com o Cosmos estético. Para chegar nesta conclusão, ele contrasta o Cosmos Noético com passagens da Biblioteca de Nag Hammadi, onde os Aeons são expressados como pensamentos de Deus. Dillon afirma que o Pleroma é uma adaptação de idéias gregas, pois antes de Fílon não há nenhuma tradição judaica que aceite que o mundo material (ou Cosmos) foi baseado num mundo ideal que também existe.[4].
Sophia
Sophia (em grego: Σοφία) é aquilo que detém o "sábio" (em grego: σοφός; "sofós"). Na tradição gnóstica, Sophia é uma figura feminina, análoga à alma humana e simultaneamente um dos aspectos femininos de Deus.
Os gnósticos afirmam
e o Espírito Santo da Trindade.
Ocasionalmente é referenciada pelo equivalente hebreu Achamōth (em grego: Ἀχαμώθ) e como Prouneikos (em grego: Προύνικος, "A Libidinosa"). Nos textos da Biblioteca de Nag Hammadi, Sophia é o mais baixo dos Aeons ou a expressão antrópica da emanação da luz de Deus[1].
Ela é considerada
como a responsável pela criação do mundo material,
ou uma das responsáveis,
dependendo da tradição gnóstica.
Pablo Picasso
Li-Sol-30
Fonte:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
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