terça-feira, 26 de julho de 2011

PROVA SOBRE BARUCH DE SPINOZA




Prova sobre Baruch de Espinosa – Novembro de 2010Thiago Henrique Ferreira Zoroastro Baruch de Espinosa (1632-1677) é um filósofo holandês descendente de uma família judaica que havia emigrado de Portugal para os Países Baixos devido à intolerância religiosa. 

Mesmo sendo de origem judia, 
Baruch não seguiu o judaísmo e foi excomungado 
por ser acusado de ateísmo.

Devido às suas críticas ao antropocentrismo de Deus no monoteísmo transcendentalista e. antropocêntrico, pode-se considerar Espinosa como um pensador que rechaçou as superstições e osmitos religiosos para tentar compreender racionalmente o Mundo Natural.Em seu modo de praticar filosofia, Espinosa concebe pelo pensamento complexo uma expressão que predomina no pensamento naturalista da Idade Moderna: “Deus sive Natura”, ou melhor dizendo, “Deus, ou seja, Natureza”.

Pois é característico do pensamento moderno anaturalização do Mundo como forma de ampliar as formas de conhecimento, ao invés detranscendentalizar as causas e os motivos dos acontecimentos mundanos. Para Espinosa, tudo torna-se cognoscível e racionalizável, uma vez que, no livro “Ética”, ele concebe a imanência de Deus, ouseja, a presença de Deus em todo o mundo sensível e material.Para isso, Espinosa fala de infinitos atributos infinitos, e a extensão (ou matéria ) seriaapenas um desses atributos que se concebem por si próprio.

O segundo atributo citado é o pensamento,
ou seja, Deus ou Natureza, são uma e mesma substância 
e concebe por si próprio estas 
diversas dimensões de realidade. 

Os atributos são infinitos em qualidades, mas o ser humanoconhece apenas estes dois atributos (pensamento e extensão); e são infinitos em quantidade pois asubstância deve ser necessariamente infinita, ou seja, para se manter a coerência ontológica, não deve existir coisa alguma fora da substância. Dizer que todo o universo é infinito chama-seMonismo. 

Dizer que a Natureza (ou Deus) 
é todas as coisas e que tudo faz parte 
da Natureza (ouDeus) chama-se panteísmo.
Resolvido o problema ontológico, 
volta-se para a cosmologia.

Os infinitos atributos infinitosda substância exitem por si e por si são concebidas, assim temos a Natureza Naturante, que é comose fosse o meio de contínua e profunda transformação imanente no Mundo, visto que os atributossão concebidos por si próprios por serem uma dimensão ativa da realidade. 

É nesta parte que fica evidente a “causa sui” (causa de si mesmo) de Deus.Os modos, que são infinitos em efeitos e finitos no que concerne a modos mediatos,resultam da necessidade e constituem a Natureza Naturada. Por isso, os modos não agem, mas são a parte passiva da Natureza, uma vez que constituem as particularidades modificadas de Deus. Sendo assim, cada coisa que há no Mundo é uma modificação de Deus, e cada fato é um modo de manifestação de Deus. 

A Natureza Naturante 
precede a Natureza Naturada 
na difusa circularidade de tempo da Natureza.

Falando na noção de tempo, há algumas coisas importantes nesse campo a se considerar dafilosofia espinosana. O pensador holandês combateu a tese criacionista porque para ele a substância não é transitiva, mas eterna e continuamente infinita. 

Essa noção deve-se ao erro ontológico
deconsiderar a substância como criada 
por um Deus antropomorfo e que deverá ser
posteriormentedestruída pelo apocalipse. 

A existência do Universo seria, portanto, transitiva, e não eterna.Espinosa une a substância pensante à substância material de Descartes a fim de considerá-lasatributos de uma mesma e única substância, e ainda adiciona a possibilidade de existirem infinitosatributos, mas pertencentes à mesma substância. 

Assim, elimina-se o raciocínio binário nainferência de se tentar compreender uma única coisa: a Natureza, sendo a única em tudo o que há nouniverso, sendo ela a mesma coisa que Deus. Explanando tudo no mesmo plano de importânciamundana, perde-se relevância a suposta superioridade de um atributo a outro, além de se obter domundo a ideia de não-existência de cargos superiores, mandantes e mandados, etc.

Para Espinosa, existem 3 graus de conhecimento: o primeiro é o conhecimento sensível, quetrata da subjetividade de sensações de cada ser vivo, ocasionando conhecimento racional, que, por ser um modo abrangente de se compreender o Mundo, relacionando-se com a atividade decontemplação; o terceiro e mais importante modo de conhecimento é a intuição intelectual, da qualtrata-se da busca de ideia adequadas, e isto chama-se amor intelectual a Deus.

As causas de todas as coisas,
por serem de si próprias, 
são determinadas.

E causas determinadas envolvem efeitos necessários, cada um a seu modo dependendo de quais atributo senvolvidos. Assim, nega-se o livre-arbítrio porque em Deus não há vontade. E nós, por fazermos parte desta substância, não temos vontades senão àquelas causadas por certas determinações. Issofica evidente nas espécies de animais em que a intuição natural prevalece sobre a racionalidade.

Pois quanto maior é a possibilidade de pensar,
maior é a racionalidade antes de uma ação. 

A ação humana é mais complexa 
por ser a noção do real mais ampliada.

Mas apenas pelo conhecimento racional é que se teria ideias que abordassem de modo abrangente cada questão se algo é bom oumau. E somente pelo raciocínio intuitivo que se chegaria a ideias adequadas sobre cada questão deética. E por esses motivos que talvez a obra se chame “Ética”, pois, segundo Deleuze, trata-se deuma etologia dos animais e seus costumes.

A beatitude é a bem-aventurança
ou a vida contemplativa que envolve o filósofo, 
segundo Spinoza.

E nesse sentido que Hegel elogia o racionalista holandês, pois trata-se da atitudefilosófica da relação indivíduo-Mundo, as investigações, percepções mundanas, além da forma como o filósofo ira se relacionar com as outras pessoas, sempre em busca de conhecimento esabedoria.
 
Segundo os textos, Espinosa era dotado de felicidade por causa de seus insights, as poéticas compreensões da Natureza e de suas afecções; o que ele chamou de “amor intelectualis dei”.Enfim, buscando sempre o saber para sua contínua compreensão do Mundo, Spinoza concebe Deus ou Natureza como integrador, includente e sistêmico, não havendo nada fora da Ordem Natural de todas as coisas, essa forma das coisas acontecerem com racionalidade ecorrespondência


Fonte:
Scribd
http://pt.scribd.com/doc/53536531/Prova-Sobre-Baruch-de-Espinosa
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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