C.G.Jung em 1906
A função que conecta OPOSTOS. Exprimindo-se por meio do SÍMBOLO, ela facilita a transição de uma atitude ou condição psicológica para uma outra.
A função transcendente representa um vínculo entre dados reais e imaginários, ou racionais e irracionais, preenchendo assim a lacuna entre a CONSCIÊNCIA e o INCONSCIENTE. “É um processo natural”, escreve Jung, “uma manifestação da energia que se origina da tensão dos opostos e consiste em uma série de ocorrências de fantasias que surgem espontaneamente em SONHOS e VISÕES” (CW 7, parág. 121).
Mantendo-se em um relacionamento compensatório com ambos, a função transcendente possibilita que a tese e a antítese se confrontem uma com a outra em termos iguais.
O que é capaz de unir estas duas é uma afirmação metafórica (o símbolo) que, ele próprio, transcende o tempo e o conflito, nem aderindo nem participando de um ou de outro lado, mas de alguma forma comum aos dois e oferecendo a possibilidade de uma nova síntese (ver METÁFORA). A palavra transcendente é expressiva da presença de uma capacidade de transcender a tendência destrutiva de empurrar (ou ser empurrado) para um ou para outro lado.
Jung considerava a função transcendente como o mais significante fator no processo psicológico. Insistia em que sua intervenção era devida ao conflito entre os opostos, mas não se interessava pela razão por que isso acontecia, concentrando-se, em vez disso, na questão de “para quê?”.
Achava-a respondível antes em termos psicológicos, que em termos metafísicos ou religiosos. Isso significava analisar a aparição de um símbolo em particular em termos de sua significação única, mais que considerá-lo uma benção dos céus, ou um mérito pessoal.
Entretanto, adotando um PONTO DE VISTA TELEOLÓGICO, Jung argumentava firmemente que a função transcendente não atua sem objetivo e propósito. De qualquer forma, possibilita a uma pessoa ir além de um conflito insípido e evitar a parcialidade (ver INDIVIDUAÇÃO; SIGNIFICADO).
Seu papel na estimulação da consciência é significante (ver MORALIDADE). Fornece uma perspectiva diferente de uma puramente pessoal. Surpreende apontando, muitas vezes como que de uma posição mais objetiva, uma solução possível.
Como psiquiatra, Jung observava uma variante do mesmo processo nos
estágios iniciais da esquizofrenia. Em CW 14 interpreta o simbolismo alquímico aplicado a períodos de transição, que ativa a função transcendente. Após haver formulado suas primeiras teorias a esse respeito, descobriu que a função transcendente também é um termo empregado na matemática superior, para indicar a função de números reais e imaginários.
APRESENTAÇÃO DA RUBEDO:
http://www.rubedo.psc.br/dicjung/aprerubd.htm
A parceria da Rubedo com Andrew Samuels se expressa na tradução
de seus textos e entrevistas ( disponíveis no site), se confirma em pequenas palestra
realizada no Rio de Janeiro e se presentifica neste projeto em comum:
a edição eletrônica do Dicionário Crítico de Análise Junguiana.
Carlos Bernardi
Marta Maria Sardinha Chagas
Marcus Vinícius Quintaes
Marta Maria Sardinha Chagas
Marcus Vinícius Quintaes
Fonte:
Dicionário Crítico de Anáse Junguiana
Dicionário Crítico de Anáse Junguiana
Rubedo
http://www.rubedo.psc.br/dicjung/verbetes/funtrans.htm
www.rubedo.psc.br
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Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
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