Cientistas temem que pesquisas médicas criem macacos falantes
Atualizado em 25 de julho, 2011 - 04:56 (Brasília) 07:56 GMT
A Academia de Ciências Médicas da Grã-Bretanha está pedindo ao governo que estipule regras mais estritas paras as pesquisas médicas envolvendo animais. O grupo teme que experimentos envolvendo transplante de células acabem criando anomalias, como macacos com a capacidade de pensar e falar como os humanos.
A academia ressalta ainda
que não é contrária a experimentos que envolvam,
por exemplo, o implante de células
e tecidos humanos em animais.
Estudos atuais, por exemplo, transplantam células cancerígenas em ratos a fim de testar novas drogas contra o avanço da doença.
A academia defende, no entanto, que com o avanço das técnicas estão surgindo novos temas que precisam ser urgentemente regulados.
Avanço
Os avanços científicos atuais já permitem a criação de ratos com lesões similares às causadas por um derrame cerebral, para que sejam depois injetadas células tronco humanas, a fim de corrigir os danos.Outro estudo com implante de um cromossomo humano no genoma de ratos com síndrome de Down também foi essencial para a compreensão da doença.
Apesar de a maioria dos experimentos ser feita com ratos, os cientistas estão particularmente preocupados com os testes em macacos.
Na Grã-Bretanha são proibidas as investigações
com macacos de grande porte como gorilas,
chipanzés e orangotango.
Em outros países,
como os Estados Unidos, são liberadas.
"O que tememos é que se comece a introduzir um grande número de células cerebrais humanas no cérebro de primatas e que isso, de repente, faça com os que os primatas adquiram algumas das capacidades que se consideram exclusivamente humanas, como a linguagem", diz o professor Thomas Baldwin, outro membro da academia.
"Estas são possibilidades muito exploradas na ficção, mas precisamos começar a pensar nelas"
Thomas Baldwin
"Estas são possibilidades
muito exploradas na ficção, mas precisamos
começar a pensar nelas", diz.
Áreas ‘delicadas’
O relatório indica três áreas particulamente "delicadas" na pesquisa com animais: a cognitiva, a de reprodução e a criação de características visuais que se percebam como humanas."Uma questão fundamental
é se o fato de povoar o cérebro de um animal
com células humanas pode resultar em um animal
com capacidade cognitiva humana,
a consciência, por exemplo",
diz o relatório.
O professor Martin Bobrow, principal autor do relatório, sugere o que chama de "prova do grande símio": se um macaco que recebeu material genético humano começa a adquirir capacidades similares a de um chimpanzé, é hora de frear os experimentos.
Na área de reprodução,
recomenda-se que embriões animais
produzidos a partir de óvulos ou esperma humano
não se desenvolvam além de um período
de 14 dias.
O campo mais polêmico é o de animais com características "singularmente humanas", os experimentos que o relatório chama de "tipo Frankestein, com animais humanizados".
Segundo o relatório,
"criar características como a linguagem
ou a aparência humana nos amimais,
como forma facial ou a textura da pele,
levanta questões éticas muito fortes".
Leia mais sobre esse assunto
*Jo
Fonte:
BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110722_macaco_pesquisa_falante_mm.shtml
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
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