quarta-feira, 27 de julho de 2011

MÚSICA NA ANTIGUIDADE - ROMA E GRÉCIA




A Música na Antiguidade
 
ROMA E GRÉCIA
 
A história da música ocidental, em sentido estrito, começa com a música cristã. Todavia, ao longo de toda a Idade Média, e mesmo nos dias de hoje, artistas e intelectuais têm ido continuamente à Grécia e Roma à procura de ensinamentos, correções e inspirações nos mais diversos campos de atividade.Isto também é válido para à música, embora com algumas diferenças importantes em relação às outras artes. 
 
Os músicos da Idade Média não conheciam um exemplo sequer da música grega ou romana, embora alguns hinos tenham vindo a ser identificados no Renascimento. Atualmente estamos em uma situação bastante melhor, pois, foram reconstituídas cerca de quarenta peças ou fragmentos de peças musicais gregas, a maioria das quais de épocas relativamente tardias, mas cobrindo um período de cerca de sete séculos.
 
Embora não haja vestígios autênticos da música da antiga Roma, sabemos, por relatos verbais, baixos-relevos, mosaicos, frescos e esculturas, que a música desempenhava um papel importante na vida militar, no teatro, na religião e nos rituais de Roma.
 
Houve uma razão importante para o desaparecimento das tradições da prática musical romana no início da Idade Média: a maior parte desta música estava associada a práticas sociais que a igreja primitiva via com horror e rituais pagãos que julgava deverem ser eliminados. Por conseguinte, foram feitos todos os esforços para afastar da Igreja esta música, que traria tais abominações ao espírito dos fiéis, como, se possível, para apagar por completo a memória delas.
 
Houve, no entanto, alguns elementos de prática musical antiga que sobreviveram durante a Idade Média, que mais não fosse porque seria quase impossível aboli-los sem abolir a própria música; além disso, as teorias musicais estiveram na base das teorias medievais e foram integradas na maior parte dos sistemas filosóficos. Por isso se queremos compreender a música medieval, temos de saber algumas coisa acerca da música dos povos da antiguidade, em particular da teoria e da prática musical dos Gregos.
 
A música na vida 
e no pensamento da Grécia Antiga
 
A mitologia grega atribuía à musica grega origem divina e designava como seus inventores e primeiros interpretes deuses e semideuses, como Apolo, anfião e Orfeu. Neste obscuro mundo pré-histórico a música tinha poderes mágicos.  Desde os tempos mais remotos a música foi um elemento indissociável das cerimônias religiosas. No culto a Apolo a lira o instrumento característico, enquanto no de Dionísio era o aulo. Ambos instrumentos foram trazidos para a Grécia da Ásia Menor.  
 
A lira e a sua variante de maior dimensão, a cítara, eram instrumentos de cinco e sete cordas (número que mais tarde chegou a elevar-se até onze); ambas eram tocadas, quer a solo, quer acompanhando o canto ou a recitação de poemas épicos. 
 
O aulo, um instrumento de palheta simples  ou dupla (não era uma flauta), muitas vezes com dois tubos, tinha um timbre estridente, penetrante, associava-se ao canto de um certo tipo de poema (o ditirambo) no culto de Dionísio, culto que se crê estar na origem do teatro grego. 
 
Pelo menos desde o século VI a.C. 
tanto a lira quanto o aulo eram tocados 
como instrumentos independentes, a solo.
 
A medida que a música se tornava mais independente, multiplicava-se o número de virtuosos; ao mesmo tempo, a música em si tornava-se cada vez mais complexa em todos os aspectos. Alarmado com a proliferação da arte musical, Aristóteles, no século IV, manifestava-se contra o excesso de treino profissional na educação musical do homem comum.
 
Algum tempo após a época clássica (entre 450 e 325 a.C., aproximadamente) deu-se uma reação contra o excesso de complexidade técnica, e no início da era cristã a teoria musical grega, e provavelmente também a prática, estava muito simplificada. A maior parte dos exemplos de música grega que chegaram até nós provêm de períodos relativamente tardios. 
 
Os mais importantes de entre eles são uns fragmentos de um coro do Orestes de Eurípides, de um papiro datado de cerca do ano 200 a.C., sendo a música, possivelmente, do próprio Eurípides, um fragmento da Ifigênia em Áulide de Eurípides, dois hinos délficos a Apolo, praticamente completos, datando o segundo de 128-127 a.C., um escólio, ou canção da bebida, que serve de epitáfio a uma sepultura, também do século I, ou um pouco posterior, e Hino a Mémesis, Hino ao sol e Hino à Musa Calíope de Mesomedes de Creta, do século 
 
II.
 
A música grega assemelha-se 
à da igreja primitiva em muitos 
aspectos fundamentais. 
 
Era, em primeiro lugar, monofônica, ou seja, uma melodia sem harmonia ou contraponto. Muitas vezes, porém, vários instrumentos embelezavam a melodia em simultâneo com a sua interpretação por um conjunto de cantores, assim criando uma heterofonia. Mas nem a heterofonia nem o inevitável canto em oitavas, quando homens e rapazes cantam em conjunto, constituem uma v verdadeira polifonia.
 
A música grega, além disso, 
era quase inteiramente improvisada.
 
Mais ainda; na sua forma mais perfeita, estava sempre associada à palavra, à dança ou a ambas; a sua melodia e o seu ritmo ligavam-se intimamente à melodia e ao ritmo da poesia, e a música dos cultos religiosos, do teatro e dos grandes concursos públicos era interpretada por cantores que acompanhavam a melodia com movimentos de dançar predeterminados.
 


Ficha Técnica:
Projeto: Delasnieve Daspet
Pesquisa e Formatação: Cleusa Bechelani
Créditos:
Uma Nova História da Música - Otto Maria Carpeaux
5a. edição ALHAMBRA
Formatação: arte efetuada em gravuras recebidas em grupos de trocas de imagem da Yahoo.
Agradecimento especial aos funcionários da Biblioteca do Curso de Música da Universidade de São Paulo - USP
Música: Kok Fust (optamos por um som contemporâneo por não haver disponível os registros mencionados no texto acima)
Fonte:
Luna's Musical
http://www.lunaeamigos.com.br/musical/romaegrecia.htm
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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