domingo, 13 de novembro de 2011

UTOPIA - DISTOPIA - ANARQUIA - ANOMIA - RAZÃO


Utopia tem como significado mais comum a idéia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo. A palavra foi cunhada a partir dos radicais gregos οὐ, "não" e τόπος, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe".
Utopia é um termo inventado por Thomas More que serviu de título a uma de suas obras escritas em latim por volta de 1516. Segundo a versão de vários historiadores, More se fascinou pelas narrações extraordinárias de Américo Vespucio sobre a recém avistada ilha de Fernando de Noronha, em 1503. More decidiu então escrever sobre um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.

O "utopismo" consiste na idéia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo absurdamente otimista de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem.

A utopia de Thomas Morus

Morus descreve uma sociedade organizada racionalmente, através da narração dos feitos que realiza um explorador, Rafael Hytlodeo. Utopia é uma comunidade que estabelece a propriedade comum dos bens. Não enviam seus cidadãos à guerra - salvo em casos extremos -, mas contrata mercenários entre seus vizinhos mais belicosos. Todos os cidadãos da ilha vivem em casas iguais, trabalham por períodos no campo e em seu tempo livre se dedicam a leitura e a arte. Toda a organização social da ilha aponta a dissolver as diferenças e a fomentar a igualdade.

Por exemplo, que todas as cidades sejam geograficamente iguais. Na ilha impera uma paz total e uma harmonia de interesses que são resultado de sua organização social. Na ilha se eliminou por completo o conflito e seus potenciais possibilidades de materialização. Em geral se concebe a comunidade utopiana como uma sociedade perfeita em sua organização e completamente equitativa na distribuição dos recursos. Todos os suprimentos necessários à sobrevivência são oferecidos gratuitamente. Ninguém retira mais do que necessita, não há necessidade de estocar alimento, já que é oferecido em abundância. 

Apesar de o dinheiro não ser necessário, este é acumulado pela república utopiana pela venda de matéria-prima para outras nações e às vezes é usado para financiar guerras no exterior.

Utopia moderna

Muitos autores como Arnhelm Neusüss tem defendido que as utopias modernas são essencialmente diferentes das suas predecessoras. Outros, dizem que em rigor as utopias só se dão na modernidade e chamam cronotopias ou protoutopias as utopias anteriores a obra de More. Desde esta perspectiva, as utopias modernas estão orientadas para o futuro. Assim as utopias expressam uma rebelião frente ao dado na realidade e propõem uma transformação radical, que em muitos casos passa por processos revolucionários. O sociólogo Karl Mannheim considera utopia como um plano de mudança social. Critica a definição de "sonho irrealizável", pois só podemos saber se um sonho é ou não irrealizável depois dele ter sido posto à prova.
As utopias têm derivações no pensamento político - como por exemplo nas correntes socialistas ligadas ao marxismo e anarquismo, literário e incluindo cinematográfico através da ciência ficção social.

Utopia econômica

A maioria das idéias utópicas economicas surgiram no século XIX com a divisão social surgida com o capitalismo. As utopias socialistas e comunistas se centraram na distribuição equitativa dos bens, com frequência abolindo completamente a existência do dinheiro e cidadãos fazendo trabalhos que realmente gostam e com tempo livre para desfrutar as artes e as ciências. Um livro clássico da utopia socialista foi Looking Backward de Edward Bellamy e News from Nowhere de William Morris (em português, Notícias de lugar nenhum). Anarquistas e comunistas acreditam que a sociedade que surgiria após o fim do capitalismo seria uma livre associação de indivíduos em que o Estado e a propriedade privada não existiriam. Anarquistas e marxistas divergem apenas quanto ao meio de instaurar essa sociedade. Entretanto, a medida que o socialismo se desenvolveu ele foi se afastando das idéias utópicas.

As utopias capitalistas se centram na livre empresa, em uma sociedade onde todos os habitantes tenham acesso à atividade produtiva, e uns quantos ao governo. Existe também a Utopia do Anarcocapitalismo onde tudo é propriedade privada, inclusive os serviços de segurança e justiça. Baseado nas teorias econômicas do Libertarianismo.

Utopia ecologista

A utopia ecologista baseia-se no livro Ecotopia, no qual a Califórnia e parte dos estados da costa Oeste se tem secesionado dos Estados Unidos, formando um novo estado ecologista.

Utopia política e histórica

Utopia política é aquela em que o governo estabelece uma sociedade em busca da perfeição. Muitos governos tendem a ser severos na execução de suas leis e permitem um pouco de individualismo.
Uma utopia global de paz mundial é com frequência considerada um dos finais da história possivelmente inevitáveis.

Utopia religiosa

A visão que têm tanto o Islão como o cristianismo a respeito do paraíso é de uma utopia, em especial nas manifestações populares: encantadoras especulações de uma vida livre de pobreza, pecado ou de qualquer outro sofrimento.

  •    
  • Distopia

Distopia ou antiutopia é o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa"[1]. As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade. Nelas, caem as cortinas, e a sociedade mostra-se corruptível; as normas criadas para o bem comum mostram-se flexíveis. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações.

Distopias são frequentemente criadas como avisos ou como sátiras, mostrando as atuais convenções sociais e limites extrapolados ao máximo. Nesse aspecto, diferem fundamentalmente do conceito de utopia, pois as utopias são sistemas sociais idealizados e não têm raízes na nossa sociedade atual, figurando em outra época ou tempo ou após uma grande descontinuidade histórica.
Uma distopia está intimamente conectada à sociedade atual. Um número considerável de histórias de ficção científica que ocorrem num futuro próximo do tipo das descritas como "cyberpunk", usam padrões distópicos de uma companhia de alta tecnologia dominando um mundo em que os governos nacionais se tornaram fracos.

 Origem e significado

O primeiro uso conhecido da palavra 'distopia' apareceu num discurso ao Parlamento Britânico por Gregg Webber e John Stuart Mill, em 1868[2]. Nesse discurso, Mill disse:
"É, provavelmente, demasiado elogioso chamá-los utópicos; deveriam em vez disso ser chamados dis-tópicos ['dis-' do grego antigo δυσ, translit. dys: 'dificuldade, dor'] ou caco-tópicos ['caco-', do grego κακός, translit. kakós: 'mau, ruim'].  

O que é comumente chamado utopia 
é demasiado bom para ser praticável;
mas o que eles parecem defender é 
demasiado mau para ser praticável."

Portanto, Mill se referia a um lugar mau - a não ao oposto de utopia.
Em grego, a partícula δυσ (translit. "dis" ou "dys") exprime 'dificuldade, dor, privação, infelicidade'; a palavra τόπος (translit., topos) significa 'lugar'. Portanto, 'distopia' quer dizer 'lugar infeliz, ruim'. Já a palavra 'utopia' se compõe de ου (translit. ou, latinizado como u-), advérbio de negação, e τόπος, 'lugar' . Assim, utopia significa 'lugar nenhum', e distopia significa 'lugar ruim'.

Traços comuns de uma sociedade distópica

A maioria das distopias tem alguma conexão com o nosso mundo, mas frequentemente se refere a um futuro imaginado ou a um mundo paralelo no qual a distopia foi engendrada pela ação ou falta de ação humana, por um mau comportamento ou por ignorância.
A literatura distópica costuma apresentar pelo menos alguns dos seguintes traços:
  1. Tem conteúdo moral, projetando o modo como os nossos dilemas morais presentes figurariam no futuro.
  2. Oferecem crítica social e apresentam as simpatias políticas do autor.
  3. Exploram a estupidez coletiva.
  4. O poder é mantido por uma elite, mediante a somatização e consequente
  5. Discurso pessimista, raramente "flertando" com a esperança.
  6. alívio de certas carências e privações do indivíduo.
 
 Anarquia

Anarquismo (do grego ἀναρχος, transl. anarkhos, que significa "sem governantes",[1][2] a partir do prefixo ἀν-, an-, "sem" + ἄρχή, arkhê, "soberania, reino, magistratura"[3] + o sufixo -ισμός, -ismós, da raiz verbal -ιζειν, -izein) é uma filosofia política que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório.[4] De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita [5] e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias.

Anarquia significa 
ausência de coerção 
e não a ausência de ordem.[6] 
A noção equivocada de que anarquia é sinônimo de caos se popularizou entre o fim do século XIX e o início do século XX, através dos meios de comunicação e de propaganda patronais, mantidos por instituições políticas e religiosas. Nesse período, em razão do grau elevado de organização dos segmentos operários, de fundo libertário, surgiram inúmeras campanhas antianarquistas.[7]

Outro equívoco banal 
é se considerar anarquia como sendo 
a ausência de laços de solidariedade
(indiferença) entre os homens. 

À ausência de ordem 
- ideia externa aos princípios anarquistas
-, dá-se o nome de "anomia".[8]
Passando da conceituação do Anarquismo à consolidação dos seus ideais, existe uma série de debates em torno da forma mais adequada para se alcançar e se manter uma sociedade anárquica. Eles perpassam a necessidade ou não da existência de uma moral anarquista, de uma plataforma organizacional, questões referentes ao determinismo da natureza humana, modelos educacionais e implicações técnicas, científicas, sociais e políticas da sociedade pós-revolução.

Nesse sentido, cada vertente do Anarquismo tem uma linha de compreensão, análise, ação e edificação política específica, embora todas vinculadas pelos ideais-base do Anarquismo. O que realmente varia, segundo os teóricos, são as ênfases operacionais.
 

Anomia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A anomia[1] é um estado de falta de objetivos e perda de identidade, provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social moderno. A partir do surgimento do Capitalismo, e da tomada da Razão, como forma de explicar o mundo, há um brusco rompimento com valores tradicionais, fortemente ligados à concepção religiosa.
A Modernidade, com seus intensos processos de mudança, não fornece novos valores que preencham os anteriores demolidos, ocasionando uma espécie de vazio de significado no cotidiano de muitos indivíduos. Há um sentimento de se "estar à deriva," participando inconscientemente dos processos coletivos/sociais: perda quase total da atuação consciente e da identidade.

Este termo foi cunhado por Émile Durkheim em seu livro O Suicídio. Durkheim emprega este termo para mostrar que algo na sociedade não funciona de forma harmônica. Algo desse corpo está funcionando de forma patológica ou "anomicamente." Em seu famoso estudo sobre o suicídio, Durkheim mostra que os fatores sociais - especialmente da sociedade moderna - exercem profunda influência sobre a vida dos indivíduos com comportamento suicida.
Segundo Robert King Merton, anomia significa uma incapacidade de atingir os fins culturais. Para ele, ocorre quando o insucesso em atingir metas culturais, devido à insuficiência dos meios institucionalizados, gera conduta desviante.

O seu pensamento popularizou-se em 1949 graças ao seu livro: Estrutura Social e Anomia.

A teoria da anomia de Merton explica por que os membros das classes menos favorecidas cometem a maioria das infrações penais, e crimes de motivação política (terrorismos, saques, ocupações) que decorrem de uma conduta de rebeliões, bem como comportamentos de evasão como o alcoolismo e a toxicodependência.

Razão
Razão é a capacidade da mente humana que permite chegar a conclusões a partir de suposições ou premissas. É, entre outros, um dos meios pelo qual os seres racionais propõem razões ou explicações para causa e efeito. A razão é particularmente associada à natureza humana, ao que é único e definidor do ser humano.
A razão permite identificar e operar conceitos em abstração, resolver problemas, encontrar coerência ou contradição entre eles e, assim, descartar ou formar novos conceitos, de uma forma ordenada e, geralmente, orientada para objectivos. Inclui raciocinar, apreender, compreender, ponderar e julgar, por vezes usada como sinónimo de inteligência.

Como uma forma de chegar a conclusões, é frequentemente contraposta não só com o modo como os animais não-humanos parecem tomar decisões, mas também com a tomada de decisões baseada na autoridade, na intuição, na emoção, na superstição ou na . A razão é considerada pelos racionalistas a forma mais fiável de descobrir o que é verdadeiro ou melhor. A forma exacta como a razão difere da emoção, e tradição é controversa, dado que as três são consideradas potencialmente racionais, e, em simultâneo, pontencialmente em conflito com a razão.

A principal diferença entre a razão e outras formas de consciência está na explicação: o pensamento é tanto mais racional quanto mais conscientemente for pensado, de forma que possa ser expresso numa linguagem.

Filosofia

Os filósofos racionalistas opõem a razão à imaginação. Enquanto empregar a imaginação é representar os objetos segundo as qualidades secundárias - aquelas que são dadas aos sentidos -, empregar a razão é representar os objetos segundo as qualidades primárias - aquelas que são dadas à razão.
A etimologia do termo vem do latim rationem, que significa cálculo, conta, medida, regra, derivado de ratio, particípio passado de reor, ou seja, determino, estabeleço, e portanto julgo, estimo.[1] É a faculdade do homem de julgar[2], a faculdade de raciocinar, compreender, ponderar[3].

Empregada em filosofia, a palavra razão comporta vários significados:
A razão como característica da condição humana, quando se define o homem, por exemplo, como animal racional, ou se diz que alguém está no uso da razão ou a perdeu;
Princípio ou fundamento, a razão pela qual as coisas são como são ou ocorrem os fatos desta ou daquela maneira.

A razão não é uma instância transcendente,
dada de uma vez por todas, mas um processo
que se desdobra ou realiza ao longo do tempo.
Dir-se-ia que, assim como o homem 
é a história do homem, a razão é a história da razão.
 
Zenão de Eléia, identificando a razão com o ser e admitindo que o princípio de identidade, formalmente entendido, é o princípio fundamental da razão, argumenta para provar que o movimento e a pluralidade, envolvendo contradição, são irracionais e, portanto, irreais, meras ilusões dos sentidos.
A razão, entendida como diálogo, não tem um conteúdo eventual, mas permanente, o conhecimento de si mesma e das essências das coisas, do universal. A razão socrática é o método que permite, pelo diálogo, proposição da tese, crítica da tese ou antítese, chegar à síntese, a essência descoberta em comum, ao termo da controvérsia.

É na filosofia de Hegel que se encontra a primeira tentativa de introduzir a razão na história.

Hegel

A razão rege o mundo, a história universal transcorre racionalmente, mas a razão que se manifesta ou revela na história é a razão divina, absoluta. É a razão que constitui a história.

A razão vital, a razão histórica, nada aceita como simples fato, mas tudo fluidifica no in fieri de que provém e ao qual se dirige, procurando ver não o fato cristalizado ou feito, mas fazendo-se ou como se faz.
Para essa oposição entre o que é da imaginação e o que é da razão ver Descartes, Regras para a Orientação do Espírito.



Li

Fonte:
 Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

Nenhum comentário: